Inserção profissional de jovens e adultos com deficiência intelectual
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Inserção profissional de jovens e adultos com deficiência intelectual - ANNIE GOMES REDIG
Editora Appris Ltda.
1ª Edição - Copyright© 2016 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98.
Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores.
Foi feito o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nºs 10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010.
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO E DIREITOS HUMANOS: DIVERSIDADE DE GÊNERO, SEXUAL, ÉTNICO-RACIAL E INCLUSÃO SOCIAL
Dedico este livro à minha mãe (in memoriam), que está sempre comigo em meu coração.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família, aos meus amigos, aos companheiros de trabalho e estudo por compartilharem comigo conhecimentos e discussões frutíferas para a concretização deste livro. Aos treinandos, atores principais desta obra, o meu muito obrigada!
PREFÁCIO
O cenário educacional brasileiro atual vivencia uma demanda, cada vez maior, por ações efetivas que propiciem a inclusão escolar de alunos com deficiência. Sabe-se que, para atender às políticas públicas e às expectativas deste público e suas famílias é necessário a construção, no âmbito da escola, de redes de apoio e mecanismos de suporte especializado para viabilizar sua acessibilidade e aprendizagem.
A escolarização de alunos com necessidades especiais, sobretudo aqueles com dificuldades no campo cognitivo, como os que apresentam deficiência intelectual, seja em turmas comuns ou em classes e escolas especiais, é um processo complexo, pois implica na transformação de paradigmas tradicionais que regem o processo ensino aprendizagem e a elaboração de metodologias e práticas pedagógicas alternativas que possibilitem a construção de conhecimento, através de flexibilização curricular e/ou planos educacionais individualizados. Este desafio, por assim dizer, vem gerando, nas últimas décadas, muitos debates, pesquisas e programas.
Entretanto, ainda há uma lacuna no que tange as estratégias e/ou encaminhamentos para a finalização (independentemente do nível de conteúdos programáticos adquiridos) da vida escolar desses sujeitos. Devido ao fato da legislação brasileira ainda não determinar explicitamente as condições de uma terminalidade específica para esses alunos, não há um maior investimento em termos de um planejamento estratégico para o fim da escolarização, mesmo nos casos de classes e instituições especializadas.
Neste sentido, ressalto a importância de se investigar e discutir possiblidades e oportunidades que jovens com deficiência intelectual encontrarão, quando, eventualmente saírem da escola. Assim, é com grande satisfação que apresento a presente obra, fruto da tese de doutorado da Profª Drª Annie Gomes Redig, a qual tive o prazer de orientar no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PROPEd-UERJ), com a certeza que a mesma contribuirá para o enriquecimento de estudos e projetos na área de Educação Especial.
Este livro, justamente, tem o mérito de abrir o debate para o período pós-escola, priorizando a construção de planos de transição para a vida adulta e ingresso no mercado de trabalho. A proposta aqui apresentada envolve, entre outros pontos, estratégias para a profissionalização / capacitação destes sujeitos, a partir da elaboração de um Perfil Pessoal Positivo, onde são elencadas as habilidades, interesses e dificuldades do indivíduo para facilitar sua preparação e inclusão em atividades de trabalho. Esta segunda etapa é alcançada através da metodologia de customização do trabalho, a qual, como será explicitado, facilita a capacitação e colocação desta clientela em postos de trabalho, vislumbrando, consequentemente, um novo campo de atuação para os profissionais da Educação Especial, tanto no contexto da escola na elaboração de planos individualizados de transição, como para além de seus espaços, dando suporte aos ex-alunos no mundo do trabalho.
Sendo assim, o livro Inserção profissional de jovens e adultos com deficiência intelectual, apresenta uma pesquisa envolvendo a inclusão no trabalho de quatro jovens com deficiência intelectual, oriundos de uma escola especial. A obra traz também discussões atualizadas sobre o conceito de deficiência intelectual, políticas públicas voltadas para a profissionalização e mercado de trabalho para esse público, além dos entraves que as empresas apresentam para a contratação de funcionários com deficiência (exigência de escolaridade mínima, capacitação, acessibilidade, entre outros).
