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Sexo com a vida
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Sexo com a vida
E-book159 páginas2 horas

Sexo com a vida

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Sobre este e-book

Sexo com a vida. As experiências que vivemos ao longo dos nossos anos de vida. Tu e a vida carregam decisões, que, na estrada seguinte, desaparecem sem explicação. Assim é a vida que vivemos. Nunca se sabe onde começa e quando acaba. Sete estórias reais que nos revelam momentos de crescimento e aprendizagem com a própria vida.
SexoSatisfação + EXperiência com a vida.
Sex with life. The experiences we live throughout our years of life. You and life carry decisions, which, on the next road, disappear without explanation. That’s the life we live. You never know where it starts and when it ends. Seven real stories that reveal to us moments of growth and learning with one’s own life.
SexSatisfation + EXperience with life.
 
Carmen Mateus é licenciada em Gestão de Empresas e especialista em negócios Internacionais. Percorre o globo, apoiando empresas a definirem o seu negócio internacional. Mulher, esposa e mãe, alia o pessoal, “no todo que devemos ser”, ao profissional, “no melhor que devemos ser”.
Carmen Mateus holds a degree in Business Management and International Business Specialist. She travels the globe on working, supporting companies to define their international business. Woman, wife, mother, she combines “everything we should be” with “the best we should be”.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de mai. de 2023
ISBN9791220141468
Sexo com a vida

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    Sexo com a vida - Carmen Mateus

    INTRODUÇÃO

    Sexo. Vida. A tua vida. A nossa vida.

    São duas palavras que o ser humano vive com a intensidade, por vezes, numa paixão desmesurada, outras vezes num sentimento destruidor, quase de ódio puro, por tudo e nada.

    Num acumular de anos, continuamos, de alguma forma, a revisitar comportamentos, pensamentos e, com dificuldade, aprendemos a não repetir situações, decisões, erros experiências nesse sexo com ela. 

    Fazer sexo com a vida. A arte de tocar a alma. Dos momentos de tesão que vivemos, dos momentos hilariantes nos quais nos afogamos, entramos em taquicardia de sentimento e pensamento. Nada nos poderá fazer sentido e, no entanto, mergulhamos e seguimos com tudo o que pode nos quebrar. Nas experiências que vivemos ao longo dos nossos anos de vida. Esse sexo com a vida que nem sempre compreendemos.

    Decidi contar, nestas linhas, a tua história. O que partilhaste comigo num momento só nosso e que, de alguma forma, poderá tocar outra vida, e mais outra, e mais outra.

    Um determinado momento e tempo na vida, em que passaste por sentimentos, por preliminares, por êxtases e por sofrimento e que, de alguma forma, tudo isso te fez ser o belo que hoje és. E com a soma de tudo o que viveste com ela, tornas esta escrita uma catarse interior. E que se mude vidas nesta tua partilha. Que se movam sentimentos na vida de outros tantos. Que a realidade de cada capítulo aqui escrito, seja um motivo para sermos mais inteiros, mais de nós mesmos e mais para os outros. Que tenhamos a noção de um sexo com a vida completo, mesmo nos momentos menos complexos. Tudo se soma ao que hoje somos e vivemos. As tuas ruas, em cada momento com elas, num sexo por vezes voraz, outras de muita paixão e afeto, numa troca de palavras, enredos, vivências.

    Tu e a vida carregam decisões, premonições, expectativas, essas, que tidas como certas, na estrada seguinte, desaparecem, desvanecem sem explicação. Porque simplesmente é assim, sem que se possa confiar na racionalidade, no certo, na seguinte rua ou curva ou até no tempo.

    Assim é o sexo com a vida. Nunca se sabe onde começa e quando acaba. Uma tesão nem sempre constante. 

    A vida não é fiel a uma só pessoa. É a partilha com tantas outras que, por vezes, o ciúme da própria vida nos leva ao limite. E nessa partilha com tantas, por vezes, alguns de nós ficam com menos, com a sede de mais e não a vivem e outros a têm em pleno. 

    À vida não lhe interessa porque é como é, sem qualquer discussão de volta, quase impiedosa, narcisista, egoísta de ti e para ti. E não te discorre que ela mude por isso ou até por ti. Ou a segues e a acompanhas ou, sem ela, perdes-te e morres por dentro, ou por fora. E nessa caminhada ou corrida, continuas sempre num frenesim de ações, comportamentos, como num jogo de xadrez, no qual o checkmate é sempre dela, na vida e na morte. O sexo com a vida.

    Quando nos envolvemos com a vida, esta mostra-nos o fantástico, mas também nos mostra o aberrante. Quando nos envolvemos num sexo desenfreado com a vida, tudo o que nos acontece fica polvilhado com essa energia positiva, essa energia intensa, que nos faz ferver o sangue.

