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Da Ditadura à Democracia
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Da Ditadura à Democracia
E-book202 páginas2 horas

Da Ditadura à Democracia

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Sobre este e-book

Este livro aborda a nova geração pós-golpe militar que acreditava estar ajudando a fazer revolução a partir do interior. Pode-se dizer que, para uma cidade pequena encravada na Zona da Mata Mineira, havia produzido um número substancial de pessoas com ideais de mudança. A cada palavra de ordem, um grito unindo e abrindo caminho numa comunidade conservadora. A narrativa passa pelo fim do MDB Jovem à formação do PT. Todo o radicalismo inicial, aos poucos, ia se arrefecendo com o passar do tempo. Divergências internas iam sendo abrandadas sem aprofundamento em nome da preservação e unidade do PT.
Com o passar do tempo, um grupo organizado fora do partido ia conseguindo discretamente e até usando da truculência para eliminar pessoas simples. Os insatisfeitos passaram a deixar o partido e tal grupo (que há muito vinha solapando os ideais) era liderado pela pessoa "discreta" do Luiz Dulci e seu irmão cão bravo, Marcelo.
Foi um trabalho árduo, mas que implicava pela natureza agressiva em que não havia perigo de uma disputa acirrada, que então iniciei juntando as peças de um quebra-cabeça para entender o que vinha pronto e articulado de fora para dentro. Assim, coube a mim tentar traduzir o neofascismo e denunciá-lo. Este livro vem ajudar a completar PT: A Face Oculta do Fascismo.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento13 de mar. de 2023
ISBN9786525444093
Da Ditadura à Democracia

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    Da Ditadura à Democracia - Antonio Lamy

    cover.jpg

    Conteúdo © Antonio Lamy

    Edição © Viseu

    Todos os direitos reservados.

    Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive por meio de processos xerográficos, incluindo ainda o uso da internet, sem a permissão expressa da Editora Viseu, na pessoa de seu editor (Lei nº 9.610, de 19.2.98).

    Editor: Thiago Domingues Regina

    Projeto gráfico: BookPro

    e-ISBN 978-65-254-4409-3

    Todos os direitos reservados por

    Editora Viseu Ltda.

    www.editoraviseu.com

    Para

    Antonio Pereira Pontes, Jorge Luiz da Fonseca, José Luis Silva Neto (Tinica), Heleno Dias Batista, Pedro Lamy, Luiz Carlos Frossard, Cleire Ramos, José Luiz (Sabuco), Pedro Carpinteiro, Evanir Antonio de Souza, Luiz Carlos Alves, Sandra Bara, Pedro Matheus, Zezinho Nacionalista.

    A vida não se resume em festivais

    Geraldo Vandré

    Prefácio

    Newton Hermógenes

    Tive a oportunidade de fazer uma leitura prévia do livro do professor Lamy, Da Ditadura à Democracia, que retrata o movimento social e político deste período envolvendo importantes personagens municipais, estaduais e federais que, de uma forma ou de outra, construíram a história do município de Santos Dumont, de Minas e do Brasil.

    O autor narra fatos observados e experimentados por ele, que se coloca no centro desta história. Um jovem idealista que, com uma inteligência perspicaz natural da idade, vislumbrava um mundo virtual oposto às situações do mundo real da época. Ideias e lutas por um mundo melhor e particularmente por um Brasil onde todos pudessem usufruir dos mesmos direitos socioeconômicos.

    Lideranças políticas governamentais algumas vezes tentavam uma aproximação com as principais lideranças políticas populares tentando comungar os ideais em busca de um país mais evoluído social e economicamente, e acabavam entrando em choque.

    As lideranças populares acreditavam, e ainda acreditam, em um mundo onde as pessoas poderiam ter tudo em comum, repartindo entre si seus bens dentro de uma forma de governo social, porém a prática demonstra sempre o contrário, pois sempre haverá uma meia dúzia de privilegiados com poderes e bens materiais em proporções superiores ao da maioria. Acreditando nos seus ideais de luta, eles levantaram suas bandeiras contra tudo aquilo que viam como obstáculo aos ideais sociais.

    As lideranças governamentais também levantaram suas bandeiras por um país melhor, maior e mais progressista, mesmo visando interesses particulares, ou de uma minoria, também acreditavam numa nação poderosa economicamente falando, com a implantação de importantes empresas para a geração de emprego e renda que, em consequência, atingiria ou beneficiaria uma grande camada social brasileira.

    Quando se trata de interesses pessoais acredito que, por mais idealista que seja alguém, existe uma busca por e para suprir um interesse próprio, mesmo pensando coletivamente.

