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E-book289 páginas4 horas

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Sobre este e-book

Fugir ou sofre? Era assim que a pequena jovem vivia sua vida adulta, logo depois de trocar seu nome para Anne Lunaire , É complicado de entender, mas ao saber que sua família havia lhe enganado e oferecido à um homem, sem sua permissão, para ser esposa e escrava, Anne não viu outra solução se não fugir e se esconder antes que esse homem e toda sociedade, cuja a acreditava que a mulher deve servir e se humilhar ao seu marido, encontrasse-a.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento12 de jan. de 2024
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    Volte Para Casa - Lucas David

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    Volte pa ra casa

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    Agradecimentos

    A lua sempre precisou do sol para brilhar. E neste livro começo agradecendo aos meus familiares e amigos que sempre estiveram me apoiando e incentivando, tanto na minha escrita, quanto na minha disposição, que pra ser franco, não é alta. Em especial, esse agradecimento vai para meu marido, que sempre esteve ao meu lado, acreditando no meu potencial.

    Volte pa ra casa

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    APRESENTAÇÃO

    Será que controlamos nosso destino? Ou algo cósmico ou divino controla por nós?

    Será que nossa vida é baseada em palavras escritas em um pergaminho, traçado e bem desenhado, mostrando como será nossa vida, e que não importa o que iremos fazer, ou escolher, sempre iremos parar no fim escolhido.

    Destino, uma palavra pequena, mas com grandes teorias. Será que podemos controlar nossa vida mesmo?

    Uma sociedade secreta, controlando mulheres ao chegar na fase adulta.

    Sem mesmo querer saber suas opiniões. Violadas e menosprezadas; escravizadas e agredidas, ou seja, coisas que acontecem até mesmo na vida real.

    E o que fazemos? Na grande maioria, nada. Olhamos e achamos algo normal, como: a mulher é dele, ele sabe o que faz ou ela está apanhando porque quer, mas não é bem assim.

    Ao presenciar uma mulher sendo agredida, violada ou qualquer tipo de ato que ameace sua honra, intervenha! Denuncie e mostre que ela nunca estará sozinha. Sua voz pode salvar muitas vidas.

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    Capítulo 1

    É possível que só as árvores tenham raízes, mas o poeta sempre se alimentou de utopias. Deixe-me pois pensar que o homem ainda tem possibilidades de se tornar humano.

    EUGÊNIO DE ANDRADE

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    RAÍZES POPULARES

    Destino: um nome pequeno, mas com um significado enorme. Ele é o motivo do qual tanto culpamos a vida pelo mal em que passamos na grande maioria das vezes.

    Sabemos que essa ideia sobre quem faz nosso destino é somente nós, e que no final sempre será aquilo que estamos destinados a fazer, mesmo contra nossa vontade.

    Pode-se dizer que a vida é cheia de surpresas e que a cada dia que passa, nos deparamos com elas; sendo boas ou não. Um parente que morreu, uma promoção no trabalho, uma renda extra que entrou naquele mês em que tanto precisávamos são exemplos comuns. Porém, será que com tantas surpresas, sabemos dar valor e agradecer ao que temos e ganhamos?

    Não sabemos ao certo qual o motivo de se viver em um mundo onde tudo que você quer ou sonha é barrado, seja por obrigações que nos impõe ou por ignorância alheia. Tudo devido a opiniões que podem ou não dar sobre sua escolha de viver.

    Mas o que você faria se pudesse viver uma vida de luxo, uma vida onde não precisaria trabalhar e nem se importaria com o que os outros fossem dizer, mas o preço seria sua liberdade?

    Marselha. Uma cidade linda e monótona do sul da França. Cercada por água salgada do mar e suas maravilhas que o oceano pode nos oferecer. Casas e casas em seu centro, com vistas direto para o mar. Praias e belas paisagens para poder admirar.

    Mas era ali, na maior e bonita mansão de Marselha, que vivia a família mais renomada e respeitada do sul da França, a família Durant.

    Alex, homem de 45 anos, cabelos castanho-claros, mesclado com cinza; sua altura alta de 1,80cm e seu corpo de atleta. Emma Durant, mulher loira de 40

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    anos, com seus cabelos dourados e lisos, que parava em suas coxas; sua altura baixa de 1,61cm e o corpo que qualquer mulher acima da idade iria desejar.

    Belos pais da adorável e problemática adolescente Regina, com seus cabelos grandes e louros quase igual da mãe, sua pele clara como a neve, e pequena como uma criança, 1,50cm de pura beleza, em um corpo pequeno.

