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Irmandade Da Sombra
Irmandade Da Sombra
Irmandade Da Sombra
E-book217 páginas3 horas

Irmandade Da Sombra

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Sobre este e-book

Jack Noulan nunca foi uma pessoa considerada sociável ou fácil de lidar, após a morte do pai e com sua mãe diante de um novo relacionamento, o garoto passa a adotar uma postura rebelde e torna-se um jovem delinquente, problemático e ainda tão novo um quase alcoólatra, características essas que lhe rendem uma passagem só de ida para o colégio Bryans, um internato onde Henry, o namorado de sua mãe, se formou quando mais novo, e onde o garoto mal chega e já se torna o alvo do típico valentão e líder de gangue, Corey Parkers. Porém, quando as coisas não poderiam parecer mais complicadas em sua vida, Jack ira descobrir que o mundo não está limitado apenas ao que o olho humano pode enxergar, e quando um perigoso segredo sobre seu pai vem a tona, poderá colocar em perigo não apenas Jack, mas também a todos aqueles que ama.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de jan. de 2020
Irmandade Da Sombra

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    Irmandade Da Sombra - Andreas W. Daniel

    Andreas W. Daniel 1

    IRMANDADE DA SOMBRA

    A

    ORIGEM

    ANDREAS W. DANIEL

    Andreas W. Daniel 3

    Copyright © 2019 by David Cesario

    DIAGRAMAÇÃO

    David Cesario

    DESIGNER DE CAPA

    André K. / David C.

    REVISÃO

    Matheus M. / Jessica V.

    D184i Daniel, Andreas W.

    Irmandade da Sombra - A Origem / Andreas W. Daniel, 1° ed. - São Paulo, SP.

    Esta obra é uma produção independente.

    Copyright [2019] by David Cesario

    Todos os direitos desta edição reservados ao autor da obra.

    ISBN:

    1. – Romance 2. – Ficção

    CDD B869. 93

    Andreas W. Daniel 5

    Dedicado a:

    Quando o mundo me esqueceu

    e ao meu redor só existiam sombras

    foi você, e só você quem nunca

    me deixou aqui sozinho.

    Andreas W. Daniel 7

    Prólogo

    O céu possuía uma coloração avermelhada e ventos fortes sopravam os escombros e a poeira como em uma tempestade, ao redor haviam prédios devastados e carcaças de veículos estavam por todos os lados como uma cidade-fantasma, havia corpos com armaduras pelo chão, ainda frescos, destroçados das mais diversas formas, espadas e machados além de outros armamentos estavam se não pelo chão, atravessados nos corpo, e em meio a toda aquela matança ouvia-se um poderoso tilintar de espadas junto a grunhidos de esforços que tomavam conta daquele apocalíptico cenário, uma explosão surgiu separando dois guerreiros que foram jogados um para cada lado arrastando-se por muitos metros antes de os pés alcançarem o solo e de cravarem, de maneira quase simétrica, suas espadas no chão para frear o movimento, o homem da esquerda possuía longos fios castanhos e uma respeitável barba de igual tom, enquanto o outro tinha o cabelo louro à altura do pescoço, seus fios dourados eram perfeitamente lisos e se movimentavam quase que individualmente no vento, seu olhar claro como a mais pura e cristalina lagoa possuía uma espantosa frieza, apesar de seu corpo não compartilhar de tamanha arrogância, ao olhar para frente o outro homem estava em pé, porém igualmente cansado, em sua mão uma grande espada que possuía uma aura avermelhada a qual rodeava sua lâmina negra, ela parecia sedenta por sangue.

    Então essa é a poderosa lâmina infernal do lendário cavaleiro negro?

    Seu peito estava totalmente nu, aos seus pés haviam pedaços destroçados de uma armadura vermelha e de repente grandes asas A Origem 8

    estenderam-se por suas costas e ele as retraiu fazendo com que ganhassem mais altura.

    — Nossa batalha não acabará aqui.

    Ele disse ao homem loiro que levantou a cabeça e ficou a encará-lo com um singelo sorriso no rosto, ele apertava cada vez mais o cabo da espada, a lâmina dourada emanava um intenso brilho, ele levou o joelho à frente para se colocar de pé, arrancou a arma do chão e colocou as asas para fora, emanando uma onda de energia que afastou alguns dos corpos e pedaços de armadura caídos ao redor, suas asas ao contrário das asas do cavaleiro negro que se assemelhavam as de um grande morcego ferido, possuíam uma plumagem clara que reluziam como o brilho intenso de uma gloriosa tocha.

