Contos de Oniro
De Oniro
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Contos de Oniro - Oniro
Dedicatória
Poucos souberam deste projeto antes de ele estar finalizado, sintam-se especiais por isso.
E aos que adquiriram esta obra, espero causar-lhes emoções tão fortes quanto as que senti escrevendo.
Agradecimentos
Um agradecimento especial à minha mãe, que mesmo morrendo de medo, me apoiou a concluir este sonho.
Prefácio
O quão longe você conseguiria correr, ou quão alto conseguiria gritar? Enquanto estiver lendo os contos a seguir, pergunte a si mesmo: o que eu faria? Até onde iria? E o principal — quantos começos parecidos você já viveu?
O primeiro
Já se passam das dez badaladas e a noite se perpetua lá fora, infinita e bela. Eu a observo da janela, enquanto ao meu lado o fogo de uma vela solitária dança ao vento e ilumina os meus olhos. Não sei há quanto tempo estou aqui, e nem há quantos dias sigo a mesma rotina.
Fico ali, debruçada, observando algo que não sei bem descrever o que é, uma forma quase humana, que se mantém ali todas as noites, olhando-me enquanto atira pedras na minha janela.
Na primeira noite, me assustei com o barulho das pedrinhas. Quando olhei lá fora, o vi ao longe, como se quisesse me dizer algo, mas não conseguindo gritar.
Desde então, todas as noites quando fico sozinha, os pequenos fragmentos ressoam no vidro, me chamando para observá-lo.
Porém nesta noite algo mudou: ele está segurando algo que, ao contrário dele, não possui uma forma muito bem definida. O que está em sua mão é tão real quanto os meus próprios olhos. Ele o suspende pela perna, e sinto que aquilo parece já estar morto. Trata-se de um corpo e dele observo surgir um segundo vulto, que sai correndo quando vê o cadáver dilacerado.
Ele solta o corpo e vai atrás daquilo que fugiu.
Pouco depois, uma carroça passa pela estrada. Os cavalos ficam alvoroçados e param de repente. O cocheiro desce e, ao ver um corpo jogado na grama, grita de susto. De longe o escuto chamar por um nome, que parece ser o meu, ou talvez tenha sido algum dia.
De manhã, quando acordo, desligo o ventilador. Mesmo na velocidade máxima, sempre acordo suada. Abro a minha janela e vejo o sol nascendo entre os prédios. Volto para a cama, pego um caderno e folheio as páginas cheias de nomes. Escrevo mais um ali: Lucile.
Fecho o caderno, o coloco embaixo da cama, olho para a poltrona ao lado e ele está lá sentado, imutável.
Eu o olho, com a mesma face de todas as manhãs, e pergunto:
— Qual história você me contará esta noite?
O segundo
Já ouviu os seus gritos de desespero? Já os ouviu chorar durante a noite? Ou, em um dia de rolê, viu algo inacreditável que todos simplesmente ignoraram?
Saiba que, por mais que as pessoas ao redor não saibam o que você vê, ou simplesmente não acreditem, eles sabem que são vistos, sabem que você os sente se aproximando, por isso, vêm até você, seja pedindo ajuda ou para pregar peças... E em quantas peças você já caiu? Em quantas te colocaram como personagem?
Não fique louco, acredite, não vale a pena e não resolve nada, mas abandone a lucidez, abandone tudo o que te ensinaram. Você está em águas não mapeadas, e monstros marinhos o perseguem, mergulhados entre a realidade e a sua percepção.
Não que precisem de você para existir, mas o que mais fariam além de te acompanhar?
Você não conhece o tédio de mil anos, não sabe quantos anos cabem em um segundo quando se está no limbo. Então não se desespere, agora você é um simples PASSATEMPO!
O terceiro
A festa está bem mais louca do que eu imaginava. Quando os