Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

A humanidade aumentada no RH de varejo
A humanidade aumentada no RH de varejo
A humanidade aumentada no RH de varejo
E-book179 páginas2 horas

A humanidade aumentada no RH de varejo

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Este livro visa levar até você a vivência de trabalho da autora como consultora de varejo no âmbito de RH Estratégico. Atuando por mais de vinte anos no setor e observando as mudanças comportamentais nas organizações por onde passou, Angelita Garcia traz uma visão peculiar manifestada desde o início da sua caminhada profissional. Com abordagem em temas atuais, o leitor é conduzido para uma análise e reflexão de aplicabilidade prática sobre a nova sociedade que se apresenta (pós-transformação digital e pós-pandemia). Isso contribui para avaliarmos se estamos prontos para gerir, desenvolver e contribuir com a gestão de pessoas nas empresas de varejo.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento4 de abr. de 2022
ISBN9786525411576
A humanidade aumentada no RH de varejo

Relacionado a A humanidade aumentada no RH de varejo

Ebooks relacionados

Autoajuda para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de A humanidade aumentada no RH de varejo

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    A humanidade aumentada no RH de varejo - Angelita Garcia

    Introdução

    Mensagem da autora

    O varejo, o aprendizado e a humanidade aumentada

    Este livro visa levar até você a minha experiência e vivência, observando a nossa história ao longo do tempo, as mudanças comportamentais nas organizações e, principalmente, onde estamos e onde queremos chegar como profissionais para o próximo o século. Nesta nova sociedade que se apresenta (pós-transformação digital e pós-pandemia), somente com profunda reflexão é que poderemos saber se estamos prontos para gerir, desenvolver e contribuir com a gestão de pessoas nas empresas de varejo.

    Então esta obra é para você, gerente de RH, gestor de empresa, proprietário, profissional em ascensão e até mesmo empreendedor que busca respostas neste momento desafiador, que nos parece dizer que a bagagem e o conhecimento que trazemos estão obsoletos. Isso veremos, pois o que representa a nossa experiência nos dias de hoje, onde tudo se renova? E o que vivemos até aqui, vamos usar como? Essas e outras perguntas retumbam sempre na mente de pessoas como você e eu. Trilhamos um caminho voltado à superação e a conquistas. Desde o início da caminhada, nos deparamos com algumas perguntas e percebemos que, por mais que os tempos mudem, alguns questionamentos permanecem.

    Na década de 80, quando chegou o momento do meu ingresso na faculdade, tive dificuldade para saber escolher qual era o curso ideal para mim. Mas sabiamente meus pais me ensinaram algo que foi fundamental, aprendi com eles que as pessoas que admiramos podem ser importantes norteadores de sucesso. Então, com 18 anos, me espelhei no meu primo Ernesto Ortiz. Formado em engenharia mecânica, ele iniciou na época trabalhando como estagiário e, logo em seguida, foi efetivado em uma grande empresa de engenharia chamada Micheletto, sendo a sede da empresa em Canoas.

    Ernesto revezava a vida de engenheiro e de sucessor familiar em uma empresa do varejo supermercadista, com uma rotina de árduo trabalho no mercado dos pais. Para mim, Ernesto parecia um personagem daqueles que trocam de roupa e se transformam de homem comum em super-herói alternadamente. Ele e os irmãos estudavam e trabalhavam na loja rotineiramente, não paravam nunca e pareciam incansáveis.

    Inspirada na vocação de Ernesto, me aventurei em um vestibular sendo candidata para o curso de engenharia mecânica na PUC/RS. Logo depois de ingressar na faculdade, nos encontramos certa vez em um dos corredores do Mercado Asun¹. Compartilhei com ele a notícia do meu ingresso na faculdade. Quando contei com orgulho sobre o curso de engenharia mecânica que tinha ingressado, tendo-o como inspiração, ele me disse: "Angelita não faça isso. Você não nasceu para as ciências exatas. Teu negócio é comunicação e contato com gente". Com essa franqueza (que é típica de Ernesto), ouvi com surpresa a fala na voz de quem eu admirava. Precisei de um ano e meio para absorver a mensagem, e foi quando mudei de curso definitivamente. Por tê-lo ouvido, me dediquei às ciências voltadas à área do comportamento humano. E com isso, me sinto contemplada até hoje em um aprendizado contínuo de vivência e de especialização acadêmica até os dias de hoje.

