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Vampiros De Terno
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E-book225 páginas2 horas

Vampiros De Terno

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Sobre este e-book

Em uma época perdida no tempo, os vampiros assolavam a humanidade e levavam destruição a todos os lugares que chegavam, causando terror e desespero, deixando apenas o rastro da morte como marca de que eles já tinham passado por aquele lugar. Ao chegarem à cidade de Hurtland, porém, os vampiros fizeram um estranho acordo com seus habitantes e ali permaneceram. Agora, subjugada pelos homens-morcegos, a população precisa encontrar um meio de se livrar da ameaça da sede insaciável de seus co-habitantes e reconquistar sua liberdade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de abr. de 2020
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    Vampiros De Terno - I. M. Souza

    VAMPIROS DE TERNO

    I. M. SOUZA

    Rio Branco, AC

    2020

    Vampiros de terno

    ISBN 978-85-471-0332-3

    AUTOR/DIAGRAMAÇÃO

    I. M. Souza

    ARTE DA CAPA

    Jomara da Silva Paixão

    João Gabriel da Silva Oliveira

    ILUSTRAÇÃO DA CAPA

    Imagens adquiridas na plataforma canva.com©

    REVISÃO DE TEXTO

    Cid Rogério Oliveira de Souza

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, cópia ou transmissão de pares deste 

    material, através de quaisquer meios, sem prévia autorização do autor por escrito.

    Acima de tudo, Sou grato Àquele que me permite estar vivo e realizar sonhos!

    Também agradeço ao Governo do Estado do Acre, o qual, por meio da Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour, me permitiu esta oportunidade.

    Por fim, dedico e agradeço este trabalho à família, aos amigos e à Jô, que são colunas de sustentação e meus grandes motivos de alegria.

    SUMÁRIO

    APRESENTAÇÃO

    1. MARTIN

    2. O PLANO

    3. O FRACASSO

    4. UM NOVO PLANO

    5. O CONFRONTO FINAL

    APRESENTAÇÃO

    A literatura é a arte da palavra. É a representação da realidade por meio da linguagem, com a qual podemos nos libertar das amarras de nossa realidade limitada pelo espaço-tempo e podemos viajar para outros mundos, conhecer outros universos ou até mesmo vislumbrar a existência de seres fantásticos, impossíveis para o nosso mundo real e palpável, como fadas, elfos, orcs, lobisomens e, no nosso caso, os vampiros.

    Diante disso, podemos nos utilizar desses mundos alternativos, por assim dizer, para refletir sobre nossa própria realidade, sobre nossas emoções, nossos medos, nossas angústias, nossos sonhos e anseios. Assim, podemos conhecer mais de nós mesmos e encontrar no texto literário as respostas para as perguntas que tanto nos inquietam ou expressar aquilo que não conseguimos externar por meio da língua.

    Vampiros de terno deveria ser apenas um conto para integrar uma coletânea de contos que em breve irei publicar, mas, a cada novo parágrafo que eu ia escrevendo, ia percebendo que a história tinha conteúdo demais para caber em um conto, então não conseguia mais parar. Quando me dei conta, já tinha escrito quase cem páginas e agora tinha uma cidade a ser resgatada das mãos de cruéis vampiros, ou seja, tinha um problema e tanto para resolver.

    O resultado é o que você irá ler adiante: uma cidade subjugada por monstros poderosos, indefesa, sem forças para se reerguer. Foi somente pela coragem de um homem, que resolveu seguir os seus instintos e enfrentar o impossível que a cidade de Hurtland encontrou a esperança que precisava para lutar.

    O desejo deste autor é que a sua leitura seja prazerosa e que mediante os exemplos de superação e perseverança das personagens dessa narrativa você inspire-se, aumente seus conhecimentos e tenha bons momentos de alegria.

