Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Feridas Do Coração - Paixão|livro 1
Feridas Do Coração - Paixão|livro 1
Feridas Do Coração - Paixão|livro 1
E-book282 páginas3 horas

Feridas Do Coração - Paixão|livro 1

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Que a sua vida nunca mais seria a mesma, a inocente jovem Lara Agness soube-ló assim que viu- se envolvida no mundo dos irmãos Tyler, os belos e cobiçados gêmeos. Jason Tyler era o tipo de homem impaciente e intolerante na maioria das vezes, dedicado somente ao trabalho e negócios, em consequência de uma decepção amorosa. Diferente de seu irmão Justin Tyler, um romântico e aventureiro incurável que gostava de curtir a vida e aproveitar cada momento. A forte ligação que tinham um com o outro, era o mais precioso que ambos possuiam, mas depois que um inesperado acidente trouxera Lara em suas vidas, toda a história estava prestes a tomar um novo rumo. Seria um dos irmãos capaz de fazer o coração inocente de Lara Agness bater mais forte?
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de jul. de 2023
Feridas Do Coração - Paixão|livro 1

Relacionado a Feridas Do Coração - Paixão|livro 1

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Feridas Do Coração - Paixão|livro 1

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Feridas Do Coração - Paixão|livro 1 - Edjandira Firmino

    1

    ROMANCE

    FERIDAS DO CORAÇÃO

    LIVRO 1

    PAIXÃO

    Coleção Amores Eternos

    2

    Ficha técnica

    Título original: Feridas do coração – Paixão

    Direitos de autor

    © 2022, Edjandira Celina Duarte Firmino

    Diagramação: Joelce Duarte

    Revisão: Raquel Nicolau

    Designer Gráfico de capa: Joelce Duarte

    1ª Edição: Dezembro, 2022

    ISBN: 978-989-33-3766-0

    Deposito Legal: 11241 / 2022

    Todos direitos reservados

    ___________________________________________________

    ERJ Paixões Editora

    erjpaixoeseditora@hotmail.com

    Telefone: +244 921 165 690

    Angola, Luanda.

    3

    Joelce, Nilza e Acnerys.

    Por todo apoio ao longo destes quinze anos.

    4

    Prológo

    O vibrar do telemóvel no interior da pasta chamou-lhe a atenção, de tal modo que o seu corpo inteiro moveu-se ao ritmo. Talvez fosse porque aguardava ansiosamente por uma ligação há vários dias, e como saber se não chegara o momento de recebê-la?

    De facto, Lara sabia que nunca deveria tirar a atenção da estrada ao atravessá-la, mas naquele momento nada mais pareceu importar para si do que a curiosidade em saber se era a ligação que tanto ansiava.

    Consciente de que estava a meter a vida em risco, baixou o olhar para a pasta ao abri-la. O local estava tão calmo quanto o habitual, e não tinha com o que preocupar-se. Pelo menos, foi no que acreditou.

    Foi no momento em que as suas mãos alcançaram o objecto branco, que uma buzina repentina tomou conta da via, junto do rangir de pneus, e sem tempo para mais alguma coisa, tudo o que viu foi um carro cinzento aproximar-se numa velocidade extrema, antes de bater contra o seu corpo.

    Viu-se ser jogada aos ares e em seguida, caiu duramente sobre o asfalto da estrada.

    Os olhos verdes acinzentados abriram-se, à medida que viu-se deitada numa cama que desconheceu no primeiro instante, mas o som infernal do aparelho que controlava a sua vida a fez perceber que estava num hospital.

    O

    gesto que fez de virar a cabeça para o lado, foi suficiente para avistar o balão de sangue pendurado, ao que confusa contraiu o semblante, antes de soltar um gemido, pela dor repentina que sentiu.

    — Finalmente acordaste!

    Uma voz masculina ecoou pelo quarto, nisso a jovem viu-se obrigada a mover novamente a cabeça, agora para o lado oposto, onde encontrou o estranho parado junto à janela, este que trajava um fato azul-escuro. Era um 5

    sujeito de pele morena clara, bonito demais para não ser percebido à primeira instância, mas a sua mente estava confusa demais para reparar em detalhes naquele momento.

    — Quem és tu? — Questionou com bastante dificuldade, pois sentia a boca ressequida demais para conseguir pronunciar palavra alguma.

    — Não aprendeste que não se mexe no telemóvel ao atravessar a estrada?

    — Perguntou, aproximando-se com as mãos no bolso da calça, antes de parar e encará-la.

