Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

O Enigma Da Ilha
O Enigma Da Ilha
O Enigma Da Ilha
E-book135 páginas2 horas

O Enigma Da Ilha

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Um historiador vive em uma busca constante ao tesouro de Thomas Cavendish, uma aventura repleta de mistérios, Ordens Secretas em uma trama de tirar o folego, os segredos de Akhenaton o faraó do antigo Egito, dos Essênios, Cátaros e Templários, desvende este mistério. .
IdiomaPortuguês
Data de lançamento24 de mar. de 2021
O Enigma Da Ilha

Relacionado a O Enigma Da Ilha

Ebooks relacionados

Religião e Espiritualidade para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de O Enigma Da Ilha

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    O Enigma Da Ilha - Jorge Henrique De Oliveira Lima

    O enigma da ilha

    O tesouro do Corsário

    Jorge Henrique de Oliveira Lima

    PRIMEIRA PARTE

    PROLOGO

    Um homem contempla a imensidão do mar num lugar solitário, onde as ondas batem fortes nas pedras e a brisa fresca disfarça o ardor dos raios do sol, seu olhar meio perdido não esconde sua profunda angustia provocada pelas duvidas e memórias antigas que assombram seus dias atuais, seus quase meio século de existência foram gastos numa procura intensa por algo que nem mesmo ele sabia o que era, mas que agora sentia em sua alma que chegou ao fim. Um suspiro longo, e erguendo a cabeça lentamente sente os raios do sol embaçarem sua visão, ele tem a sensação de mergulhar num turbilhão de luzes coloridas sua mente volta a um passado distante...

    [ 2 ]

    1975 – Com apenas 12 anos de idade as coisas não eram fáceis, filho de imigrantes nordestinos desde de cedo conheci o peso da responsabilidade de tomar conta da casa e do meu irmão mais novo enquanto meus pais trabalhavam, minha infância com poucos amigos, e sem as brincadeiras que qualquer criança normal conhecia, me abstive as leituras e ao mundo de fantasias que elas proporcionavam, os contos Homéricos e mitologia, eram os meus preferidos, porém este ano seria crucial e marcaria para sempre a minha vida. Era começo de primavera a tarde estava quente muito agradável, o sol estava soberano e estávamos jogando uma pelada, eu, Geraldinho, Ismael, Bida e Gilmar, de repente Ismael interrompe o jogo dizendo:

    -Meu irmão vai para o morro do Ilhéu, vai roubar banana do Sítio do espanhol! Vamos também?

    O irmão de Ismael, Rogério, era bem mais velho que nós todos e não fazia parte da nossa turma, Geraldinho e Bida entre olharam-se com desconfiança, porém logo toparam, eu e Gilmar éramos os caçulas e os mais temerosos meu irmão Luiz estava no colégio e eu precisava ir buscá-lo no final da tarde.

    -Vamos Erick!, vamos Gilmar!

    Insistia Ismael.

    -Vocês são uns mariquinhas!

    Depois de muita pressão resolvemos seguir com eles, Rogério se juntou a nós logo em seguida, após 20 minutos de caminhada

    [ 3 ]

    chegamos ao pé do morro e nos dirigimos a uma bica para nos refrescar, o calor estava intenso, Rogério diz:

    -Agora vamos pegar uma trilha até o poço das cobras, depois entramos no bananal pelos fundos do Sitio.

    Nesta hora meu arrependimento era claro para mim, o morro do Ilhéu era assombrado por dezenas de historias de estupros, assassinatos, fantasmas e tudo mais que pudesse aterrorizar os sonhos de uma criança, mas não dei o braço a torcer me enchi de coragem e segui em frente, a trilha não era difícil apesar de estar no meio de um resquício de mata Atlântica bem conservada apesar de estar próximo de um centro Urbano, 15

    minutos após chegamos ao poço das cobras, fiquei bestificado com o lugar, bromélias, samambaias gigantes e palmitos Jussara enfeitavam harmoniosamente um altar natural de pedras em forma circular com mais ou menos 2 metros de diâmetro, como uma fonte a água jorrava abundante e caia em forma de cascata entre as pedras na borda do poço, no seu interior havia uma areia fina, mais fina que as areias da praia em constante movimento como um redemoinho, por mais que eu descreva-a jamais poderia explicar tão bonito e enigmático era o poço das cobras, durante toda minha vida conheci vários paraísos naturais, mas lá a mão do escultor foi magnificamente perfeita.

    -Vamos até as cavernas dos Piratas!

    Rogério com esta frase me tira do transe de contemplação.

    -Cavernas dos Piratas?

    [ 4 ]

    Perguntou Geraldinho.

    -É vocês vão se amarrar...

    Enfatiza Rogério.

    Naquele momento eu e Gilmar não tínhamos mais opção de escolha, não sabíamos voltar a única saída era seguir em frente. As cavernas dos Piratas eram um conjunto de 5

    cavernas, uma ao lado da outra, extremamente escuras e úmidas, todos nós entremos mais sem perceber me adiantei dos outros não consigo me lembrar como ou porque, acho que entrei em uma espécie de transe, ouvia nitidamente um murmúrio constante similar a um mantra, meu corpo estava frio um misto de terror e contemplação assolava minha mente, nem o forte odor de mofo me incomodava naquele instante, tateando o chão senti algumas argolas de ferro Chumbadas nas rochas, aguçando minha visão percebi alguns tonéis de canto escuro ao tentar me aproximar deles um barulho enorme ecoou dentro da caverna.

    -Corre, e o Espanhol, ele vai pegar agente!

    Gritou Rogério...

    Saímos como loucos correndo em direção da mata, para variar eu era o ultimo da fila.

    -Molecada filha da puta...

