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Prefácio Desinteressantíssimo
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E-book84 páginas17 minutos

Prefácio Desinteressantíssimo

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Sobre este e-book

Prefácio Desinteressantíssimo é justamente uma introdução àquilo que virá em seguida. Mas o que virá, ninguém sabe, nem mesmo o poeta. O que se sabe até aqui, então? Que o modernismo é musa inspiradora dos versos rabiscados nessas páginas; que a poesia é simultaneamente atemporal e datada; que os anseios de um século atrás não raro se ramificam imponentes até hoje.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento12 de dez. de 2022
ISBN9786525433639
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    Prefácio Desinteressantíssimo - Natãnael Alves

    Delação

    Aos garçons que, desde antes até agora, me mantêm bêbado e desvairado

    À minha mãe por todos os nãos ditos até hoje

    Aos poetas, que evito nomear para me poupar de revisões futuras

    Ao dinheiro, que insiste em não parar dentro do meu bolso

    Ao talento fugidio, que não se permite estar diante ao lado dentro de mim

    Ao meu pai pelo Alfaiatezinho Valente

    Deixo aqui paga a gorjeta.

    E que o poeta sisudo e grave assuma

    Que é o verso desinteressantíssimo!

    Enquanto não houver quem por ele se interesse.

    — com sorte, falarão mal deste.

    "Não sei por onde vou

    Não sei para onde vou

    Sei que não vou por aí!"

    José Régio, em

    Cântico Negro.

    Inspiração

    Réquiem

    No princípio, era o verbo

    O verbo estava.

    O verbo era.

    No princípio, não havia pretérito-mais-que-perfeito

    Presentes do indicativo

    Futuros do pretérito.

    Sem primeiras, segundas, terceiras,

    Objetos, declinações, améns,

    Predicados, significantes...

    Significado.

    Não havia sujeito

    Nem Deus

    Nem princípio

    Uma derivação imprópria se movia sobre as águas.

    Viciado

    Não dá pra ser poeta sem um baseado

    Bolado em fatos

    Em mentiras

    Em si mesmo

    Noutrem

    No nada

    No tudo

    No mundo

    No Seu Raimundo

    Na Dona Maria

    Não dá pra poetar sem enrolar tudo isso

    E após acender diligentemente o cigarro com a lapiseira

    Baforar a lírica

    E soltá-la dos pulmões, esfumaçada de poesia.

    Saussurando

    Te vejo em cada muro

    No não claro e no nada escuro

    Nas

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