Uma Aposta de Natal
De Meg Easton
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Sobre este e-book
Nick Stewart acabou de se mudar para a pequena cidade de Mountain Springs e espera por uma temporada de natal cheia de neve e momentos mágicos com sua filha de seis anos. Depois de perder sua esposa, esse é um recomeço para os dois.
Quando o filho de Rachel implora por ajuda com o projeto de Natal da escola e a filha de Nick pede o mesmo, ambos os pais dizem que sim. Nenhuma das duas crianças jamais imagina que sua insistência levaria ao encontro dos pais - ou que sua competitividade se transformaria em cooperação para o que se torna a Operação Cupido de Natal.
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Uma Aposta de Natal - Meg Easton
Table of Contents
Dedicatória
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Epílogo
Nota da Autora
Sobre a autora
Copyright
Ficha Catalográfica
Sobre a editora
Dedicatória
Para todos que procuram um pouco de magia neste Natal.
Capítulo 01
RACHEL PASSOU PELA árvore de Natal na área principal dos escritórios da empresa e desceu o corredor até a sala da editora-chefe.
Como a porta estava aberta, ela entrou e jogou o livro que carregava na mesa de sua amiga Courtney, e ele pousou com um baque ao lado da estatueta do Pé Grande, que trajava luzes de Natal e um chapéu de Papai Noel.
— Fechado. Aceito a aposta.
Por mais que de início ela tivesse se recusado a até mesmo ler o livro, seu peito ficava mais leve e seu coração acelerava quando pensava em aceitar a aposta. Tinha passado o dia querendo contar sua decisão a Court, mas a próxima edição da revista era dupla, o que sempre tornava a carga de trabalho de dezembro insana. Ela estava correndo o dia todo para fazer as coisas mais urgentes.
Os olhos de Courtney se desviaram da tela do computador para o livro e dali para o rosto de Rachel, e então suas mãos começaram a tremer em suspense enquanto ela pegava o celular da mesa. Apertou um botão de discagem rápida antes de ligar o viva-voz e pousar o telefone de volta no suporte. Em geral, quando Courtney estava atrás de sua mesa, ela era a imagem do profissionalismo: roupas passadas com perfeição, o cabelo castanho em um coque e sua expressão exalando confiança, competência e equilíbrio. Porém agora ela parecia muito mais uma criança no Natal do que a editora-chefe da revista Memories not Dreams.
Claro que, uma vez que Court saía do escritório, era normal ela mostrar o lado de sua personalidade que combinava com o Pé-grande obcecado pelo Natal que ficava em sua mesa.
Assim que Rachel ouviu a pessoa dizer Alô?
pelo alto-falante do telefone, soube que Courtney havia ligado para a amiga Lucy.
— Você já terminou por hoje?
— Estou quase indo embora do escritório, acabei de sair do elevador. Por quê? O que houve?
Courtney a encarou a amiga parada em sua frente com um olhar cheio de empolgação.
— Volte para cá. Rachel acabou de dizer sim à aposta.
Rachel cruzou os braços e revirou os olhos quando Courtney terminou a ligação.
— Não é para tanto.
— Sim, é, e você sabe disso. — Court se levantou e deu a volta na mesa.
Sim, ela sabia disso. Dizer sim a coisas novas estava muito fora da zona de conforto de Rachel e não seria fácil. Talvez ela estivesse dizendo que não era grande coisa apenas para tentar se convencer de que poderia fazer aquilo, de que não seria tão difícil.
Courtney pegou o livro O Ano em que disse sim, e passou a mão sobre a capa antes de encontrar os olhos de Rachel outra vez.
— Você leu tudo?
— Sim.
Ela lera, embora tivesse levado uma quantidade embaraçosa de tempo para terminar. Seu filho, Aiden, tinha só 6 anos, então, quando Rachel chegava em casa depois do trabalho, ele ficava louco por sua atenção. Como mãe solo, sua lista de afazeres sempre tinha um milhão de quilômetros de comprimento, por isso não era como se ela tivesse tempo de se sentar e ler durante o dia. Quando enfim caía na cama à noite, muitas vezes só lia um ou dois parágrafos antes de adormecer com o livro ainda aberto.
Mas, ainda que fosse uma obra que sugeria fazer algo que era o exato oposto de sua natureza, ela a fez querer seguir o conselho e dizer sim a novas experiências. Sozinha, porém, ela sabia que era uma coisa com a qual ela nunca se convenceria a se comprometer, então talvez fosse bom que suas amigas a estivessem pressionando.