    [ 5 ]

    Gritava o Espanhol disparando tiros de sal na gente.

    Nem me lembro por quanto tempo corremos só sei que chegamos ao ponto mais alto da montanha chamado pedra do Urubu, lá caímos um para cada lado deitados de costas sobre a rocha, com os mesmos raios de sol em meu rosto, alguns segundos após todos começaram simultaneamente uma tremenda gargalhada que parecia não ter mais fim, fazem mais de 35 anos e para mim parece que foi ontem.

    POÇO DAS COBRAS

    Nunca mais voltei lá, alguns anos depois tudo foi dinamitado para construção de um Terminal de Container, o poço das cobras ficou apenas na minha memória, sonhei varias vezes e sonho até hoje com aquele lugar, a partir daquele dia nasceu em mim uma espécie de fixação que me levou a vários lugares, como se buscasse um elo perdido, ou talvez um lugar que me proporcionasse a mesmos sentimentos de paz, mistério e adrenalina que aquela incursão provocou em mim, descobri anos depois que as cavernas dos Piratas eram na verdade pequenas

    [ 6 ]

    grutas que serviam para esconder as cargas humanas vindas da África, escravos contrabandeados por mercadores cruéis que acorrentavam as pobres almas ao chão, as vezes por dias sem comer, com certeza muito sofrimento se passou ali, não era a toa que aquele lugar era tão carregado.

    Há! boas recordações, me sentei numa enorme pedra fixada em frente a garganta do diabo, a baia de São Vicente estava com um ar plenamente convidativo, podia ver alguns surfistas que se arriscavam em manobras ousadas ao longe, mas não havia outras pessoas ao meu redor, uma variedades de pássaros regorjeavam felizes em vôos rasantes, deitei-me de costas na pedra, senti uma paz profunda, fechei os olhos e dei um suspiro relaxante e voltei novamente no tempo como numa retrospectiva dos fatos que me trouxeram até aqui hoje.

    Final dos anos 70, um período empolgante para mim, eu estava na flor da minha adolescência ansioso por descobertas e conhecimento, Mas naquela época a ditadura do governo militar era extremamente opressor, lembro-me de uma ocasião em que uma jovem professora de historia palestrava sobre o período colonial no Brasil precisamente sobre D. João e a chegada da corte Portuguesa, para mim uma grande oportunidade de aprendizagem, naquele tempo livros eram muitos caros, principalmente para quem não tinha poder aquisitivo, logo enchi a pobre professora de perguntas, percebendo meu interesse e ao mesmo tempo empolgada pelo rumo das conversas ela sugeriu que fechássemos os livros para que as figuras ilustrativas não influenciassem na visão sobre os personagens, disse que D. João

    [ 7 ]

    não era aquela figura imponente, que na verdade ele era um porcalhão, comia uma media de 8 a 12 frangos por dia, suas mãos e mangas do seu traje eram cobertas de gordura e também era extremamente anti-higiênico, contou também um fato inusitado que a corte portuguesa ao desembarcar no Brasil abanavam-se com suas perucas devido ao calor do clima tropical, a alta sociedade da colônia ao ver aquele amontoado de mulheres praticamente carecas correram para fazer o mesmo com seus cabelos na ilusão que seria um modismo nas cortes Européias, logo descobriram que era uma maneira de controlar uma grande infestação de piolhos que mico, foi sem duvida uma aula pra lá de empolgante, certamente naquela época não teríamos acesso a estas informações em nenhum livro da rede escolar, no dia seguinte corri para a sala dos professores para saber mais com a professorinha, mas infelizmente para mim ela nunca mais foi vista na escola, o Duque de Caxias na época era um colégio com uma direção extremamente conservadora que certamente desaprovou a celebre palestra da jovem professora, não me recordo seu nome mas suas palavras mostraram para mim que a varias formas de se contar a mesma historia que não existem verdades absolutas nos livros que são apenas interpretações de um autor de sua visão dos fatos, mas influenciam positivamente ou não nas mentes de outras pessoas que existe uma grande responsabilidade de quem escreve com quem lê.

    Suspirando novamente abri meus olhos lentamente, dobrando suavemente os joelhos levantei o tronco e abracei minhas pernas

    [ 8 ]

    na altura da canela encostei o queixo no joelho e permaneci novamente a contemplar o horizonte, por alguns instantes fiquei imóvel, então retirei uma carteira de cigarros e um isqueiro e ascendi sem pressa, um trago longo e lento e soltei a fuma dos pulmões vagarosamente, a brisa do mar torna o cigarro mais suave então saboreei aquele momento, com um leve sorriso no rosto por lembranças de uma época fascinante, há o inicio dos anos 80, o romantismo estava em alta, a volta da democracia, uma nova ordem se formava, a revolução musical com varias bandas surgindo e uma consciência sócio cultural mais efetiva e participativa entre as pessoas, sem duvida um marco para toda humanidade, estudava em uma escola tradicional da baixada o colégio Tarquínio Silva no curso de Administração e Ciências contábeis, não sabia bem se era isto que eu realmente queria aos 18 anos de idade fica difícil fazer certas escolhas mas o mundo acadêmico abriu novos horizontes para mim, logo no começo tratei de me enturmar com os chamados Nerds ou CDF’s da escola foi quando conheci Roberval, presidente do Grêmio estudantil ele era bem mais velho e bem mais experiente do que eu, aficionado por esoterismo e iniciado na filosofia maçônica era portador de um vasto conhecimento literário ele abril minha mente para varias questões insignificantes para mim até aquele momento a visão da ciência Alquímica, o que realmente somos, da onde viemos e para onde vamos, passei anos da minha vida mergulhado em pesquisas, livros e experiências, hermetismo, cabalismo,

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1