Quebrando Paredes

De Maria Eduarda

A obra Quebrando paredes da autora Maria Eduarda, narra a superação de uma garota em relação as diferentes formas de abusos que sofreu na infância, adolescência e parte da juventude, o papel da terapia e psiquiatria neste processo e a realização pessoal alcançada pelo trabalho e a dança.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 25 de ago. de 2023
• ISBN: 9786525448817

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Algumas Palavras...

Contado em forma de texto, sem diálogos. Para ser revisitado sempre e visitado sempre por aqueles que gostam de julgar as pessoas sem conhecer seu percurso. Não é uma justificativa, nem vitimismo — como alguns gostam de rotular, sem mesmo compreender a luta que é sobreviver à violência sexual. Aliás, a qualquer violência, porém a violação de um corpo ainda infantil é injustificável, inexplicável, sem propósito e extremamente desleal.

Talvez, a única maneira civilizada de se evitar essa monstruosidade seja esclarecer às crianças sobre seu corpo e alertar com verdade e sobriedade sobre sexualidade e sobre os que estão próximos. Uma criança foge diante de um desconhecido, mas não imagina que um ser de seu convívio poderá lhe fazer mal.

Os nomes foram trocados e outros não citados. Mesmo os que já morreram, deixaram filhos e netos. Não há intenção de ferir ou punir ninguém, no entanto busca-se antes uma libertação de memórias ruins, DESconstruir tijolo por tijolo, para então REConstruir as memórias desejadas.

Pede-se, caso haja num interesse na leitura, que se faça até o final para perceber a clara evolução de Clara. O fim não é de modo algum um final, mas apenas o marco inicial de sua retomada de vida.

Algumas situações, apesar de ruins, não foram registradas, pois, mesmo sendo ruins, não se cristalizaram como trauma ou não se tornaram um empecilho. São aprendizados que a tornaram mais forte, mais sensível para alteridade, tão incomum e, ao mesmo tempo, tão necessária atualmente.

Larva...

Crisálida...

Casulo...

Borboleta!!

Metamorfoseando...

Maringá, 15 de dezembro de 2021.

Prólogo

Era mais uma família comum naquela São Paulo no fim da década de 1960. Um casal se formou em 1965. Levaria um tempo para que a primeira gravidez se firmasse entre perdas gestacionais e crises matrimoniais. Em dois anos veio a primeira filha Maria Eduarda. Mais dois anos e havia chance de vir o menino que o marido tanto queria; mas veio outra menina: Maria Lúcia. Quatro meses depois uma gravidez inesperada e imprevisível. Em cinco anos, três filhas, três bebês em casa: Maria Eduarda, 3 anos; Maria Lúcia, 1 ano; e agora, Maria Clara, nascia em outono de 1970. O marido estivera preso por dois anos, as dificuldades financeiras só