    — O quê? — Ela permaneceu com o mesmo semblante confuso, ao que o homem revirou os olhos impaciente, no instante em que a porta foi aberta e uma doutora adentrou o local.

    — Sr. Jason… — Calou-se ao ser interrompida pela visão que teve, da paciente acordada, então sorriu aproximando-se às pressas. — Que bom que voltaste a acordar. — Levou as mãos ao bolso da bata branca, onde retirou uma pequena lanterna e a tocou na face examinando-lhe os olhos. — Como te sentes?

    — Tonta, estranha…

    — Isso é porque estiveste em coma durante dez dias e apenas ontem à noite deste os primeiros sinais de despertar, após teres passado por uma cirurgia muito complexa. — Respondeu no momento que guardava a lanterna no bolso da bata.

    Confusa, a jovem loira a encarou.

    — O que aconteceu comigo?

    — Sofreste um acidente. — Contou-lhe a doutora. — Não recordas?

    — Não. — Murmurou, ao que ambos olharam-se.

    — Lara é o seu nome, certo? — A doutora aproximou-se mais — Vieste com um colar no pescoço, com este nome.

    — Sim. — Pareceu recordar de tal detalhe. — Sou a Lara.

    — Do que mais te lembras, Lara?

    6

    Diante da pergunta, Lara pareceu pensar durante algum tempo, antes de voltar o olhar para o homem ao lado, este que também a encarava, à espera da sua resposta, então voltou-se para a mulher de branco.

    — Nada. — Respondeu em seco, de modo que a doutora consentiu, enquanto o homem ao lado arregalava os olhos de susto.

    Jason passou as mãos na face vezes sem conta, enquanto caminhava de um lado para o outro na sala de espera. Aguardava notícias da jovem que era examinada pela equipa médica, como pedira a doutora.

    Negava-se a aceitar o que parecia.

    Já bastava o azar que tivera em atropelá-la naquele fim de tarde estressante após o serviço, e o medo que tomara conta de si durante os dias anteriores,

    diante da possibilidade de que ela não acordasse mais do coma. Medo este que lhe rendera várias noites de insónia.

    Os passos da doutora ao aproximar-se, fizeram com que parasse de andar e se virasse para ela, numa luta por conter a ansiedade em saber logo o que tinha para dizer-lhe.

    — Então doutora?

    — Infelizmente, não tenho boas notícias, Sr. Jason.

    Depois disso, ele preparou-se para o pior, mas apenas aguardou que a doutora concluísse a frase.

    — … Ela perdeu a memória completamente.

    Jason precisou levar as mãos à cabeça, para conter o desespero e a tontura que tomaram conta de si, ao que soltou um demorado suspiro, enquanto as palavras pareciam ter sumido completamente.

    — E agora? — Começou calmamente, apesar de apavorado. — Não há nada que possa fazer para que a memória dela volte?

    — O Psiquiatra que acabou de analisá-la disse que só nos resta esperar para que possamos concluir se é uma amnésia temporária ou definitiva. Na verdade, 7

    no caso dela era previsível, eu comentei contigo que era uma das possíveis sequelas do acidente.

    — E se ela não recordar de nada até o dia da alta?

    — O senhor terá de arranjar uma solução.

    Jason respirou fundo antes de mirar o vazio.

    O som da porta de seu quarto a ser batida, fez com que olhasse para lá, autorizando a entrada, antes de ver o irmão gémeo aproximar-se, este que trajava calças jeans como habitual, e uma t-shirt vermelha.

    Hey Jason! Saí do estúdio às pressas depois da tua ligação. Então?

    — Não vai mudar muita coisa, mas obrigado por vires. — Jason largou o telemóvel sob a cama, antes de sentar-se na mesma, e olhou o irmão que fazia o mesmo ao seu lado.

    — Os médicos confirmaram que ela perdeu mesmo a memória?

    — Sim, a única coisa que sabe é o próprio nome, mais nada, absolutamente nada.

    Justin olhou-o preocupado.

    — E agora? Qual é o protocolo?

    — Esperar pela sorte da memória voltar antes da alta. — Ironizou Jason, e o irmão franziu o sobrolho.

    — Parece complicado! O estranho é o facto de até agora não ter aparecido nenhum anúncio nem nada à procura dela, aposto que a família dela deve estar preocupada.

    — Talvez não tenha família.

    — Como não? — Justin sorriu. — Caiu do céu então?

    — É mais provável que seja do inferno.

