Kanban na Vida: Gestão pessoal, disciplina e perseverança. Conheça o projeto que mudou o meu estilo de vida

De Danilo Catellani

Em busca de técnicas de organização para aumentar a produtividade da empresa em que trabalha e o seu portfólio de conhecimentos, o autor teve a oportunidade de estudar o Kanban e fazer a designação KMP. Após aplicar essa técnica no trabalho e obter resultados interessantes, decidiu aplicar também na sua vida pessoal para construir novos hábitos e abandonar vícios antigos.
A insatisfação com determinada situação deve ser utilizada como combustível para sair da inércia. Neste livro, o autor demonstra como utilizou o Kanban na sua vida, com foco na melhoria contínua para mudanças de rotinas, identificando gatilhos de hábitos ruins para evitá-los e criar novos práticas.
Como resultado deste projeto pessoal, ele conseguiu parar de consumir bebida alcoólica, corrigiu a alimentação e saiu do sedentarismo, reduzindo seu peso de 132 kg para 90 kg. Amadureceu como pessoa e se tornou um pai, marido e filho melhor. Embarque nessa jornada em que ele conta em detalhes como foi o processo de mudança na sua vida.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 8 de mai. de 2023
• ISBN: 9786525451831

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1. Antes da tomada de decisão

Neste capítulo, descrevo como eram meus hábitos antes da tomada de decisão, quanto ao consumo de álcool, alimentação e sedentarismo.

1.1. Consumo de álcool

Minha relação com o álcool começou na adolescência. O consumo de álcool era um hábito comum na nossa família – festas com muita cerveja –, mas não creio que a família tenha sido minha maior influência. Relembrando a época em que comecei a frequentar bailes e a sair para curtir a noite na cidade, percebo que foi nessas ocasiões que o álcool passou a ser mais presente na minha vida devido ao ambiente em que eu me colocava, pertencimento de grupo e conformidade alta da minha parte.

Na adolescência o consumo ocorria basicamente nos finais de semana em que eu saía de casa. Esse hábito se manteve dos meus 15 anos aos 23 anos, quando me casei.

Depois de casado e sem a presença dos pais, a cerveja passou a fazer parte da lista de compras do mercado. Então comecei a consumir às quartas-feiras além dos finais de semana, frequência que perdurou até 2012, quando nasceu meu anjinho. Amanda chegou e esse fato novo me fez refletir e tentar melhorar. Tentei por algumas semanas não consumir álcool, mas fracassei, porque achava que consumir pouco não me prejudicaria, mas como esse hábito já estava enraizado em mim, o pouco foi se tornando mais e mais frequente, até que voltei ao nível de consumo anterior e segui dessa forma até 2019. Vale ressaltar que minha esposa não bebe nada de álcool.

Em 2020 e 2021 a situação piorou – não sei dizer se em decorrência da pandemia, das preocupações, ou se por ficar em casa, um lugar onde o hábito de beber estava mais presente –, o consumo passou a ser diário, em menor quantidade durante a semana e em maior quantidade nos finais de semana.

Para os detalhistas que querem saber a quantidade, eram cerca de 45 latas por semana. Fazendo um cálculo rápido, considerando quatro semanas em um mês, temos 180 latas a um valor de R$ 3,50, o que resulta em R$ 630 por mês, o que representa 52% de um salário mínimo. Não fiz esse cálculo antes de começar a aplicar o Kanban na minha vida, pois meu objetivo não era economizar.

Os finais de semana eram planejados em função desse hábito ruim: se saísse para beber na cidade, minha esposa sabe dirigir e isso resolvia o problema da volta para casa. Mas quando os planos envolviam a necessidade de dirigir até outra cidade, o que me impediria de beber por minha esposa não dirigir em rodovias, nesse caso deixava algumas latas na geladeira já pensando na volta.

Impressionante como um vício limita nossas possibilidades! Se eu tomasse cerveja no sábado à tarde, o que era bem comum, já não poderia ir passear em outra cidade com minha família. Pode parecer estranho para quem mora em grandes cidades, mas para a gente do interior, que vive em cidade pequena, é comum ir passear nas cidades maiores.

1.2. Alimentação

Também quanto aos hábitos alimentares, eu tinha me tornado totalmente displicente, sem me preocupar com o amanhã. No almoço, marmita. E no jantar, quatro dias por semana, comprava comida em restaurantes e lanchonetes. Some-se a isso um alto consumo de produtos industrializados, doces e massas. Cozinhávamos pouco em casa, raramente comprava frutas, verduras e legumes. Esse meu hábito ruim estava criando igualmente hábitos ruins na minha filha e esposa.

Repetir a refeição acontecia com frequência. Mais tarde vim a entender que isso tem a ver com ansiedade, vontade e prazer – e não com fome –, mas eu não pensava sobre isso e seguia nessa rotina. Uma caixa de bombons durava um dia e isso, somado à má alimentação e ao consumo de álcool, certamente estava levando a uma situação cada vez mais crítica.

O fato de