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Bennu - Em Busca da Omnisciência
Bennu - Em Busca da Omnisciência
Bennu - Em Busca da Omnisciência
E-book267 páginas3 horas

Bennu - Em Busca da Omnisciência

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Sobre este e-book

Castelmoron-d'Albret, 22 de abril de 1922. 
Sem Logos. 
O mundo é eterno ou não? O planeta ocupa o centro do universo pois o centro é sempre onde estamos e pensamos, mais do que estamos, somos. E o cosmo que existe não se estende além do limite de nossa percepção convexa, nossa percepção dá a forma do que conhecemos e, fora dela, há o vazio (desconhecido) ilimitado, a ser percebido e enquanto não percebido, pressentido, incorpóreo e, por isso, capaz de receber corpos. Assim é o espaço quase nas palavras de Aristóteles, traduzido superficialmente para o latim (spatium est capacitas recipiendi corpora). Mais coerente seria dizer que o cosmo, o todo, o universo é uma sympátheia tôn hólôn, uma "simpatia entre todas as coisas", e que tudo está unido por uma lei de afinidade recíproca e causal, todas as coisas são partes de um grande organismo. Mas essa é nossa compreensão do cosmos. É só uma visão senciente que define a forma de ser conforme a forma de ver. A aparência é transparente. O fluir é opaco. Ao escrever estas linhas resolvo minha memória de ser e descobrir quem sou. Conecto-me ao tecido nervoso da realidade onde as mesmas estrelas se refletem nas águas de milhares de planetas cheios de vida. Mas ao me identificar com o todo esqueço de mim como essência e passo a ser instante do fluxo. E minhas vidas se misturam. O caderno é de quando fui poeta em Berlim. A caneta é de quando fui metafísico em Angola. O relógio ganhei de uma esposa na Irlanda. O tablet eu montei no Japão e o relógio... o relógio, não me lembro. Fragmentos persistentes. Há livros infinitos dentro. Um dentro onde cabe o infinito em plural. É assim que acontece. A omnisciência é impossível pois elimina a existência múltipla. E quando estaciono de repente, paro assim perdido no tempo e no espaço com restos de vidas minhas e alheias, alheias agora, de antes ou depois. Fujo da omnisciência em nome da existência dos todos. Escrevo então. Linhas misturadas em um velho caderno. Idiomas diversos ou únicos. Não faz diferença. Transmigro. A palavra cria o fluxo, e fluxo gera um sentido, vetor existencial para o que chamo de mim e para o continuum. Um logos. Faço-me carne e existo. E assim o universo persiste. Sem motivo senão existir. 
Fiat Lux. 
Mi premis la butonon kaj la libro eliris. 
 

IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de ago. de 2022
ISBN9798201416843
Bennu - Em Busca da Omnisciência

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    Bennu - Em Busca da Omnisciência - Anthony Koontz

    Socio antaŭ historio

    [2]

    Komenca homo vivas kiel besto kaj havas sovaĝajn kutimojn, kiuj nur moligas kiel ili iras civilizantaj.[3]

    Osol nasceu pela primeira vez quando seu olhar o percebeu como fonte de calor, causa da luz e sinal do dia. A medida do tempo tinha um fluxo. Uma circularidade. Ele desenhou o círculo com seu dedo sobre a terra dura e seca. Depois, pegou uma pedra e riscou no mesmo lugar. O risco virou um sulco profundo. E agora havia um dentro e um fora. Um claro e um escuro. Luz e sombra.

    Ele gritou:

    – Rá!

    A iluminação o separou do continuum. Mas ele não sabia a diferença entre a luz do sol e a própria. Chamou o que achava externo de divindade. E agradeceu a ela em vez de a si mesmo.

    No dia seguinte, ele esperou o sol nascer e se encheu de alegria. O nascer do sol era uma certeza. A luz surgia depois da escuridão. De fato, compreender o mundo era ao mesmo tempo separar-se dele. Mas o que antes se integrava não sabia da desintegração. A divisão entre o que conhece e o conhecido gerou a entropia. E o que não tinha antes ganhou finitos depois. Infinitos. A desagregação tornou necessária uma religação. Uma religião. O criador se considerou criatura, alienado de si mesmo. E foi o começo do fim.