    Por mais bem-intencionado que seja, existem as limitações humanas, e são estas limitações que impedem qualquer governo de colocar em prática a totalidade de seus sonhos. Isto aconteceu no passado e tende a acontecer no presente. O idealismo é sempre corrompido pelo gosto do poder, e é o poder que corrompe o ser humano.

    O autor acreditava num mundo melhor e, para isto, sempre lutou, e creio que, ainda, continua acreditando, embora uma avalanche de decepções tenha caído sobre sua cabeça e continua caindo ainda hoje. Porém, com um olhar mais maduro para a política, e com os pés no chão, ele tem hoje uma visão bem diferenciada daquela que possuía nos primeiros tempos de sua militância política.

    Eu particularmente acredito num mundo melhor a partir do momento em que cada um começa a tomar consciência de que deve fazer a sua parte, mas fazer sem se preocupar com o que e como o outro está fazendo. O mundo melhor começa com fazer o bem sem olhar a quem, dar com a mão direita sem que a esquerda saiba ou vice-versa.

    Em se tratando de governo, este deveria ser, na prática, um servidor público, isto é, aquele que está sempre a serviço do povo. Quem está no comando não pode ser egoísta e não pode dar força ao seu orgulho. O verdadeiro governante deveria ser como um pastor que cuida do seu rebanho, ou como um pai e uma mãe que cuida de sua família. O povo sempre espera que um administrador público satisfaça seus anseios. Alguns governantes esperam também atender ou satisfazer as necessidades das massas. Todos deveriam ter os mesmos direitos e deveres.

    Povo e governo deveriam, na prática, comungar os mesmos ideais, deveria ser como uma grande família ligada pelos mesmos laços, em que todos deveriam se suprir das mesmas necessidades, de um mesmo sentimento. Os dois deveriam compartilhar o sentimento de amor e compreensão, isto é: compreender e ser compreendido, amar e ser amado. Uma grande utopia o leitor poderá dizer, porém se o ser humano soubesse usar sua capacidade e tivesse competência transcendental, o mundo seria outro. Viveríamos a paz tão sonhada por todos nós.

    Peço desculpas aos não crentes, ou incrédulos, ou ateus ou como preferem ser chamados, pois não é minha intenção doutrinar o leitor, mas, sim, fazer um comentário e colocar a minha visão ou interpretação do que li neste livro. Mas até mesmo os céticos por observação hão de concordar que onde existe o ser humano não se consegue uma perfeição nas suas ações. Um grande líder, seja em qualquer partido político, ou em qualquer regime de governo, em qualquer associação, ou mesmo numa religião que vive a pregar o amor a Deus e ao próximo, não conseguirá jamais suprir as necessidades humanas de outros ou de si próprio. Queremos sempre exigir do outro uma perfeição que não encontramos em nós próprios. Por mais bem-intencionado que seja, ou qualquer que seja o setor em que atue, o representante da massa é, antes de tudo, um humano com suas limitações, com qualidades e defeitos, não conseguirá agradar a todos, este agradará alguns, mas desagradará outros. Alguns poderão acertar mais ou até cometer mais erros, e isto acontece tanto do lado do líder quanto do lado do povo.

    Pensamentos e doutrinas à parte, os fatos narrados neste livro são importantes a partir do momento em que as atuais e futuras gerações tenham a oportunidade de conhecer as principais movimentações e mudanças sociais e políticas do município. Isto é história, e a história não pode ser apagada ou omitida. Os acontecimentos passados nos ajudam a compreender melhor os acontecimentos atuais, independentemente da quantidade de erros e acertos que ocorreram, e também nos auxiliam na nossa caminhada em busca da perfeição individual ou coletiva.

    Apresentação

    "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo.

    Cabe–nos transformá-lo".

    Marx

    1. Este é um relato daquilo que ficou na memória, daí muita coisa perdida, outras referenciadas. Tem uma característica particular ao contar a ação localizada, mas sem perder de vista o todo na conjugação com o lugar. É comum Historiadores locais dedicarem-se ao que foi a prodigiosa Palmyra a Santos Dumont, todavia deixam de lado a política e não abordam o processo degenerativo do lugar. Fica, então, aquilo que era e a descontinuidade do que é. Assim, deixam de fora o desenvolvimento do capitalismo. Então nossa tentativa é de desmascarar o processo oligárquico bem estruturado que o povo em geral desconhece, que é expresso na farsa eleitoral, e o poder em mãos oligárquicas. Para a História do Município fica registrado um pouco desse processo ardiloso, portanto encoberto e impenetrável ao senso comum (em outros livros eu continuo na busca de penetrar nos bastidores da economia política de maneira geral e particular).

