Desenvolvimento de competências para o mercado de trabalho

De Luciano Carvalho Cardoso

A era das incertezas trouxe novos desafios para os profissionais de todas as áreas. Com mercados emergentes, setores
desaparecendo, substituição tecnológica de funções inteiras, como garantir a empregabilidade? Diante de cenários movediços,
estabelecer uma carreira profissional sólida exige um novo perfil profissional.
O princípio de complementaridade estabelece um parâmetro de relacionamento entre profissional e empregador que é vital para
o desenvolvimento, a parceria e o crescimento mútuo. Torna-se fundamental para todos os que procuram colocação profissional
ou desenvolvimento nos setores em que se encontra empregado interpretar as demandas e necessidades emergentes dos setores
produtivos e, a partir daí, desenvolver competências que permitam flexibilizar, adaptar e requalificar as habilidades e os
conhecimentos que possuímos (ou que precisamos desenvolver).
Nesta obra, o autor, a partir das experiências práticas no desenvolvimento curricular de competências empreendedoras para os
cursos profissionalizantes de nível Médio e Técnico do Centro Paula Souza, apresenta um conjunto de ferramentas que possibilita
interpretar as necessidades do mercado, identificar as competências práticas que podem ser desenvolvidas e exercitar em
diversos contextos a formação individual, a fim de construir um perfil profissional pessoal e adaptativo para as mudanças do
ambiente profissional.
Dessa forma, espera-se que o leitor possa ampliar os próprios horizontes e voar mais longe e mais alto, visualizando os melhores
potenciais e realizando uma atualização contínua das próprias capacidades humanas.

• Idioma: Português
• Editora: Saraiva Educação
• Data de lançamento: 16 de mar. de 2023
• ISBN: 9786558110323

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Sobre o autor

Luciano Carvalho Cardoso é Doutor em Filosofia, especializado em Filosofia da Linguagem, Lógica e Ferramentas de Inovação. Ministra aulas nos níveis médio e técnico, bem como em cursos de Pós-Graduação em Gestão e Negócios e Liderança e Coaching. Atua como Professor Coordenador de projetos na área de Empreendedorismo no Centro Paula Souza.

Agradecimentos

Este não é um trabalho individual e solitário. É o resultado de pesquisas, experiências, validações dos setores produtivos e educacionais, em que cada um contribuiu com muito. Por isso, dentre os muitos amigos e amigas, existem alguns agradecimentos especiais que não podem ficar de lado. Agradeço ao Professor Almério Melquíades de Araújo, Coordenador da Unidade Ensino Médio e Técnico, que sempre me estimulou, com desafios, a dar um passo adiante. A toda a equipe do Grupo de Formulação e Análises Curriculares (Gfac), sob a responsabilidade da Professora Fernanda M. Demai e, atualmente, do Professor Gilson Rede. Um agradecimento especial ao eterno parceiro e pesquisador, o professor Sérgio Y. Hitomi, que esteve junto em todas as horas, e ao professor José Marques Pereira Júnior, cuja inquietude construtiva e idealismo prático impulsionou originalmente aquele grupo de educadores preocupados em construir uma educação de qualidade.

Introdução

Algumas ideias, quando surgem de preocupações e desafios genuínos, podem causar um impacto imenso no entorno. O material que vocês estão adquirindo nesse momento teve sua origem a partir de uma preocupação sincera de um grupo de educadores da área profissional e técnica de nível médio. Todos estávamos na mesma unidade escolar no Centro Paula Souza na Etec Parque da Juventude. O ano era 2012, e compartilhávamos da mesma inquietação. Nós queríamos saber como transformar uma educação passiva em ativa. Queríamos ultrapassar a informação e gerar a ação. Por fim, queríamos que nossos alunos fossem capazes de realmente sair fazendo, exercendo a técnica e partindo para colocar em prática o que compartilhávamos de conhecimentos, experiências e valores. Sentamos muitas horas para discutir isso, gastamos muitos guardanapos anotando estratégias, esquemas e rabiscos que nos ajudavam a estruturar uma abordagem.

Então, em termos práticos, começamos a aplicar ferramentas que nos ajudassem a desenvolver e avaliar competências. A estrutura de competências já existia no currículo, e fizemos uso dessa prerrogativa para estruturar toda nossa abordagem com o firme objetivo de desenvolver competências. As mudanças pedagógicas foram gritantes. Mudamos a estrutura de trabalho, criamos simulações, imersões em situações-problema, interagimos em aulas, cruzamos cursos diferentes para desenvolver projetos complementares e realizamos parcerias com setores produtivos e feiras de empreendedorismo na unidade escolar. Invertemos a estrutura das aulas, começando com um problema para resolver, e, na medida que os obstáculos surgissem, introduzíamos informações e práticas que ajudariam a prosseguir.

O que percebemos ao final? Que os alunos faziam mais do que aprender. Eles internalizavam e instrumentalizavam o conhecimento e conseguiam resolver inúmeros problemas, além de se sentirem seguros em assumir responsabilidades. Mais do que isso, a maioria desses alunos conseguia colocação ou recolocação no mercado. Alguns abriam seu próprio negócio. O desenvolvimento de competências mediante práticas, resolução de problemas, experiências compartilhadas foi um processo de aprendizagem que mudou radicalmente nossa visão a respeito da educação profissional. Mas não parou por aí. Participando de treinamentos de profissionais de diversas áreas, ficou evidente que focar nas competências ao invés de focar no conhecimento é um processo mais efetivo e rápido. E ainda não existe perda de conhecimento. Ele é adquirido e mobilizado durante o processo.

Após essa experiência, esse grupo de educadores expandiu seus horizontes, de modo que cada um deles seguiu um caminho diferente, seja na educação, na coordenação ou na direção de unidades escolares ou em outros setores e instituições de formação profissional. Em todos esses lugares, eles se tornaram agentes de transformação e multiplicadores