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Argentum: uma aventura pela arte de escrever
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Argentum: uma aventura pela arte de escrever
E-book187 páginas2 horas

Argentum: uma aventura pela arte de escrever

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Sobre este e-book

Este livro é a síntese de uma "aventura" que teve início em novembro de 1997, quando foi publicado um pequeno texto do autor em um jornal da universidade onde cursava Ciências Jurídicas. A partir daí, foram vários artigos científicos, capítulos em coletâneas e livros autorais. Argentum, que significa prata em latim, foi escolhido como nome desta obra, para celebrar os 25 anos do autor como escritor brasileiro.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento28 de ago. de 2023
ISBN9786525292229
Argentum: uma aventura pela arte de escrever

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    Argentum - Marcos Araújo

    ATO I

    O Alvorecer

    Aquela manhã começou chuvosa, mas por volta das 10h00, o sol despontou e o dia prometia esquentar. Por volta das 11h30, Paulinho já arrumava seus materiais e uniforme. Era hora de voltar para escola após quase dois anos daquela desastrosa e terrível pandemia.

    As crianças e seus pais ainda estavam preocupados com a doença e acompanhavam todas as notícias pelos jornais, televisão e rádio, sem contar a internet com suas redes sociais, que prestavam grande e valioso serviço naqueles dias. A mãe de Anita era uma das mais preocupadas e sempre que podia levava e buscava a menina na escola com todos os cuidados necessários, ou seja, álcool em gel, máscaras e todas as demais recomendações sanitárias.

    A volta das aulas tornou-se uma verdadeira festa. Mesmo de máscaras, as crianças podiam novamente encontrar seus colegas depois de tanto tempo. Apesar do distanciamento, era possível conversar pessoalmente e colocar todas as novidades em dia. Eram conversas extensas e sobre quase todos os temas.

    Enquanto Anita cursava o Ensino Fundamental, Paulinho já havia chegado no Ensino Médio. Além desses dois personagens de nossa história, juntavam-se vários outros colegas, como por exemplo: Pedro, Marcos, Luana, Victor, Rodrigo, entre tantos que habitavam os muros do velho e bom colégio do São Lázaro. Para muito, aquela escola era apena o Brigadeirão, como era lembrado o colégio pelos meninos e meninas que circulavam por seus longos corredores.

    Alguns dos alunos já estavam juntos por mais de uma década na escola e isso os aproximava cada vez mais, sobretudo, naquele período tão difícil que o mundo atravessava.

    Profunda alegria para os estudantes, foi poder rever seus professores. Para os alunos do Ensino Médio, pairavam dúvidas sobre quem iria lecionar certas matérias, como física e química ou o terror da matemática. Para os alunos do 6º ano, alguns deles, novos na escola, quase tudo era novidade. Deixaram uma etapa do ensino para trás e agora alcançavam uma fase mais complexa e com muitas responsabilidades.

    Por volta das 13h10 o sinal do início das aulas soou nos corredores da escola. Neste momento, os professores deixaram a sala onde diariamente se reuniam para tratar de assuntos pedagógicos, e calmamente, pelos corredores, foram se dirigindo às salas de aula. A outrora agitação, dava lugar aos primeiros momentos de tensão. Eu, professor Marcão (como era conhecido à época), adentrei pela primeira vez a sala número um onde se reunia os alunos da turma do 6º ano 1.

    Toda a turma passou a me observar de forma curiosa. Entrei em silêncio...planejava algo inusitado. Em minha mochila uma pequena caixa de som e em meu celular a música de abertura do filme Superman. Após deixar a mochila sobre a mesa, apertei o botão que deu início à música no aparelho celular. Logo após, fui lentamente tirando meu casaco e deixando os alunos aos poucos enxergarem minha blusa do já mencionado super-herói. Não havia uma viva alma naquela sala incapaz de sorrir de alegria. Mas quem era aquele professor? O que ele iria lecionar? Eram várias as perguntas que foram surgindo naquele momento.

    Tão logo terminei minha entrada triunfal, passei a conversar com as crianças e também, responder suas perguntas. Primeiro disse a eles meu nome e em seguida informei que seria seu professor de História, o que deixou todos muito curiosos. Para que a conversa ficasse mais dinâmica e menos formal pedi que eles fizessem um círculo com suas cadeiras e então comecei a contar para eles minha trajetória como estudante e posteriormente como professor.

