A chácara assombrada.

De Silvinha Morais

Miguel cansado do barulho do lugar que mora, resolve comprar uma chácara em outra cidade, sem conhecer direito o lugar. Aparições terríveis começam a aterroriza-lo a todo estante, fazendo ele se decepcionar com a chácara, as perturbações tem um motivo, que ele vai conhecer tarde demais.https://www.youtube.com/@silvinhamoraisoficial

• Idioma: Português
• Editora: Bibliomundi
• Data de lançamento: 26 de mar. de 2023
• ISBN: 9781526069023

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A chácara.

Sempre morei em lugares barulhentos, mas depois de anos de sufoco com noites mal dormidas, por causa de vizinhos mal educados e fanfarrões, fazendo festas barulhentas e terríveis até o raiar do dia. Cansei de ser o vizinho bonzinho que aguenta tudo e resolvi sair de vez desse inferno na terra, para nunca mais voltar.

Consegui um bom emprego de freelancer, o qual trabalharia em casa, assim poderia morar em um outro lugar, quem sabe uma nova cidade, preferível no meio do mato, numa chácara.

Gostaria que meu novo lar não  fosse tão longe, por causa dos meus amigos e familiares, não queria ficar longe deles e isolado. Preferia uma cidade aqui por perto mesmo, então fui a caça na internet, em um site imobiliário  encontrei uma boa  chácara, com preço no meu orçamento. A chácara era mostrada nas fotos do site, como uma casa espaçosa, aconchegante e com um lindo quintal cheio de pés de frutas tropicais, tinha móveis também, o proprietário estava vendendo com tudo. Parecia estranho, mas era isso, incluía até utensílios de cozinha, cortinas, roupas de cama, etc.

Achei bom, pois os móveis da minha casa estavam velhos. Também pretendia fechar a minha casa e no futuro vendê-la por um bom preço para alguém de bem e com grana.

No dia que paguei e finalizei a papelada toda com o antigo proprietário, percebi uma certa impaciência dele em acabar com tudo e ir embora, como se tivesse com medo que eu desistisse, mas não me importei muito com isso, pois tinha gostado da chácara, como sou um cara decidido, para mim a escolha já estava feita. O meu  único erro foi comprar a chácara sem primeiro conferir pessoalmente, pois nunca tinha tempo para isso.  Depois de uns dias tratei apenas de resolver algumas coisas, pensei em vender meu móveis velhos, pois não me preocuparia com mudanças, só levaria minhas roupas e pertences pessoais em meu carro. Estava tão ansioso para conhecer o lugar, agora fora de vez daquele emprego que me prendia, pois comprei a chácara sem conhecer o lugar,  então desisti  da venda dos móveis e  deixei tudo para mais tarde.

Na noite anterior a minha partida, dormi bem, não me lembro de ter tido sonhos alguns, se sonhei  alguma coisa não lembrava mais, parecia que eu tinha desmaiado e  apenas acordei no dia seguinte. Somente uma coisa estranha aconteceu, eu acordei de manhã cedo, ouvindo um grito angustiante de mulher, para mim o som vinha  do meio da rua, abri a janela do meu quarto, que ficava no andar de cima do sobrado que morava. O dia tinha amanhecido  com muita serração e frio, dificultando minha visão, não dava para ver muita coisa, o pouco que pude ver foi a silueta do que parecia  ser um cão negro, tipo rotevaler, que em uma esquina paralela me encarava.

Tomei um café da manhã bem reforçado, para poder aguentar o trânsito até São Vicente, a cidade do meu novo lar. Coloquei minhas bagagens no porta malas do carro e entrei nele dando adeus a minha amada cidade do Guarujá, com o coração meio apertado, mas resolvi partir e estava partindo.

Minha cidade de nascença o Guarujá parecia chorar por mim, pois começou a chover de repente, a serração da manhã, não sei porque virou chuva fina.

  O trânsito está bom e a chuva cessou na entrada da cidade de São Vicente, mas ainda tinha um bendito longo caminho para prosseguir até a chácara, pelo GPS calculei que só chegaria ao meio-dia.

Peguei uma estrada que no GPS mostrava ser o caminho mais curto, era uma estrada de terra fina como areia da praia, mas estava muito molhada pela chuva que tinha caído horas atrás. A estrada era longa, não tinha muitas casas ou ranchos, nem vi chácaras como a que comprei bonita e grande, só tinha casas velhas e abandonadas, porém mesmo assim eram poucas. De repente  avistei um cão negro atravessando a estrada correndo e ruivando, indo para o outro lado e sumindo entre a vegetação, levei um baita susto, pois foi muito repentino, me pegando num momento que estava distraído e pensativo. O cão parecia muito com o que vi pela minha janela da minha casa horas atrás.

Recuperado do susto, voltei ao GPS, graças a Deus eu já estava quase chegando.

De longe avistei meu novo lar, mas logo venho a decepção. A chácara não era aquilo que eu tinha visto no site, era velha demais, não queria uma casa tão velha, a casa parecia  dos anos sessenta. A chácara era toda pintada de branco, apesar que a pintura