    Conscious spiritus.

    συνειδητή αναπνοή.

    ሕያው ህያው.

    生命的呼吸.

    التنفس لايف

    Genezo

    [4]

    Homo estas ŝnurego etendita inter bestoj kaj superman - ŝnuro sub la abismo. Ĝi estas la danĝero transmeti ĝin, la danĝeron de la vojo, la danĝero rigardi malantaŭen, la danĝeron de tremo kaj ĉesado. Kio estas bonega pri homo estas ponto kaj ne celo: kio povas esti amata en la homo estas transiro kaj sunsubiro.[5]

    Antes do inverno cobrir o mundo, por milhares de anos o grande continente nem era percebido como uma ilha gigantesca. Muitas das espécies hominídeas que lá viviam jamais tinham visto o mar. Entre essas, o velho e atarracado Mestre Ohm se despedia do horizonte seco de uma vida que o identificava como filho da terra. Apoiava-se em seu cajado segurando-o com as duas mãos.

    – Sinta o vento – fechou os olhos e ergueu a cabeça em sua direção – consegues compreender as histórias que ele traz? Um pouco do frio das geleiras eternas que se aproximam. Um pouco do perfume da primavera sendo empurrada pelo verão em direção ao ocidente. E a umidade, consegues sentir? Gotas tão pequenas, tão pequenas que nem conseguimos imaginar quantas delas são necessárias para formar os oceanos. Não precisamos vê-los para sabê-los. Os oceanos são apenas muitas e muitas gotas, lembra-te disso.

    – Mestre, está começando a chover. Precisamos entrar antes do temporal que vai cair daqui a pouco. Venha. Venha. Cuidado com o degrau.

    Mestre Ohm tinha duzentos e dois anos de idade quando se deitou pela última vez na cama de palha. Olhou para mim com um brilho no olhar que iluminou a cabana, sorriu e fechou os olhos. Preparei seu corpo para a cremação e aguardei a chuva passar. Uma noite de luto sob as lágrimas do céu.

    Quando o sol apareceu apenas na tarde do dia seguinte, já tinha seu corpo amarrado à velha carroça para levá-lo até a beira do rio. Uma pequena multidão se formou à minha passagem, era uma cerimônia informal que se transformara numa tradição implícita a ser cumprida. Mestre Ohm tinha fundado aquela comunidade e quatro gerações de habitantes o consideravam um pai, conselheiro e juiz.

    Puxei a carroça para dentro do rio e cobri seu corpo com palha e óleo. Esfreguei as pedras de memória uma na outra para provocar faíscas que se transformaram em labaredas mal tocaram o óleo.

    Ajoelhei-me com a carroça em chamas atrás de mim. Os cheiros e a fumaça da cremação eram levados pelo vento em direção ao rio e aos céus. Estendi os braços com as pedras de memória, uma em cada palma da mão.  A minha e a do mestre. Cada habitante, homem e mulher, criança e idoso, tomou seu lugar na fila e, um a um, passava e tocava cada uma das pedras de memória. Entre as centenas de pessoas, quando meu sucessor tocou a pedra do Mestre ele chorou, ainda era uma criança e se assustou com a enxurrada de informações que a pedra lhe passou com um simples toque. O mesmo havia acontecido comigo há quase um século, e ainda hoje eu me espanto com o que vejo nas pedras. Uma única vida não é suficiente para compreender tudo que elas registram para a eternidade.

    A pedra do Mestre Ohm já pertencia ao meu sucessor, ela o escolhera, assim como minha pedra deveria escolher e um dia pertencer ao sucessor dele.

    No dia seguinte, os pais da criança a deixaram na porta da cabana junto com uma única troca de roupa – para quando ficasse adulto – dentro de uma trouxa, junto com uma colher de madeira e uma cuia de porongo. Ela não era da minha tribo, aquela que chamávamos de construtores originais. Era um nariz fino. Mesmo de pé, eu não era muito mais alto que ele. Com o tempo ele teria o dobro do meu tamanho. Tinha a testa alta, os cabelos lisos, os pés e as mãos pequenos, a cor da pele era clara, e seus olhos eram claros, pupilas escuras enormes e profundas, mandíbulas curtas, rosto achatado e nariz proeminente. Era um biopuro da nova cepa genética que os estéticos haviam forjado. Os biopuros daquela nova espécie hominídea não duravam tanto. Eu deveria ser seu mestre dali em diante até o fim dos meus dias, mas provavelmente ele iria para o fogo do fim antes de mim. Provavelmente, seria sua pedra de memória a seguir em frente, não a minha.