    I. M. Souza

    O autor

    1. MARTIN

    I

    Houve um período de trevas na história da humanidade, quando os vampiros dominavam todas as partes habitadas, dizimando vidas com seus dentes afiados, espalhando caos e muito horror a cada vez que desciam das alturas de suas fortalezas para se banquetearem com o sangue de suas vítimas.

    As noites de ataque deixavam um saldo enorme de mortos e aleijados. O horror era tanto que nos arredores da cidade era possível ouvir o grito tenebroso dos desgraçados enquanto tinham o seu sangue roubado; muitas das vezes a sede era tão grande que nem mesmo os animais escapavam.

    Porém, nesse embate também morriam alguns vampiros, pela mão de uns poucos humanos corajosos que, com suas lanças sagradas, espadas e tochas de fogo, ousavam encará-los e deixavam algumas baixas no exército sanguinário.

    Em virtude disso, um grupo muito sábio de vampiros propôs um contrato junto à humanidade para pôr fim ao extermínio em massa dos mortais e aos conflitos sangrentos, além de evitar que alguns dos seus fossem destruídos pelos homens valentes durante as caçadas.

    Esse contrato estabelecia que, a partir daquele momento, os humanos voluntariamente permitiriam que os vampiros lhes sugassem o sangue, enquanto os homens-morcegos não iriam mais sugar aquelas pessoas até a morte, mas somente o suficiente para satisfazerem suas necessidades energéticas. Além disso, prometeram punir aqueles que não conseguissem controlar o desejo e findassem por atacar e matar alguém.

    Os mortais receberam com bons olhos a proposta, aceitando-a com aparente unanimidade, e assim, terminado estava um conflito que se arrastava por muitas décadas.

    Para celebrar o acordo e para se distinguirem dos vampiros selvagens e sem sabedoria, aqueles vampiros sábios abandonaram suas capas escuras e padronizaram o uso de uma vestimenta específica, um belo terno preto por cima de uma blusa formalmente branca, na qual ficava pendurada uma bela gravata, também preta, sendo que as lideranças vampiro a usavam no formato borboleta; a calça era do mais belo linho preto, do mesmo tom escuro dos sapatos, parecendo que ambas as peças estavam unidas. Diante disso, eles passaram a ser conhecidos como os vampiros de terno.

    Alguns da raça dos homens-morcegos, os que foram taxados de selvagens e estúpidos, ficaram muito descontentes com aquele acordo, pois, para eles era muita humilhação se rebaixar ao ponto de fazer um acordo com os filhos dos homens. Como prova da insatisfação, saíram a atacar tudo quanto foi humano que encontraram pela frente, causando um caos avassalador.

    Mas a farra daqueles, os desordeiros, durou muito pouco, logo os vampiros de terno entraram em ação e, com uma espantosa rapidez, renderam os rebeldes, que se constituíam em um insignificante menor número, trancafiando-os para penarem nas masmorras do imperador vampiro. Feito isso, humanos e homens-morcegos poderiam desfrutar do santo acordo e viver em paz.

    E assim se fez. Nos dias estabelecidos, os homens-morcegos desciam de suas trevas sombrias para cobrar aquilo que lhes era de direito. Para que tudo corresse bem, os humanos edificaram lugares onde se reuniam para dividir seu sangue com aqueles que sobre eles tinham poder; eram em formas de grandes tendas, que ficavam bem ao lado do Grande Templo, onde os vampiros aguardavam o sangue fresquinho que era trazido pelos soldados durante toda a noite, enquanto a vampirada banqueteava-se e soltava altas gargalhadas.

    Tendo pagado a sua dívida, cada humano voltava para sua casa, pálido, triste e cabisbaixo, pois, tendo restado sangue apenas para que continuasse vivo, só lhe sobrava energia para dormir.

    Para que os humanos não se transformassem em vampiros após serem mordidos, os vampiros encarregaram o exército da cidade de coletar o sangue daquelas pessoas em um instrumento coletor que eles chamavam de pretium, vindo de pretium vitae est in sanguinem, porque diziam que o preço da vida está no sangue.

