O Retorno Dos Gigantes
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O Retorno Dos Gigantes - Caciano De Souza
O RETORNO DOS GIGANTES
Histórias do Passado Longínquo – 2
Caciano de Souza
Copyright © by Caciano Oliveira de Souza 2016
Série Histórias do Passado Longínquo
de Caciano de Souza
1: O Voo dos Atlantes
2: O Retorno dos Gigantes
3: Entre Deuses e Demônios
Sumário
Aqueles Pergaminhos Emparedados
O Encontro Entre o Deus Lua e o Rei do Deserto
Éramos os Grandes Senhores Iluminados
O Poder Estava no Céu
O Senhor da Terra Subiu a Montanha Sagrada
A Faraônica Usina de Energia
Um Ângelus Caiu do Céu
Os Ângelus Transgressores
A Revolta dos Ângelus
Os Delírios do Deus Serpente
Golpe ou Contragolpe?
A Realeza foi Outorgada do Céu para a Terra
O Supremo Desceu do Céu e Caminhou Sobre a Terra.
Aqueles Pergaminhos Emparedados
Saudoso mestre! Depois de superar tantas dúvidas e incertezas e de enterrar de vez arraigadas convicções, aqui estou eu, enfim escrevendo uma última linha do livro que é muito mais seu do que meu.
Hoje recordei uma de suas aulas de história antiga, das primeiras do curso, eu ainda um calouro, e ví o austero professor, em pé, num canto da sala, apontar o indicador para um mapa do Crescente Fértil pendurado numa parede e dizer solenemente:
Muitos morros de terra avermelhada, às margens dos grandes rios do Oriente Próximo, são tudo o que restou de lendárias cidades do passado longínquo.
Lá se vão mais de quarenta anos...
O sisudo professor de história e eu, depois de formado, nos tornamos grandes amigos.
O mestre era arqueólogo e, em suas férias, ele viajava para as regiões do Oriente Médio onde há milênios cresceram as primeiras civilizações. Gostava de perambular pelos locais onde grandiosas cidades nasceram, alcançaram sua pujança e entraram em decadência, foram invadidas, saqueadas e abandonadas e com a ação, do tempo e das intempéries, se transformaram em montanhas de pó.
Dizia o velho mestre:
Como conhecer a história vivida por aqueles homens e mulheres do passado longínquo, através do pó?
No retorno de sua última viagem ao Oriente, já um mestre aposentado, veio à minha casa para uma longa conversa. Como de costume vinha compartilhar comigo as suas experiências no campo da arqueologia. Dessa vez, porém, o professor estava extremamente empolgado e, ansioso, me contou em minuciosos detalhes a sua fantástica descoberta: os manuscritos de uma muito, muito estranha história.
Certo dia, alugara um carro com motorista e dirigia-se para um importante sitio arqueológico, localizado às margens de um grande rio do Oriente Médio, para acompanhar as escavações do que poderia ser uma importante descoberta. No meio do caminho, porém, o motor do velho automóvel apresentou um problema mecânico e parou de funcionar. O motorista, um senhor barrigudo, bigodudo e de poucos cabelos, soltou um sonoro palavrão em seu idioma, desceu do carro resmungando e abriu o capô. Após uma rápida análise da situação, o chofer balançou a cabeça e, desanimado, arregaçou as mangas da camisa, olhando para o professor sentado no banco traseiro e disse, num péssimo inglês, que precisaria de pelo menos uma hora para fazer aquela porcaria
funcionar novamente.
O automóvel parara justamente aos pés de uma pequena elevação. Como a manhã estava ensolarada, porém com uma temperatura amena, o velho mestre decidiu subir até o cimo do morro e dar uma olhada ao redor. Meu voluntarioso amigo caminhou com dificuldade morro acima, por conta dos anos que lhe pesavam nas costas e também por causa do terreno pedregoso.
O professor contava as suas histórias de viagens descrevendo minuciosamente os seus próprios pensamentos e gesticulando muito, no esforço de aplicar maior dramaticidade à narrativa.