    – Eu o chamarei de Pequeno Ohm. Serei para você o Mestre Laoz.

    – Mestre Laoz – repetiu o Pequeno Ohm com uma reverência.

    Ensinei a ele as tarefas ordinárias da cabana para mantê-la limpa e abastecer a despensa. Dali para frente, na qualidade de Mestre, eu me absteria das preocupações mundanas e me dedicaria a estudar minha pedra de memória e, algumas horas por dia, eu o treinaria a estudar a dele. A cada duas luas eu descia à aldeia e por três dias eu me dedicava a atender a comunidade e os peregrinos. O Pequeno Ohm me ajudava a organizar as filas e recolher as doações.

    – Mestre Laoz, Graniel é um peregrino, ele vem das montanhas e reclama que suas cabras estão morrendo cedo e dando pouco leite. Não engordam. Não procriam. O rebanho fica menor a cada ano. Ele solicita uma solução – sussurrou o Pequeno Ohm ao meu ouvido, de acordo com a formalidade das audiências.

    Seguro a pedra de memória na mão esquerda, fecho os olhos e entro dentro da pedra em busca de uma situação semelhante. Consigo ver pastores e cabras que por milênios habitaram nossas terras e compartilharam suas histórias com os mestres. Abro os olhos e respondo em seguida:

    – O sangue de suas cabras envelheceu. Você precisa cruzar suas melhores cabras com bodes de outras pastagens, quanto mais distantes das suas, melhor. Se puder, compre bodes da planície e os deixe lutar entre si. Permita que apenas o melhor cubra suas melhores cabras. Seu rebanho assim vai renascer.

    O peregrino tinha um cálamo, o qual mergulhava em um pote com cinza de carvão umedecido para escrever em um pergaminho, uma pele de cabra esticada em uma armação de madeira, onde anotava as palavras enquanto as dizia. Para minha própria surpresa e espanto de todos, levantei-me de repente, fui em direção ao peregrino e, usando meu cajado, arranquei de suas mãos o pergaminho que caiu esgarçado ao solo junto com suas ferramentas de escrita, e continuei batendo no peregrino com o cajado a ponto de fazê-lo se encolher e gritar por misericórdia. Ninguém se mexeu para ajudá-lo. Se o Mestre espancava alguém era para lhe dar uma lição. Era a tradição.

    – A escrita é um perigo, Pequeno Ohm – disse em voz alta para todos ouvirem. – É bonita, é uma pintura, parece dar vida a nossos pensamentos, mas é morta, calada. Parece conter conhecimento, mas jamais é capaz de responder algo diferente do que parece dizer, do que está escrito, responde apenas uma coisa e só de um jeito. E se repete, traço a traço até virar um discurso sem dono, sem origem, com aparência de verdade, mas que é apenas som mudo e sem sentido. Morto. Imitação do pensamento que não pensa, porque não tem movimento, pensamento e movimento são a mesma coisa, uma escrita não se move, logo não pensa. Repetir o escrito é não pensar. E não pensar é o mesmo que morrer. Vai-te embora, Graniel. Vai cuidar de tuas cabras e leva contigo o que aprendeste aqui hoje, sejas o veículo de conhecimento que guardas agora em tua memória. Tua escrita, teus pequenos desenhos são úteis para registrar números, contar bens e calcular ganhos e perdas em teus negócios, mas são inúteis para pensar o mundo. Repare bem, é teu vazio de pensar que não viu o problema de teu rebanho a ponto de precisar peregrinar até aqui. Observa! Conversa! Pensa! Age!

    Ordenei um intervalo e pedi ao Pequeno Ohm que recolhesse as ferramentas de escrita e o pergaminho do chão, iríamos levar para a cabana. Estava quase na hora da segunda refeição do dia e meu corpo exigia ser guarnecido. Mais tarde iria atender mais algumas dezenas de pessoas.

