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Um Toque de Alma
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E-book254 páginas2 horas

Um Toque de Alma

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Sobre este e-book

Em Um toque de Alma, o autor sugere ao leitor permitir-se sonhar as entrelinhas do sofrimento humano, a viagem interna e a investigação das profundezas do eu. 
Nos diversos poemas sobre histórias da relação entre pessoas, o amor será o elemento reparador, a esperança o seu catalisador e o abraço o porto seguro da arte de sonhar. As feridas, os traumas e as angústias internas serão amadas como flores, sentidas como liberdade e transformadas como frutos de primavera. 
A palavra, símbolo da fé e da humanização da resistência e luta interna, pretenderá ser luz e escuta, conduzindo a alma à sua paz.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de abr. de 2023
ISBN9791222088082
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    Um Toque de Alma - João de Almeida Serra

    AGRADECIMENTOS

    Agradeço à Débora Martins por me iluminar e estruturar o caminho,bem como me ensinar a arte de acreditar e exercer o

    toque reparador entre almas.

    Agradeço ao António Modesto Navarro pela orientação e apoio à escrita da obra.

    Agradeço à Filipa por estar sempre do meu lado e me fazer acreditar no amor.

    Agradeço aos meus pais e avós.

    Agradeço a todas as pessoas pela partilha de vidas e de histórias da alma.

    Introdução

    Levanta à madrugada,

    O vento fresco que adentro de casa,

    Aos pensamentos que conduzem planos de ação, oriundos do dia que se advém,

    Têm-se nos segredos das gentes que rodopiam pela janela.

    Lá fora, enquanto o dia renasceu,

    Em construção delicada de sonhos, delicadezas,

    Inconformistas que se viram pelo olhar.

    Tocam a alma da gente,

    Pela alma que a gente tem,

    Calo esse silêncio e canto,

    Em mim,

    Às andorinhas que voltam,

    Pelas estações adentro,

    Minhas, tuas.

    Um viva às canções,

    À liberdade e paz.

    Adentro pelo dia,

    Direto, aos nossos corações.

    Terra prometida

    Sonho que a terra onde nasci,

    Seja de oportunidade,

    De união,

    De dor,

    E de silêncio.

    Sonho que a terra onde nasci,

    Possa erguer-se perante a corrupção da alma,

    Do sistema,

    Revelador da luz, rompendo-se do escuro e do frio,

    Do mal que nos tem e tolda o juízo crítico.

    Sonho que a terra onde nasci,

    Me acompanhe no sonho de a sonhar,

    De a ter e puder libertar quando assim for tempo,

    De semear, cuidar e colher,

    As estações comandadas pelas andorinhas do tempo.

    Sonho que a terra onde nasci,

    Possa ser o berço da humanidade,

    Do abraço e do trabalho conjunto,

    Elegante e humilde,

    Passo a passo, erro perante a falha e melhoria perante a necessidade.

    Sonho que a terra onde nasci,

    Possa ser inclusiva,

    Acreditada à coragem de lutar pelas pessoas,

    De ser quem efetivamente o é,

    E não ao julgamento.

    Sonho que a terra onde nasci,

    Possa entoar liberdade,

    Escolha,

    Amor,

    Saudade,

    E harmonia entre as gentes, pelas gentes.

    Sonho que a terra onde nasci,

    Seja parte do progresso,

    Do antecessor da paz e da guerra, da guerra e posteriormente a paz,

    Consistência e estrutura, ao olhar e da alma,

    Da pureza e da beleza, do talento e do toque.

    Sonho que a terra onde nasci,

    Possa incluir e não excluir,

    Possa nutrir e não queimar,

    Possa mudar e não estagnar,

    Possa ser exemplo e não a sua antítese.

    Sonho que a terra onde nasci,

    Possa continuar o seu trabalho de luta pela justiça,

    Liberdade,

    Pela ligação e crença do sonho.

    Sonho que a terra que me viu nascer,

    Me ame tanto, quanto eu a amo.

    Sonho que se torne eterna,

    O sonho que me viu nascer,

    E que eu sorri por o ver crescer.

    Tempo de partir

    Foi sonho,

    É a nossa promessa,

    O eterno momento,

    Gravado em tatuagem de alma.

    O velho junto do novo,

    E o novo,

    Tripulação em lugar de sonho,

    Mantenho o firme e caloroso olhar,

    Em tempo de ida.