    Imagem de poder e bondade, por fazer parte desta família, se achava no direito de glamour oferecido pelo seu status. Sempre se manteve em seu auge, com as luzes e festividades locais. Era inacreditável como os jovens não sentem frio.

    Todavia, havia uma pequena exceção: Regina. Estava em casa deitada com suas pernas jogadas ao ar, balançando para frente e para trás, admirando com olhares bobos a mensagem que havia recebido.

    Minha noite não tem sentido se a minha lua Durant não brilhar.

    Pode parecer tosco, ou até mesmo algo meloso entre casal, mas Regina gostava. Era lindo vê como ele se importava com ela, mesmo que ainda não tivessem contado para os seus respectivos pais.

    Desde quando estudava no Colégio, Gabriel Betencourt a perturbava.

    Ele era mais velho que ela, aproximadamente dois anos.

    No entanto, assim como o dia tem o sol, e a noite tem a Lua, Gabriel e Regina se apaixonaram, mesmo com tanta implicação de ambos. Gabriel jogando a bola em Regina enquanto ela estudava no campo, ou em como Regina jogava água em sua roupa sempre no primeiro período, antes de entrar na sala de aula.

    Com o tempo, a implicância foi parando, e os corações e as emoções foram inchando.

    Era o último ano de Gabriel antes que saísse da escola, portanto fez o famoso pedido para Regina, com rosas-brancas, uma caixa de bombom e dois croissants. Claro, após tanto chorar emocionada, Regina aceitou. E desde então, ambos estão juntos a mais de dois anos, sem seus pais saberem. Talvez pelo fato deles abominarem que Regina precisa viver a vida dela, antes de querer algo com alguém. Entretanto, Regina nunca foi de ouvir seus pais.

    A noite estava fria, o aquecedor em seu quarto fazia com que não se preocupasse com cobertores, luvas ou xícaras de chocolate. Mas teria que colocar, pelo menos, uma calça para descer e jantar com sua família. Isso era essencial para a família Durant, pois todo mundo fazer as refeições juntos.

    Ela então pega um moletom branco, calça sua pantufa de gatinho e coloca um cachecol que sua avó havia tricotado. Desceu pelas escadas em Volte pa ra casa

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    direção ao salão principal, onde estavam seus pais sentados no sofá do meio, esperando pela garota. Seu pai com uma taça de vinho tinto e sua mãe com um copo de água com limão-siciliano.

    Ambos olham para Regina quando ela termina de descer as escadas.

    – Pensei que não iria jantar hoje. – Disse Alex.

    – Desculpe a demora, papai. Eu estava procurando algo para vestir.

    – Pelo visto não achou. – Toma um gole do vinho enquanto a encara.

    – Vamos jantar meus, presentes divinos. – Diz Emma, pegando um sino e tocando ele suavemente. Não demora muito até que um homem barbudo, de cor branca, aparência velha, chega.

    – Em que posso ajudar? – Diz o mordomo os encarando.

    – Estamos prontos para o jantar. – Diz Alex se levantando. –

    Espero que a mesa já esteja pronta, com a comida.

    – Claro, meu senhor. – Se afasta o mordomo, indo em direção à sala de jantar. Alex, Emma e Regina caminham então até a mesa, que estava repleta de pratos gostosos. Três tipos de salada, salmão grelhado, torradas e as massas que Regina tanto ama.

    Ambos se sentam e aguardam a ordem de Alex para começarem a se servir. Talvez ele gostasse de estar no poder, mostrar que o homem da casa é quem manda. Não demora muito até que ele acena com a cabeça e as garotas começam a se servir, pegando a salada com as torradas como entrada, acompanhado pelo salmão e um pouco de arroz de ervas. Só Regina que comeu seu espaguete à carbonara. Claro que não podemos esquecer o vinho, cujo Alex e Emma bebiam em suas taças, menos Regina, que ingeria seu suco de melão com hortelã; um suco que acalmava seu humor.

    – Ficaram sabendo da família BlackMuntt? – Diz Regina, olhando para seu pai. – A sra. BlackMuntt foi encontrada morta pelo filho mais novo e, pelo que parece, foi o sr. BlackMuntt quem à matou.

    – Pelo visto, ela deve ter feito algo para que ele à matasse. Aquela família era a mais calma da região. – Diz Alex, olhando para Regina.

    – Mesmo se ela tivesse levantado a mão para ele, isso não é motivo de tirar a vida de alguém, ainda mais uma mulher.