    — Acham mesmo que são páreos para mim?

    No centro estava um homem grande, tinha longos cabelos prateados e belas asas douradas nas costas, sua armadura acinzentada estava intacta assim como sua arma, uma espada com lâmina do que parecia ser um diamante de cor negra envolta por chamas de cor roxa, era tão escura que parecia poder absorver toda a luz que ousasse atravessá-la, ele olhou de um lado a outro e então deu um grande e sarcástico sorriso.

    — Este lugar será o seu túmulo, Chaos.

    O anjo apontou a arma para seu adversário e em seguida fez um movimento de corte para o lado disparando uma poderosa onda de energia que rasgava o solo conforme avançava na direção do homem que apenas deu um passo para trás desviando do ataque que foi em direção ao cavaleiro negro que agarrou o cabo da espada com ambas as mãos e contra-atacou devolvendo o golpe com ainda mais poder, a onda maciça de energia cobriu o ataque por inteiro e então uma poderosa explosão emanou, subindo aos céus em uma nuvem de fumaça lançando poeira e corpos para todos os lados, o Andreas W. Daniel 9

    cavaleiro negro protegeu o rosto com o antebraço e então pôde sentir a grande onda de energia cobrir seu corpo por inteiro.

    John levantou-se assustado, os olhos arregalados e um poderoso rugido saindo de sua garganta quando o homem tirou as costas do colchão deixando sob o lençol uma grande mancha de suor, sua respiração estava pesada e ofegante, seu corpo inteiro brilhava pelas gotas frias de suor e seus longos cabelos castanhos estavam completamente bagunçados a frente dos olhos.

    Ah, mas que inferno.

    Praguejava mentalmente pousando o rosto em suas palmas ásperas, mais uma noite sem dormir, e com essa já iria para a quinta vez, noite após noite ele vinha sendo assombrado por suas horríveis e amarguradas lembranças de quando travou uma batalha que quase custou o mundo e tudo o que tinha de mais precioso, mas verdade seja dita, a guerra pode mudar as pessoas, e nem sempre para melhor, alguns dizem que nunca para melhor, mas tinha suas dúvidas, afinal quando se fica frente a frente com a morte passa-se a enxergar o valor dos pequenos gestos, essa era uma lição que levava junto a cada cicatriz em seu corpo.

    Após alguns instantes uma mão cruzou seu peito e outra passou devagar por suas costas, a doce voz de Mary preencheu seus ouvidos e fez seu coração desacelerar.

    — Tudo bem?

    Perguntou à mulher aflita, John jogou o cabelo para trás com a mão e então se virou para olhar a esposa.

    — Acho que exagerei na cerveja, só isso.

    — Sei.

    Ah, Inferno, as mulheres e esse maldito sexto sentido.

    Meu amor, como desejo lhe contar a verdade.

    A Origem 10

    John carregava esse maldito peso nas costas há sabe-se lá quantos anos, como se um grito se entalasse na garganta e que aos poucos o estrangularia cada vez mais e o matasse aos poucos a cada dia, não que tivesse medo de contar qualquer coisa a Mary, a dificuldade está em escolher as palavras exatas, mas haja o que houvesse qualquer coisa era melhor do que o silêncio, isso infelizmente só funcionava para as mulheres.

    — Talvez eu esteja com medo.

    — Mas de que?

    Ele voltou a encarar as palmas sob o colo e então respirou fundo, mas Mary tocou em seu rosto e o forçou a olhá-la nos olhos novamente, John deu um pequeno sorriso e jogou o cabelo da esposa para trás da orelha com os dedos sem deixar de olhar para aqueles belos olhos castanhos que sempre lhe trouxeram muita calma, Mary e Jack eram, sem sombra de dúvida, o bem mais precioso que possuía, eles eram sua família, eram os responsáveis por dar finalmente algum sentido a sua miserável vida após 3.000 anos de batalhas e destruição, a moça deslizou o rosto na palma áspera do marido que logo em seguida lhe deu um demorado beijo, com a outra mão ele agarrou a cintura da esposa e a puxou deitando-a sob o colchão e se colocando acima da esposa que o olhava com um ar de ternura e desejo, sua mão deslizou pela cintura da mulher até chegar à barra da camisola que ele aos poucos puxava para cima para assim agarrar com vontade, o quadril da esposa que arqueou o corpo para cima e soltou um baixo suspiro de pura excitação, antes de agarrar a nuca do marido e voltar a beija-lo.

    — Pai!

