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Índice Cronológico da História do Brasil: De 1500 a 1849
Índice Cronológico da História do Brasil: De 1500 a 1849
Índice Cronológico da História do Brasil: De 1500 a 1849
E-book147 páginas1 hora

Índice Cronológico da História do Brasil: De 1500 a 1849

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Diz o Dr. Agostinho Malheiro neste livro:“ Pesa-nos dizê-lo, mas é força confessar: o país acha-se profundamente desviado dos únicos verdadeiros princípios da sã moral. Por todas as classes da sociedade, com honrosas exceções, tem lavrado os três grandes males que entre nós hão feito desprezar a observância religiosa dos princípios do dever da consciência e dos da moral cristã, únicos capazes de conduzir à verdadeira felicidade os homens e as Nações.O egoísmo, sufocando todos os deveres e considerações e fazendo predominar tão somente a individualidade pessoal em todas as relações, é o maior mal que hoje pesa sobre a nossa sociedade e por ele são sacrificados todos os deveres morais e sociais.Por outro lado, as paixões políticas, de todas a mais cega, frenética e embriagadora, arrastam como uma torrente impetuosa os homens aos maiores desvarios; fá-los calcar aos pés todas as leis, todos os deveres, todas as considerações para conseguirem o triunfo de seus às vezes pretendidos e tresvariados princípios. Elas têm dividido a Nação, levado a cizânia às famílias, inimizado pais e filhos, os próprios irmãos entre si, enfim, tem trazido ao país os maiores males que sobre ele pesam.A esses dois males, junta-se ainda o patronato mais escandaloso em todos os ramos da organização social. Homens de mérito e de independência de caráter, que não se sujeitam nem se aviltam a andar rastejando quais vermes desprezíveis, são inteiramente esquecidos e, ainda em concorrência com outros de muito inferior capacidade, são preteridos, se lhes falta o forte escudo dessa nova potência intitulada empenho (NE: indicações?), sofrendo com isso muito e muito a pública administração. Esse cancro terrível tem penetrado até no augusto santuário da Justiça.Esses três gravíssimos males têm profundamente corroído a nossa sociedade e ameaçam-nos de morte ou de uma revolução tal que, abalando-a em seus alicerces e revolvendo-a em uma fervura geral, os faça desaparecer, restituindo-nos a um estado capaz de trazer-nos a felicidade.(...)Lendo esse pequeno trecho do livro, o leitor possivelmente reconhecerá uma crítica ao nosso atual estado moral. O país se ressente desses males, da mesma forma como se ressentia deles em... 1850. Cento e setenta e três anos depois, nada mudou? Como, se já naquele tempo sabia-se que esses males afetavam grandemente a felicidade da população que, naquele ano, contava com um número estimado de... 7 a 8 milhões de habitantes.E o que dizer deste outro trecho?Que educação pode receber um menino ou um mancebo que tem por professor um estúpido, ignorante ou um bêbado, imoral, vicioso, incivil? Que sentimentos de boa moral e religiosos pode com tais exemplos receber a mocidade? Que sólida instrução receber de um professor preguiçoso ou sem método de ensinar ou que fala de maneira a não se lhe poder ouvir uma só palavra? Para ser professor, desde as primeiras letras até os estudos superiores, exigem-se muitas qualidades reunidas que nem todos possuem: não é bastante ter grande instrução, é preciso ter bons sentimentos morais e religiosos; saber exprimir-se com método e clareza; não basta ter talento, é preciso não ter preguiça de estudar para ir sempre acompanhando o progresso da ciência. — Não queremos com isso ofender a pessoa alguma, apenas notamos que há muitos que não estão no caso de serem professores por lhes faltarem as qualidades para isso e que, a continuarem as coisas nesse estado, é um gravíssimo mal.Concorda? Essa era a visão de um homem consciente há... 170 anos. Por que não chegamos ainda a esse ponto almejado e o país permanece “deitado eternamente em berço esplêndido”?Avançamos, é preciso reconhecer isso, mas como antigos males permanecem até hoje sem resposta? Por que os problemas atuais não são vistos como uma doença crônica que se instalou no seio de nossa sociedade e cujo tratamento vem sendo ignorado ou tratado com paliativos ao sabor da moda da época e nunca encarados como a marca registrada de um povo que vem errando des
IdiomaPortuguês
Data de lançamento20 de jan. de 2023
ISBN9781526072719
Índice Cronológico da História do Brasil: De 1500 a 1849

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    Índice Cronológico da História do Brasil - L P B Edições

    POR QUE CONHECER A HISTÓRIA?

      Diz o Dr. Agostinho Malheiro neste livro:

    Pesa-nos dizê-lo, mas é força confessar: o país acha-se profundamente desviado dos únicos verdadeiros princípios da sã moral. Por todas as classes da sociedade, com honrosas exceções, tem lavrado os três grandes males que entre nós hão feito desprezar a observância religiosa dos princípios do dever da consciência e dos da moral cristã, únicos capazes de conduzir à verdadeira felicidade os homens e as Nações.

