Favela no Divã III: Polissemia do Aglomerado Subnormal
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Favela no Divã III - Marcelo Barbosa
Prefácio
Joãozinho Trinta, inesquecível carnavalesco carioca, imortalizou a frase: O povo gosta de luxo; quem gosta de miséria é intelectual
. Citou a frase dos anos 70 para comentar o contexto do pra lá de polêmico desfile da escola de samba Beija-Flor de Nilópolis, em 1989, em que a imagem do Cristo desfilou coberta com lona preta, cercada de passistas vestindo farrapos. Protestavam contra o luxo visual e a miséria intelectual que caracterizavam os desfiles de carnaval e, por extensão, a sociedade contemporânea. Não ganhou o primeiro lugar, mas, em compensação, ninguém esquece o que ele fez no sambódromo, ao mesmo tempo em que ninguém se lembra qual foi a escola campeã daquele ano. Irônico, como a vida – e este livro.
Não é segredo para ninguém que favela é sinônimo de pobreza e sujeira. Em qualquer uma delas, o visitante verá abundância de cachorros vira-latas sujos, crianças com nariz escorrendo e lixo, convivendo harmoniosamente. Miséria, na exata acepção da palavra. Entretanto, a favela exerce um fascínio inexplicável entre os intelectuais de todos os matizes e ideologias. Filósofos, historiadores, psicólogos, linguistas, escritores e, sobretudo, sociólogos têm, na favela, objeto inescapável de estudo e fascínio. Mas é na arte que esse encantamento revela sua nudez. Ali, ela é retratada quase sempre de modo belo e romântico, como se sua crueza não fosse vil.
Ai, barracão / Pendurado no morro / E pedindo socorro / À cidade a seus pés /
Vai, barracão / tua voz eu escuto / Não te esqueço um minuto
Porque sei quem tu és / Barracão de zinco / Tradição do meu país
Barracão de zinco / Pobretão, infeliz.
Essa música foi o maior sucesso da inesquecível Elizeth Cardoso, que, com o Zimbo Trio e Jacob do Bandolim, gravou a composição de Luís Antônio e Oldemar Magalhães. Essa linda canção, que fez parte do repertório de cantores renomados como Nelson Gonçalves, Beth Carvalho, Ná Ozzetti, Zeca Pagodinho e outros, aponta para a dura realidade da favela, mas de modo comovente e poético. O pedido de socorro à cidade passa despercebido, em meio à inegável beleza da poesia da letra e da harmonia musical.
Outro exemplo clássico de como a música retrata a pobreza da favela com incontestável graça e leveza é Chão de Estrelas
, imortalizada na voz de Nelson Gonçalves, entre vários outros cantores do quilate de Cauby Peixoto e Fagner:
Minha vida era um palco iluminado / Eu vivia vestido de doirado
Palhaço das perdidas ilusões / Cheio dos guizos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia / Entre as palmas febris dos corações
Nosso barracão