    Em determinado momento de nossa conversa, mostrei para todos o conteúdo de minha mochila, basicamente formado pelos livros publicados por mim ou que contaram com minha humilde colaboração, além de vários textos publicados em revistas e jornais. A cada obra retirada da mochila e empilhada sobre a mesa, observava seus olhinhos brilhantes e sua expressão de curiosidade.

    Eis que Anita levantou o dedo ainda meio tímida e perguntou: como era escrever um livro e quando eu comecei a fazer isso? E foi justamente a partir dessas perguntas que iniciou a conversa que originou esse trabalho.

    Comecei dizendo a eles que escrever é como um despertar para vida. Em seguida, disse que comecei a escrever há bastante tempo e que em 2022, estava completando 25 anos como escritor (1997 – 2022). Tratar desse tema com os alunos me obrigou a contar para eles como foi o início da minha vida estudantil e como certos aspectos contribuíram e serviram para inspirar-me nessa verdadeira aventura.

    - E assim comecei...

    Era uma vez um garoto que nasceu na cidade de Nova Iguaçu, no belíssimo Estado do Rio de Janeiro no dia 18 de novembro de 1972. Filho de uma legítima mineira e professora (nunca aposentada) de nome Neuza e de um mecânico (mineiro da fronteira com o Estado do Rio de Janeiro) de nome Jair Antônio.

    Alguns anos após meu nascimento, minha mãe iniciou sua carreira docente, o que serviu de certo modo para estimular minha curiosidade e vontade de estudar. Digo isso, pois em minhas melhores memórias, lembro que nossa casa no Bairro Cerâmica era cheia de livros, alguns dos quais, guardamos até hoje em nossos armários e gavetas, como uma espécie de resistência aos novos tempos digitais.

    É verdade que nunca fui um aluno brilhante ou acima da média. Sempre me considerei como alguém muito esforçado e com forte tendência para as ciências humanas, algo que acabou me conduzindo para minha dupla formação acadêmica, a primeira em História e posteriormente em Ciências Jurídicas.

    Minha vida escolar foi iniciada em uma pequena escola de bairro, onde minha mãe lecionou por muitos anos. Ostentando um uniforme marrom e branco, dei meus primeiros passos como estudante, leitor e principalmente escritor, pois foi no velho e bom Educandário Moderno Santa Inês que pude experimentar o início da escrita

    Em 1983, migrei para uma nova escola. Do marrom para o azul. Assim, entrou na minha vida O Instituto Olavo Bilac. Colégio onde cursei o final do Ensino Fundamental, bem como, o antigo 2º grau (atualmente Ensino Médio), concluído em dezembro de 1989.

    Nesta escola, minha atividade como leitor ficou ainda mais aguçada. Todos os anos, erámos orientados a ler no mínimo dois livros. Isso foi muito importante, pois faz muita diferença para quem pretenda se tornar um dia, um bom escritor. Excelentes professores também contribuem para isso. No Instituto Olavo Bilac pude conhecer e conviver com inúmeros professores que estimulavam nossa curiosidade com suas aulas mágicas que nos conduziam por aventuras cada vez mais fascinantes e divertidas.

    Ao passo que cursei o 2º grau na mencionada escola, também devo registrar que fui aluno do Centro de Formação Profissional número 12 do SENAI. Convivi nesta escola por três longos anos, onde travei contato com instrutores e alunos fantásticos. Por lá, realizei vários cursos, entre os quais, Ajustagem, Fresagem e Tornearia Mecânica. Mas talvez a maior contribuição dessa escola para minha trajetória como escritor tenha sido o senso de responsabilidade social. E por que digo isso? Acredito fielmente que o conhecimento é algo a ser dividido com a sociedade.

    No SENAI de Nova Iguaçu, entre outras coisas, fui iniciado na vida política, participando ativamente na época de movimentos de base e na juventude do PCB. Essa experiência foi importante para que eu pudesse conhecer um mundo completamente diferente até então experimentado por mim.

    Em fins de janeiro de 1990, adentrei pelos portões do Ensino Superior. Vitória para um jovem da Baixada Fluminense, filhos de pais com poucos recursos. A ideia era viajar através do tempo, para isso, os planos foram traçados, tendo sido escolhido o curso de História. A instituição da vez foi a Faculdade de Filosofia de Campo Grande (Zona Oeste da capital fluminense). Foi aí que muita coisa nova surgiu despontou em minha trajetória, com novos amigos, alguma militância política, atividades estudantis através do DCE, entre outras coisas que pontuaram de forma significativa o início do meu relacionamento com a ciência.

