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A Verdade Sobre as Bruxas
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A Verdade Sobre as Bruxas
E-book183 páginas4 horas

A Verdade Sobre as Bruxas

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Sobre este e-book

Estudar o passado é entender o presente e antecipar o futuro. Você já deve ter lido isso com essas ou outras palavras. Alguns dirão: o que passou, passou. Não volta mais. Ledo engano. O passado se repete no presente, ainda que com outras roupas, e se repetirá no futuro, certamente com roupagem nova, mas ocorrerá fatalmente. Isso porque a natureza humana não muda, é escrava de sua ignorância e se deixa iludir por engodos e novos nomes para coisas antigas e repetitivas.A expressão “caça às bruxas”, além de ter um conteúdo histórico, nomeia um evento que vem se repetindo ao longo da História da Humanidade. Sempre que uma perseguição é identificada, surge uma nova “caça às bruxas”. Estamos em dezembo de 2022, no Brasil, país democrático da América do Sul, em um momento histórico para o país, e vemos, com vergonha e medo, a repetição de mais uma caça às buxas. Substitua “bruxa” por “vacina” ou “fake news” e entenderá a caçada. Leia o brilhante texto de Mackay e faça o tempo todo um exercício mental, substituindo essas palavras na leitura. Perceba as motivações e os interesses ocultos em cada “caçada” e certamente concluirá que o passado se repete e que, em breve, uma nova caça às bruxas terá início e o termo “bruxa” será trocado por um outro motivo para perseguições e condenações. Só não muda a existência das sempre mesmas motivações e mesmos interesses.Quanto à obra de Mackay, o objeto do livro é a caça às bruxas na Europa, um retrato lamentável e aterrador da capacidade dos seres humanos de se deixarem influenciar e contaminar, serem controlados e praticarem os atos mais infames em obediência a uma crença ou legislação que mais tarde seria condenada por outros seres humanos “vacinados” contra a incoerência, mas preparados para crer em uma nova “caçada” que lhes será apresentada no devido tempo.O autor não usa de ficção em seu relato. São fatos e não narrativas. A fonte está nos registros escritos dos tribunais da época e descrevem os atos mais reprováveis por nós, na atualidade, mas fanaticamente aceitos por pessoas de outra época, da mesma forma como hoje aceitamos fatos e verdades atiradas em nossas caras, sem que tenhamos capacidade de reação. O mesmo medo antigo persiste e será sempre a mais poderosa arma capaz de silenciar os bons, enquanto os maus continuam livremente criando e realizando suas caçadas. A vergonha futura será nosso prêmio pelo medo e pelo silêncio. Como foi no passado... Como está sendo no presente... Como será no futuro e se repetirá sempre, até que entendamos que apenas no presente esse círculo-vicioso pode ser rompido.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de dez. de 2022
ISBN9781526071064
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    A Verdade Sobre as Bruxas - L P Baçan Tradutor

    CHARLES MACKAY

    Charles Mackay (Perth, Escócia, 1814-1889) foi poeta, jornalista e escritor do Reino Unido.

    Sua mãe morreu após o seu nascimento e seu pai era um oficial da marinha. Nascido em Perth, na Escócia e educado na Royal Caledonian Asylum, em Londres e em Bruxelas, passou a maior parte de sua juventude na França. Voltou a Londres em 1834, onde se engajou no jornalismo, trabalhando no The Morning Chronical de 1835 a 1844, tornando-se então editor do The Glasgow Argus. Em 1848, transferiu-se para o Illustrated London News, do qual virou editor em 1852. Publicou Canções e Poemas, de 1834, escreveu sobre a história de Londres e o romance Longbeard (Nt. Longbeard, William Fitz Osbert, apelido Barba Longa, foi um cruzado e populista inglês, considerado um mártir para as classes mais pobres de Londres.). Ficou muito conhecido pelo livro MEMÓRIAS DE DELÍRIOS POPULARES EXTRAORDINÁRIOS E A LOUCURA DAS MULTIDÕES.

    Também é lembrado pelo seu Dicionário do Escocês das Terras Baixas. Sua fama, todavia, repousa em cima de suas canções, algumas das quais, incluindo "Alegria, Meninos, Alegria", tornaram-se muito populares em 1846. Mackay também atuou como correspondente da revista Times, durante a Guerra Civil Americana.

    A VERDADE SOBRE AS BRUXAS

    Estudar o passado é entender o presente e antecipar o futuro. Você já deve ter lido isso com essas ou outras palavras. Alguns dirão: o que passou, passou. Não volta mais. Ledo engano. O passado se repete no presente, ainda que com outras roupas, e se repetirá no futuro, certamente com roupagem nova, mas ocorrerá fatalmente. Isso porque a natureza humana não muda, é escrava de sua ignorância e se deixa iludir por engodos e novos nomes para coisas antigas e repetitivas.

    A expressão caça às bruxas, além de ter um conteúdo histórico, nomeia um evento que vem se repetindo ao longo da História da Humanidade. Sempre que uma perseguição é identificada, surge uma nova caça às bruxas.

