Ervas Daninhas
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Sobre este e-book
Lu Xun 魯迅 (1881-1936) ainda é um autor pouco conhecido no Brasil. Por isso, a Aboio, junta ao canal BiYiNiao do Livro, traz Ervas Daninhas 野草, com tradução de Calebe Guerra, doutorando em Literatura Clássica Chinesa pela Universidade de Wuhan 武汉大学.
Entre subterfúgios e reflexões, Ervas Daninhas 野草, também conhecido como Monólogos de Lu Xun, mirava nada menos do que renovar o panorama literário chinês, tanto reformulando os significados de literatura em chinês clássico quanto incorporando palavras e conceitos emprestados do Ocidente. Em Ervas Daninhas, uma das obras mais íntimas de Lu Xun, o autor deu voz a todas as suas confusões, desalentos e fraquezas. Predominantemente em primeira pessoa, a autopiedade e os conflitos intensos e pessoais dele encontram nesta obra sua forma mais livre de expressão.
SOBRE O TRADUTOR
Calebe Guerra é graduado em Letras-Mandarim e Literatura Chinesa pela Universidade JiaoTong de Xi'an, China. Mestre em Literatura Clássica Chinesa e doutorando na mesma área, pela Universidade de Wuhan. Amante de Literatura Clássica Chinesa e acadêmico na área, vive geralmente perdido na falta de equilíbrio entre o ritmo cardíaco binário e o silêncio da alma.
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Ervas Daninhas - Lu Xun
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Boa leitura e nunca esqueça: o canto é conjunto.
sumário
Os livros digitais da Aboio são feitos para circular 1
apresentação
(Lu Xun e Ervas Daninhas) 3
Sobre a tradução 7
Nota biográfica sobre o autor 10
Prefácio (Wild Grass) 12
Prólogo 14
Noite de outono 16
A despedida da sombra 19
Meu amor perdido 23
vingança 25
Vingança (II) 27
Esperança 30
neve 32
pipa 34
A boa história 37
O forasteiro 40
fogo morto 50
A réplica do cachorro 53
O bom inferno perdido 54
epitáfio 57
Tremores em linhas decaídas 59
dar opinião 62
Depois de morrer 63
Um soldado assim 68
O sábio, o idiota e o servo 70
folha seca 73
Cercado por suaves manchas de sangue 75
despertar 77
Cara leitora, caro leitor 80
Apoiadoras/es 81
Ficha técnica 85
apresentação
Lu Xun e Ervas Daninhas
Qualquer criança chinesa conhece Lu Xun 鲁迅 (25 de setembro de 1881 - 19 de outubro de 1936). Escritor e pensador chinês, ele costuma ser introduzido nas escolas como o pai da literatura moderna chinesa. Entretanto, da mesma maneira que, no Brasil, aprendemos protocolarmente Carlos Drummond de Andrade, conhecimento e fruição não andam juntos. É apenas quando os anos de aprendizado da infância se tornam uma lembrança agridoce que a pessoa, já adulta, consegue encontrar em Drummond um refúgio e um companheiro de amores e dores. Descoberta similar costuma acontecer quando falamos em Lu Xun. Já inseridos na realidade laboral, os chineses reencontram o antipático autor que decoraram para os exames de admissão Gaokao 高考 e se surpreendem ao perceber mais semelhanças do que desavenças.
Ervas Daninhas é uma coletânea de 23 poemas em prosa escritos por Lu Xun entre os anos de 1924 e 1926 em Pequim, enquanto a cidade era governada pelo exército de Beiyang. Na sua maioria, os ensaios dessa obra foram inicialmente publicados na revista Fio de Linguagem 语丝 e mais tarde compilados em um único livro.
Sobre essa época, o autor diz que alguns escritores da revista foram promovidos, outros se retiraram da vida pública, enquanto outros avançaram na vida. Eu experimentei por um tempo o fato de que companheiros da mesma guerra tivessem destinos tão diferentes.
Seguindo essas reflexões, Lu Xun se via em uma posição de estagnação. Em suas palavras, diz ter se tornado um escritor de rua perambulando no deserto
, confeccionando famosos artigos do tipo ‘tagarelando sobre qualquer coisa’ para revistas temáticas.
Dessas tagarelices, então, nasceram esses poemas em prosa, originalmente considerados apenas como algumas crônicas.
Numa carta de 18 de março de 1925, para Xu Guangping 许广平, Lu Xun escreve sobre Ervas Daninhas: Meus textos são muito obscuros, porque geralmente eu acredito que somente ‘a escuridão e o nada’ é que são ‘algo palpável’.
Essa tônica, da recaída ao obscuro, entretanto, não o guia por inteiro, pois ele ainda assim [...] resiste a esse desespero.
Numa tentativa de analisar este pessimismo ambíguo, ele aponta que talvez tenha a ver com minha idade ou coisas que vivi
, referindo-se a toda a desesperança com a realidade social experimentada desde que iniciara sua carreira como escritor.
Até aquele momento, os percalços da vida lhe haviam sido duros. Engajara-se nas discussões pelo futuro da China, observara a Revolução de Xinhai derrubar a Dinastia Qing, desesperançara-se com as investidas de Yuan Shikai 袁世凱 para restaurar a monarquia sob o jugo dos Senhores de Guerra e até servira de inspiração para a juventude revolucionária que se agitara no Movimento Quatro de Maio. Manteve-se firme, entretanto, na fé do poder literário em elevar a alma da nação. Só que até seus companheiros de plumas eventualmente o abandonaram. Em nota redigida no ano de 1932, recorda como a solidão do fim do grupo Nova Juventude ¹ o açoitara. Lu Xun estava no abismo. É nessas condições de isolamento e mágoa que brotam essas Ervas Daninhas.
Em 1934, Lu Xun admite que esses poemas em prosa têm um estado de espírito muito depressivo
, mas mesmo assim uma técnica literária boa.
De certa forma, poderíamos dizer que o saldo da empreitada foi positivo, ao menos literariamente. O experimentalismo que rege a escrita desses textos buscou renovar o estilo literário chinês, tanto reformulando os significados de literatura em chinês clássico quanto incorporando palavras e conceitos emprestados do Ocidente. Em certo momento, o autor ponderou que naquela época era difícil falar sobre as coisas diretamente
, o que pode ter o levado à escolha de palavras [...] bastante vagas.
Um ponto relevante de se iluminar das peculiaridades de Lu Xun é o uso de linguagem sacra.