    Depois da colheita, os militares entregavam os pretiums aos vampiros no salão do templo onde eles passavam a noite banqueteando – um lugar no qual os mortais não podiam entrar. Por causa disso, os soldados não tinham o sangue extraído, para que estivessem sempre fortes para esse trabalho e para ajudarem a controlar o povo da cidade.

    Passados alguns anos daquela situação, os humanos encontravam-se fracos e pálidos, andavam se arrastando e mal tinham forças para trabalhar; o lugar não tinha alegria, as pessoas se queixavam a todo o momento, mas, o que podemos fazer?, diziam, se bancarmos os rebeldes, todos iremos morrer.

    E morriam. Muitas vezes os vampiros não se contentavam apenas com a quantidade combinada e, empurrados pelo desejo incontrolável por sangue, estes seres espreitavam suas vítimas enquanto elas voltavam para casa e terminavam o serviço, sabendo que a tal punição para os descontrolados não passava de um enfadonho discurso.

    Após sugarem os miseráveis até à morte, se livravam dos corpos jogando-os em um túnel subterrâneo que ficava abaixo de seus castelos, porque não queriam manchar, por quebrar um simples acordo, a excelente reputação que tinham.

    Por isso algumas pessoas simplesmente sumiam. Os vampiros alegavam que elas teriam fugido por não quererem se sujeitar ao acordo, mas as pessoas sabiam o que realmente acontecia, no entanto se viam de mãos atadas frente à monstruosidade dos assassinos. O que podiam fazer era tomar mais cuidado para não lhes suceder o mesmo.

    II

    No meio daquela gente vivia Martin. Ele era um dos corajosos que, nos tempos de conflito, ousavam desafiar os vampiros. Aquele homem odiava os sugadores de sangue e desde que o acordo entrara em vigor, não tinha saído mais de dentro da sua casa. Também detestava o fato da sua família periodicamente deixar aqueles monstros lhes sugarem o sangue, mas compreendia-os, já que não abriam mão de viver em sociedade.

    Ele vivia com a família em uma casinha simples, em uma espécie de sítio, ao final de uma longa estrada, na região periférica daquela cidade. Quem lá fosse poderia ver algumas árvores frutíferas ao redor da casa, um imenso campo ao fundo, onde pastavam uns bois magros, e uma vasta floresta densa e verde nos limites daquele campo, a qual tinha ao seu final, a muitos quilômetros de distância, um vale com muitas montanhas, que, de tão longe que era, mal se podia ver as suas miniaturas: era um lugar sinistro, onde ninguém ousava ir.

    Mesmo não sendo sugado, Martin era fraco e pálido, pois, assim como os outros da sua casa, também sofria as consequências da escassez de comida, além de ser prejudicado pela falta da luz do sol, já que não saia às ruas por causa do risco de ser preso por estar descumprindo o acordo que garantia a paz daquela cidade. Tudo isso o deixava extremamente abatido e ele ia definhando aos poucos dentro de um quarto escuro que havia no porão da casa.

    O tempo passou e Martin, cada vez mais deprimido, percebeu que sua vida chegaria ao fim em pouco tempo se continuasse ali. Além de sentir seu corpo cada vez mais fraco, muito lhe entristecia ver o povo de sua cidade definhando, sendo explorado e morto pelos vampiros, aceitando aquilo passivamente, com a sensação de que ninguém poderia fazer nada para que aquela situação fosse mudada.

    III

    De tempos em tempos os vampiros promoviam banquetes para festejar a harmonia entre as duas espécies, um dos principais eventos era a comemoração anual pelo aniversário do acordo, quando os humanos se mostravam gratos aos vampiros por eles terem poupado suas vidas. Era também quando aquelas pobres pessoas esqueléticas podiam comer um pouco mais, afinal os vampiros não gostavam de chupar daqueles corpos um sangue anêmico e sem sabor.