    Estamos em dezembo de 2022, no Brasil, país democrático da América do Sul, em um momento histórico para o país, e vemos, com vergonha e medo, a repetição de mais uma caça às buxas. Substitua bruxa por vacina ou fake news e entenderá a caçada. Leia o brilhante texto de Mackay e faça o tempo todo um exercício mental, substituindo essas palavras na leitura. Perceba as motivações e os interesses ocultos em cada caçada e certamente concluirá que o passado se repete e que, em breve, uma nova caça às bruxas terá início e o termo bruxa será trocado por um outro motivo para perseguições e condenações. Só não muda a existência das sempre mesmas motivações e mesmos interesses.

    Quanto à obra de Mackay, o objeto do livro é a caça às bruxas na Europa, um retrato lamentável e aterrador da capacidade dos seres humanos de se deixarem influenciar e contaminar, serem controlados e praticarem os atos mais infames em obediência a uma crença ou legislação que mais tarde seria condenada por outros seres humanos vacinados contra a incoerência, mas preparados para crer em uma nova caçada que lhes será apresentada no devido tempo.

    O autor não usa de ficção em seu relato. São fatos e não narrativas. A fonte está nos registros escritos dos tribunais da época e descrevem os atos mais reprováveis por nós, na atualidade, mas fanaticamente aceitos por pessoas de outra época, da mesma forma como hoje aceitamos fatos e verdades atiradas em nossas caras, sem que tenhamos capacidade de reação. O mesmo medo antigo persiste e será sempre a mais poderosa arma capaz de silenciar os bons, enquanto os maus continuam livremente criando e realizando suas caçadas. A vergonha futura será nosso prêmio pelo medo e pelo silêncio. Como foi no passado... Como está sendo no presente... Como será no futuro e se repetirá sempre, até que entendamos que apenas no presente esse círculo-vicioso pode ser rompido.

    O Tradutor

    PREFÁCIO

    Lendo a história das nações, descobrimos que, como os indivíduos, elas têm seus caprichos e peculiaridades; suas temporadas de excitação e imprudência, quando não se importam com o que fazem. Descobrimos que comunidades inteiras de repente fixam suas mentes em um objetivo e enlouquecem em sua busca; que milhões de pessoas ficam simultaneamente impressionadas com uma ilusão e correm atrás dela, até que sua atenção seja atraída por alguma nova loucura mais cativante do que a primeira. Vemos uma nação repentinamente tomada, do mais alto ao mais baixo membro, por um desejo feroz de glória militar; outro, subitamente enlouquecido por um escrúpulo religioso e nenhum deles recupera seus sentidos até que tenha derramado rios de sangue e semeado uma colheita de gemidos e lágrimas, a serem colhidos por sua posteridade. Em uma idade precoce nos anais da Europa, sua população perdeu o juízo sobre o sepulcro de Jesus e se aglomerou em multidões frenéticas na Terra Santa; outra era enlouqueceu por medo do diabo e ofereceu centenas de milhares de vítimas à ilusão de bruxaria. Em outra ocasião, muitos ficaram loucos com o assunto da pedra filosofal e cometeram loucuras até então inéditas na busca. Já foi considerado uma ofensa venial, em muitos países da Europa, destruir um inimigo por veneno lento. Pessoas que teriam se revoltado com a ideia de esfaquear um homem no coração, drogaram sua sopa sem escrúpulos. Senhoras de nascimento e boas maneiras contraíram o contágio do assassinato, até que o envenenamento, sob seus auspícios, tornou-se moda. Algumas ilusões, embora notórias em todo o mundo, subsistiram por eras. O dinheiro, novamente, muitas vezes tem sido a causa da ilusão de multidões. Nações sóbrias tornaram-se de repente jogadores desesperados e arriscaram quase sua existência na virada de um pedaço de papel. Traçar a história do mais proeminente desses delírios é o objetivo das presentes páginas. Os homens, já foi bem dito, pensam em rebanhos; será visto que eles enlouquecem em bandos, enquanto apenas recuperam seus sentidos lentamente e um por um.

    Alguns dos assuntos apresentados podem ser familiares ao leitor, mas o autor espera que novidades suficientes de detalhes sejam encontradas mesmo nestes, para torná-los aceitáveis, embora não possam ser totalmente omitidos em justiça ao assunto do qual foi proposto tratar. As memórias da loucura dos Mares do Sul e da ilusão do Mississippi são mais completas e copiosas do que as encontradas em outros lugares e o mesmo pode ser dito da história da Bruxaria, que contém um relato de seu terrível progresso na Alemanha, uma parte do assunto que foi relativamente intocada por Sir Walter Scott em suas Cartas sobre Demonologia e Bruxaria, um dos mais importantes que já apareceram sobre este assunto temível, mas muito interessante.

    Os delírios populares começaram tão cedo, espalharam-se tão amplamente e duraram tanto tempo que, em vez de dois ou três volumes, cinquenta dificilmente seriam suficientes para detalhar sua história. O presente pode ser considerado mais uma miscelânea de ilusões do que uma história, um capítulo apenas no grande e terrível livro da loucura humana que ainda precisa ser escrito e que Porson uma vez disse em tom de brincadeira que escreveria em quinhentos volumes! Intercalados estão esboços de alguns assuntos mais leves, exemplos divertidos da imitação e da teimosia do povo, em vez de exemplos de loucura e ilusão.

