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A trilogia das cores de Krzysztof Kieślowski
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A trilogia das cores de Krzysztof Kieślowski
E-book168 páginas1 hora

A trilogia das cores de Krzysztof Kieślowski

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Sobre este e-book

A Trilogia das Cores, composta por filmes inspirados nos ideais do Iluminismo e na bandeira francesa (Azul, Branco e Vermelho), é de longe a obra mais reconhecida e apreciada de Krzysztof Kieślowski, bem como o seu último testemunho artístico.
Para além da primeira aparição, esconde significados ocultos e correspondências óbvias com o que já foi encenado em filmes anteriores e que servirá de inspiração e comparação para o público e para os envolvidos no meio cinematográfico.
Neste livro analisaremos detalhadamente as ligações e os significados, o significado e o estilo de cada um dos três filmes e traçaremos uma visão global comum em relação a toda a produção do realizador polaco.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento31 de out. de 2023
ISBN9798223205883
A trilogia das cores de Krzysztof Kieślowski
Autor

Simone Malacrida

Simone Malacrida (1977) Ha lavorato nel settore della ricerca (ottica e nanotecnologie) e, in seguito, in quello industriale-impiantistico, in particolare nel Power, nell'Oil&Gas e nelle infrastrutture. E' interessato a problematiche finanziarie ed energetiche. Ha pubblicato un primo ciclo di 21 libri principali (10 divulgativi e didattici e 11 romanzi) + 91 manuali didattici derivati. Un secondo ciclo, sempre di 21 libri, è in corso di elaborazione e sviluppo.

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    A trilogia das cores de Krzysztof Kieślowski - Simone Malacrida

    SIMONE MALACRIDA

    A trilogia das cores de Krzysztof Kieślowski

    Simone Malacrida (1977)

    Engenheira e escritora, atuou em pesquisa, finanças, políticas energéticas e plantas industriais.

    ÍNDICE ANALÍTICO

    INTRODUÇÃO

    CAPÍTULO 1 - FICHAS TÉCNICAS DOS FILMES

    CAPÍTULO 2 – A IDEIA E A ESTRUTURA

    CAPÍTULO 3 – TEMAS E SIGNIFICADOS

    CAPÍTULO 4 – CORRESPONDÊNCIAS

    CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E EVOLUÇÕES SUBSEQUENTES

    CONCLUSÕES

    BIBLIOGRAFIA

    NOTA DO AUTOR:

    As opiniões e reflexões presentes neste livro representam as ideias pessoais do autor e são o resultado de múltiplas visualizações de todos os filmes da Trilogia das Cores (e das demais obras do diretor Krzysztof Kieślowski).

    Tudo isso foi integrado ao que está presente na seção Bibliografia, extraindo ideias válidas de entrevistas e análises anteriores.

    A Trilogia das Cores, composta por filmes inspirados nos ideais do Iluminismo e na bandeira francesa (Azul, Branco e Vermelho), é de longe a obra mais reconhecida e apreciada de Krzysztof Kieślowski, bem como o seu último testemunho artístico.

    Para além da primeira aparição, esconde significados ocultos e correspondências óbvias com o que já foi encenado em filmes anteriores e que servirá de inspiração e comparação para o público e para os envolvidos no meio cinematográfico.

    Neste livro analisaremos detalhadamente as ligações e os significados, o significado e o estilo de cada um dos três filmes e traçaremos uma visão global comum em relação a toda a produção do realizador polaco.

    " Por que não tentar ver que significado têm hoje as palavras liberdade, igualdade e fraternidade a um nível muito humano, íntimo e pessoal e não a um nível filosófico, muito menos político ou social? "

    Entrevista de Krzysztof Kieślowski dada a Danusia Stok e presente no livro Kieślowski conta a Kieślowski

    INTRODUÇÃO

    Dentre a filmografia do diretor polonês Krzysztof Kieślowski, sua obra mais famosa e destacada é certamente a que se conhece como A Trilogia das Cores, ou seja, três filmes (trilogia) dedicados às cores da bandeira francesa (azul, branco e vermelho) e, em contrapartida, aos conceitos subjacentes à Revolução Francesa e ao Iluminismo (liberdade, igualdade e fraternidade).

    São os filmes mais premiados e com maior distribuição internacional, bem como os mais recentes produzidos pelo realizador.

    Houve estudos e insights interessantes em torno deles, mas igualmente muitas tentativas de simplificação.

    Este livro nasceu da necessidade de deixar claro, de não deixar nada de fora dessas obras, indo muito além da pura crítica cinematográfica que, por si só, deveria ser tão concisa quanto um artigo de jornal.

    Porém, não será exposta uma biografia do diretor, acompanhando sua evolução artística e o caminho que o levou a conceber e criar a Trilogia.

    Haverá espaço também para isso, como uma das peças fundamentais, mas o objetivo do livro é focar em todos os aspectos da Trilogia, desde os significados ao enredo, do feedback do público às inúmeras conexões.

    Como tal, o público-alvo serão tanto aqueles que já conhecem, pelo menos brevemente, a produção de Kieślowski, como aqueles que não a conhecem e pretendem abordar a visualização dos filmes de uma forma não superficial.

    Digamos desde já que cada uma das obras de Kieślowski pode ser vista, lida e interpretada em vários níveis e depende da vontade e da sensibilidade do espectador para compreender até onde se quer sondar significados e símbolos.