    Aquele grito só podia significar uma coisa, lá se vai o sexo, o homem jogou o corpo para o lado e se levantou, agarrou o roupão preto ao lado da cama e cobriu o corpo lançando um rápido olhar para a esposa por cima do ombro, atravessou o quarto a passos lentos Andreas W. Daniel 11

    e abriu a porta com um puxão, no corredor seguiu até o quarto do garoto, porém ao chegar à porta ela rapidamente se fechou em uma batida.

    — Jack.

    Ele chamou pelo filho, batendo algumas vezes na porta, em seguida agarrou a maçaneta e tentou gira-la, porém a porta se recusava a abrir.

    — Filho, o que houve? Abra a porta.

    Nada. Nem sequer uma resposta. John respirou fundo e estendendo o joelho à altura do peito ele chutou a porta uma vez fazendo-a estremecer, ótimo, agora abrir que é bom a porcaria não abrira, novamente um segundo chute com ainda mais força e o resultado fora indiferente, ele deu uma olhada rápida para o lado e então se voltou para a porta, seus olhos ficaram totalmente negros e com um rugido ele deu um terceiro chute contra a porta que fora parar do outro lado do quarto, farpas voando para todos os lados e sem perder tempo o garoto saltou nos braços do pai que o abraçou forte.

    — Filho, o que houve?

    — Monstro! No armário!

    Gritava o menino com o rosto afundado no ombro do pai enquanto apontava na direção da porta, John balançou a cabeça rindo um pouco e então pressionou o interruptor ao lado, as luzes se acenderam e ele pôde dar uma melhor olhada no estrago.

    — O que houve?!

    Mary surgiu às pressas trazendo consigo a arma de John, mas ele jogou o braço ao redor do ombro da esposa e deu um beijo no topo de sua cabeça quando ela olhou zangada para ele.

    — Sabe que vai ter que consertar isso não?

    Porém John não respondeu, tinha uma expressão assustadoramente séria no rosto, ele entregou Jack para a mãe e A Origem 12

    caminhou a passos lentos em direção ao armário, escancarou a porta com um puxão, e então voltou a olhar para o garoto nos braços de Mary.

    — Viu só, Jack? Não há nada aqui e...

    Ele se interrompeu e então voltou a olhar para o armário quando algo o jogou contra a parede com força, John desabou na cama que se quebrou com o peso e então rolou para o lado tentando se colocar de pé.

    — Já faz tempo, não?

    Uma voz horrivelmente familiar atingiu seus ouvidos, seu coração começou a bater acelerado e um calafrio horrível subira por sua espinha, em sua mente ecoavam os gritos de dor e agonia dos mortos naquela horrível guerra, era enlouquecedor, ele pressionou as mãos contra as orelhas tentando abafar as vozes, que cada instante se tornavam mais e mais altas.

    — Mary, tire-o daqui!

    — Pai!

    A mulher pressionou o filho contra o corpo e então correu em direção à escada, desceu aos tropeços quase caindo devido à pressa, atropelou a porta da frente com tanta agressividade que se tivesse o tamanho e força do marido a teria arrancado, sentiu-se como uma jogadora de futebol americano, podia sentir a adrenalina correndo por suas veias e em seu peito o coração pulsando tão forte que parecia que iria saltar de sua caixa torácica a qualquer momento, já na calçada a mulher ajoelhou-se ofegante próximo ao filho que estava em pé no gramado e acariciou os pequenos cabelos negros do menino.

    — Vai ficar tudo bem.

    Disse a mãe com uma voz calma para o filho ao mesmo tempo em que tentava se convencer disso, e então aconteceu, em um instante toda a casa fora pelos ares em uma poderosa explosão, Mary Andreas W. Daniel 13

    agarrou o garoto e o pressionou contra o peito enquanto virava de costas para a casa para protegê-lo dos escombros que voaram em todas as direções, um pedaço de telha até chegou a cortar seu ombro, e as chamas subiram iluminando a rua com um clarão semelhante ao brilho da aurora, Mary começou a respirar ofegante enquanto sentia o sangue quente escorrer por seu braço e manchar a camisola branca, mas sua maior prioridade era Jack, ela tomou o rosto do filho por entre as mãos e seus olhos lacrimejantes e assustados refletiam-se no olhar trêmulo de Mary.

    — Pai...