    – Regina, por favor, vamos jantar em paz e sem morte nessa casa, ainda mais nesta mesa. – Diz Emma, passando a mão sobre seu pescoço, em desconforto.

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    – Claro, mamãe.

    – Além do mais, a hora da refeição é uma hora sagrada e devemos respeitar este momento em total prazer do nosso paladar. – Disse Alex. –

    Porém...além da morte da sra. BlackMuntt, houve um rapto de criança perto do píer.

    – Que horror, pai!

    – Ao que parece, a criança andava por lá enquanto voltava da escola.

    Por conseguinte, você só irá sair de casa acompanhada do motorista ou meus seguranças.

    – Claro, papai. Mas eu mal saio de casa, ainda mais agora que acabei os estudos.

    – Falando nisto querida: já sabe em qual universidade irá entrar?

    – No momento, a universidade não é importante para Regina, mas sim se casar. É a tradição da família.

    – Mas, papai, não quero me casar agora.

    – Você não tem escolha querida, combinamos isso desde quando você era criança, e chega deste assunto! Vamos comer e subir para os quartos.

    Alex e Emma voltam a comer. Regina por si só os encarava, pensando que se casar tão cedo, não irá aproveitar o que a vida tem de bom, o que a juventude pode oferecer. Mesmo namorando com Gabriel, ela não pensa em casamento tão cedo, ainda mais agora que pretende sair de casa. Seus sonhos e seu destino voltam para Veneza; ela sempre sonhou em andar pelas ruas e pontes do local, mas seus pais nunca à levaram. O máximo que já foram foi em Milão para almoçar no restaurante de um amigo próximo da família. Regina se pergunta toda vez: pra que tanto dinheiro, se ela não pode viajar para onde quer?

    Os pratos já estavam vazios e as taças somente com as gotas de vinho que sobraram. Regina já estava em seu quarto, sentada em frente à sua penteadeira, olhando e admirando sua beleza. Pegou sua máscara facial de argila branca, passou por todo seu rosto já limpo, enquanto escutava Love of My Life, do Queen. Pensou em escrever após terminar de pintar a cara, pois aquilo acalmava as emoções e ajudava ela a melhorar sua escrita e leitura, obrigação desde pequena que foi dada por seu pai, sempre dizendo: "uma boa mulher é a Volte pa ra casa

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    mulher que sabe falar e escrever". Talvez seu pai tenha razão, embora ser um pouco machista; ela ainda o amava.

    Se sentou sobre a cama, pegou seu caderno de capa felpuda, cor branca. Começou a escrever uma história. Não era bem uma história, mas sim algo que sonhou; um pesadelo, cujo corria para salvar Gabriel que estava pendurado no pico de uma montanha, em total desespero e medo, gritando e pedindo ajuda. Regina estava tentando ao máximo chegar perto, mas quanto mais corria, menos alcançava o garoto. Seu desespero era iminente, não sabia mais o que fazer para chegar no garoto! Já havia corrido, saltado, pego até uma corda que tinha em sua mão, mas nada fazia com que ela chegasse até a ponta do penhasco. Seus joelhos tocam ao chão, seus olhos se enchem de lágrimas, seu braço é erguido para frente, apontando para Gabriel, com a pequena esperança de algum milagre acontecer e Gabriel se salvar. Todavia, aquela pequena desvantagem que o destino nos põe, e assim como a folha da árvore cai no outono, Gabriel se solta, caindo metrôs e metrôs, rasgando o ar, em direção as ondas, onde batiam sobre enormes rochas. De repente, Regina já estava na beira do penhasco, deitada e com a mão esticada para baixo, chorando ao ver seu amado sumir no enorme e vasto mar.

    Não era só o garoto que havia morrido com a queda, mas ao se virar, Regina se vê em volta de vários cadáveres. Mulheres de todo tipo de raça: branca, negra, alta, baixa, gorda, magra, todas com cortes no pescoço, enormes buracos em seus peitos, supostamente corações arrancados. Era horrível ver aquele massacre em massa. O mais estranho era o homem que estava em pé sobre a montanha de mulheres. Era seu pai, onde estava de costa e, com uma pequena virada de cabeça, encarava Regina, sorrindo enquanto segurava um coração; um vermelho e grande coração.

    Regina olha ao redor, já havia passado o tempo de tirar a máscara. Ela fecha o caderno com a caneta marcando a página, se levanta e vai até o banheiro, onde ela lava seu rosto com água gelada. Secando seu rosto, ela joga a toalha sobre a pia e volta para a cama, desligando a luz do abajur e olhando para a parede, em total escuridão, tendo imagens que se passam em sua cabeça.