    A luz acesa,

    O trabalho em minha coragem,

    À força de deuses,

    À mudança da pertença,

    Ao amor e à construção,

    Sopro em frente.

    As escadas atarefadas e as lembranças quentes,

    Será tempo de ida?

    Tempo de permanência?

    Que tempo sonha o ideal,

    E o ideal que formou o sonho.

    Rezo, pela primeira vez,

    Choro,

    Pela alegria da mudança,

    Às luzes do horizonte.

    Tempo de ida?

    Tempo de permanência?

    À consistência,

    À estrutura,

    Aos ventos que sopram e encantam quem permanece,

    Leva em coração no tempo de seguida.

    Ficaremos bem,

    Seguiremos em frente,

    As sombras e tristezas para trás,

    As angústias e os medos,

    A esperança e a fé,

    A força,

    Coragem de seguir,

    O tempo de amor.

    Quando cheguei,

    Pareceu-me eterno,

    Rico de sábias e eternas palavras,

    Num tempo aprisionado,

    Sufocante,

    Estilhaçado,

    E de medo,

    Fraturado pelo sistema,

    Lutar.

    Lutar à liberdade,

    Lutar à escolha,

    Lutar ao amor,

    Lutar à esperança,

    Lutar à fé e mudança,

    Lutar ao tempo e ao espaço,

    Lutar às pessoas,

    Lutar.

    A Luta do sonho,

    E o sonho que amanhece pela luta.

    Onde eu cresci

    Será incrível,

    Puder sentir que caberias dentro da minha mão,

    E dizia repetidamente que serias o melhor do mundo de mim,

    E de ti, que farias tanto, serías brilhante,

    Cresceste e tornaste-te no sentido que querias, seguiste em vida o teu percurso,

    Quem sabe se as dúvidas, inseguranças e conflitos te fizeram nesse sentido,

    Explorando e questionando as origens das coisas e compreensões dos ditos, e não ditos,

    Talvez as mudanças dentro de alguém fizessem as pesquisas à razão de teres mudado,

    Pelo caminho, algo se quebrou, algo se perdeu,

    Talvez a necessidade de renascer e reviver o que já não está,

    Vivendo no passado,

    Doendo à realidade,

    Exasperando o que por aí vem.

    Algo se quebrou, algo se perdeu,

    Onde a cobardia e a culpa pode fazer com que o dedo seja apontado em frente,

    Voar do lugar em que se está para onde se sonha estar,

    Onde se sonha ser.

    Esse não foste, nem serás,

    Ir em frente, o que conta,

    Não aos sucessos, não às vitórias,

    Sim, aos fracassos e à quantidade de vezes que a vida embate e bate,

    Ninguém baterá de forma tão intensa e devoradora como a vida,

    Levantar, as vezes que assim forem necessárias,

    A bate e nós levantamo-nos,

    Lutar para sobreviver e ter o lugar,

    O carácter é feito disso.

    E a vontade o seu alicerce.

    Possibilitar

    Vejam bem, horizontes ao longe,

    Sonhos que se fazem possibilitar,

    Terra à vista, porque se anda pelas ruas desertas de flor em riste,

    É da liberdade das coisas, da poesia do nosso pensar.

    Lá ao longe, onde os céus se pintam de cores, consigo ver,

    Estrelas que vibram e que se encontram, que dançam e vislumbram no entediante regaço que as tem,

    Estamos cá em baixo, onde vibramos com pulmões que gritam oxigénio, palavras que magicamente,

    Não desistam de mim,

    E permaneçam no nosso querido e amado largo, empático às nossas moléstias e angústias,

    Num desenho que, provavelmente se entedia da tinta que perece na ponta do lápis ou caneta, a mando da nossa mente,

    Arquiteta de interiores, pois claro, arquiteta de lugares,

    Seremos nós os seus? Ou seus enquanto produto?

    Nunca se sabe assim propriamente bem a resolução destas coisas, é sempre meio estranha e perdura no desencontro do que temos medo de desejar, e de verdadeiramente ir à procura,

    Porque desejar, todos nós o fazemos, uns mais, outros menos, outros esquecem, outros reaprendem,

    Mas todos temos essa capacidade, e as palavras que têm os escritos apalavrados que uma vez pensámos, permanecem,

    Na eternidade das coisas, meio escondidos, mas sem ser ao relento, encontraram uma casa, mas não um sentido e significado a que se agarrarem,

    Mas nunca pode ser verdadeiramente tarde para alguma coisa, porque e daqueles que pensaram ser tarde, mas verdadeiramente nunca terem sentido o fim a aproximar-se?