      O egoísmo, sufocando todos os deveres e considerações e fazendo predominar tão somente a individualidade pessoal em todas as relações, é o maior mal que hoje pesa sobre a nossa sociedade e por ele são sacrificados todos os deveres morais e sociais.

      Por outro lado, as paixões políticas, de todas a mais cega, frenética e embriagadora, arrastam como uma torrente impetuosa os homens aos maiores desvarios; fá-los calcar aos pés todas as leis, todos os deveres, todas as considerações para conseguirem o triunfo de seus às vezes pretendidos e tresvariados princípios. Elas têm dividido a Nação, levado a cizânia às famílias, inimizado pais e filhos, os próprios irmãos entre si, enfim, tem trazido ao país os maiores males que sobre ele pesam.

      A esses dois males, junta-se ainda o patronato mais escandaloso em todos os ramos da organização social. Homens de mérito e de independência de caráter, que não se sujeitam nem se aviltam a andar rastejando quais vermes desprezíveis, são inteiramente esquecidos e, ainda em concorrência com outros de muito inferior capacidade, são preteridos, se lhes falta o forte escudo dessa nova potência intitulada empenho (NE: indicações?), sofrendo com isso muito e muito a pública administração. Esse cancro terrível tem penetrado até no augusto santuário da Justiça.

    Esses três gravíssimos males têm profundamente corroído a nossa sociedade e ameaçam-nos de morte ou de uma revolução tal que, abalando-a em seus alicerces e revolvendo-a em uma fervura geral, os faça desaparecer, restituindo-nos a um estado capaz de trazer-nos a felicidade. (...)

      Lendo esse pequeno trecho do livro, o leitor possivelmente reconhecerá uma crítica ao nosso atual estado moral. O país se ressente desses males, da mesma forma como se ressentia deles em... 1850. Cento e setenta e três anos depois, nada mudou? Como, se já naquele tempo sabia-se que esses males afetavam grandemente a felicidade da população que, naquele ano, contava com um número estimado de... 7 a 8 milhões de habitantes.

      E o que dizer deste outro trecho?

    Que educação pode receber um menino ou um mancebo que tem por professor um estúpido, ignorante ou um bêbado, imoral, vicioso, incivil? Que sentimentos de boa moral e religiosos pode com tais exemplos receber a mocidade? Que sólida instrução receber de um professor preguiçoso ou sem método de ensinar ou que fala de maneira a não se lhe poder ouvir uma só palavra? Para ser professor, desde as primeiras letras até os estudos superiores, exigem-se muitas qualidades reunidas que nem todos possuem: não é bastante ter grande instrução, é preciso ter bons sentimentos morais e religiosos; saber exprimir-se com método e clareza; não basta ter talento, é preciso não ter preguiça de estudar para ir sempre acompanhando o progresso da ciência. — Não queremos com isso ofender a pessoa alguma, apenas notamos que há muitos que não estão no caso de serem professores por lhes faltarem as qualidades para isso e que, a continuarem as coisas nesse estado, é um gravíssimo mal.

      Concorda? Essa era a visão de um homem consciente há... 170 anos. Por que não chegamos ainda a esse ponto almejado e o país permanece "deitado eternamente em berço esplêndido"?

      Avançamos, é preciso reconhecer isso, mas como antigos males permanecem até hoje sem resposta? Por que os problemas atuais não são vistos como uma doença crônica que se instalou no seio de nossa sociedade e cujo tratamento vem sendo ignorado ou tratado com paliativos ao sabor da moda da época e nunca encarados como a marca registrada de um povo que vem errando desde o princípio da nação?

      O autor arrisca algumas conclusões, remontando nossos erros atuais à colonização e os primeiros colonizadores. A escravidão estabeleceu um princípio de tratamento desumano que se estendeu às relações pessoais como um todo, na forma de uma postura autoritária e desumana que alcançava o seio das próprias famílias. O senhorio persiste até hoje, principalmente nos Estados menos avançados. Depois, quando a lavoura precisava de mão-de-obra, os imigrantes que para cá vinham não viam com bons olhos essa atividade, preferindo outras mais amenas que lhes provessem o sustento.

      Essas e outras são observações do autor em 1850. Há 170 anos tínhamos o diagnóstico dos problemas, mas jamais se buscou a cura. O que se vê, ao longo da Cronologia do autor, é uma sucessão de nomes buscando fama e poder a qualquer custo, envolvendo a população em aventuras que nada tinham de salvadoras.

      Fatos históricos vão se sucedendo ao longo do livro, da mesma forma que desfilam figuras mesquinhas de nossa história que provocaram tragédias e heróis desconhecidos ou esquecidos que deram seu sangue pela construção de uma nação que, até hoje, como verdadeira nação, ainda não se consolidou.