Em suma, esta obra debate sobre a necessidade de uma mudança cultural em relação à concepção de deficiência, no que diz respeito ao estigma que essas pessoas carregam e as competências que podem ser desenvolvidas para o exercício do trabalho. Aponta também para a urgência em se repensar as práticas pedagógicas direcionadas para esses indivíduos tanto nas turmas comuns quanto nas classes e escolas especiais. Vale ressaltar, como será relatado, que os jovens participantes da pesquisa, apresentaram mudança no seu comportamento a partir do trabalho, autoestima e aprendizados significativos por meio da prática exercida.
Tenho certeza que as discussões aqui traçadas, referendadas pelos dados da pesquisa, contribuirão para a produção de conhecimento de metodologias, instrumentos e práticas pedagógicas que favorecerão o processo de ensino-aprendizagem de alunos com deficiência intelectual, bem como a transição para a vida adulta e sua inserção no mercado de trabalho.
Para finalizar, acredito, também, que será de valor inestimável para estudantes, professores, demais profissionais e pesquisadores não só da Educação Especial, como de outros campos de saber e atuação.
Rio de Janeiro, 19 de março de 2016.
Profª. Drª. Rosana Glat
Diretora
Faculdade de Educação
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
APRESENTAÇÃO
Este livro aborda a temática relacionada à inserção de pessoas com deficiência intelectual em atividades laborais, tema complexo, visto que algumas empresas se queixam de que esses sujeitos não possuem qualificação e escolarização adequadas para a sua contratação.
Sendo assim, nesta obra, trazemos um novo conceito para a inclusão laboral desses indivíduos: trabalho customizado. Essa ideia se baseia na criação e/ou na adaptação de postos de trabalho em empresas e em outras instituições, adequando-se a demanda do empregador às habilidades do sujeito com deficiência, de forma a criar uma função que atenda às necessidades de ambas as partes. Um dos procedimentos da customização do trabalho é o Perfil Pessoal Positivo – PPP, uma estratégia para traçar as habilidades e as dificuldades dos jovens e adultos com deficiência, de forma a facilitar sua inserção no mercado de trabalho e em outros espaços sociais.
Nesse sentido, o foco desta obra é desenvolver, implementar e avaliar estratégias e procedimentos para preparação, inclusão e manutenção de jovens com deficiência no mercado de trabalho e da viabilidade da aplicação de um programa de estágio/treinamento na Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; baseado no trabalho customizado, com alunos com deficiência intelectual, participantes dos cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) de uma escola especial.
Podem ser considerados objetivos específicos deste trabalho: 1) Customizar atividades laborais para quatro alunos com deficiência intelectual de uma escola especializada, por meio de um treinamento/estágio, de acordo com a demanda de serviço da Faculdade de Educação da UERJ; 2) Acompanhar a inclusão desses jovens nas atividades laborais na Faculdade de Educação da UERJ, por meio do programa de emprego customizado.
A presente obra está organizada em duas partes. A primeira é composta por capítulos que abordam a reflexão teórica sobre a inclusão escolar de alunos com deficiência; conceito de deficiência intelectual e a inserção desses sujeitos no mercado de trabalho, em uma visão histórica, ressaltando a legislação nessa área. Discute, também, a empregabilidade, a capacitação e a profissionalização exigida pelas empresas e como a mesma é desenvolvida na prática das escolas especiais, bem como os novos desafios e perspectivas da inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho, aprofundando o conceito de customização do trabalho.
Na segunda parte do livro, o foco está direcionado para a pesquisa de campo, no qual é feita uma apresentação da metodologia da pesquisa-ação, bem como dos procedimentos utilizados, do cenário e dos participantes, ou seja, o desenho do estudo. Posteriormente, apresentamos a análise dos dados coletados nas diversas fases, incluindo o acompanhamento do treinamento e o desempenho dos sujeitos. Finalizamos, então, com os dados complementares com base em entrevistas com as mães dos sujeitos e com alguns funcionários da Faculdade de Educação que atuaram diretamente com eles, a fim de compreender as suas percepções sobre a pesquisa.