Esse morro, provavelmente, nunca foi explorado pelos arqueólogos, decerto porque o local não tenha sido citado em algum escrito antigo ou talvez por estar distante das rotas comerciais do passado. O fato de não haver uma fonte de água próxima também contribui para o lugar ser considerado como um improvável sítio de assentamento humano.
Perto do cume, viu que uma enorme pedra deslizara do alto do monte e, em seu caminho, se chocara contra a entrada do que parecia ser uma pequena gruta, desobstruindo-a.
Essa pedra rolou faz pouco tempo, talvez devido à tempestade de dias atrás
.
O professor então tirou de sua bolsa a tiracolo uma lanterna, abaixou-se e iluminou o interior da cavidade. Surpreso, viu que se tratava não de uma gruta, mas de uma câmara estreita e baixa e sem nenhum tipo de abertura, apenas aquele buraco provocado pelo choque da pedra na alvenaria quando deslizou do alto do morro, junto com parte da terra da encosta.
Essa coisa parece algum tipo de cofre, porque antes do choque estava totalmente lacrada
.
O mestre ajoelhou-se, enfiou uma das mãos para dentro da câmara e colocou a lanterna no seu interior. Todo o espaço do compartimento estava ocupado com três grandes vasos de cerâmica cheios de areia do deserto. Estavam ornamentados com gravuras que o professor imediatamente identificou sendo de deidades da mitologia do Oriente Próximo. O professor puxou um dos vasos, inclinando-o para que saísse toda areia e eis que o vasilhame rachou em cacos. O velho mestre, surpreso, viu que o jarro continha grossos rolos de papiro e teve mais cuidado ao manusear os outros dois. No seu interior, havia mais pergaminhos.
O velho mestre entreabriu um dos documentos, suas mãos tremiam de emoção. O pergaminho continha um denso texto escrito em aramaico, idioma que o professor lia perfeitamente. Com desmesurado cuidado distribuiu os pergaminhos pelos dois vasos inteiros, juntou os cacos do que se quebrara e os guardou em sua bolsa. O idoso catedrático olhou para o carro, lá embaixo e encheu de ar os pulmões; trôpego e ofegante foi cambaleando morro abaixo e aproximou-se do automóvel que alugara, agora já com o capô baixado e pronto para continuar a viagem. O mestre, cuidadosamente, depositou no chão os vasos e, apertando as mãos nas costas inclinou-se para trás, no afã de endireitar a coluna vertebral.
Estou muito velho para esse tipo de aventura...
Enxugando o suor do rosto com o mesmo pano que havia limpado a lataria do carro, o motorista levou as mãos à cabeça e soltou um palavrão; exigiu ele uma boa recompensa para transportar, em seu automóvel, aquelas antiguidades, pois o governo do seu país proíbe qualquer tipo de exploração arqueológica não autorizada, impondo pesadas multas aos infratores.
O professor, a contragosto, concordou em praticar aquela contravenção.
Vou fazer o melhor possível para salvaguardar a integridade dos documentos e dos jarros
Então jurou para si próprio:
Bem, tão logo tiver estudado e fotografado cada milímetro dos vasos e dos manuscritos, irei entregá-los aos cuidados do museu da capital.
O velho mestre desistiu de continuar a viagem e ordenou ao motorista que retornasse ao hotel. Estava hospedado numa vila tranquila, próxima da capital do país e passou o tempo todo das férias trancado em seu quarto, primeiro, num trabalho preliminar de preservação dos papiros que, entretanto, estavam muito bem conservados e depois, estudando os desenhos dos vasos e os manuscritos. O professor descobriu que os escritos datavam de pouco mais de dois mil anos, porém, surpreendentemente, deparou-se ele com narrativas de eventos muitíssimo mais antigos, pertencentes ao passado longínquo da humanidade.
Em seu conjunto, os manuscritos constituíam uma só narrativa, sob o título As Histórias do Deus Lua ao Rei do Deserto
.
O professor fotografou os vasos e copiou os manuscritos, depois os entregou ao museu, da forma que prometera a si mesmo.
O velho mestre, em seu retorno ao nosso país, me contou detalhadamente todo o sucedido e deu-me uma cópia em português dos manuscritos para que eu o lesse e opinasse sobre o seu conteúdo, resultando em muitas