      Nesta obra aparentemente displicente, Agostinho Malheiro traça um painel amplo que nos permite conhecer um pouco mais de nossa História e, o mais importante, refletir sobre o que somos e o que desejamos ser; onde estamos e aonde pretendemos chegar; o que deixamos de fazer e o que podemos fazer.

      Diante disso, repito a pergunta e deixo a resposta por conta do leitor:

    Por que conhecer a História?

    O Editor

    AGOSTINHO MARQUES PERDIGÃO MALHEIRO

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    Agostinho Marques Perdigão Malheiro (05/07/1824 — 03/07/1881) foi jurisconsulto, escritor, historiador brasileiro, fidalgo da Casa Imperial, Cavaleiro da Ordem de Cristo e Comendador da mesma Ordem pelo decreto imperial de 30 de janeiro de 1866. Bacharelou-se em letras pelo Imperial Colégio de D. Pedro II, no Rio de Janeiro, passando a advogar em 1850. Foi também doutor em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil e do Instituto dos Advogados Brasileiros.

    DEDICATÓRIA

    A MEU PAI.

    Dignai-vos aceitar a exígua oferta que em pública e solene prova de minha eterna e sincera gratidão ouso fazer-vos.

    Tudo vos devo, a vida, a educação, a posição que ora tenho na sociedade.

    E vós não ignorais os sacrifícios que essa educação vos tem custado.

    Aceitando a insignificante oferenda que vos faço, permiti que com o vosso nome eu a ampare e resguarde, assim como vós me amparastes desde a infância até a atualidade.

    A produção que vedes constitui as primícias da seara que com tanto zelo fizestes cultivar. Mais um título para vos ser ela exclusivamente oferecida.

    Não possuo cabedais, além da educação que me destes; dela procurei colher um fruto que vos ofertasse em sinal de meu reconhecimento.

    Ei-lo; aceitai-o e protegei-o, que eu serei feliz.

    Respeitoso beija as vossas mãos

    Vosso filho e amigo

    Dr. Agostinho Marques Perdigão Malheiro.

    AO LEITOR

    Em o Jornal do Comércio de 13 do fevereiro do ano próximo passado, fizemos publicar o seguinte:

    ATLAS CRONOLÓGICO DOS FATOS MAIS NOTÁVEIS DA HISTÓRIA DO BRASIL DESDE 1500 ATÉ 1848, INCLUSIVE.

    «Tal é a primeira produção que pretendemos dar ao prelo... A obra constará de sete mapas: — No 1.º se acharão os fatos mais memoráveis da história do Brasil no século dezesseis; no 2.º, os do século dezessete; no 3.º, os do século dezoito. Os quatro últimos darão os do século dezenove na ordem seguinte: — o 1.º, desde 1800 a 1822; o 2.º, desde 1822 a 1831; o 3.º, desde 1831 a 1840; e o 4.º, desde 1840 a 1848.

    «Foi este o sistema mais claro e sucinto que excogitamos de escrever a história com algum proveito para os que a lerem; porque desse modo o leitor terá diante dos olhos em um só quadro a narração histórica dos fatos que mais avultam e sobressaem e que não devem ser ignorados de Brasileiro algum, sobretudo daqueles que se consagram à vida literária, política, etc.

    «A base do nosso método de escrever é, como se vê, a divisão cronológica em séculos". Assim dividimos a história do Brasil em quatro séculos: — A dos três primeiros, isto é, dos séculos dezesseis, dezessete e dezoito, pôde ser escrita cada uma em um só mapa; de maneira que no 1.º mapa o leitor tem debaixo dos olhos o que de mais notável se passou no século dezesseis; do mesmo modo, no 2.º mapa o do século dezessete e no 3.º, o do século dezoito.

    «Mas para o século dezenove, não sendo possível escrever todos os fatos em um só mapa, foi indispensável fazer divisões. Para esta subdivisão tomamos por base as épocas históricas. Assim, compreendendo os quatro últimos mapas a história desde 1800 a 1848, o 1.º começa em 1800 e termina em meados de 1822; o 2.º começa em 7 de Setembro de 1822 (época gloriosa da proclamação da Independência, em virtude da qual o Brasil se constituiu Império livre sob o governo de seu magnânimo fundador, o Senhor D. Pedro I) e termina em 7 de Abril de 1831 (época em que teve lugar a abdicação, findando desse modo o governo do primeiro Imperador); o 3.º começa no mesmo dia 7 de Abril (época em que pela abdicação ficou o Brasil sob o governo de uma regência em nome do segundo Imperador) e termina em 23 de Julho de 1840 (época em que pela proclamação da maioridade do mesmo Senhor cessou a Regência); o 4.º, finalmente, começa em 23 de Julho de 1840 (época em que começou o governo do segundo Imperador, o Senhor D. Pedro II) e termina em 31 de Dezembro de 1848.

    «Por esta exposição, vê-se quanto tempo e trabalho deve necessariamente ter consumido uma obra destas. E, com efeito, não nos temos poupado a fadigas

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