    Os três dias correram tranquilos. Não bati em mais ninguém.

    Quando a noite do terceiro dia chegou, já estávamos na cabana. Decidi então ensinar o Pequeno Ohm a ler e escrever. O cálamo, o carvão e o pergaminho tinham chegado em boa hora.

    – Por quê? – o Pequeno Ohm me perguntou.

    – Pequeno Ohm, acontece com a humanidade o que acontece com as cabras de Graniel, nosso sangue está secando, perdendo cor, intensidade e um dia deixaremos de existir. Por isso criamos vocês e, um dia, vocês também criarão suas variações. Não posso com o mar, mas você pode. Não sobrevirei ao gelo que virá, mas seus filhos e netos irão. A vida é um fogo que se apaga se não alimentamos. Seguiremos assim o destino de outras espécies que já se foram. Como tentativa de responder a isso nossos ancestrais encontraram a solução de nos transformar biologicamente, alterando-nos para nos garantir como sobreviventes ecológicos. No entanto, caímos na armadilha das preferências estéticas mascaradas de comportamentos morais. A cada geração ficamos mais esguios, menos peludos, mais onívoros, achatamos nossos rostos, preferimos olhos mais claros, tememos o sol, o vento, o frio, a água e nos tornamos animais que vivem em tocas que construímos, protegidos das intempéries, como se não fôssemos filhos delas. Confundimos a vida com a preservação de nossas tocas, ninhos. Por essa razão, a cada geração, menos pessoas conseguem ler o mundo em sua volta, as pedras de memória já não são mais ouvidas como antes. Estamos nos separando da natureza que nos gerou, presos a identidades de pessoas que se imaginam estanques.

    Bebi um pouco de água aquecida antes de continuar.

    – Houve um tempo, Pequeno Ohm, que todos nós ouvíamos as pedras de memória. E não apenas as pedras, ouvíamos as plantas, conversávamos com outras espécies de animais. Convivíamos. Sabíamos os ventos e seus aromas. Éramos integrados à natureza e não apenas seus espectadores, não como agora vivendo em um mundo virtual derivado de uma linguagem, uma cultura artificial, alijada das coisas. Um caminho sem volta. A escrita é a preservação de um hermetismo, uma linguagem que nos mantêm prisioneiros de um momento, uma narrativa...

    – Por que o Mestre tratou o peregrino daquela maneira? – O Pequeno Ohm perguntou.

    – Passe-me o pão, Pequeno Ohm. – Mordi o pão e continuei a falar enquanto mastigava. – Ganhamos comida...  porque ainda precisam de nós... Quando a linguagem escrita substituir o pensamento vivo... quando os comuns souberem ler e escrever, não haverá peregrinos mais... pois encontrarão suas respostas nos pergaminhos com textos sobre a criação de cabras. O pensamento se tornará tão mecânico por causa da escrita que não duvide, um dia haverá máquinas que pensarão por nós... Por enquanto... podemos evitar a onda escrita... como evitamos lembrar que o mar nos congelará no futuro. Um futuro em que as pedras de memória não poderão ser distintas das pedras comuns.

    Pequeno Ohm perguntou:

    – Já que nos transformamos tanto assim, então um dia nos tornaremos apenas linguagem, mera informação?

    O Pequeno Ohm viu a mim, Mestre Laoz, fechar os olhos, respirar fundo e expirar enquanto mastigava mais devagar para melhor sentir o sabor do pão, enquanto ainda fosse possível sentir algum sabor do mundo.

    Gaia hipotezo

    [6]

    La Tero estas vivanta estaĵo, pri kiu ni estas la nervoza sistemo.[7]

    22 de abril de 1922 . Sem Logos .

