Paradoxo Do Destino
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Paradoxo Do Destino - Juliano Peterson
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Paradoxo
do
destino
Juliano Peterson
Dedico esse conto ao passado, pois sem o passado, não se tem o agora e sem o agora, não se tem o amanhã
Prólogo
Curitiba, Paraná, maio de 2011.
Era mais uma manhã fria em Curitiba, havia carros transitando desde a madrugada pelas ruas.
No colégio, aproveitei cada minuto do intervalo abraçado com minha namorada, apenas observando a quadra poliesportiva. Então, beijei sua testa e a olhei nos olhos; era mágico, havia algo nela que fazia meus olhos castanhos brilharem mesmo sem qualquer luz por perto e meu coração pulsar acelerado.
— Você é linda. Sabia, morena? — sussurrei em seu ouvido.
— Você sempre diz isso.
— Mas é que é verdade. Esse cabelo cacheado e esses olhos castanhos... — a olhei nos olhos e continuei — Sem falar que você fica linda nessa roupa, eu gosto desse seu casaco rosa.
Ficamos quietos por alguns segundos.
Ela estava sem jeito, com o olhar perdido na direção da pequena escadaria que levava para nosso pseudo refeitório
; era apenas uma grande sala aberta com duas longas mesas brancas incapazes de dar lugar a uma turma maior do que vinte e cinco alunos.
— E você também é pequena, posso te levar no cinema pagando uma inteira e uma meia.
Ela começou a me bater entre risos e reclamações.
— Seu chato.
Percebendo que a piada não havia surtido o efeito esperado, tive que recorrer a outra tática para apaziguar a situação. Voltei os olhos para as pequenas listras vermelhas da calça de seu uniforme e a fitei de cima a baixo.
— Você sabia que eu adoro quando você fica brava.
Assim, com essas palavras, íamos se beijar, porém, a robusta
inspetora nos olhava de longe. Ela era uma pessoa legal, fácil de conversar, muito amigável... Apenas levava seu trabalho muito a sério.
— Pronto, acho que agora seu olho vai ficar melhor.
Creio que ela não caiu em nossa desculpa esfarrapada, pois se distanciou com a cara fechada e balançando a cabeça em sinal de negação.
— Ela já foi?
— Já, sim. — respondi ao beijá-la.
O sinal tocou; aquela sirene ensurdecedora; estava na hora de formar e voltar para a sala de aula. Então, revirei os olhos em sinal de frustração.
— Não fique assim, eu vou ficar no centro hoje a tarde.
Aquelas palavras eram a melhor coisa que ela poderia ter me dito naquele momento, afinal íamos desfrutar de mais um pedaço do dia juntos. Mal podia esperar para ficar grudado nela a tarde inteira... Bom, pelo menos boa parte da tarde, já que a minha moreninha
iria embora no ônibus das quatro.
Enquanto nós dávamos nosso último selinho, todos os nossos colegas entravam na sala guiados pelo professor de física.
— Vocês não vão para a sala? — perguntou o professor ao cutucar o meu ombro e seguir cutucando por seguidas vezes mesmo que já estivesse olhando para ele.
Simplesmente abaixei a cabeça e ri.
Minha namorada ficou envergonhada e recostou a cabeça sobre meu peito.
— Desculpe, eu só...
Tentei inventar uma desculpa, mas fui interrompido.
— Não precisa se explicar, na sua idade eu também era assim. — o professor deu espaço para que pudéssemos passar pela maciça porta bege e entrar na pequena sala branca e verde — Agora, por favor.
Ao tomar nossos lugares; ela sentava na carteira a minha frente e eu sentava