    Esses eram também dias de glória para os homens-morcegos, pois estando os seres humanos distraídos em suas aglomerações não ouviam os gritos daqueles que eram pegos andando sozinho, enquanto lhe assaltavam até a última gota de sangue.

    Então, aproveitando um desses dias, em que todos estavam reunidos na praça festejando mais um ano de paz entre as duas raças, Martin guardou dentro de sua velha bolsa de viagem umas poucas porções de comida e algumas armas que guardara dos tempos de combate, tomou suas lanças e fugiu dali.

    Ao voltar para casa, os pais e os irmãos de Martin muito se entristeceram ao dar pela sua falta. Deduziram que ele também teria sumido. A mãe e os irmãos muito lamentaram, sua irmã mais nova, Consuelo, desesperou-se e imensa foi a tristeza naquele dia dentro da casa, mas o pai, que nunca entendera o comportamento rebelde do filho, sereno e resignado, tentou acalmar sua família.

    - Certamente os vampiros o descobriram aqui e o castigaram pela rebeldia. Pobre Martin! Era demais cumprir o acordo? Lamentou o pai, lembrando aos seus que, infelizmente, sempre soube que esse momento chegaria.

    IV

    Os dias passaram e a vida seguiu, tanto na casa de Martin, como nas demais casas. Depois de fugir, Martin teve que enfrentar e vencer, com muita dificuldade, animais ferozes na floresta, se alimentar com frutas e pequenos animais que caçou e caminhar vários dias a ermo até chegar ao vale das montanhas, um lugar cercado de mistério, onde, dizia-se, que nem mesmo os vampiros se atreviam a ir.

    Porém, as histórias terríveis que contavam sobre o lugar se mostraram não passar de impressões equivocadas que surgiram em razão do aspecto sombrio e inóspito que ele tinha. Com exceção a alguns animais selvagens dos quais precisou se defender, Martin não correu o risco de perder a vida naquele local, pelo contrário, ali se estabeleceu e se recuperou de todo aquele desânimo que minava a sua alma.

    No vale ele teve que caçar o próprio alimento, o que fazia todas as manhãs; também cuidou em deixar sua caverna com o máximo possível de conforto e planejava com cuidado todos os meios possíveis de se defender de predadores. Todos esses trabalhos fizeram o tempo que esteve ali passar muito depressa.

    Eram passados pouco mais de dois anos da fuga de Martin. No entanto, durante todo o tempo que passou sozinho naquela floresta, ele jamais se esqueceu de sua família e de seu povo. Em muitos momentos se angustiava ao lembrar a vida miserável que levavam, a forma como eram explorados por aqueles monstros sanguessugas; por várias vezes se sentiu tentado a voltar e instigar as pessoas a lutarem para se livrarem das garras dos vampiros, mas, conhecendo sua gente e a frouxidão que lhes tomava, achou por bem não se arriscar tanto e não expor sua família, que certamente seria castigada caso ele reaparecesse.

    Porém, chegou um dia que ele não se conteve e decidiu ir visitar sua família, ao menos para saber como estava a vida daquela gente. Aproveitou um dia no qual tinha a certeza que todo o povo estaria comemorando e disfarçou-se com a roupa de militar que ainda tinha, para poder se infiltrar em meio à multidão.

    Imaginando que toda a família estaria na festa, decidiu não ir pelo caminho de sua casa, pois a rota que o levaria até lá o faria perder muito tempo, mas, para sua surpresa, não encontrou nenhum dos seus no meio daquela gente que festejava. Temendo ser descoberto, não ficou muito tempo ali e também achou sensato não se comunicar com ninguém.

    Ali, ninguém o reconheceu, pois, além do disfarce, estava muito diferente de quando fugiu. Porém, aquele homem forte e bem disposto, mais forte até de que os soldados do exército, chamava a atenção de todos que o viam, o que fez com que ele percebesse que não era uma boa ideia permanecer ali. Procurou ainda um pouco a família, mas deles

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