Ciência, Técnica e Capital: crítica da mudança técnica no sistema capitalista de produção
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Ciência, Técnica e Capital - Hilano José Rocha de Carvalho
CAPÍTULO 1. TEORIA DO VALOR-TRABALHO E O MODO CAPITALISTA DE PRODUÇÃO
A teoria do valor-trabalho permite relacionar os sistemas de produção a partir daquilo que lhes é basilar: o tempo necessário para a produção das mercadorias¹¹. Ademais, partindo dos conceitos e categorias fundamentais da referida teoria, particularmente presentes em O Capital e nos Grundrisse de Marx, a lógica matemático-formal do desenvolvimento do modo de produção pela aplicação da ciência e da técnica pode ser apreendida como base para a teoria da aplicação técnica da produção e o seu modelo matemático-formal correspondente propostos nesta obra¹².
1.1. TEORIA DO VALOR-TRABALHO E A APLICAÇÃO CAPITALISTA DA CIÊNCIA E DA TÉCNICA
Na teoria do valor-trabalho, preliminarmente, Marx apresenta uma das mais lúcidas imagens para demonstrar a importância do tempo subjacente a todas as atividades humanas, como base do processo de produção de valores: o experimento robinsoniano¹³. Preocupado em suprir suas necessidades materiais e sociais, Robinson Crusoé, isolado em uma ilha, distribui meticulosamente seu tempo disponível em várias atividades diárias: um quantum de tempo para pescar, outro para caçar, mais um dedicado à fabricação de instrumentos, etc. Em suma, todo o tempo de Robinson dedicado ao conjunto das suas atividades necessárias diárias corresponde ao seu tempo de trabalho necessário para que consiga reproduzir a si mesmo dia após dia¹⁴.
Para além do cenário idílico robinsoniano, já sob a lógica do capitalismo, num sistema de produção, a jornada de trabalho é dividida em (tempo de) trabalho necessário e (tempo de) trabalho excedente. De um lado, tem-se o trabalho necessário, que corresponde à soma do tempo de trabalho para a produção das mercadorias necessárias (meios de subsistência) à reprodução vital e social dos que trabalham. Complementarmente, de outro lado, tem-se o trabalho excedente, que, dada a jornada de trabalho, corresponde a um tempo de trabalho que excede o necessário, correspondendo ao substrato material que determina o mais-valor. Sobre isto, a Figura 1 ilustra concretamente o caso de uma jornada diária de trabalho de 8 h, dividida em um trabalho necessário igual a 4 h e, consequentemente, em um trabalho excedente igual a 4 h.
Figura 1 - Divisão de uma jornada diária de trabalho de 8 h, em 4 h de trabalho necessário e 4 h trabalho excedente. Fonte: autor.
A partir da Figura 1, e considerando, por exemplo¹⁵, o valor pago pela força de trabalho igual a R$ 400, o valor produzido por cada hora de trabalho é igual a R$ 100¹⁶. Por conseguinte, uma vez que a força de trabalho é utilizada por 8 h, a força de trabalho produz não apenas R$ 400 correspondentes às 4 h de trabalho necessário, mas R$ 800¹⁷, fazendo com que o trabalho excedente de 4 h equivalha a um mais-valor de R$ 400, que poderá ser apropriado pelo capitalista como lucro quando da venda das mercadorias produzidas. Considerando, ademais, que, ao final das 8 h, 100 unidades de mercadorias são produzidas, isto é, que a cada 0,08 h uma unidade da mesma é produzida¹⁸, um valor de R$ 8 é adicionado a cada mercadoria produzida¹⁹. Deste valor produzido e adicionado igual a R$ 8 a cada mercadoria, 50% ou R$ 4 correspondem ao valor da força de trabalho e os outros 50% ou R$ 4 ao mais-valor. Somando o valor adicionado e produzido de R$ 8 ao valor dos meios de produção reproduzidos igual a, por exemplo, R$ 3 - sendo R$ 1 correspondente ao valor dos objetos de trabalho (matéria-prima, etc.) e R$ 2 correspondente ao valor dos meios de trabalho (rateio e depreciação de máquinas, ferramentas, etc.) -, o valor de cada unidade da mercadoria corresponde a R$ 11. Por conseguinte, a taxa de lucro inicial²⁰ é igual a 0,571. Com essas informações, o exemplo da Figura 1 aparece modificado na Figura