    Os assuntos religiosos foram propositalmente excluídos por serem incompatíveis com os limites prescritos para o presente trabalho; uma mera lista deles seria suficiente para ocupar um volume.

    ARRAS

    Que ira dos deuses ou influência perversa

    De lágrimas, conspirando homens miseráveis para afligir,

    Derramou sobre a terra essa infame pestilência

    Que as mentes mortais infectam interiormente

    Com amor à cegueira e à ignorância?

    As Lágrimas das Musas, de Spencer.

    Compatriotas: — Pendure-a! Espanque-a! Mate-a!

    Justiça: — Como? Abstenham-se dessa violência!

    Mãe Sawyer: — Um bando de vilões, um bando de malditos carrascos para me atormentar! Não sei por quê!

    Justiça: — Infelizmente, vizinho Banks, você é um mestre da maldade? Nossa! Abusar de uma mulher idosa!

    Bancos: — Mulher? Uma gata infernal, uma bruxa! Para prová-la, nem bem ateamos fogo na palha de sua casa e ela veio correndo como se o diabo a tivesse enviado em um barril de pólvora.

    A Bruxa de Edmonton, de Ford.

    A crença de que espíritos desencarnados podem revisitar este mundo tem seu fundamento naquela sublime esperança de imortalidade que é, ao mesmo tempo, o principal consolo e o maior triunfo de nossa razão. Mesmo que revelação não nos ensine, sentimos que temos dentro de nós aquilo que nunca morrerá e toda a nossa experiência desta vida faz com que nos apeguemos com mais carinho a essa esperança retribuidora. Mas nos primeiros dias de pouco conhecimento essa grande crença tornou-se a fonte de toda uma série de superstições, que, por sua vez, se tornaram a fonte de onde fluiu um dilúvio de sangue e horror. A Europa, por um período de dois séculos e meio, refletiu sobre a ideia, não apenas de que espíritos separados andavam pela terra para se intrometer nos assuntos dos homens, mas também de que os homens tinham o poder de invocar espíritos malignos em seu auxílio para causar desgraça em seus semelhantes. Um terror epidêmico se apoderou das nações. Nenhum homem se considerava seguro, seja com sua pessoa ou posses, das maquinações do diabo e seus agentes. Cada calamidade que se abatia sobre ele, ele atribuia a uma bruxa. Se surgisse uma tempestade e derrubasse seu celeiro, era bruxaria; se seu gado morresse de babesiose, se uma doença se apoderasse de seus membros ou a morte entrasse repentinamente e arrebatasse um rosto amado de sua lareira, não eram visitas da Providência, mas obras de alguma bruxa vizinha, cuja miséria ou insanidade fazia os ignorantes levantar o dedo e apontar para ela como uma bruxa. A palavra estava na língua de todos. França, Itália, Alemanha, Inglaterra, Escócia e o extremo norte sucessivamente enlouqueceram sobre esse assunto e, por uma longa série de anos, forneceram a seus tribunais tantos julgamentos por bruxaria que outros crimes raramente ou nunca eram mencionados. Milhares e milhares de pessoas infelizes caíram vítimas dessa ilusão cruel e absurda. Em muitas cidades da Alemanha, como será mostrado mais detalhadamente a seguir, o número médio de execuções por esse suposto crime foi de seiscentas anualmente, ou duas por dia, se deixarmos de fora os domingos, quando é de se supor que mesmo essa loucura se absteve de funcionar.

    Um mal-entendido do famoso texto da lei mosaica, "Não permitirás que uma bruxa viva", sem dúvida desencaminhou muitos homens conscienciosos, cuja superstição, já bastante aquecida pela fatalidade, precisava apenas de um pouco de corroboração para explodir com fúria desoladora. Em todas as épocas do mundo, os homens tentaram manter conversas com seres superiores e desvendar por meio deles os segredos da futuridade. No tempo de Moisés, é evidente que havia impostores que traficavam com a credulidade da humanidade e insultavam a suprema majestade do verdadeiro Deus, fingindo ter o poder da adivinhação. Daí a lei que Moisés, por ordem divina, promulgou contra esses criminosos, mas não se seguiu, como imaginavam os monomaníacos supersticiosos da Idade Média, que a Bíblia estabeleceu a existência do poder de adivinhação por seus éditos contra aqueles que o pretendiam. Das melhores autoridades, parece que a palavra hebraica, que foi traduzida malífica e bruxa , significa um envenenador e adivinho, um diletante em feitiços ou adivinho. A bruxa moderna era um personagem muito diferente e uniu-se ao seu pretenso poder de predizer eventos futuros o de infligir o mal à vida, aos membros e às posses da humanidade. Esse poder só seria adquirido por um pacto expresso, assinado com sangue, com o próprio diabo, pelo qual o

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