    Jaro 1922

    [8]

    Estas harmonia aro de leĝoj, kiuj ordonas la universon, formante omnipreskan kosman inteligentecon plenumitan en homa penso.[9]

    Texto manuscrito no caderno encontrado em uma cápsula do tempo no ano de 2129, Jaro 53 Pós-Holocênico:

    Castelmoron-d'Albret, la 22-an de aprilo, 1922. Neniuj logos. Ĉu la mondo estas eterna aŭ ne? Kaj la tero estas en la centro de la universo, kiel la centro estas ĉiam kie ni estas kaj pensi, pli ol ni, ni kaj la kosmo, kiu ekzistas ne etendas preter la limo de nia konveksa percepto, nia percepto donas vojon al kion ni konas kaj eksteren ĝi, estas dezerta (nekonata) senlima, kiel videbla kaj ne vidis, sentis, intangible kaj do kapablas ricevi korpoj. Do estas la spaco preskaŭ laŭ la vortoj de Aristotelo, tiel malprofunde tradukita en latina (spatium est capacitas recipiendi korpusoj). Pli konsekvenca estus diri ke la kosmon, la tuta, la universo estas sympátheia ton HXolon estas 'simpation de ĉio ", kaj ke ĉio estas kunigitaj de leĝo de reciproka kaj kaŭza afinecon, cxio estas parto de pli granda korpo. Sed ĉi tio estas nia kompreno pri la kosmo. Ĉi tio estas konscia vidpunkto, kiu difinas la vojon esti laŭ la maniero de vidado. La aspekto estas travidebla. Skribante ĉi tiujn liniojn mi solvas mian memoron pri esti kaj malkovri kiu mi estas. Ligoj al la nerva histo de realeco kie la samaj steloj reflektas en la akvo de miloj da vivoj plena de planedoj. Sed, kiam mi identigas min per la tutaĵo, mi forgesas min kiel esencon kaj mi fariĝas momento de fluo. Kaj miaj vivoj estas miksitaj. La notlibro estas de kiam mi estis poeto en Berlino. La plumo estas de kiam mi estis kuracisto en Angolo. La horloĝo gajnis de edzino en Irlando. La tableta, kiun mi uzis en Japanio kaj la horloĝo ... Mi ne memoras. Persistantaj fragmentoj. Estas senfinaj libroj enen. Interne kie multego persvadas en pluralo. Jen kiel okazas. Omniscienco estas neebla ĉar ĝi forigas multoblan ekziston. Kaj kiam mi parko subite ĉesas tiom perdita en tempo kaj spaco kun la restaĵoj de mia kaj fremda vivo, aliaj nun, antaŭe aŭ poste. Mi fuĝas de ĉiocienco en la nomo de la ekzisto de ĉiuj. Mi skribas tiam. Linioj miksitaj en malnova notlibro. Malsamaj aŭ unikaj lingvoj. Ĝi ne diferencas. La vorto kreas la fluon, kaj la fluo generas senson, vektoron existencial por tio, kion mi nomas min kaj la kontinua. Unu logos. Mi fariĝas karno kaj mi ekzistas. Kaj tiel la universo persistas. Neniu kialo ekzisti. Fiat Lukso. Mia premis la butonon kaj eliris libron.

    Jaro 2019

    [10]

    La sondo OSIRIS-REx eltrovis, ke la asteroido Bennu forpelas plumojn - senprecedenca fenomeno, kiu ŝanĝas nian komprenon pri la Suna Sistemo.[11]

    Aprimeira notícia diferente sobre Bennu saiu mundo afora em diversos jornais e em vários idiomas:

    «O Sistema Solar é um lugar empolgante. Descobertas revolucionárias na nossa vizinhança cósmica são divulgadas dia sim, dia não. Em meio a tanta concorrência, não é qualquer achado que faz um cientista experiente dizer que está diante de uma das maiores surpresas de sua carreira científica. Pois foi exatamente isso que disse em comunicado da Nasa Dante Lauretta, pesquisador chefe da missão OSIRIS-REx. Poucos dias depois de começar a orbitar o asteroide Bennu, em 31 de dezembro, a sonda observou pela primeira vez na história uma pluma de partículas sendo expelida da superfície de um asteroide. Já vimos gêiseres de vapor d’água jorrando de luas e até fluxos de poeira sendo deixados para trás por cometas. Mas, até então, pensava-se que asteroides não faziam esse tipo de coisa. O Bennu já está nos surpreendendo, e nossa empolgante jornada lá está apenas começando, disse Lauretta, que é professor de ciência planetária na Universidade do Arizona. Depois da primeira detecção das plumas, em 6 de janeiro, várias outras foram registradas. Boa parte das partículas expelidas foram arremessadas para o espaço interplanetário; uma porção foi atraída pela gravidade de volta à superfície

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