Em suma, a presente obra traz reflexões sobre a inserção de pessoas com deficiência intelectual em postos de trabalho, bem como discussões sobre as perspectivas de vida, tanto desses sujeitos quanto de seus familiares. Nessa direção, aponta para a necessidade de se repensar as práticas pedagógicas para esses educandos, seja nas escolas comuns, seja nas especiais. Nas palavras de Stobaus, Bins e Mosquera (2012, p. 294)
A educação de pessoas deficientes mentais adultas deveria ter como objetivo básico proporcionar-lhes inserção / participação mais ativa socialmente, adquirindo maior autonomia. Formar para a vida adulta é possibilitar vivências harmoniosas de aspectos corporais, intelectuais, afetivos e sociais, via auto-conhecimento.
Então, a leitura do presente livro permitirá ao leitor perceber outras possibilidades de inclusão da pessoa com deficiência em atividades de trabalho, por meio de uma nova proposta – customização do trabalho. Sendo assim, isso o levará a refletir sobre a necessidade de maiores debates acerca do assunto e da mudança de paradigmas em relação aos conceitos pré-estabelecidos no que se diz respeito ao sujeito com deficiência intelectual, ao seu aprendizado e ao seu desenvolvimento, bem como romper com a ênfase na deficiência e transferir o foco para as qualidades e habilidades de cada um.
Sumário
1 - EDUCAÇÃO ESPECIAL: BREVE REFLEXÃO
1.1 Educação Especial no Brasil: breve histórico
1.2 A imagem da pessoa com deficiência na sociedade: síndrome do patinho feio
1.3 Preparação para a vida pós-escola: rompendo barreiras
2 - CONCEITO DE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL: BREVE DISCUSSÃO
2.1 Compreendendo a deficiência intelectual e suas implicações na vida desse sujeito
3 - A INSERÇÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO MERCADO DE TRABALHO: CONTEXTO, PERCURSO E DESAFIOS
3.1 A pessoa com deficiência intelectual no mundo do trabalho
3.2 Profissionalização da pessoa com deficiência intelectual
4 - EMPREGO CUSTOMIZADO: NOVA PERSPECTIVA PARA A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL NO MERCADO DE TRABALHO
4.1 Novo paradigma para a empregabilidade de pessoas com deficiência intelectual: customização do trabalho
4.2 Procedimentos do emprego customizado
4.3 Exemplos de atividades customizadas
5 - CAMINHOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA: PLANEJAR É PRECISO!
5.1 Opção metodológica: do planejamento à ação
5.2 Participantes da pesquisa: sujeitos primários e secundários
5.2.1 Sujeitos primários: alunos de uma Escola Especial
5.2.2 Sujeitos secundários
5.3 Cenário: Faculdade de Educação da UERJ – o ambiente de trabalho
5.4 Procedimentos
5.4.1 Procedimentos iniciais
5.4.2 Pesquisa de campo
5.4.2.1 FASE 1: seleção dos treinandos e análise do ambiente de trabalho
5.4.3 FASE 2: atuação dos treinandos no ambiente de trabalho
5.4.4 FASE 3: percepção da família
5.4.5 Percepção dos funcionários da Faculdade de Educação após o treinamento
5.5 Desenho da pesquisa
5.6 Procedimentos de análise de dados
6 - ANÁLISE DO AMBIENTE DE TRABALHO E CONSTRUÇÃO DO PERFIL PESSOAL POSITIVO DOS TREINANDOS
6.1 Entrevistas com gestores da Faculdade de Educação: análise do ambiente de trabalho
6.2 Entrevistas com os professores da escola especializada sobre os alunos com deficiência intelectual: conhecendo os treinandos
6.3 Entrevistas com os alunos com deficiência intelectual
7 - INSERÇÃO DOS TREINANDOS EM ATIVIDADES LABORAIS NA FACULDADE DE EDUCAÇÃO
7.1 Iniciando as atividades do emprego customizado
7.2 Análise do desempenho dos treinandos
7.2.1 Análise do desempenho de Eduardo nas atividades laborais
7.2.2 Análise do desempenho de Tatiana nas atividades laborais
7.2.3 Análise do desempenho de Lucas nas atividades laborais
7.2.4 Análise do desempenho de Pedro nas atividades laborais
7.3 Situações do cotidiano
7.4 Momentos de lazer e reflexão
8 - DADOS COMPLEMENTARES DA PESQUISA: A PERCEPÇÃO DAS MÃES E DOS FUNCIONÁRIOS DA FACULDADE
8.1 A participação das mães durante o treinamento na Faculdade de Educação
8.2 Percepção dos funcionários da Faculdade de Educação sobre o treinamento
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1
EDUCAÇÃO ESPECIAL: BREVE REFLEXÃO
1.1 Educação Especial no Brasil: breve histórico
As pessoas são diferentes umas das outras em atributos, comportamentos e tendências a ações. Tais diferenças resultam de diferentes fontes ou estão associadas a diferentes condições.
