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Seleta - Por pior que pareça
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Seleta - Por pior que pareça
E-book99 páginas2 horas

Seleta - Por pior que pareça

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Sobre este e-book

Seleta traz os melhores contos de Marcelino Freire - um dos escritores brasileiros mais celebrados da atualidade - selecionados especialmente pelo autor.
Marcelino Freire é sujeito agreste, escritor de letras quentes. Tornou-se um dos nomes mais importantes da literatura brasileira contemporânea ao fazer sua voz carregada de sotaque soar universal. A oralidade de sua obra é marcante, ecoante; mais do que ouvir as palavras escritas, o leitor é guiado por uma cadência de fala. Há ritmo em cada frase. A polifonia é tamanha e tão bem conduzida, que é como se Marcelino fosse um escritor-maestro.
É maestria mesmo o que temos aqui. Marcelino é mestre. Escreve magistralmente. Chega a ser emocionante lê-lo. Cada livro seu. Ter os contos de Marcelino reunidos em uma Seleta nos faz enxergar, e até ouvir, a solidez de sua trajetória grandiosa. É como se o menino nordestino - que, quando era flagrado escrevendo, ouvia coisas como "De onde tu tira isso? Do teu juízo? Onde já se viu?!" - tivesse construído seu próprio chão de palavras.
Esta Seleta - Por pior que pareça reúne contos de seus livros Angu de sangue, BaléRalé, Contos negreiros, Rasif, Amar é crime e Bagageiro. A seleção foi feita pelo próprio autor, a pedido da editora. O que, para Marcelino Freire, foi um minucioso exercício de revisitação, para o leitor e a leitora é uma forma resumida de acesso a grandes contos de um dos nossos maiores prosadores.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de nov. de 2021
ISBN9786558470625
Seleta - Por pior que pareça

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    Seleta - Por pior que pareça - Marcelino Freire

    Marcelino Freire. Seleta. José Olympio.Marcelino Freire. Seleta.

    1ª edição

    José Olympio

    Rio de Janeiro, 2021

    © Marcelino Freire, 2021

    Xilogravura da capa: Ciro Fernandes

    CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

    SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

    F934s

    Freire, Marcelino

    Seleta [recurso eletrônico]: por pior que pareça / Marcelino Freire. – 1. ed. – Rio de Janeiro: J.O, 2021.

    recurso digital

    Formato: epub

    Requisitos do sistema: adobe digital editions

    Modo de acesso: world wide web

    ISBN 978-65-5847-062-5 (recurso eletrônico)

    1. Contos brasileiros. 2. Livros eletrônicos. I. Título.

    21-74120

    CDD: 869.3

    CDU: 82-34(81)

    Leandra Felix da Cruz Candido – Bibliotecária – CRB-7/6135

    Todos os direitos reservados. É proibido reproduzir, armazenar ou transmitir partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito.

    Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

    Reservam-se os direitos desta edição à

    EDITORA JOSÉ OLYMPIO LTDA.

    Rua Argentina, 171 – 3º andar – São Cristóvão

    20921-380 – Rio de Janeiro, RJ

    Tel.: (21) 2585–2000.

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    Atendimento e venda direta ao leitor:

    sac@record.com.br

    ISBN 978-65-5847-062-5

    Produzido no Brasil

    2021

    Para Bi.

    Escreve a mão.

    E a mão joga fora.

    SUMÁRIO

    Nota da editora

    Umas palavrinhas

    Muribeca

    Belinha

    Homo erectus

    Darluz

    A volta de Carmen Miranda

    Papai do céu

    A sagração da primavera

    Trabalhadores do Brasil

    Solar dos príncipes

    Linha do Tiro

    Coração

    Totonha

    Da paz

    Amigo do rei

    Júnior

    Meu último Natal

    União civil

    Nóbrega

    Ensaio sobre a prosa

    Ensaio sobre a educação

    Ensaio sobre o teatro

    Obras nas quais os contos deste livro foram originalmente publicados

    Nota da editora

    A Editora José Olympio, a mais tradicional do Brasil, teve papel fundamental na constituição da literatura nacional. Mais do que ter publicado os maiores escritores de nossa história, a editora atuou como um celeiro de novos nomes, além de ter funcionado como um local de célebres encontros ao ser também uma livraria. Fundada em 29 de novembro de 1931, a Casa — como a José Olympio era chamada por Carlos Drummond de Andrade e outros gigantes — completa 90 anos no mês de lançamento desta Seleta.

