Águas da Fonte

De Lucileide Queiroz

Mais que encontro com a autora, cada leitor tem a chance de poder retomar o seu próprio andar, suas relações, sentidos que o movem, à busca da comunhão e completude, no universo. Como ler Lucileide? Não será um passar de olhos, de maneira superficial. Não é livro de consumo! Seu caráter é pedagógico e de parturização. Foi feito em peregrinação à busca de um sentido voltado com atenção cotidiana à sua iniciação de caráter sagrado. É preciso a mesma gana de querer se encontrar não no corriqueiro, no trivial, ou nas pessoas, no dia a dia; mas, sobretudo, o aceite de visitar o coração de todas as coisas desde o seu interior, que nos cercam. A partir do mais frágil, sutil ou invisível – esta é a direção do olhar de Lucileide. Ela permite o franco acesso à sua Via Mística. Ou, dito de maneira profana e acadêmica, o antropólogo Clifford Geertz diria que é colocar-se sobre os ombros e tentar enviesar nossos olhos na direção de sua visagem, compartilhando uma simbiose de sentidos.
Nada é solidão: o universo é só presença!

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 6 de mar. de 2023
• ISBN: 9786525443034

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Prefácio Na grande trilha das mestras e mestres

É preciso ser alfabetizado e ter mais que olhos, para poder compreender as páginas que, abaixo, exalam poesias. Mais que encontro com a autora, cada leitor tem a chance de poder retomar o seu próprio andar, suas relações, sentidos que o movem, à busca da comunhão e completude, no universo.

Como ler Lucileide? Não será um passar de olhos, de maneira superficial. Não é livro de consumo! Seu caráter é pedagógico e de parturização. Foi feito em peregrinação à busca de um sentido voltado com atenção cotidiana à sua iniciação de caráter sagrado. É preciso a mesma gana de querer se encontrar não no corriqueiro, no trivial, ou nas pessoas, no dia a dia; mas, sobretudo, o aceite de visitar o coração de todas as coisas desde o seu interior, que nos cercam. A partir do mais frágil, sutil ou invisível – esta é a direção do olhar de Lucileide. Ela permite o franco acesso à sua Via Mística. Ou, dito de maneira profana e acadêmica, o antropólogo Clifford Geertz diria que é colocar-se sobre os ombros e tentar enviesar nossos olhos na direção de sua visagem, compartilhando uma simbiose de sentidos.

Nada é solidão: o universo é só presença!

Carecemos de uma intencionalidade emprestada que, pelo corpo, mesmo a distância, se compartilha com todos, tudo e todas. Toda vida implica as vidas todas. É deixar-se também seduzir pelo caminho de alguém que muito andou nas veredas nas noites da alma.

Caminhada mística é fronteira oposta à cultura da violência, do descarte. Sobretudo está na contramão da cultura religiosa fáustica imposta pelo mercado: tudo é OBJETO e para CONSUMO fácil e destrutivo, cuja mística do Enchei-vos é antípoda à felicidade profunda. O Enchei-vos é ganho com consolos fáceis; venda e troca de bênçãos; eventos agitados por excesso de luzes, muito som, estado de torpor, para que as pessoas se expropriassem de si mesmas e imaginassem que sem estes adereços e penduricalhos, Deus os esqueceria. Os outros nos hospedaram, disse Paulo Freire, porque nós nos expropriamos de nós, disseram-nos que Deus jamais viria na brisa leve, sem