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Inteligência artificial
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E-book113 páginas1 hora

Inteligência artificial

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Sobre este e-book

Somos a espécie animal mais inteligente que se conhece, produto de uma extraordinária evolução biológica com milhares de milhões de anos. Daí que não seja de estranhar que hoje queiramos ultrapassar os nossos próprios limites, criando sistemas que reproduzam comportamentos inteligentes de forma artificial. Em que ponto estamos nesta aventura? Será que algum dia esses sistemas irão superar a inteligência dos seus criadores? Devemos temê-los? Que papel podem desempenhar na evolução futura da espécie humana e na conquista do espaço? Este ensaio descreve, de forma acessível, o que é a inteligência artificial e a sua relação com a inteligência humana, assim como possíveis aplicações e implicações societais e económicas. Inclui uma perspectiva histórica e uma análise da situação actual da tecnologia. Reflecte sobre as possíveis consequências do desenvolvimento da inteligência artificial e convida-nos a projectarmos a nossa inteligência no futuro.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de jan. de 2019
ISBN9789898943323
Inteligência artificial
Autor

Arlindo Oliveira

Estudou no Instituto Superior Técnico (IST) e na Universidade da Califórnia, em Berkeley. Foi investigador no CERN, em Berkeley, na Cadence Design Systems e no INESC-ID. É actualmente presidente e professor do IST, onde lecciona e desenvolve investigação nas áreas de algoritmos, aprendizagem automática, bioinformática e neuroengenharia. É autor de mais de cem artigos científicos e de três livros, publicados em diversas línguas.

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    Inteligência artificial - Arlindo Oliveira

    Prefácio

    Este livro pretende ser uma suave introdução a um dos temas que mais interesse tem gerado na última década, e que se situa na fronteira entre diversas áreas científicas, entre as quais a Computação, a Matemática, a Psicologia, a Filosofia, a Biologia e a Medicina.

    A inteligência tem-se revelado uma propriedade difícil de caracterizar e de reproduzir e, ao longo das décadas, foram propostas muitas abordagens para atingir o objectivo de replicar, num computador, o comportamento inteligente que caracteriza cada um de nós. Diversos mecanismos, entre os quais a manipulação de símbolos, a aprendizagem a partir de exemplos e a emulação do cérebro humano, têm sido propostos como a forma mais eficaz para atingir o objectivo de replicar, num suporte digital, a versatilidade, a adaptabilidade e a robustez que o cérebro humano exibe ao processar informação. Tentei descrever e contextualizar estas diferentes abordagens, integrando-as no contexto histórico não só do desenvolvimento tecnológico, mas também da evolução da inteligência num contexto biológico.

    Ao contrário de outros livros, mais técnicos, onde abordei estas questões, este não contém nenhuma descrição de tecnologias ou fenómenos que exijam conhecimentos anteriores, nem inclui raciocínios matemáticos complexos que exijam formação avançada nesta área. Qualquer leitor interessado na temática, mesmo sem conhecimentos específicos de Engenharia, Física ou Biologia, pode usar este livro como ponto de partida para ficar a conhecer um assunto que é cada vez mais actual e importante, e para tentar obter as suas próprias respostas a uma pergunta fundamental: será possível replicar, num computador, o comportamento inteligente que caracteriza cada indivíduo da nossa espécie?

    No processo, espero que o leitor aprecie a viagem, que começa no passado distante e termina num possível futuro da espécie humana.

    Origens

    Há cerca de 14 000 milhões de anos, um evento único assinalou o início do tempo e do espaço. É difícil conceber um estado em que não existe tempo nem espaço, mas, tanto quanto sabemos, essa era a situação antes do Big Bang. No entanto, os cientistas conseguem saber, com grande precisão, quando esse evento aconteceu, decifrando os sinais deixados por essa explosão.

    Muito mais fácil é saber onde esse evento teve lugar: no exacto local onde o leitor está a ler este livro, e também em todos os outros locais do Universo actual. O próprio espaço que existe e nos é familiar foi criado pelo Big Bang. Este espaço expandiu-se, rapidamente a princípio, e mais lentamente nos milhões de anos que se seguiram.

    A ideia de que o espaço e o tempo foram criados por este evento, por contra-intuitiva que pareça, corresponde ao nosso melhor entendimento da natureza do Universo, sendo praticamente consensual entre todos os físicos e cosmologistas. Existem, é certo, teorias alternativas, mas a evidência a favor desta teoria é forte, e pouco contestada.

    Sabemos também que, durante milhares de milhões de anos após o Big Bang, se formaram corpos celestes por acção da gravidade, que levou a matéria a condensar-se na forma de planetas, estrelas, galáxias e enxames de galáxias. Algumas das estrelas explodiram, milhares de milhões de anos depois de se formarem. Neste processo criaram e dispersaram pelo espaço os diversos elementos químicos que constituem toda a matéria que conhecemos. Embora no espaço os elementos químicos hidrogénio e hélio constituam mais de 98 por cento de toda a matéria, muitos planetas são constituídos por uma variedade de elementos químicos, especialmente os pequenos planetas sólidos, como aquele que habitamos.

    Há cerca de 4600 milhões de anos formou-se o nosso Sol e, comparativamente pouco tempo depois, um pequeno planeta sólido, a Terra, que habitamos. Acredita-se que a vida na Terra nasceu pouco tempo depois (em termos geológicos) após a formação do planeta, há pelo menos 3800 milhões de anos, mas talvez há mais de 4300 milhões de anos. Os indícios mais antigos de vida descobertos até à data têm esta idade, mas é até possível que a vida seja mais antiga. Significa isto que, poucas centenas de milhões de anos após a formação do planeta, apareceram os primeiros sinais de vida.

    Ao princípio, e durante mais de 3000 milhões de anos, a vida na Terra era muito simples. Células isoladas, ou os seus precursores, inventaram a tecnologia necessária para se reproduzirem, a capacidade mais essencial de um ser vivo. Esta capacidade dos primeiros seres vivos para se duplicarem e produzirem a geração seguinte veio condicionar todo o futuro do planeta. Não se conhecem os primeiros mecanismos que foram usados pelos mais primitivos seres vivos para se reproduzirem. Porém, sabe-se que esses mecanismos, fossem quais fossem, permitiam duas funções fundamentais a esses nossos remotos antepassados: reprodução e evolução.

    O potencial para reprodução resulta da capacidade de todos os seres vivos para fazerem cópias de si mesmos e, nesse processo, criarem a próxima geração. Mas alguns outros sistemas também exibem alguma capacidade de reprodução. Por exemplo, muitos cristais crescem reproduzindo estruturas regulares, multiplicando-se desta forma. Porém, os cristais não dominaram o planeta (pelo menos este em que estamos) e os seres vivos

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