    Disse o garoto em um breve sussurro, sua respiração estava lenta e os braços para baixo, Mary novamente o abraçou e por cima do ombro da mãe ele ficou a olhar para a pilha de escombros fumegantes ainda sem reação, mantinha viva a esperança de que veria o pai sair de debaixo daqueles destroços, mas isso nunca aconteceu, ah, essa inocência que as crianças carregam, sempre com esperança de que tudo vai dar certo como em contos de fadas, mas dessa vez não ocorreu o tão esperado final feliz, seja Bem-vindo ao mundo real, garoto.

    As ruas tão silenciosas do subúrbio aos poucos iam se tornando cheias, viaturas da polícia, bombeiros e para médicos no meio da terrível multidão de vizinhos curiosos atraídos pela confusão, Jack estava sentado na ponta da ambulância com um cobertor esverdeado sobre os ombros e um copo de chocolate quente enquanto sua mãe conversava com alguns policiais, ele deu um gole na bebida novamente e então respirou fundo apoiando a cabeça na lateral do veículo, Mary se aproximou dele devagar e lhe acariciou a lateral do rosto.

    — Tudo bem?

    O garoto assentiu sem olhar para a mãe, Mary suspirou e deu um beijo na cabeça do garoto antes de voltar a acariciar lhe os A Origem 14

    cabelos, pobre garoto, sabia o quanto era difícil perder um parente e claro ele um dia passaria por isso, mas não esperava que fosse tão cedo, tão pequeno e já tendo de encarar a morte de frente.

    — Eu não sei o que faria se perdesse você também.

    O garoto levantou o olhar para a mãe e Mary o abraçou.

    — Eu te amo filho.

    Andreas W. Daniel 15

    Capítulo 1

    13 anos depois...

    — Meninos desçam! O café está na mesa!

    Gritou Mary terminando de mexer algumas fatias de bacon, gordura quente espirrava para todos os lados, e suas mãos já estavam com bolhas devido às queimaduras pela gordura.

    Karter desceu as escadas rapidamente e adentrou a cozinha com um grande sorriso no rosto e um ronco no estomago, puxou uma cadeira para trás e sentou-se, agarrou a torrada em seu prato e mordeu um grande pedaço dela, em seguida tomou um grande gole de café fresquinho, Mary virou-se e colocou algumas fatias de bacon no prato do rapaz que lhe assentiu como forma de agradecimento, bom, pelo menos alguém gostava da sua comida, ele espetou uma das tiras de carne de porco com o garfo e mastigou soltando um leve gemido de aprovação.

    — E o Jack? Não vai descer?

    Ela perguntou olhando para o rapaz enquanto colocava um pouco de bacon no prato da frente, mas Karter apenas deu de ombros, se Jack não descesse, melhor! Assim sobraria bem mais, Mary colocou a frigideira na pia e abriu a torneira deixando a água cair sobre o metal fervente, fumaça branca subiu da panela e a mulher aproveitou para refrescar um pouco as mãos queimadas de óleo antes de fechar a torneira e secar as mãos em um pano que estava pendurado na tampa de vidro do fogão.

    — Eu vou lá chamá-lo.

    Karter já estava estendendo o braço para agarrar o prato cheio de bacon, mas a mulher o confiscou antes que o senhor "saco sem A Origem 16

    fundo" ali tivesse quaisquer chance, e então atravessou pela porta que balbuciou atrás dela enquanto Karter dava outro gole em seu café, ah, cara, sem dúvida a comida de Mary era a melhor que já havia provado, até o cheiro fazia o seu estomago cantar como um tenor profissional. Fígaro!

    Ding dong.

    — Eu atendo.

    Disse Karter levantando-se e caminhando até a porta, sem que houvesse tempo para um segundo toque de campainha, ele abriu a porta e o que vira o deixou espantado, porém nada surpreso.

    — Quem é?

    Perguntou Mary ainda no segundo andar e Karter esfregou a têmpora com os dedos.

    — Ah, caramba, logo hoje que ela estava de bom humor.

    Resmungou o rapaz baixinho, cada passo no assoalho de madeira em direção à escada mais parecia à contagem regressiva de uma bomba prestes a estourar.

    9, 8, 7, 6.

    — Acredita que ele não estava no quarto?

    Disse a mulher descendo as escadas devagar.

    5, 4, 3, 2.

    — Sim.

    A resposta veio em conjunto, com Karter, Jack e o policial que o havia detido, Mary os encarava ainda no meio da escada, e sem sombra de dúvida aquela era a distância mais segura para todos.

    Quem dera fosse exagero da parte de Karter, todos deveriam correr imediatamente para as montanhas, pois o diabo abriu as portas do inferno e a legião estava enfim solta.

    Sete horas, por que demorou

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