    É tudo tão subjetivo, é tudo tão livre na espontaneidade das coisas,

    É tudo tão… deixo para completar,

    Como tudo na vida, e na vida vale tudo,

    Deixarmos tudo que gostaríamos de ter e ser, e de fazer,

    Esse que nos dá experiência,

    Esse que nos dá, e devolve, à nossa existência,

    A forma e o seu conteúdo, esse que tanto buscamos,

    Farto da criatividade das coisas e do amor das pessoas,

    Esse que nos ilumina,

    Esse que nos esgrima na personalidade que construímos nos anos que por aí vêm,

    Tenho saudades, admito que as tenho,

    E fazem por não as ter e puder ver quem não vejo e sentir quem sobeja no tempo,

    E ferir a alma, porque assim sigo andando,

    Ela que se cuida, ela que se ouve e espera pelo momento oportuno de aparecer,

    Surge no seu encanto e força em crescente,

    Sonha, libertina e libertadora do sujeito que a tem,

    Cuida de quem a contém,

    Cuida de quem a torna possibilidade,

    Cuida dela, cuida da fome de existir e viver no dia,

    E da bravura,

    De se ter a si própria.

    Luto

    Quando saí de casa, onde posso sentir que existe,

    Troquei alguns passos em frente, cumprimentei o carteiro,

    Lembrei-me de tantas cartas que houvera recebido,

    E os ramos que se trocaram antes da minha partida,

    Senti o nostálgico toque da manhã,

    E as guerras travadas onde o nada era tanto maior que a solidão de o enfrentar,

    Inscrevi-me na missão que conduzir-me-ia a esse espaço de reflexão e harmonia,

    Sei que o caminho se transforma em demora,

    Estou só,

    Sinto-me só, aqui por dentro.

    A lentidão oferece um consolo que a eterna prece complementa,

    Mas, acabo por saber que as pessoas são melhores,

    Apesar de se afastarem,

    Sei que me sinto, dentro de mim.

    Subi a rua da Madalena, já em Lisboa,

    Enfrentei o frio do meio da manhã, bebi um café no cimo,

    Encaminhei-me para a zona do castelo,

    Tempo para recordar passos que daria até parte do lugar onde me desejaria encaminhar,

    Tenho em conta que comprei alguns livros e fiquei a ler num jardim,

    Meio que afastado da multidão que rondava o fundo das ruas,

    Escutava os comerciantes,

    Ladrilhavam com os trabalhadores de beco os pedaços de construção que faltava,

    Na soleira da porta, perto do banco onde me sentava, percebia-se o rumor dos amantes,

    Vulgar, movido pelo sentimento, senti a necessidade de fumar,

    Os vícios não satisfazem ou perscrutam as dores que carrego.

    Paro num restaurante onde percebo que o vinho,

    A boa comida e a conversa dispersa que troco com as pessoas,

    Me vem a enganar ao sentido que a razão deixou de levar,

    Sinto-me bem, talvez um dos sentimentos que mais procuro,

    Bem-estar,

    Paz interior.

    Após sair do restaurante,

    Apercebi-me que ainda teria algum tempo,

    Pouco, mas algum,

    Dirigindo-me ao meu destino, onde me entrego e talvez entendo que a vida tende a apanhar o que aprouver no seu caminho,

    Deixo que o tempo passe,

    Quase me deixo atrasar.

    Talvez seja o anúncio de que a morte vai demorar,

    Ainda tenho algum tempo e espaço,

    Coisas que estão guardadas que precisam de sair,

    Por vezes sinto que êxito no passado,

    Tem de sair de alguma forma,

    Encontrar a paz e o consolo que em tempos tive,

    Preciso desse descanso.

    Subitamente custa-me a subir a colina,

    Apercebo-me que o tempo tende a levar a melhor sobre nós mesmos,

    Aceito,

    Vou referindo que estou a ficar mais velho que a própria palavra em si,

    Não me oponho,

    Lentamente, sei que vou tendo o sonho de voar,

    Novamente.

    Da força do amor

    Sei que pensas em mim,

    E tu sabes que eu

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