O fantasma do apartamento.
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O fantasma do apartamento. - Silvinha Morais
Um apartamento barato demais.
Não é fácil morar de aluguel, é um dinheiro sem volta. Morar num lugar, onde não é seu, e ainda por cima, ter que pagar por isso uma certa quantia todos os meses, muitas vezes grande, que poderia ser usada para outros fins.
Henrique estava passando por isso a anos, desde que sua mãe morreu, passou a morar sozinho. Ela o ajudava muito com sua aposentadoria, os dois juntos pagavam o aluguel de uma pequena casa, num bairro humilde do Guarujá. O pai morava no estado do Tocantins, mas já fazia anos que não se falavam.
Henrique começou com muita dificuldade, a juntar todos os meses uma pequena quantia de dinheiro, com o sonho de um dia, comprar um terreno, com uma boa casa, mas também podia ser um apartamento.
A vida estava sendo complicada para ele naqueles dias, o término do namoro com a namorada Luísa, uma briga com o amigo de infância Gerson por causa de futebol, e para piorar, no seu trabalho de escriturário num cartório de sua cidade, não foi promovido, escolheram outro cara no seu lugar. Se fosse escolhido para o cargo de supervisor do escritório, poderia ganhar mais, mas nem tudo na vida acontece do jeito que a gente deseja.
Henrique buscava não desanimar, seguindo sempre em frente na vida.
Um dia Henrique voltava do trabalho de moto, quando virou em uma esquina, percebendo uma placa em um novo comércio, onde antes era uma loja de sapatos. Na placa estava escrito Imobiliária Carlos Alves
, voltou para casa pensando naquele lugar, mas por não ter uma grande quantidade de dinheiro no banco, que pudesse comprar uma casa, procurou tirar isso da cabeça.
Mas o destino às vezes parece brincar com a gente, no outro dia voltando novamente do trabalho, passando pela mesma esquina da imobiliária, com a velocidade de sua moto mais reduzida, olhou para dentro da imobiliária, notando no balcão de recepção, sua ex-namorada Luísa trabalhando ao computador.
Henrique precisava resolver sua vida amorosa, ainda amava muito Luísa, terminaram o namoro por causa de bobagens, ainda pensava nela todos os dias. Chegou cansado em casa, mas os seus pensamentos se dividiam entre Luísa e a imobiliária. Henrique saia do banheiro quando o celular tocou, era Luísa, naquele momento, seu coração começou a bater com força no peito.
_Alo? Henrique? Tudo bem? - Disse Luísa charmosamente.
_Alo? Sim! Eu! Tô indo! - Respondeu Henrique, bem humorado.
_Estou ligando porque reconheci sua moto, quando você passou em frente, onde estou trabalhando atualmente. É uma nova imobiliária, que foi aberta recentemente. Meu tio conhece o dono, o Seu Carlos, já que eu precisava de um emprego novo, ele me indicou. Seu Carlos gostou de mim e me contratou. Não é ruim! Apesar de ter que trabalhar, até no domingo! Só na parte da manhã, é claro! É cansativo, mas preciso da grana! - Contou ela.
_Que bom! Luísa! Fico feliz por você ter conseguido um novo trabalho. É assim mesmo, não tem emprego perfeito! Depois você se acostuma. Vamos sair hoje à noite? - Henrique se arriscou, ele sabia do perigo, mas queria tentar falar com ela pessoalmente, pois gostaria muito que ela voltasse para ele .
_Éeee! Não sei! Minha mãe anda doente, e vou dormir na casa dela essa noite. Preciso mesmo vê-la! Mas só liguei pra te dizer, que como trabalho numa imobiliária, estou a par de tudo que rola lá! Sei que você junta dinheiro para comprar sua casa própria, então, fuçando nos registros de vendas das casas, e apartamentos da imobiliária do Seu Carlos, encontrei um apartamento com um preço muito barato,