O Governo da Justiça
De Nuno Garoupa
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Sobre este e-book
Nuno Garoupa
Nuno Garoupa é professor catedrático de Direito e co-director do Programa em Direito, Comportamento Humano e Ciências Sociais na Universidade de Illinois, Estados Unidos, e investigador associado do FEDEA (Madrid, Espanha). Foi professor na Universitat Pompeu Fabra (Barcelona, Espanha), na Universidade Nova de Lisboa, no IMDEA (Madrid, Espanha) e na Universidade de Manchester (Reino Unido). Foi também professor e investigador convidado nas escolas de Direito das Universidades de Stanford, Harvard, Berkeley, George Mason (Virgínia), Carlos III (Madrid), ACLE (Amsterdão) e FGV (Rio de Janeiro). Actualmente é membro do Conselho Científico e Cultural da Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS). A sua área de investigação é Direito e Economia (Law and Economics) e Direito Comparado. Autor de mais de setenta artigos publicados nas melhores revistas académicas da especialidade, nos últimos dez anos tem trabalhado no estudo da organização e governo da justiça. Recebeu o prémio da Comunidade de Madrid de investigação Julián Marías 2010 (Menos de 40 anos).
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O Governo da Justiça - Nuno Garoupa
I. Introdução
Em 2000, António Barreto organizou e editou o livro Justiça em Crise? Crises da Justiça, reunindo as opiniões de muitos sábios da justiça portuguesa. No prefácio, colocava-se a questão de saber se havia crise da justiça, se era apenas uma ou várias crises ao mesmo tempo e que reformas fazer. A grande maioria dos autores, muitos deles responsáveis da justiça portuguesa ao longo dos últimos trinta anos e ainda hoje no activo, explicavam que não havia realmente crise da justiça, ainda que talvez houvesse alguma crise pontual em certas áreas da justiça, geralmente decorrente de uma sociedade mais democrática e mais consciente dos seus direitos. As reformas apontadas pelos autores eram, em geral, as receitas habituais encontradas nos manuais da especialidade: mais recursos financeiros e humanos, mais juízes, mais meios alternativos para a resolução de conflitos, melhores regras processuais e mais consciencialização cívica conducente a um exercício responsável da cidadania.
Passados dez anos, ninguém hoje duvida da crise da justiça. Alguns dos males eram já então apontados: corporativismo nas magistraturas, falta de planeamento, avaliação e realismo legislativo, divórcio entre os tribunais e a sociedade, congestão com mais de um milhão de processos pendentes de uma decisão judicial. Estes males agravaram-se ao longo dos últimos dez anos por incompetência e desleixo governativo. A democracia portuguesa decidiu em 1976 que a justiça era um problema dos juízes e dos juristas. Arranjou uma fórmula fácil e desresponsabilizadora, a autonomia do poder judicial, uma solução que pode ser entendida como «eles que se entendam». O resultado é uma justiça em crise de ruptura, um Estado de direito democrático distorcido e a ausência de um plano de reformas estruturantes. Na verdade, a crise da justiça não é nem conjuntural nem passageira e resulta de três razões