Preciso da Sua Presença!
De Filipe M.
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Sobre este e-book
Filipe M.
Filipe M. Nasceu em poté Mg, em 27 de julho de 2002, ele mora atualmente na zona rural, lugar onde nasceu. Ele ocupa seu tempo vago escrevendo histórias fantásticas Sua paixão pela escrita nasceu com os livros da 'série Vaga-lume' desde então tem dedicado tempo a escrita. 'Chuvas de Paixão' foi seu primeiro romance.
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Preciso da Sua Presença! - Filipe M.
Capítulo 1
Saí pela porta de casa, as árvores secas e o clima frio pareciam estar refletindo minha sensação interior. O casaco que eu usava não conseguia conter o frio intenso da manhã de inverno e isso me deixava extremamente desconfortável. As árvores estavam sem folhas, e seus galhos se recusavam a se mexer com o vento húmido. Em pé na calçada cruzei os braços tentando me manter aquecido ao máximo enquanto esperava o ônibus da escola.
Enquanto exercitava minha paciência esperando o veículo escolar da época da minha bisavó, olhei a eterna vizinhança que me rodeava. Mais ou menos ao lado da minha casa, ostentando um jardim imenso dos quatro lados, tinha uma mansão de dois andares, as cores e o design pareciam ter sido fruto de um projeto ambicioso, a única coisa em que pareciam ter errado era o local. Era estranho, ninguém morava ali desde que eu me entendo por gente, nunca soubemos quem era o dono, mas a grama sempre estava aparada e as plantas bem cuidadas, cada dia uma pessoa diferente vinha e cuidava da casa, e de mês em mês alguém a pintava. Resumindo, a casa ficava sempre limpa e arrumada, mesmo sem ninguém morar nela.
Em frente à minha casa, morava a Sra. Hilton, uma dona de sessenta anos com três filhos que ainda morava com ela, dois trintões que só queriam saber de farrear, na verdade eu sentia pena da Sra. Hilton, ela morava com três filhos mas era tão solitária quanto eu.
Ao lado da casa da Sra. Hilton, estava a casa de Débora, uma moça de vinte e dois anos que trabalhava com odontologia em um posto de saúde, ela só morava ali porque o posto de saúde era próximo ao nosso bairro mas sempre falava com a minha mãe que iria se mudar quando construísse um consultório próprio, eu esperava que isso nunca acontecesse pois gostava das tortas e doces que ela fazia todos os dias, sem contar que é sempre bom ter uma vizinha bonita.
Débora era o mais próximo que eu tinha de uma amiga, minha vida social era um desastre, (ainda não é lá essas coisas, mas é bem melhor). Devo deixar bem claro que por mais bonita que Débora fosse, com seus olhos azuis e seu impecável cabelo cor de mel, eu achava, e ainda acho, doentio qualquer atração de um garoto de dezesseis anos e uma mulher de vinte e dois, então você tem que ter em mente que não foi ela quem mudou minha vida, mesmo tendo um papel importante nela.
Essa era a vizinhança de onde eu morava, em uma das extremidades da Cidade da Ventania. Todas as casas tinham jardins, a maioria simples, o único diferente era o da mansão sem dono, no fim da rua. Dessa rua que não era nem calçada, depois de uma pequena descida passava um rio, não muito grande, com águas claras por entre algumas árvores.
Por fim o ônibus chegou, suas luzes era bem visíveis pois ainda não era manhã por completo e uma névoa rala cobria todo o local. Mas o que se destacava mesmo era o barulho que ele fazia, parecia que estava prestes a desmontar, peça por peça, as rodas chiavam como se nunca tivessem visto óleo na vida, era impossível não temer a morte dentro daquela coisa, por isso ele tinha sido apelidado de NVM (Nisto Vamos Morrer).
O ônibus parou e eu entrei, geralmente os alunos que entravam eram alvo de olhares, mas quando era eu quem entrava ninguém via, nem olhavam pra garantir, nem pensavam Bem, é apenas esse cara.
, parecia que o ônibus nem tinha parado e a monotonia da viagem parecia chateá-los mais.
Bem!
eu pensava, Pelo menos ninguém vai me incomodar
. Mas essa desculpa já não funcionava mais, porque eu já sabia que era apenas uma desculpa. Eu sempre me sentava em um dos assentos do meio, aquelas cadeiras secas de plástico postas sob uma armação de ferro, jogava minha mochila na cadeira do lado, pois sabia que ninguém se sentaria perto de mim mesmo, grudava na janela e olhava pra fora. Eu já fazia isso por tanto tempo que tinha criado um mapa mental da rua, já conhecia quase todos os detalhes, mas não vou descrever isso pra não ficar muito monótono, mais ainda que a minha vida.
Em resumo, eu ficava meia hora olhando pela janela, me distraindo a apenas olhar quem entrava no ônibus. De vez em quando a mãe de algum aluno entrava no ônibus fervilhando de raiva, geralmente isso acontecia quando o seu filho tinha levado ou dado uma surra em alguém. Na maioria das vezes a mãe xingava o diretor, mas quem realmente merecia uma bronca era o pestinha do filho. Mas nem elas se sentavam perto de mim, no caso delas era simplesmente por ver uma mochila ao meu lado impedindo que se sentassem, tinham muitos assentos vagos então nenhuma reclamava.
Chegar a escola sempre foi o pior momento pra mim, aquele conjunto de salas com um gramado mal cuidado e um refeitório minimamente limpo me dava arrepios.
Como sempre, eu me sentava no gramado com as pernas cruzadas e recapitulava as matérias que tinha estudado no dia anterior. Eu não gostava de fazer isso, mas, na falta de algo melhor, isso começou a fazer parte da minha rotina. Abria meu caderno, onde na capa estava escrito John