Amores & Sonhos
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Amores & Sonhos - Laudiceia da Silva
A beleza de um manequim
Se eu tivesse que escolher, não teria nenhuma dúvida.
seria infinita.
Só ter um corpo, esquecer a alma,
viveria só de vaidade, de ter beleza
e nada mais.
Para ficar exposta numa vitrine,
para que todos pudessem me admirar.
A espera
Saudade, fonte de desejo no eterno sondar.
pensamento numa miragem da lembrança
que ilumina a memória
por rumos que deslizam nessa imagem.
Essência do sonho que se avizinha
e vai se juntando a sentimentos
nos quais ressurgem a espera.
A esperança do existir
Enquanto eu existir hoje, vou lembrar o ontem
na esperança do amanhã, que ainda está por vir.
Diga-me se anda à procura, se é um passeio pelo tempo,
pela palma benta na medida.
Que serafins, na esperança, se demandam
nos deveres dos maiores dos apertos,
dispõem-se no santo paraíso dos deuses
ou das cidades procuradas
que guardam as imagens melancólicas
consagradas numa história inocente
contada entre trabalhos e regras montadas.
e se vão eternamente levando consigo como testamento
nas folhas resumidas, sem as et ceteras como firmamento.
A missão
Numa contínua e eterna missão
pela melancolia que vem surgindo constantemente
na alma num viver que não faz sentido,
no oásis desértico da tristeza que invade,
vai se aconchegando para ocupar o espaço sonhador,
numa felicidade-miragem.
A procura 1
Nas lamúrias do vento que cortam o espaço
se ouvem os lamentos
que no tempo rugem das lembranças perenes
que ecoam tristonhas
cortando os rochedos tormentos.
Vagueando sem rumo se vão à procura de alento.
Esbarrando nas buscas se perdem
nos impetuosos mistérios do descontento.
A procura 2
Procuro um caminho na imensa escuridão
em que a noite nunca termina.
Procuro, como um desatino, uma saída
para seguir nessa estrada dos descaminhos
que me leve a um destino
pelo intocado infinito como firmamento.
A procura-lamento
O que procura na perfeita pureza
que manifesta como provimento.
convictas e aparentes atitudes
nos momentos dessa busca permanente.
justamente sem deixar laços que aprisionam
ou abismos que enterram
tampouco encruzilhadas para confundir.
mas sempre na determinada convicção das promessas
que se comprimem
e firmam a recompensa por sacramento
e vão transformando aquele que considera
tola a espécie de viver sempre a se lamentar.
Na procura
Na procura do eu, deixei meu coração me guiar.
me inspirei em minha intuição.
Segui por caminhos inversos,
em uma busca,
tentando encontrar
os meus próprios sentimentos.
Prisioneiro
Ser prisioneiro do amor compensa
e vai fazendo do passado aquisição.
Não dá desconto ao tempo.
recomeço lembrando
que é a esperança quitação.
A sinceridade
O que importa é ver a sinceridade no pranto.
O beijo que é afloração da mocidade,
ingenuidade da esperança.
Na inspiração aos sonhos anelos,
mesmo sabendo que o coração vive a esperar
um amor mais regalado
sem as mágoas que provam a alma.
Dando prazer às lembranças
que o passado traz como verdades.
De onde vem a saudade daqueles momentos de nostalgia?
A sombra que acompanha a vida
Em uma contínua sombra
que vai acompanhando a vida,
o tempo conduz a espera,
que percorrendo se apega às lembranças, memórias,
como paredes que guardam sonhos traçados,
ficam repousados dentro de um passado moribundo,
em silêncio.
A eterna dor,
tentando se alimentar dos vestígios como resposta.
mesmo sem ter argumento,
vai guardando seus últimos suspiros,
numa louca esperança pra voltar a viver.
A voz do coração
Escuta! - falou a voz do coração de repente –
dos caminhos já traçados
começam a surgir gigantes
que antes estavam adormecidos.
Acordam e voltam a confundir
o desesperado desejo
e fazem brotar as chamas já apagadas.
Se acendendo, transformam em labaredas,
que em momentos vestem roupagens alheias,
e vêm trazendo o grande vazio das tantas buscas
que ficaram confusas,
só contemplando a enganosa vida distorcida.
e esse quão misterioso consegue
trazer das muitas revelações
que por medo estavam trancadas.
Abraços
Enfim, queridos saudosos,
que chegam buscando abraços
na espera de um reencontro atrasado,
tentando consertar o passado
do desconserto dos sentimentos eloquentes
fazer-se entendidos.
Abrupta recepção
Nessa luta travada
para alcançar com suadas marcas suspensas
que vêm dos mistérios, teimosamente,
na busca se espreitando,
tentando participar onde se deixa entrar
a agonia pairando com os acontecimentos
conseguindo se juntar
enquanto rodopia a imaginação
quase chegando se resplandece
em um cúmplice abraço
na grande afetuosa e imaginária recepção.
Afagar das tristezas
Quando as lágrimas vêm para afagar a tristeza,
fecho os olhos e as deixo lavarem a minha alma.
Aflição
Suspiro cingido nos perigos em aflição
num remoer incapaz
que quase sufocado se adentra
acompanhando a trama,
com placidez e dignidade,
sente o amargor nos embargados
soluços de amor desatinados de saudade
tomando consciência
de uma ausência que simplesmente vai dominando o viver.
Agonia de um viver
Como ventos incessantes,
assim é o meu caminhar e o meu deitar.
Ao som das batidas que rondam meu coração
a expressar a agonia
da mais pura solidão.
Sem poder falar, nem gritar
ou nem mesmo estar perto
num toque cego da paixão
que, mesmo sem ser toque,
vai como o vento,
aquele vento sereno que passa levando a dor
só deixando a brisa fria
pra lembrar daqueles loucos momentos.
Aliados
Como aliados,
constituídos na luta secretamente agrupados.
Como triunfo,
trazem guardadas as implacáveis e misteriosas,
mas cunhada que aos outros parecem serena
vontade naquele vácuo
que mistura como se fossem de fartura
onde encobrem homens sem medo
que encobertam por redenção a eterna corrupção.
Alunos da vida
No passado, os mestres diziam que para aprender
é preciso muita geometria.
Mesmo hoje sabemos o legado
do entender que é a ética.
Mesmo sabendo que na prática tudo é loucura,
uma coisa é saber que ser sábio é uma tortura.
Amar
Amar é sonhar com a fantasia.
Amar é viver na ilusão.
É morrer matando os sonhos
na traição que ilude a fantasia.
Amizade traiçoeira
Contar um conto de saudade
que resiste ao passar do tempo.
Tudo o que reflete e consiste
só em pensamento unindo num passado
ao agora de um frio cruciante
lembrando das horas omissas e passageiras
num carrilhão de tormentos da linda amizade segura
que volta