Omote
No Brasil, a fundação, no final do século XIX por D. Pedro II, do Imperial Instituto de Meninos Cegos – hoje denominado Instituto Benjamin Constant (IBC) e do Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES) – é considerada marco histórico do atendimento a pessoas com deficiências. Posteriormente, em 1932, foi estabelecida a Sociedade Pestalozzi no Brasil, com sede em Belo Horizonte, para atendimento de pessoas com deficiência intelectual. E em 1954, foi criada a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) no Brasil.
Seguindo a tendência mundial, até meados da década de 1970, a Educação Especial, de modo geral, seguia o chamado modelo médico
, com base em uma proposta terapêutica e assistencialista, na qual a pessoa com deficiência recebia tratamentos clínicos em instituições especializadas. Segundo Kassar (2011, p. 63) a formação de educação especial brasileira deu-se dentro de um contexto de pouca atenção à educação pública em geral
. Para essa autora, apesar de indicativos de matrículas de pessoas com deficiência em escolas comuns no final do século XIX, a referência para o atendimento a essa clientela era as instituições especializadas.
D’Antino aponta que a manutenção das instituições especializadas implica na construção de uma teia de dependência entre o indivíduo e o espaço instituído; estabelecendo-se uma interdependência entre os profissionais, a família e o próprio sujeito.
Entende-se que a existência institucional se dá pela ação de seus atores e estes são, ao mesmo tempo, produtores e produtos, instituintes e instituídos da (des)ordem institucional, tendo a instituição um caráter formador e controlador de seus atores (D’ANTINO, 1988, p. 16).
É relevante ressaltar que, devido à segregação social, até algum tempo atrás, pessoas com deficiência raramente tinham acesso às atividades disponibilizadas para o restante da população, como escolarização, preparação profissional, lazer, entre outras. No modelo médico, o trabalho nas instituições era organizado em terapias individuais com ênfase clínica (fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia etc.) com pouca atenção para o aprendizado acadêmico. Contudo, não se pode deixar de considerar, como lembram Glat e Fernandes (2005), que os primeiros profissionais a vislumbrarem a possibilidade de aprendizagem dessa população foram os médicos.
A partir da década de 1970, houve uma gradativa transformação política, filosófica e conceitual sobre a concepção de atendimentos e serviços da Educação Especial, buscando oferecer à pessoa com deficiência maior envolvimento com as práticas educacionais. Esse modelo educacional
deslocou a visão da deficiência, que passou a ser percebida não mais como uma doença crônica. Neste sentido, a ênfase não era mais na deficiência intrínseca do indivíduo, mas sim nas condições do meio em proporcionar recursos adequados que promovessem o desenvolvimento e a aprendizagem
(GLAT; BLANCO, 2011, p. 20-21).
O desenvolvimento do modelo educacional de Educação Especial transformou a proposta de trabalho nas instituições e escolas especializadas. Em nosso país resultou, no início da década de 1970, na propagação de classes especiais em escolas comuns, sob a égide do Centro Nacional de Educação Especial (CENESP). O CENESP era um órgão responsável pela definição de metas governamentais na área de Educação Especial,
parecendo prometer assim