    2. Há muito, Filósofos ou não buscam um modelo no Estado que abriga a sociedade e suas desigualdades e a forma como ele deva lidar com ela, isto é, necessidades individuais e gerais. A política (Aristóteles) busca a unidade e esbarra na impossibilidade. Mas ela pode encontrar respaldo na força e impor um modelo na adversidade amparada pela democracia. A riqueza como fundamento na constituição do grupo social – ordenamento – que se expressa na paisagem. Nem sempre a posse é riqueza. Uma pergunta ficou no ar, a saber, a de ter a elite no Brasil optar pela rendição. Teria sido o fato negativo gerado pelo NACIONALISMO NAZISTA? O perigo do socialismo latente? A acomodação em levar um projeto modernizante em curso e se apropriar de parte da riqueza apenas? Manter uma oligarquia hereditária na direção dos Estados Federativos, municípios sob a tutela do capital estrangeiro e militares?

    3. A direita chegou a comemorar nossa queda. Demonstração de uma visão pequena e particularizada da conquista. A luta por um mundo melhor para o avanço das sociedades não nasceu e muito menos morreu com um revolucionário. O capitalismo não serve aos trabalhadores, ao povo em geral, este caminha para a verdadeira crise na estrutura. Até agora ocorreram acomodações conjunturais alardeadas de crise, tanto que serviram ao maior avanço dele e não o contrário. Não há paz para um revolucionário em qualquer situação. Este vive no cotidiano uma verdadeira guerra de guerrilha. Mesmo em tempos supostamente anunciados... O avanço do capitalismo, por Lênin em 1917, permitiu ter a esperança de que a paz há de reinar entre os povos em regime capitalista. Por outro lado, a perspectiva da luta contraria a tese dos oportunistas que pregam ser o Brasil um país pacífico enquanto – isso morreu – morrem, e são perseguidos todos os dias, dezenas, centenas, pela violência burguesa, oligárquica. Este relato é uma coincidência que se respalda na teimosia de quem vem superando obstáculos intermináveis. É uma denúncia oportuna aos regimes da burguesia disfarçados e alternados que encobrem o verdadeiro conteúdo da dominação capitalista e a tentativa de sua perpetuação; não sendo, portanto, nada mais que uma farsa bem articulada. Hoje, vivemos uma ditadura civil disfarçada de democracia. Democracia que só serve aos políticos e que, por força do regime, se coloca distante das massas. Então esse disfarce joga as massas na confusão do mandato alternado. Num tipo de círculo vicioso – o voto de protesto. Frustrado o mandato alternado, as massas voltam-se contra elas próprias indignadas e esbravejavam: O brasileiro não sabe votar! Esse protesto carregado de lugar-comum serve de diagnóstico da tão eloquente democracia... Uma palavra mágica, tanto que faz o povo carregar a culpa como se fosse dele.

    I

    A ditadura militar

    Nesse período, os militares se destacaram por ostentar o poder, altos soldos e, sobretudo, garantir o modelo modernizante da burguesia e, diga-se de passagem, se valer do mesmo.

    O golpe de 1964

    São vários os ângulos a serem vistos, bem como a importância e profundidade que merecem. A ação combinada das classes dominantes e o estado (que é propriedade coletiva dos capitalistas). A tendência mundial que se desenvolvia, o jogo das forças em disputa são, por assim dizer, as questões mais gerais. A resistência, o imediato, os aspectos teóricos ideológicos dela. A despeito de tudo, está no cerne a principal questão: a luta de classes.

    A parte teórica não constitui um cabedal apenas doutrinário como referencial na formação de tendências. Ele é também um guia da interpretação da realidade, da conjuntura local e mundial. A palavra de ordem expressa em poucas linhas daquilo que se quer atingir, por exemplo, abaixo a Ditadura!.

    Para muitos esse período ficou como sendo uma ação exclusiva apenas dos militares. Do lado da burguesia, Oligarquias, as doutrinas são transitórias; surgem para justificar, explicar o desenvolvimento capitalista e acabaram desaparecendo e dando lugar a outra. Essa dinâmica conjuntural serve para enganar.

    Ninguém criou uma teoria prevendo o surgimento, implantação do capitalismo. Este surgiu de maneira muito particular, via empirismo, contido no comércio que envolvia comerciantes da classe média criando mecanismo de acumulação, mudando a função do dinheiro, mexendo na estrutura da sociedade, criando um novo processo de produção baseado no lucro como único objetivo. Isso não se deu de maneira gratuita, simples. A burguesia voraz imprimiu um vasto campo de lutas objetivando o fortalecimento das conquistas. Daí tudo justificaria para estabelecimento delas, subjugando os homens e a natureza.

    O golpe de 64 foi mais uma particularidade do processo de expansão e da acumulação por essa classe. Sem contar o submundo mais perverso e distante do olhar de quem trabalha, que não seria nada compensador.

    II

    Certo dia

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