    Um primeiro nível é a visualização pura e simples de um filme ou de vários filmes.

    Ver e testemunhar a encenação ficcional de uma história.

    Um segundo nível é a compreensão da obra única, arranhando a superfície e a imagem aparente.

    Este nível exige uma maior reflexão e um primeiro salto no intrincado emaranhado do realizador polaco, que, longe de querer ser considerado comercial e produzido em massa, apimenta cada uma das suas criações com infinitas referências.

    O terceiro nível diz respeito à classificação de cada filme da Trilogia no contexto do ciclo.

    Na verdade, embora cada filme seja completo e completo em si mesmo, se visto na perspectiva do ciclo há mais um salto em frente e mergulhamos ainda mais no abismo que se abre diante de nós.

    É preciso dizer que, neste caso, seria melhor visualizar os filmes na ordem de apresentação e produção, ou seja, primeiro Três Cores: Azul, depois Três Cores: Branco e por último Três Cores: Vermelho , caso contrário, perderão os laços e conexões que tornam este trabalho único.

    Um nível final, certamente mais difícil de alcançar, está ligado a todo o percurso de Kieślowski, ou seja, situando a Trilogia como o ponto final de um percurso iniciado muitos anos antes.

    Neste sentido, a leitura mínima inclui o Decálogo, dez médias-metragens produzidas para a televisão polaca em 1988, e A Dupla Vida de Verónica, filme lançado em 1991.

    Querendo recuar ainda mais, podemos incluir Senza fine de 1985 e Destino cego de 1981, primeiras longas-metragens que mostram o distanciamento progressivo de Kieślowski dos seus trabalhos anteriores como documentarista.

    Cada nível mencionado exige maior reflexão e um estudo aprofundado dos temas da Trilogia.

    A partir destas poucas palavras, entendemos como estes filmes finais (e não por vontade do realizador, mas devido à sua morte súbita) são o resultado de um longo percurso e de uma profunda reflexão introspectiva que levou à explosão da produção no último período por Kieślowski.

    Se puder acrescentar uma nota pessoal sobre a Trilogia, este livro completa mais um tríptico, desta vez completamente meu e não de Kieślowski.

    O livro, aliás, é o terceiro de uma trilogia que parte da análise do Decálogo e continua com A dupla vida de Verônica.

    Mesmo neste caso, a compreensão do livro pode ocorrer em vários níveis.

    Chegando ao final deste manuscrito, você terá todas as informações principais para a compreensão (quase) definitiva da Trilogia, entende-se que tudo foi filtrado pela sensibilidade do autor e que cada um possui mecanismos próprios e diferentes . ângulos, mas, seguindo os passos de Kieślowski, se quisermos compreender tudo num nível superior, não podemos isolar a Trilogia do resto da produção.

    Na verdade, uma obra de arte não existe por si só.

    Existe em relação a um público e, de facto, tira a sua própria vida do público, desligando-se completamente dos desejos do próprio autor.

    E foi o público que determinou o papel central da Trilogia, o mesmo público que, trinta anos depois, ao se deparar com os acontecimentos narrados, não tem dificuldade em identificar, embora a forma de escrever roteiros tenha mudado completamente agora, com muito mais ritmo e ação, em detrimento da reflexão e da introspecção.

    Este é o verdadeiro segredo de Kieślowski.

    A investigação recai sobre o homem e fá-lo de forma profunda, como só um antigo documentarista soube.

    Não deixa nada de fora, não adoça nada, não propõe finais falsos e felizes ou soluções definitivas que sejam tão catárticas quanto ilusórias.

    Ele não faz concessões na existência humana, mostrando todos os defeitos, falhas e erros, mas sem nunca julgar.

    Ele não se apresenta como detentor da Verdade e da Moral, mas tenta minar as certezas de cada espectador.

    É uma maneira lenta, mas constante de proceder.

    Uma longa marcha que marca distâncias e flui inexoravelmente, como faz a própria vida.

    Neste contexto, os atores transitam por interpretações intensas, com um papel dedicado às mulheres de primordial importância, juntamente com dois enormes pilares do cinema de Kieślowski.

    Por um lado a música, através das bandas sonoras do confiável e brilhante Zbigniew Preisner, por outro lado as cores, relembradas desde os títulos.

    A partir desta experiência indissociável de sons e imagens, diálogos e silêncios, ações e pensamentos, a trama se desenrola em planos espaciais e temporais que retornam a si mesmos, como um Cosmos esférico infinito, mas com a evolução fundamental dos personagens, chamados à transição de um tese inicial até uma síntese final, depois de uma viagem externa espelhando a interna.

    Contém todos os conceitos caros a Kieślowski e já presentes em trabalhos anteriores, juntamente com o entrelaçamento de Acaso e Necessidade, Escolha e Vontade.

    A mensagem final é complexa e intricada, tal como a Vida e o homem, ponto final da investigação, o mesmo de onde partimos no início.

    CAPÍTULO 1 - FICHAS TÉCNICAS DOS FILMES

    TRÊS CORES – AZUL

    ––––––––

    ––––––––

    Trama

    ––––––––

    O filme abre com a tomada de uma roda de carro, seguida de imagens da estrada, luzes e outros meios de transporte distorcidas e refletidas no vidro traseiro e que chamam a atenção de uma menina no banco traseiro do veículo.

    O carro para e

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