Só EU amei
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Sobre este e-book
Muitos anos se passaram, tudo parecia ter sido apagado pelo tempo, até o dia que, coincidentemente, a garota foi trabalhar na mesma empresa que o rapaz. Era inacreditável tal acontecimento, após tantos anos.
A partir daquele encontro, o amor de infância deu lugar ao amor de dois jovens que, durante anos, viveram um para o outro, ou… ela para ele.
Sarah acreditava viver um conto de fadas, e o juramento do matrimônio tinha como eterno, até que uma página de seu conto de fadas foi rasurada, causando muita dor, traição e luta.
De romântica à guerreira, foi a única alternativa que Sarah tinha para criar e poupar seus filhos da decepção e sofrimento.
Os finais felizes dos contos de fadas não aconteceram com Sarah, porém a fez compreender que a realidade, embora muitas vezes cruel, fortalece e é capaz de mudar atitudes, posturas e visões do que realmente é a vida. Com esse novo olhar, Sarah se transformou em uma mulher madura, mãe dedicada, profissional competente; enfim, uma nova mulher.
A dor e a decepção mostrou a ela quão grande era sua força e fez com que sua felicidade não ficasse mais nas mãos de outra pessoa.
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Só EU amei - Consuelo Cardeal
As duas faces do amor
Menino de hábitos simples, pele queimada do sol, jeito cativante, ali na redondeza todos o admiravam pela sua determinação, gostava de ajudar quem dele precisasse. Tão pequeno, despertava nas pessoas um sentimento de amizade. Esse era Carlos, cabelos encaracolados, barrigudinho, jeito característico de criança que vivia em permanente contato com a natureza. De família simples, mas muito honrada, filho mais novo dos sete irmãos que pertenciam àquela família. Carlos, todos os dias brincando na estrada que passava em frente à fazenda de seu pai, cumprimentava todos que passavam pela rodagem. Todos o conheciam, por isso, brincava com segurança com seus cavalos de pau, que ele mesmo construía.
Certa manhã, aquele garoto foi alertado por um barulho estranho, que ainda não havia escutado por ali. Levantou-se daquele barro vermelho, onde estava sentado tranquilamente, construindo uma arapuca, e fitou os olhos naquela infinita estrada. A cada minuto, o barulho diferente se aproximava, Carlos, estava curioso, até que avistou, ainda muito longe, um caminhão, não dava para perceber marca, cor, modelo, só a imaginação fazia com que ele achasse que seria algo surpreendente.
Ficou à beira da estrada, ansioso para desvendar aquele que, para ele, seria algo inusitado naquelas bandas onde morava. Quando o caminhão se aproximou, percebeu que na carroceria do caminhão havia cadeiras, camas, enfim, móveis… Ele, com um gesto peculiar, fez com que o motorista parasse para cumprimentá-lo. Desceu da cabine daquele veículo um senhor moreno, alto, de voz firme, educado, e estendeu-lhe a mão em um gesto de cordialidade. Ali se firmava uma amizade leal. As indagações foram bastantes das duas partes, até descobrirem que seriam vizinhos de fazenda. Carlos, feliz por ter moradores novos nas redondezas, correu para sua casa para contar a novidade para seus pais.
Passaram-se 15 dias, e seu Joaquim, pai de Carlos, resolveu dar as boas-vindas para os novos moradores. Homem de bom coração, trabalhador, logo percebeu que aquela família vinha da capital de Goiás, e que seus hábitos eram bem diferentes. Percebeu ainda que ali, naquela propriedade, não havia alimentos suficientes para suprir as necessidades e costumes daquela gente. Conversa vai, conversa vem, o distinto vizinho ofereceu ao chegante umas vacas para que pudessem ter leite para as crianças enquanto se estabilizavam e organizavam o próprio rebanho. Com muita humildade, seu Antônio, o novo vizinho, admirado com a receptividade, aceitou e agradeceu a ajuda. A partir daquela ação, tornaram-se amigos.
Passaram-se meses e todos dias se encontravam nas redondezas. Enquanto realizavam suas tarefas, conversavam de tudo, a cada dia fortalecia-se mais o vínculo de amizade. Chegou o tão esperado dia, seu Antônio convidou a família do seu Joaquim para conhecer a sua, em um caloroso almoço de gratidão. Quem não acredita em destino, depois dessa emocionante história, acreditará.
Tudo aconteceu em meados dos anos 1970, época onde o romantismo dava lugar a uma vida de muito trabalho para criar os filhos, sem tempo para muitos carinhos e mimimis
. Em meio a abraços e cumprimentos, surgia ali um momento ímpar de inocência e encantamento, no exato momento em que apareceu uma garotinha, filha mais nova de Sr. Antônio, que, com rostinho dengoso e fala mansa, começou a cumprimentar a todos. Algo inexplicável aconteceu quando se aproximou de Carlos, filho caçula de seu Joaquim. Ao estender-lhe a mão, aquele determinado garoto ficou paralisado a olhar para aquela tão meiga pessoa. O pai do garoto, sem entender, o repreendeu veemente por achar desrespeitosa aquela atitude, nunca imaginou que o que ali acontecia era algo doce, leve.
A partir daquele encontro, Carlos não conseguia mais esquecer o rostinho meigo daquela garotinha.
Aquela visita não só selou laços de amizade entre vizinhos, como despertou em seus filhos admiração, respeito e uma doce amizade.
Os dias foram passando, a vida na roça cada hora mais dura, as amizades se fortalecendo com os fazendeiros vizinhos. E naquela região formaram-se amigos, parceiros onde a palavra solidariedade era cultuada.
O senhor Antônio, dono de um caminhão, nas suas idas e vindas à cidade encontrou um parceiro leal, imaginem quem? Carlos, que fazia questão de ajudar na abertura dos colchetes e porteiras que havia no percurso, para ele era uma diversão. A amizade entre os dois foi se fortalecendo até que um dia, o garoto, em tom