    Justin caiu em gargalhadas, ao que Jason levantou-se da cama.

    — Vou tomar um banho e descer para jantar. — Encaminhou-se ao closet, ao deixar as gargalhadas do irmão para atrás.

    8

    Capítulo 1

    Após terminar de vestir-se com a ajuda da enfermeira, Lara viu-se dentro de um longo vestido azul-escuro, que a cobriu até os pés, onde um par de

    sandálias rasas pretas estava.

    — Vou prender-te o cabelo. — Essa disse, ao começar a fazê-la uma trança, nos cabelos longos e loiros.

    — Obrigada. — Agradeceu, quando naquele instante ouviu o som da porta abrir-se, e ao dirigir o olhar para lá, avistou o homem moreno de fato escuro que adentrava o espaço.

    Este carregava um forte e exótico cheiro de perfume, acabando por preencher o espaço todo com o mesmo, tal como a sua forte presença, e naquele momento, Lara viu-se voltar a mergulhar em questões similares como da primeira vez que o vira, ao despertar do coma.

    Quem era aquele homem diante de si? Seria seu parente? Namorado?

    Esposo?

    Sabia que estava sem memória, mas ele parecia familiar, e embora não o tivesse visto nos últimos dias, era de seu conhecimento que estava sempre na clínica.

    — Bom dia. — Jason cumprimentou ao parar no meio do quarto, antes de levar as mãos aos bolsos da calça, enquanto olhava para a doente que não via acordada há três dias, já que ia vê-la quando estivesse a dormir.

    — Bom dia. — Respondeu a enfermeira, enquanto Lara permanecia a encará-lo em silêncio. — Vou avisar à doutora que já vieram à sua busca. —

    Soltou-lhe a trança que terminara e encaminhou-se à porta, deixando-os à sós.

    — Aguardarei fora. — Jason manifestou-se prestes a afastar-se, quando a voz de Lara o deteve:

    — Quem és tu?

    Voltou a encará-la diante da pergunta.

    9

    — Chamo-me Jason Tyler. — Respondeu-a friamente.

    — És meu… O quê?

    — Nada, não te conhecia há vinte dias atrás, até teres te enfiado na frente do meu carro, na verdade não te conheço. — Respondeu cinicamente e Lara engoliu em seco diante da informação, confusa pelo sentimento que a atingiu.

    — Estás a dizer-me que atropelaste-me? — Perguntou com a voz grave.

    — Não, estou a dizer-te que te meteste na frente do meu carro.

    — Eu nunca faria isto! — Murmurou contrariada ao abanar a cabeça.

    — Mas fizeste, por causa da merda de um telemóvel, quase desgraçavas-me a vida. — Contou irritado, embora em tom de voz baixo.

    — E o que fazes aqui agora? — Olhou-o aborrecida, pela insensível resposta que acabava de ganhar.

    Que homem tratava uma mulher daquela forma em pleno hospital?

    — Vir buscá-la, não é óbvio? — Olhou-a sem fazer caso, e Lara não deixou de sentir-se indignada com tal atitude.

    — Eu não quero ir contigo. — Rebateu inquieta, ao abanar a cabeça, antes de ganhar um olhar de impaciência por parte dele.

    — Isso não foi uma pergunta. — Deixou claro. — E não tens muitas opções. — Completou, antes de virar-se e deixá-la sozinha.

    Sentado ao volante, Jason observou-a ocupar o banco ao lado com a ajuda da enfermeira, e após esta despedi-los e afastar-se, encostou-se a ela para puxar o cinto de segurança e o prender.

    Lara virou a face ao tê-lo próximo de si, embora foi impossível não respirar o cheiro do perfume dele de mais perto, ao ter o pescoço masculino junto de sua face, enquanto apertava-lhe o cinto.

    Depois de acomodar-se no seu assento também, Jason ligou o carro, antes de metê-lo em marcha ao segurar no volante.

    Meia hora depois, acabavam de adentrar a gigantesca propriedade castelar, onde Lara sentiu-se perdida pela grandeza do espaço à primeira vista, mas aquilo 10

    só pareceu aumentar no medo que sentia dentro de si, e nem sequer sabia o motivo. Talvez fosse o homem ao seu lado que não a transmitia segurança, pelo menos não depois de ter ficado a saber que não passava de um estranho, e pior, culpado pelo seu estado.

    Mas o que poderia esperar?