    Na década de 90, por indicação do meu primo Pepito (José Ortiz), fui contemplada com uma referência que projetou minha carreira profissional para um voo ainda mais alto: trabalhar no Banco Santander. Como gerente do banco, vivi o outro lado do balcão. Recebia pedidos de empreendedores para tomadas de valor, liberava empréstimos e capital de giro, recomendava aplicações financeiras etc. Ouvia de cada cliente do banco suas razões e suas ideias de empreendedorismo. O Banco espanhol, no qual trabalhei, estava em plena expansão e me levou ao aprendizado contínuo e célere que se fazia necessário. Nessa época, o Brasil estava em transições profundas no âmbito econômico e político. O Plano Collor, lançado em meados de 1992, gerou uma legião de desesperados que, em 1994, buscavam recuperação. Viver neste período, trabalhando em banco, era ao mesmo tempo um privilégio e um desafio. E com isso, também vieram os resultados econômicos, comportamentais e sociais.

    Ao longo da nossa história, muitos empreendedores quebraram, mas ao mesmo tempo vimos que anônimos se destacaram em outras áreas que surgiram, áreas novas e inusitadas. Exemplo disso eram as topics que surgiram nesta época, com venda de cachorro-quente nas ruas. Para incentivo aos pequenos empreendedores, os bancos liberavam linhas de créditos (leasing) de veículos topic especialmente para este fim. Assim, tivemos inversão de perfis nos clientes do banco. Clientes investidores e empresários que tinham o hábito de investir estavam sem recursos e pedindo crédito. Outros, anônimos, que iniciavam um negócio inovador do zero, prosperavam a cada dia. No trilho do amadurecimento profissional, eu via tudo com curiosidade e confesso que não tinha muita noção naquela época de que eu vivia um dos momentos mais marcantes da história. Eu era mais uma figurante em meio aos milhares de personagens que faziam parte daquela era histórica na vida brasileira.

    O tempo passou, viajei a trabalho, indo para o exterior e, mais tarde, voltei para o Brasil. Então, com 33 anos, resolvi mudar de segmento novamente, saindo da área financeira e voltando para o varejo. Sempre gostei de trabalhar com interface junto às áreas comercial, administrativa, marketing, operação de loja etc. E a diversidade de pessoas atuantes nessas áreas, somada a minha facilidade de adaptação nas rotinas e no trabalho, sempre teve como um facilitador para mim, o ponto comum em tudo: ter contato com gente. No caso, os revezes sociais, políticos, econômicos, as áreas de atuação das empresas, setores e departamentos etc., tudo é um cenário para a nossa atuação humana entrar em campo, pois podemos brilhar quando isso acontece, dando vida ao que é pragmático. Trazemos emoções e conflitos, e isso pode levar empresas ou profissionais ao sucesso, ou ao fracasso, dependendo muito da gestão pessoal de todos os envolvidos neste ecossistema humano.

    Então, em meados de 2003, eu ingressei no setor supermercadista. Antonio Ortiz, diretor presidente do Grupo Asun Supermercados, me abriu as portas e me contemplou com uma missão de trabalho que considero ter sido um presente: ele me nomeou supervisora de rede. Foi aí que começou minha grande escola no varejo supermercadista, pois tive verdadeiros professores em campo: supervisores, colegas, gerentes, profissionais da área operacional e em todos os níveis e os setores. A minha missão era alinhar a comunicação e fazer com que a operação acontecesse de forma padronizada. Antes, no Banco Santander, aprendi que uma maneira rápida e eficaz para fazer isso seria capacitando as equipes de trabalho. Assim, seria fácil defender esse método se a capacitação corporativa fosse algo comum na prática do varejo. Naquela época, treinar funcionários no setor de alimentos não era comum, muito menos algo praticado no horário das rotinas de trabalho, que eram concomitantemente, no horário comercial.

    Eu estava determinada. Defendi, então, uma proposta de implantarmos treinamento junto às equipes do Asun. O diretor da empresa (sr. Antonio Ortiz Romacho) me permitiu fazer um piloto. Desta forma, em 2003, lançamos o primeiro curso na Rede Asun, capacitando profissionais do açougue para técnicas de corte e desossa. Com a ajuda do Responsável Técnico da época (Dr. Ayres) e do médico veterinário (também Responsável Técnico, Dr. Luis Carlos Jantzen), tive apoio especializado para compor um curso com fundamentação teórica e com aula prática para açougueiros da loja Cachoeirinha/RS. Jurandir Santos² foi peça-chave para tornar realidade o projeto de capacitação no açougue, fazendo a logística da equipe e dando todo apoio no projeto piloto. Ele contribuiu, inclusive, no controle de resultados, monitorando o desempenho dos açougueiros antes e depois do treinamento. Um título propositivo foi dado a este curso inovador: O açougue de sucesso. E, assim, capacitamos os primeiros açougueiros da Rede Asun em 2003.