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    A luz do dia passava pela cortina escura, dando brilho e iluminação ao quarto. Regina se incomoda com a luz e se arrepende de não ter colocado sua máscara para dormir.

    Ela levanta e olha o relógio: ainda é cedo, sete horas. Imaginou que se levantasse agora, teria que esperar dar oito horas para poder tomar café, pois era o horário que eles levantavam.

    Mesmo assim, Regina coloca seu roupão e sai do seu quarto, caminhando até a cozinha. Cada passo que dava, em cada degrau gelado, fazia lembrar o tempo de infância em que corria por aqueles corredores e descia aquelas escadas sem se preocupar se fosse cair ou não. Suas amizades, uma em especial: Caroline... Antes que fosse embora da França, Regina era melhor amiga de Caroline, mas com a partida da jovem, Regina se viu sozinha e sem amizades, até encontrar Gabriel.

    Chegando na cozinha, ela avista uma mulher alta, branca, cabelos cobertos por uma touca amarela com pintinhas amarelas, um dólmã preto e uma calça jeans preta. Ela estava concentrada fazendo ovos mexidos e bacon; prato favorito de Regina.

    – Bonjour, senhorita Carlow. – Diz Regina se sentando na Bancada.

    – Bonjour, Senhorita Durant. O que faz acordada essas horas? – Diz Carlow, colocando os ovos no prato, o bacon por cima dos ovos e duas torradas com orégano ao lado, junto a duas folhas de manjericão para decorar.

    – Acordei com a luz do dia, ou melhor, o maravilhoso dia, como você diz! – Regina revira os olhos.

    – Má Cherie, por que você não colocou sua máscara para dormir?

    – Eu esqueci de pegar e, quando lembrei, já era de manhã e eu já estava acordada.

    – Não se preocupe! Ao cair da noite, você poderá dormir novamente. –

    Disse a chef, apertando a bochecha de Regina.

    – Margoth! – Murmurou Regina, corando e sorrindo.

    – Vai esperar seus pais para comer?

    – Deveria..., porém, vou comer e sair antes deles se levantarem. – Disse Regina, pegando o prato com os ovos.

    – Como a senhorita quiser. – Margoth sorri.

    Regina começa a comer e toma um gole do suco de laranja que Margoth havia levado à garota. Ela a encara, enquanto a chef vai preparando os Volte pa ra casa

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    outros pratos para os pais de Regina. Pensava que como uma pessoa tão nova e amorosa consegue fazer pratos tão gostosos. Lembrou também as vezes quando passava pela cozinha, correndo e brincando com suas amigas, como ela se esforçava na cozinha com sua mãe para aprender e conseguir ser igual a mesma, um ótimo exemplo e apoio de mulher. Se a mãe de Margoth fosse viva, teria muito orgulho da mulher que se tornou.

    Não demora muito para Regina afastar o prato, se levantar e se despedir de Margoth, assim indo correndo, ela sobe para seu quarto para se trocar e poder sair para encontrar Gabriel. Várias roupas foram provadas, como: calças, saias, blusas. Todavia, foi um vestido preto com renda bege, curto e de manga longa que chamou atenção de Regina. Embora vestido não fosse uma ótima escolha para aquela estação do ano, Regina ainda preferia ter que usar um vestido do que um moletom para encontrar Gabriel. Prendeu o cabelo, pegou um sobretudo preto e calçou uma sandália preta. Desceu a escada e, com pressa, saiu da casa, atravessando o jardim e atravessando o enorme portão branco.

    Regina está sentada com as pernas cruzadas em um banco na praça perto de sua casa, aguardando por Gabriel. Não fazia muito tempo que teria mandado mensagem para ele, pedindo que se encontrassem, mas mesmo assim era cansativo ter que esperar ali. Era como se borboletas estivessem voando em seu estômago, desejando que uma pedra de gelo passasse em sua barriga, pois por mais frio que estivesse, era menos incômodo que essa ansiedade.

    Mas foi ali, no começo da rua, que Regina avistou um garoto. Lindo, cabelos castanhos, pele clara, casaco branco, cachecol bege, calça e tênis preto.

    Andava calmamente com suas mãos no bolso, graciosamente elegante. Era Gabriel, namorado de Regina, que sorriu de longe ao ver Regina sentada no banco.