    Marcelino Freire, um dos escritores mais importantes da atual literatura brasileira, é dono de uma obra consistente, inovadora, originalíssima. Um escritor premiado, celebrado, que não se esconde atrás do papel ou do recolhimento da escrita. Muito pelo contrário, Marcelino é um agitador cultural. Movimenta as estruturas do cenário literário brasileiro ao promover eventos, festivais, encontros e cursos. Marcelino é uma peça-chave na literatura nacional contemporânea. Sua obra merece ser estudada e reverenciada.

    Entre as várias coleções lançadas pela José Olympio ao longo de sua história, merece destaque a Coleção Brasil Moço, dirigida por Paulo Rónai nos anos 1970. A coleção era composta de seletas dos maiores nomes contemporâneos, visando ao público estudantil ao reunir o melhor de cada autor ou autora em um só livro. A capa dos livros da coleção destacava o nome do escritor selecionado, um desenho que evocava o universo ali retratado e, como título, indicava apenas "Seleta". Com essa inspiração, encomendamos para este volume uma xilogravura do grande artista Ciro Fernandes, ambientado ao universo bodejante, agreste, de Marcelino.

    A ideia de publicar a Seleta de Marcelino Freire vem não só da vontade de revisitar a história da editora, mas principalmente de homenagear a trajetória desse importante autor da Casa. Marcelino é dono de um estilo único, de uma prosa poderosa recheada de oralidade. Há muito ritmo e personalidade em suas frases. A cadência de seu texto ecoa nos leitores e leitoras mesmo após o fim da leitura. Se cada um dos tantos títulos publicados por Marcelino Freire tem sua notável relevância, publicar uma Seleta que reúna o melhor de sua obra é dimensionar sua importância. E é de impressionar ver tudo assim reunido. Fica evidente que Marcelino é um dos maiores prosadores de nosso tempo.

    A convite da José Olympio, o próprio autor selecionou os contos da Seleta. O resultado é um livro-espelho, um retrato íntimo, profundo, de Marcelino Freire. Ao enviar o texto para a editora, Marcelino, bem a seu modo gaiato, anunciou: "Segue minha Seleta, Por pior que pareça."

    E assim sua Seleta ganhou subtítulo, Por pior que pareça.

    Editora José Olympio,

    novembro de 2021 —

    ano do 90º aniversário desta Casa

    Umas palavrinhas

    Ô menino para escrever certas coisas. De onde tu tira isso? Do teu juízo? Onde já se viu?

    Totonha foi escrito ainda no Recife. Ficou guardado um tempo.

    Muribeca é dessa época também. Pensei no poeta Miró da Muribeca. E no bairro lá de Jaboatão dos Guararapes.

    Belinha é o conto do qual mais gosto. Tem uma interpretação dele, na tv, feita por Walmor Chagas.

    Muito conto ficou de fora. São muitos os filhos de Darluz. Não tem espaço. Não escolhi aqui os melhores. Só alguns daqueles que as pessoas mais pedem para eu ler, falar sobre.

    Os mais encenados também. Da paz virou um conto da atriz Naruna Costa. E de tantas outras atrizes que me escrevem pedindo para fazer. Ainda dói.

    Homo erectus foi um aviso. Conto de temática gay não. Ninguém está cagando aqui, tá me ouvindo bem? Meu território é, sim, plural e colorido.

    Vêm assim, nesta militância, nesta mesma contradança os cantos, cirandinhas, improvisos intitulados A sagração da primavera, A volta de Carmen Miranda, Coração, Júnior, Amigo do rei, "Papai do céu, União civil, Nóbrega".

    Esse Nóbrega ninguém pediu. Eu que gosto. Por pior que pareça. E as coisas têm piorado muito. Desde Meu último Natal. É só dar uma circulada por aí. A cada dezenove horas uma pessoa lgbtqia+ é morta no país.

    Linha do Tiro é um bairro do Recife. Uma linha de ônibus também. Onde a narrativa acontece.

    Quem te ensinou essas coisas, doido? Eta menino alesado! O que tanto tu olha para o telhado?

    Essas misturas de falas são o que mais faço. Acho que esse meu jeito de prosear está costurado no Ensaio sobre a prosa. O

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