    Começamos por preliminares, que mais parecem tímidos toques aqui e ali, e vai crescendo pela vida fora. O que, no início, parece inocente, mera criança, vai crescendo, torna-se na maturidade do adulto. O adulto que começa a ver também que, neste sexo, acontece o milagre, mas também a derrota.

    Somos feitos de tantas misturas diferentes que a própria vida por vezes se perde. Umas vezes, leva-nos a paraísos, outras nem nos fala, nem nos responde quando deixamos as perguntas no ar.

    O sexo com a vida é um paralelismo incrível com o que fazemos de sexo e amor com quem nos partilha os dias.

    Cada linha escrita neste sexo com a vida é real e única. É real porque se conta alguns momentos de vidas reais que aqui partilharam o momento em que descrevem esse ato sublime. Única porque fala de cada um, da sua forma e maneira e de como a vive, como se expressa em tesão ou mera apatia com ela, em felicidade ou rancor, no sublime e no banal.

    São assim os teus dias. São assim os dias da vida. A vida que teima em não nos deixar, mas que também abusa do seu poder, da sua autonomia e, por vezes, nos fere tão profundamente.

    Os dias da vida são os teus dias. São os meus dias. E cada um a vive de forma imparável, com uma noção completamente diferente, uma expressão que apenas tu a tens e sentes e que eu tenho e sinto.

    Comparo esta nossa vida, ligada à própria vida, como um ato de sexo, como amantes, como um elo que nos junta, como uma paixão de pele, de sangue, de amor, de ódio, de raiva, de afeto, enfim, de tantos sentimentos, como se fosse o alguém com quem temos essa relação amorosa, intensa, com altos e baixos, com as relações que, ao longo da vida, construímos e depois destruímos, e voltamos a criar num looping eterno até à morte.

    Os dias da vida são dela própria, mas, sem ti, ela não a vive. A vida precisa de ti para criar toda a sua história e todo o seu caminho.

    É impossível ela deixar-te. Mas tu podes deixá-la, se desistires de viver. Mas se desistires de viver, também não usufruirás de toda a tua história de vida. Não completarás as ruas e as moradas que escreverás na pele e na alma. Se desistires dela, desistirás dos amigos, da família, de tantas outras coisas que criaste ano após ano nesse caminho. E desistirás de ti. Desistirás do que és como essência.

    Os dias da vida têm inevitavelmente os teus dias entrelaçados. Impossível dissociar uma vida da outra, como se fossem uma só vida. Mas não o são. Porque a vida não se deixa viver por ela. A vida tem os seus dias de forma livre, de forma irreverente e não tem pena do que para trás fica. Porque ela vive esse momento voraz, ela vive a corrida, ela vive o caminho. E não para. E se não a segues, ficas para trás, e morres. Morres para ela. Morres para ti.

    São assim os dias da vida. É assim o sexo com a vida.

    1. ÉS A SOMA DE TUDO O QUE VIVES

    São 17h15min.

    Depois de um dia de trabalho, o cansaço torna-se sonolento. Termino o dia com um café na minha esplanada favorita, perto da praia. S. Pedro. A esplanada tem o burburinho das gentes, do tilintar da loiça, das conversas, como uma canção sensual dos sentidos. Dou por mim a observar as pessoas e vou parando em cada rosto, em cada expressão, ora numa mesa ora noutra. Termino o meu café enquanto te espero, a amiga de muitos anos. Em volta de viagens entre Lisboa e Milão, encontro-te e recordamos o passado e contamos o nosso presente, como que a colocar o nosso diário da amizade, bem escrito, em dia. Assim, a vida nos dá essa noção de afeto, de carinho, que faz parte do todo dos nossos sentidos.

    Os sentidos da vida. Olhar, ouvir, tocar, cheirar e saborear. A visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar elevam-te como ser humano à condição de ser diferenciado e poderoso na natureza. O ser humano é, de todos os seres vivos, quem mais desenvolveu a abrangência desses sentidos. Essa fantástica versatilidade que tem, permite que se adapte aos meios por onde caminha e vive e dá-lhe uma capacidade de sobrevivência fantástica. Tentar perceber toda a correlação entre os sentidos é um desafio enorme. 

    Tentar perceber o que vai na mente e no coração desta multidão é um desafio inatingível. Que histórias têm para contar, que momentos vão partilhar, que estradas percorrem, que paragem têm neste recanto, entre tantas outras pessoas, que se tocam, se beijam, se abraçam, e aproveitam juntos o sol de uma manhã de domingo. Vou observando os olhares e os sorrisos cheios de alguns grupos em mesas perto da minha. Vivem com a vida um namoro suave, pelo menos, aqui neste momento. Os seus sentidos estão perfeitamente soltos e relaxados. Parecem completos consigo próprios sem qualquer dor, problema, tristeza ou vazio. O barulho das conversas, todas ao mesmo tempo, assim o mostram. Como se todos fossem um só corpo, uma só pertença. Mas será mesmo assim? Será que estão em completa ligação com a vida?

