Paternidade
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Psicologia para você
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Pré-visualização do livro
Paternidade - Ingrid Konrath
© 2022 by Ingrid Konrath
Projeto de Capa
S2C e Secco Editora
Ilustrações Capa, Miolo
Tambeiro e da Autora
Projeto Editorial
www.s2c.com.br
Coordenação Editorial
Ingrid Konrath
Design, Produção Gráfica e Impressão
S2C & Secco Editora
Revisão
Renato Deitos
Conversão para ePub
Cumbuca Studio
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
K82p
KONRATH, Ingrid
Paternidade: um percurso para aprender e ensinar sobre o ser pai / Ingrid Konrath ; revisão Renato Deitos – Porto Alegre: S2C e Secco Editora, 2022.
9MB. : il. ; 23x16 cm.
ISBN 978-65-87097-34-3
1. Paternidade. 2. Família. 3. Pais e filhos. 4. Relacionamento familiar. I. Título. II. Deitos, Renato.
CDD 158.24
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária:
Andréia Maíra Ziegler CRB 10/1624
Contato para Edição de livros:
51 981.22.4677 | livros@s2c.com.br | www.s2c.com.br
Rua Cairu, 483 SL 1 | CEP 90230-031 | Porto Alegre | RS | Brasil
IMPRESSO NO BRASIL
SUMÁRIO
PENSAMENTO
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
1 CAMINHANDO EM BUSCA DO PAI
2 BUSCANDO O PAI
3 O FILHO CARENTE
4 O PAI DISTANTE E O AUSENTE
5 O ENCONTRO COM O PAI
6 O PAI E SUA FUNÇÃO SIMBÓLICA
7 RESPONSABILIDADE E A LEI DO PAI
8 O SER PAI E O SER MÃE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
RESGATANDO A MEMÓRIA E A EMOÇÃO DAQUELE MOMENTO
REFERÊNCIAS
PENSAMENTO
"Aquilo que herdaste de teus pais,
Conquista-o para fazê-lo teu."
(Goethe, Fausto, Parte I, Cena I)
DEDICATÓRIA
Ao meu Pai, Nelson Konrath (in memoriam)
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ao órgão governamental CNPq, por ter oportunizado a realização desta pesquisa que culminou na dissertação de mestrado O discurso paterno: similaridades e especificidades
em 1996. Ao corpo docente e principalmente à orientadora Drª Maria Nestrovski Folberg que respeitou minhas escolhas na forma de abordar o tema. O tema surgiu a partir da observação na clínica. Até hoje rende frutos na compreensão e na educação das crianças e na orientação aos pais.
Agradeço aos autores citados neste livro, com quem aprendi a teoria e que no exercício da escrita e no dia a dia da clínica tornaram-se parte da minha existência.
Agradeço com afeto à Ana Claudia Meira, que me estendeu a mão com seus conselhos e olhar prestimoso e atento, assistindo-me durante a revisão deste material.
Agradeço do fundo do meu coração à Amanda Konrath Gressler, que me encorajou e animou durante todo o caminho percorrido e sempre me incentivou a avançar.
Agradeço àqueles que vieram ao meu consultório em busca de auxílio e confiaram suas angústias e preocupações, e, no processo de uma escuta atenta e cuidadosa, compartilhamos a travessia pela estrada da psicoterapia.
PREFÁCIO
A escrita psicanalítica acontece o tempo todo, na prática clínica, por vezes com um excesso de teorização, por vezes com ausência de uma leitura pessoal. No entanto, no escrever, o ato criativo, enquanto transgressão, cheio de medos e de recomeços, aparece nas entrelinhas. O que me move na escrita deste livro é o desejo de realização, e o prazer desta realização é pungente, embora saibamos que não é a única motivação e que, junto a ele, exista a necessidade de expressarmos nossos pensamentos.
Aprendi com Freud e outros autores brilhantes que o psicanalista que decide comunicar necessita encontrar um equilíbrio entre a estética – aquilo que pode ser contado – e a teorização, acrescentando o que afirma Green (1994), de que escrever é ainda uma forma de continuar a autoanálise.
Aulagnier (2010) traz reflexões sobre a necessidade de escrever e comunicar, como um lugar de liberdade da palavra referente aos próprios pensamentos e perguntas. Enquanto, nas sessões, frente ao paciente, não façamos mais que pensar e deixar-nos pensar, em um outro momento – na escrita ou na preparação de nossos escritos – podemos retomar nossos pensamentos, refletir sobre eles, elaborar encadeamentos e colocá-los a serviço da própria busca da verdade: verdades sobre a teoria, suas hipóteses teóricas e sobre si mesma.
Meira (2016) complementa a reflexão ao afirmar que escrever é um outro acontecimento psíquico, um momento outro, de viver com tanta intensidade tudo aquilo a que nos dispomos a viver com o paciente
(p. 257). Para ela, "a tridimensionalidade que caracteriza o encontro de inconscientes não pode perder força quando é impressa sobre um papel; senão, o que veremos ali será um amontoado de informações, e nada que se pareça com a experiência que vivemos na privacidade de nosso consultório" (p. 257).
A inquietação agora é diferente de um momento anterior – mais precisamente 1996 –, em que fui buscar o auxílio da Academia para estudar e pesquisar o tema da Paternidade, e não sabia se teria capacidade de aprofundá-lo como deveria ser. Hoje, a angústia é outra; é no sentido de me permitir escrever sobre o tema com um olhar mais pessoal e maduro, diante de meu dia a dia na clínica psicológica.