    Realizado o curso, constatamos resultados que nos deram crédito para realizarmos outro curso e outro, assim seguimos por diferentes áreas e setores da empresa até chegarmos a uma capacitação especial para o grupo de gestores. Desse modo, construímos um programa de desenvolvimento de líderes chamado de Gerente Delta Asun. Particularmente, esse curso foi um divisor de águas na minha carreira de capacitação para o varejo supermercadista, a qual se iniciava ali.

    O diretor da Rede Asun, Antonio Ortiz Romacho, era também diretor da AGAS – Associação Gaúcha de Supermercados, e propôs levarmos para a entidade uma capacitação voltada para resultados. Francisco Schimidt, Gerente Executivo da AGAS recomendou minha indicação ao presidente da entidade, sr. Antonio Cesa Longo. Com isso, a capacitação da AGAS (que era pioneira e já existia), me foi confiada em 2009 para que pudesse contribuir e profissionalizá-la ainda mais. Foi através da AGAS que me tornei conhecida no setor. Foi lá que obtive meus melhores contatos e onde fiz grandes amigos.

    Meu aprendizado é contínuo, e cada vez mais vejo o quanto somos parte de um todo. Tudo está conectado e temos especificidade por segmento, área, setor etc. Ou seja, ao mesmo tempo fazemos parte de uma cadeia de processos, de tarefas e de rotinas em que estamos ligados. Simultaneamente a isso, temos humanos como mola propulsora desta inter-relação.

    A AGAS me abriu portas e me contemplou na oportunidade de contato com mais humanos ligados a outras instituições de grande referência. Neste caminho, conheci o CTDE (Centro de Treinamento e Desenvolvimento Empresarial), seu fundador e CEO (sr. Clóvis e Fabiano Polese). A empresa tem foco voltado para atender demandas no varejo de bairro, assim aprendi a ter uma percepção mais aguçada sobre as necessidades e os comportamentos das pessoas ligadas a esse segmento especificamente. Também percebi que eles possuem linhas de atuação bem específicas para o varejo supermercadista de menor porte, o que dá espaço para uma humanidade aumentada nos serviços prestados no varejo. Essa amplitude de serviços oferecidos por essas e outras importantes bandeiras do varejo se complementam, e dá espaço para todos ligados a esta cadeia de suprimentos serem beneficiados sem exceção. Basta termos a mente aberta e o espírito coletivo, com isso crescemos e nos fortalecemos sempre.

    As mudanças na minha vida pessoal e profissional, como é comum acontecer na vida cotidiana, foram constantes e muito importantes. Assim, os movimentos dessa época lastrearam os frutos que colho até os dias de hoje. Encontrei o amor da minha vida, me casei, tive minha filha, Mariana, e junto com isso concluí minha faculdade com duas pós-graduações, sendo um mestrado em universidade espanhola. Hoje sigo trabalhando em consultoria de recursos humanos, RH estratégico, além de fazer palestras e cursos. Posso garantir que por onde passei, sempre foi tudo muito intenso, desafiador, incrível e ao mesmo tempo muito gratificante. E essa vivência justifica a minha iniciativa em escrever esta obra.

    Somos profissionais e buscamos atualização constantemente. Adequamos a nossa gestão e liderança ao longo do tempo e não será diferente nesta Era Digital. Somos peregrinos, e nossos trilhos estão lastreados na cultura humana, mesclada com bits e linguagens de um idioma diferente do que estamos acostumados. Vivemos com um ritmo exponencial, nossos ânimos estão frenéticos e às vezes parece que temos capacidade mental limitada. Somos humanos e precisamos cumprir a nossa missão como gestores de pessoas. Vamos dizer ao Universo da humanidade aumentada que daremos a ele a velocidade, a habilidade, a resposta cognitiva e emocional que ele exige, pois temos capacidade para isso.

    Desejo a você uma ótima leitura.


    1 Hoje, o Mercado Asun é a Rede Asun de Supermercados (asun.com.br):

    "A Rede Asun de Supermercados, que tem sede em Gravataí, está na quinta posição entre as 10 maiores redes

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1