    A vida completa-se a ela própria e, no entanto, envolve-nos completamente nas curvas e diagonais dos seus percursos. Nós, as pessoas, precisamos sentir a pertença. A pertença a algo que nos significa, que nos diz alguma referência, que nos faz sentir englobados no todo, onde vemos mais pormenores do que apenas o geral, e que é tangível com o que vivemos.

    É como o sexo por exemplo. Sexo sabe bem, sentimos a pertença naquele momento. A mãe natureza permitenos que esse sentir, nos faça ir mais intensamente e, por isso, aprendemos a dar, a partilhar. Quando o fazemos, sentimo-nos muito bem. Sentimos ser certo. Sentimos o sentimento.

    Toda a relação sexual deveria pelo menos nos dizer que eu dou-me completamente, sem restrições para o outro e recebo em igualdade e por inteiro. Uma vez que dou e recebo, será este ato para sempre, duradouro.

    Bom, com a nossa vida é igual. Somos para sempre até ao fim. E vivemos essa relação, com a dádiva de nós próprios e em tudo o que somos. E faz sentido essa relação?

    Por vezes. Outras vezes queremos pôr fim à mesma, cortá-la, suicidá-la.

    No geral, sabe muito bem essa relação sexual com a própria vida. Ter uma ejaculação precoce com a intensidade de algum momento especial com ela, sem qualquer controlo, apenas sentir na pele. Ter um orgasmo intenso com ela que nos vibra os músculos e nos intensifica o arrepio. Esse é o sentido, no âmago, que queremos ter com a vida.

    Corres riscos para estar nela - a vida -, viver nela e, no final do dia, sabes que és parte dela, sem mais que isso.

    Os teus sentidos misturam-se também com quem ela te empurra, te mistura. Como se nesse sexo com a vida, recebas os galanteios de ofertas que ela te oferece. Conheces, vives, partilhas. E misturas os teus sentidos num sexo perfeito com a vida, vivendo as experiências com outros e contigo.

    Por vezes, são momentos que elevam o teu ser, como humano e perfeito, como ser único que és, inigualável a qualquer outro ser humano. Outros momentos são de desprazer, de negatividade, de dor e, no entanto, lá estão todos os teus sentidos, numa mistura diferente, na qual cada um te puxa para seres mais que ontem, que no passado, e seres talvez mais forte e estares em equilíbrio também com o que não é assim tão bom no que sentes, no que tens de experiências, como se os teus sentidos fossem os instrumentos perfeitos num jogo de preliminares intensos com a vida, no qual trocam suores e beijos de cada novidade vivida. Estes preliminares te ensinam a conhecer melhor cada parte desse corpo imenso que é o teu caminho, o teu percurso nela própria.

    Beijas para teres o tato, o tangível, saboreias o beijo, cheiras o suor do caminho, ouves os gemidos e os gritos de cada momento teu, vês o bonito e o feio desse corpo, que é a tua vida...

    Os teus sentidos no sexo com a vida são únicos, mas, no entanto, misturam-se com outros seres que, no mesmo caminho se encontram e depois se desencontram, e levam porções do todo vivido. E cresces. E não és mais igual ao que, segundo antes, eras.

    Começas em criança, quando recebes tudo sem filtros e vives tudo sem filtros. E caminhas até à tua maturidade a partir de todas as aprendizagens que fizeste no teu caminho.

    És a soma de tudo o que vives de facto. Mas és também a soma de tudo o que decides não viver.

    Maria chegou. Estava quase para te telefonar, que fila de transito, miúda! Esbaforida, puxa o seu casaco para as costas da cadeira, as bochechas meio rosadas e sentase de forma airosa, apesar do todo seu agitado ser. Sem problema, respondo com toda a calma para que ela também se sentisse mais leve e respirasse fundo, relaxasse com o momento.

    Maria tinha concordado em partilhar comigo um momento da vida dela no qual este sexo com a vida tivesse tido algum significado. A sua partilha, vivida tantos anos antes, voltou a ter vida de tão clara e atual a vivemos. És a soma do que decides viver, mas também de tudo o que decides não viver, certo? Digo-lhe como que a criar uma ponte para que pudesse partilhar do seu ponto de vista. Certíssimo, olha, nem a propósito, deixa-me contarte este momento no tempo. 

    Maria tinha o olhar brilhante,

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