    Aproveito essa parte do trabalho, para registrar que as pessoas interessadas em escrever, devem atentar, que o início do processo deve ser apoiado na aquisição de conhecimento, de autonomia e principalmente na maturidade. Essas coisas, sem dúvida, foram conquistadas por mim a partir do momento em que me tornei estudante universitário.

    Ainda como aluno do curso de História, já na condição de estagiário, comecei a exercitar o magistério. Isso aconteceu pela primeira vez no ano de 1991, ou seja, no segundo ano da faculdade. Minha primeira experiência foi na Escola Estadual Francisco Caldeira de Alvarenga, localizada na região de Paciência na cidade do Rio de Janeiro. Nesta escola, uma vez por semana a noite, lecionava para uma turma do primeiro ano do antigo segundo grau, as disciplinas de História, Geografia, Organização Social e Política do Brasil, além da disciplina de Educação Moral e Cívica.

    Ainda em 1991, após uma difícil seleção, fui aprovado e matriculado no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército na cidade do Rio de Janeiro. Para quem não conhece, este centro foi fundado em 1927, e tem como missão principal, preparar jovens estudantes universitários para o exercício da função de oficial subalterno no corpo de tropa do Exército em tempos de guerra ou de paz.

    Após o chamado curso básico do CPOR, fui matriculado no Curso de Engenharia, tendo concluído em dezembro do mesmo ano. No ano seguinte, no mês de fevereiro realizei o Estágio de Instrução no 1º Batalhão de Engenharia de Combate (Santa Cruz – RJ), despedi-me temporariamente do Exército.

    De volta ao magistério, ainda concluindo meu curso superior, tornei-me docente oficialmente em 1993. Seguia lecionando em 1994, quando recebi um convite para voltar ao Exército na condição de oficial convocado para o serviço ativo. Uma vez aceito o convite, realizei exames, tendo sido aprovado em todas as etapas.

    Apresentei-me no dia 31 de janeiro de 1995 no Arquivo Histórico do Exército para início das atividades como pesquisador da História Militar do Exército. Nesta Organização Militar onde trabalhei por sete anos, inicie-me nesse universo da escrita científica com fins de publicação.

    Durante esse tempo que estive no serviço ativo do Exército Brasileiro, aproveitei para cursar meu segundo curso superior. Desta vez, fui estudar ciências jurídicas na Universidade Iguaçu, onde mais tarde, me tornei docente e coordenador de cursos de graduação, algo que irei comentar mais adiante. Também neste período, matriculei-me em dois cursos de pós-graduação. O primeiro deles foi em Docência do Ensino Superior na Universidade Federal do Rio de Janeiro, e o segundo em História e Cultura Antiga promovido pela Universidade Federal Fluminense.

    Ao deixar o serviço do Exército em fins de fevereiro de 2002, voltei para o magistério. Atuando na educação básica, ainda naquele ano fui convidado para ministrar aulas no Ensino Superior. E foi, justamente em razão desse convite e da min há atuação como professor universitário, que surgiu a demanda em escrever e publicar textos acadêmicos.

    Após essa extensa apresentação os alunos estavam radiantes e alegres em saber como teve início a minha trajetória estudantil. Muitos deles também disseram que gostavam de escrever e gostariam muito de poder publicar um livro.

    Surgiu então a ideia de desenvolver com eles algumas rodas de conversa, onde poderia falar sobre cada texto publicado. Isso deixou todos muito animados com a ideia de reuniões semanais para ouvirem as história e experiências desses vinte e cinco anos como escritor.

    Ato II

    Decolando na Aventura da Escrita (1997 – 2000).

    No primeiro dia da roda de conversa, as crianças estavam muito animadas e ficaram mais ainda ao saber que alguns alunos do Ensino Médio pediram para participar da conversa. Desses, Paulinho era o mais curioso em conhecer as peripécias do professor Marcão como escritor.

    Naquela tarde iniciei a conversa voltando até o ano de 1995, quando regressei ao serviço ativo do Exército na condição de oficial pesquisador do Arquivo Histórico. No ano seguinte, voltei à universidade para cursar minha segunda graduação. Em novembro de 1997, surgiu a oportunidade para publicar pela primeira vez um texto de minha autoria.

    - Nessa hora, Anita perguntou: como ocorreu isso?

    Vejamos! Durante minha passagem pelo curso de Ciências

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