Mais do que isso, hoje, sei que preciso criar coragem para deixar este livro – assim como um filho – voar, se libertar, uma vez que, até o momento, somente eu tive o prazer de tê-lo comigo, auxiliando no cotidiano do consultório, onde usufruí e pude escutar e trabalhar com pacientes de todas as idades e com seus familiares.
Volto a escrever sobre o tema da paternidade na atualidade, sustentando perguntas que já me inquietavam há 20 anos: O que os pais pensam sobre a paternidade? Como fica a função paterna nos dias de hoje? Passadas duas décadas, está presente a mesma vontade de compreender e contribuir no entendimento de questões tão caras, quando o assunto é filho.
A família é um microcosmo, importante e necessário tanto para a sociedade como para as pessoas, principalmente para as crianças, que necessitam amparo, compreensão, carinho, cuidado e respeito. Contudo, existem famílias que são preocupantes, opressivas e tóxicas. Considero-me incluída entre os psicólogos e educadores que apontam a importância da família na transmissão da cultura, como agente de socialização e de transmissão de valores conscientes e inconscientes.
Para compreender e contribuir no tema da família, precisamos entender o momento presente. Vivemos com pressa, estamos mais impacientes e parece que o mundo foi diminuindo. Parece, ainda, que existe uma necessidade de nos expressarmos através de palavras que possam significar tudo, de uma forma ininterrupta.
O Facebook, o Wi-Fi, o smartphone, o Bluetooth, o Twitter, o WhatsApp e emojis são recursos e aparelhos que carregam a tentativa de sintetizar ideias com poucas palavras e em frases cada vez mais curtas. É o desafio da velocidade e do sentido. O usuário, na internet, sente-se dono de sua vida e pode administrar seu próprio negócio. O aparelho smart possui mais qualidade e velocidade que o módulo lunar da Apolo que pousou na Lua, na década de 60 do século passado. São dois bilhões de imagens postadas todos os dias na rede. Quando o computador não funciona, é um desgaste. Estamos em mutação constante.
Outra hipótese que auxilia essa compreensão é que nossas percepções e vivências estão tão estimuladas que nos é impossível expressá-las com o uso do repertório conhecido de palavras. São questões que dificultam aos pais entenderem seus filhos.
Mesmo frente a todas estas mudanças, os pais precisam compreender que sua participação e sua curadoria perante os filhos pequenos são importantes. Porém, parece que eles temem estar desinstrumentalizados ou ficar desmoralizados; eles sentem-se como imigrantes que, ao chegarem em um país diferente, percebem que, com o tempo, seus filhos falam bem aquela língua estranha, enquanto eles se sentem isolados. Parece que o saber do pai se tornou inadequado e obsoleto para fazer-se presente. Diante de tantas situações novas, sua experiência e seu saber acumulados são quase nulos. Nesses casos, os filhos se colocam em uma posição, dentro e fora da unidade familiar, de sujeitos possuidores de direitos e deveres, como se os pais não fossem mais necessários enquanto referência de valores e como educadores.
Ao revisitar este estudo 20 anos depois, sigo buscando compreender o que se passou comigo e com as pessoas, pois sigo acompanhando jovens pais que chegam à clínica em busca de auxílio na educação de seus filhos. Agora, permito que esse trabalho ganhe outros olhares, outras vozes e outros significados.
INTRODUÇÃO
Uma grande responsabilidade. Mas foi através, por causa dessa grande responsabilidade, que eu aceitei esse desafio. Sempre quis ser pai, não importava se seria uma menina ou um menino, eu sempre quis ser pai, para saber como é que eu iria me sair nessa coisa de educação. Porque eu acho que tem uma história muito de educação, além de educação dar um pouco mais, que é o companheirismo, a amizade, a segurança, isso era importante para mim, eu queria ver como é que eu iria me sair nessa função.
Fragmento da fala de um pai
No trabalho de escuta de homens e mulheres, gradativamente, construiu-se uma noção mais integrada sobre as diferenças e semelhanças na maneira de falar do cotidiano, dos conflitos, das crises, dos medos e das emoções. O trabalho de escuta em consultório é paciente e elaborativo tanto para aquele que escuta como para o outro que fala.
Em um primeiro momento, minha trajetória direcionou-se no sentido de entender a psicologia feminina, buscando autores que tratavam deste tema por percebê-lo como não suficientemente abordado em Freud. Esta maneira de pensar não é novidade, uma vez que muito já foi escrito na literatura psicanalítica sobre o fato, e mesmo Freud (1931; 1932) deixava claro em seus escritos o quanto desconhecia o tema.
Os estudos sobre a feminilidade, embora com avanços significativos, posteriores aos movimentos feministas, tendem a permanecer focalizados sobre a mãe, em detrimento de um entendimento mais amplo sobre a relação familiar e desta com a cultura e a sociedade. Ainda hoje, a tendência nos estudos sobre a maternidade faz pensar que desde a revolução industrial as mães são glorificadas e/ou culpadas por tudo de bom e de ruim que acontece com a criança. A teoria psicanalítica em muito contribuiu para este jogo de pega-ladrão
que acaba apontando para a mãe, como se ela fosse o mundo do bebê. Percebemos por trás deste posicionamento uma epistemologia linear que leva