    – Eu estava quase surtando neste banco. – Diz Regina se levantando.

    – Me perdoe. – Gabriel chega perto de Regina, lhe abraça e, carinhosamente, lhe dá um beijo em sua bochecha, um longo e lindo beijo. Seus lábios tocavam sua pele, o que fazia esquentar mais em total frio de Marselha. –

    Tive que esperar meu pai acordar para falar com ele.

    – E como ele está?

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    – Está bem até demais... Ontem mesmo teve um encontro com uma mulher do trabalho dele.

    – Que legal, Gabriel.

    – Mas não viemos falar do meu pai, mas sim de nós. Vamos para o píer porque podemos ficar lá perto da roda gigante conversando. Eles ainda não abriram, mas conheço alguém que pode me ajudar com isso! – Sorriu Gabriel, pegando na mão de Regina.

    – Vamos sim. – Sorriu Regina. Embora ela achasse a ideia meio fraca, ainda sim preferiu dar o benefício da dúvida.

    – Aliás, você não está com frio?

    – O frio não me incomoda, sou praticamente uma Elsa.

    – Daqui a pouco você vai me dizer que quer cantar Let it go. –

    Gabriel sorrindo por causa da resposta.

    Regina o encara e sorri, enquanto caminham, tendo Gabriel com as mãos no bolso e Regina entrelaçando seu braço com o de Gabriel. Ainda era cedo, por conseguinte não havia muita gente na rua. Havia somente carros que iam e voltavam, restaurantes e cafeterias com as portas fechadas. Regina, neste momento, sentiu falta do forte aroma do cappuccino bem quente e seu croissant favorito, penando ainda que era uma ótima escolha para se comer logo cedo, mesmo se já tenha tomado café da manhã.

    Depois de andar bastante, Regina agradece por ter chegado logo ao píer. Seus pés já não aguentavam mais caminhar, ainda mais logo de manhã.

    Por mais que tivesse uma enorme roda gigante e umas barraquinhas de lanches, estava vazio ali, nem mesmo os donos dessas barracas estavam, era somente ele e ela, parados e encostado na grade, enquanto olhavam o enorme e magnífico mar e suas maravilhas.

    Gabriel olhava para o mar de uma forma encantadora, como se ele fizesse parte daquilo. Regina, por outro lado, o admirava enquanto ele olhava distraído para toda aquela água. Ela o amava e ver ele assim a deixava feliz.

    Há um ano, a mãe de Gabriel faleceu, cujo diagnóstico constou Leucemia. Sofreu muito com os tratamentos, mas sofria ainda mais ao ver seu filho triste por não poder fazer nada para ajudá-la. Assim que ela faleceu, Gabriel mudou, ficando mais frio e triste. Quase teve uma depressão, se caso seu pai e Volte pa ra casa

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    Regina não estivessem lá para ajudar. O pai de Gabriel, ao que parece, suportou as dores e sofrimento calado, pois talvez isso não acabasse prejudicando mais ainda a saúde mental do filho. Mesmo Regina sabendo que tudo melhorou em ambos, ainda sente que Gabriel tem uma certa tristeza e um vazio que não podem mudar ou melhorar, mas fazia de tudo para que o Gabriel depressivo não voltasse.

    – Regina? – Disse Gabriel, virando a cabeça para olhar em seus olhos. –

    Eu te amo. Embora eu ter passado pelo que passei, ainda vou te amar, mesmo até depois do fim. Nunca em minha vida eu havia encontrado alguém como você.

    – Como assim, Gabriel? – Perguntou Regina.

    – Encantadora, bonita, com um brilho dentro de você...tal qual ilumina até mesmo a pior escuridão. Consegue me fazer feliz somente com um sorriso, e eu sei que mesmo nos meus piores dias, você vai estar lá para me ajudar e trazer o sol em um dia nublado.

    – Você é muito romântico, Gabriel Betencourt! – Sorriu Regina.

    – Sabe por que eu escolhi o píer para podemos nos encontrar, Regina?

    – Porque é um lugar lindo em questão ao mar.

    – Realmente, eu amo este lugar por causa do mar. Porém, não é só por isso que lhe trouxe aqui hoje. – Gabriel se ajoelha, fazendo com que Regina fique confusa. Ele tira de seu casaco uma pequena caixa de veludo vermelho e segura a mão esquerda de Regina, olhando intensamente em seus olhos.

    – Regina Durant, a mais bela de todas, aceita se casar comigo? – Gabriel abriu a caixinha, mostrando as alianças de ouro

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