    — Vou ajudar-te. — Jason desceu do carro indo para o lado dela, onde após abrir-lhe a porta, fez o mesmo com o cinto de segurança, e então ajudou-a a descer, quando Lara viu-se obrigada a apoiar-se a ele, embora a sua vontade resumia-se em gritá-lo para afastar-se, depois da forma como havia falado consigo na clínica, mas estava isolada de outras opções.

    Foi atingida por uma forte tontura no momento em que viu-se fora do carro, e pareceu piorar com a luz do sol que começava a nascer.

    Ele conduziu-a para dentro da mansão, ao segurá-la pelos ombros, onde pararam diante das escadas, quando virou-se para ela, e notou-a com os olhos meio fechados.

    — Consegues subir as escadas? — Calmamente perguntou-a.

    — Vou tentar. — Murmurou em resposta, ao que para Jason soou mais como uma resposta negativa, e não estava disposto para tentativas, então optou pelo que achou mais prático.

    A meteu no colo em um único gesto, e surpresa, Lara arregalou os olhos, mas soube apenas atravessar as mãos pelo pescoço masculino, onde o segurou, antes de ele começar a subir as escadas, carregando-a.

    Era leve demais? Ou ele é que tinha tanta força que a carregava feito uma boneca?

    Obviamente as duas coisas. Concluiu.

    O fato não escondia o seu tamanho, podendo calcular músculos fortes por baixo do mesmo e era possível sentir pelos braços que a levavam.

    Quando terminaram de subir as escadas, sabia que ele a pousaria de volta no chão, mas viu-se estar enganada, ao vê-lo percorrer um corredor branco, e pousá-la apenas ao parar diante de uma das portas, que abriu a seguir, sem soltá-la o braço e assim ajudou-a a entrar.

    11

    Lara o fez, antes de ser largada no primeiro sofá que apareceu na frente, um de cor branca, como a maioria da decoração do mesmo, onde acomodou-se.

    — Vou chamar alguém para ajudá-la, vais ficar aqui nesta suite.

    — Não quero ficar aqui. — Negou ao abanar a cabeça — Quero ir para a minha casa, quero a minha família.

    — E queres que eu faça o quê? — Perguntou ao cruzar os braços.

    — Não quero ficar aqui. — Choramingou inconformada, ao que Jason semicerrou os olhos.

    — Achas que se eu soubesse onde fica a tua casa ter-te-ia trago até aqui? —

    O seu tom de voz soou irritado. — Perdeu também a capacidade de análise além da memória? Quantos anos tens? Dez?

    Lara encarou-o admirada com tanta arrogância.

    — És um estranho, eu preferia ter ficado no hospital. — Chutou do mesmo jeito.

    — Se dependesse de mim, deixar-te-ia mesmo lá, podes crer, agora é melhor parar com estes mimos que não tens nenhuma babá aqui. — Falou antes de sair de lá às pressas e bater com a porta.

    Rumava à cozinha, quando avistou Justin prestes a subir as escadas com o seu amigo Ryan, ambos em altas gargalhadas, estes que calaram-se ao vê-lo.

    — Jason… — Ryan deu-lhe a mão. — Bom ver-te em casa a essas horas, é inédito.

    — Oi Ryan, infelizmente fui obrigado por algumas situações. —

    Respondeu, mal-disposto.

    — O Justin contou-me, como está a jovem?

    — A tirar de mim o que já não tenho.

    — O quê? — Justin sorriu ao perceber o irmão aborrecido.

    — Paciência. — Contou Jason. — Está a fazer birras que nem uma criança!

    Acho melhor ires ter com ela, antes que eu a atire por alguma janela. —

    Terminou a frase enquanto afastava-se, ao que Justin virou-se para o amigo.

    12

    — Coitada da moça, vou vê-la. — Começou a subir as escadas às pressas, até que viu-se parar diante do quarto que deixara a governanta preparar naquela manhã para acomodá-la.

    Bateu a porta lentamente e aguardou alguns segundos, antes de vê-la ser aberta, e olhar para a mulher que surgiu do outro lado, ao que recordou-se dela deitada inanimada na cama do hospital das vezes que acompanhara o irmão para vê-la.

    Muito linda!

    Ela o encarou com desagrado visível, antes de soltar a porta e virá-lo as costas ao caminhar até o sofá em que sentou-se. Justin atravessou-a, ao notar que estava a confundi-lo com Jason, e após fechá-la atrás de si, aproximou-se lentamente dela, que tinha o rosto virado.

    — Esqueceste alguma coisa? — Lara questionou sem mover-se.

    — Oi, tudo bem? — Justin começou. — Eu não sou o Jason, sou o irmão dele.

    Depois da última frase, Lara precisou levantar a face para encarar o homem à sua frente, ao que franziu o semblante.

    Ele estava a gozar consigo?

    Tudo de diferente que notou foi a indumentária, o homem anterior usava um fato preto, que por sinal lhe caia na perfeição, e este à sua frente, vestia-se de calças jeans azuis e camisola branca com as mangas dobradas aos cotovelos, mas a pele morena clara, os olhos escuros e o cabelo preto eram iguais.

    — Gémeo? — Perguntou depois.

    — Sim. — Confirmou ao aproximar-se dela. — Justin. — Apresentou-se ao estende-la a mão, ao que Lara olhou para a mão dele e então a tocou suavemente, não deixando de perceber a maciez da mesma.

    — Lara. — Respondeu depois, antes de sentir-se ser solta.

    — Como estás, Lara?

    — Não sei responder a isso, perdida talvez.

    Justin consentiu, compreensível.

    13

    — É bom ver-te assim, das vezes que estive lá no hospital parecias mais morta do que viva.

    — Estiveste lá? — Contraiu o semblante.

    — Sim, algumas vezes. Espero que fiques bem, não te preocupes que eu e o meu irmão estamos aqui para ajudar-te no que precisares.

    — Talvez tu, o teu irmão com certeza não.

    — Eu sei, às vezes o Jason é um mal-humorado, mas depois verás que é uma boa pessoa.

    Lara viu-se sorrir pela primeira vez, ao consentir.

    — Obrigada por se importar.

    — A nossa governanta virá atender-te, sinta-se em casa.

    Voltou a consentir, antes de vê-lo retirar-se do quarto, ao que olhou-o sumir de sua vista, ainda admirada pela semelhança entre ambos, mas no final agradeceu por perceber que esse parecia mais amigável.

    Respirou fundo, antes de caminhar em direcção aos cortinados altos, onde os afastou, achando as portas vidradas que conduziam à varanda, onde adivinhou a bela vista, pelo pouco de árvores que já dava para ver.

    Voltou para o sofá devido a tontura que ainda sentia, ao que começou a reparar no requintado e luxuoso espaço em cor branca com detalhes em tom camarão, e apesar do vazio que sentia em sua memória, algo a fazia sentir-se em casa, como se já tivesse estado ali, mas considerou que pudesse ser apenas parte de seu desespero em lembrar-se de alguma coisa.

    Poucos minutos depois conheceu a governanta da mansão, que apresentou-se com o nome de Sofia, uma mulher na faixa dos quarenta, que mostrou-se simpática e atenciosa consigo acima de tudo.

    Acabou por saber que havia sido ela que tivera comprado o vestido que usava e mais outros que achou dentro do closet à sua disposição, junto de alguns conjuntos de roupa íntima, camisas de noite e pijamas.

    — Assim que te sentires melhor podemos ir fazer algumas compras.

    14

    Lara pousou o copo de sumo na mesinha onde estava o seu prato de comida, para encará-la.

    — Está bem, obrigada Sofia. — Agradeceu, embora no seu intimo desejasse poder recuperar a memória antes de precisar recorrer àquilo. —

    Mas como soubeste o meu número de calçado? — Expôs a inquietação. —

    Porque tanto as sandálias quanto as pantufas são mesmo o meu número.

    — Foi o Sr. Jason que falou-me para comprar este número.

    — Ele acertou. — Acrescentou admirada.

    — Ele sempre foi bom em cálculos. — Levantou-se. — Agora vou deixá-la terminar de comer para fazer a medicação, daqui a pouco volto.

    — Sim. — Consentiu ao vê-la afastar-se, e então respirou fundo.

    Ao olhar o seu reflexo no espelho após ter preenchido a barba com espuma, Jason segurou a navalha, e lentamente a levou ao rosto, à medida que começava a retirar a espuma para que carregasse qualquer fio capilar junto, quando avistou a sombra na porta do banheiro, antes de o irmão surgir atrás de si.

    — Afinal estás em casa! — Disse-o.

    — Onde atiraste o telemóvel, Jason? Liguei-te várias vezes por volta das dezanove.

    — Deixei no silêncio durante a reunião e depois que saí de lá, estava sem carga. — Baixou a mão ao limpar a lâmina na toalha branca descartável. —

    Chegaste de falar com a mimada de manhã?

    Justin sorriu.

    — Sim, falei com ela, e acho que deverias ser um pouco mais compreensíve. Coitada,

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1