Lucy entrou apressada na sala e fechou a porta atrás de si. Estava ofegante como se tivesse corrido o caminho todo, seu cabelo escuro um pouco mais bagunçado do que o normal, os olhos arregalados de empolgação.
— Você vai fazer isso? Não acredito que passou o dia inteiro sentada ao meu lado e não disse nada!
Quando Rachel ainda era assistente de escritório, em vez de designer gráfica, ela e Lucy tinham se tonado boas amigas. Por isso tinha ficado muito entusiasmada por poder se sentar ao lado da amiga após assumir seu novo cargo. Por mais impossível que ser mãe solo às vezes parecesse, Rachel tentava manter sua vida organizada. Em contraste, Lucy era a definição de uma bagunceira de primeira, e por isso era, para dizer a verdade, bem revigorante estar perto dela. Fazia Rachel se sentir equilibrada, de alguma forma.
— Não entendo por que isso é tão importante para vocês duas — Rachel falou. Ela entendia o motivo daquilo ser uma grande coisa para si, mas não o porquê de suas amigas quererem tanto que ela fizesse isso.
Courtney e Lucy trocaram um olhar, e neste momento Court disse:
— Você sempre precisa de tudo… controlado. Por isso esse tipo de coisa é um pouco incomum para você.
— Ah, fala sério! Eu não sou tão ruim assim. Né?
Elas não viviam em sua cabeça, e por isso não tinham como saber de verdade o quanto ela gostava de suas coisas organizadas e previsíveis. Não poderia ser tão óbvio para os outros. Poderia?
A sobrancelha de Lucy se ergueu.
— Você costurou divisórias em sua bolsa.
— Certo, mas isso não é ser controladora. É ser prática.
— E você colocou abas rotuladas em cada divisória como se fosse um arquivo. — Lucy cruzou os braços.
— E se nós três apostássemos uma corrida para ver quem tiraria uma lixa de unha da bolsa mais rápido, quem você acha que ganharia?
— E não vamos nos esquecer da lista de tarefas do dia no seu celular — lembrou Courtney, nem se dignando a responder à pergunta.
Ai! Aquele pareceu um ataque direto à lista, que era muito importante para ela e precisava ser defendida a todo custo.
— Tenho muitas coisas para cuidar. Se eu não tiver tudo programado até o último minuto, alguma coisa vai ficar para atrás.
— E não vamos nos esquecer do Plano Mensal — Courtney disse.
— Ah, e o Plano Anual. — Lucy apontou para Courtney.
— Tudo bem — Rachel cedeu, erguendo as mãos, implorando que parassem antes que começassem a falar sobre sua lista de limpeza de casa ou sua organização do armário.
Ela sempre adorou ser organizada. No entanto, depois de uma luta muito longa e exaustiva contra um câncer, foi como se tudo tivesse ficado fora de seu controle. Até que seis meses atrás seu último exame mostrou que ela estava livre da doença, e isso a fez ansiar por estar no controle mais do que nunca.
Tudo bem, ela vinha percebendo, nos últimos dias, que talvez nem sempre essa fosse a melhor atitude, em especial porque não queria que Aiden perdesse oportunidades importantes na vida. E essa era a única razão pela qual ela estava considerando aquela aposta de suas amigas.
— Podemos voltar ao assunto?
— Sim. — Courtney deu um único aceno de cabeça. — Como eu mencionei quando te dei o livro… meses atrás. Acho que um ano dizendo sim às coisas é demais. Nesse caso, é melhor ir devagar. Você está preparada para ter uma temporada natalina de sim?
— Sim. — Rachel engoliu suas preocupações.
— Você não precisa dizer sim à mesma coisa mais de uma vez. Trata-se de tentar coisas novas e se abrir para novas possibilidades. Se você tentar algo e odiar, não é obrigada a dizer sim outra vez.
Rachel concordou com a cabeça. Aquilo era bom. Ela conseguiria.
— Você vai dizer sim para tudo neste Natal? — Lucy perguntou, como se estivesse tentando fazê-la prestar um juramento ou algo do tipo.
— Bem, não posso dizer sim para tudo. Ainda tenho que ser uma mãe responsável.
— Será mesmo? — Courtney inclinou a cabeça. — Me escute. Digamos que Aiden queira sobremesa para o jantar. Por acaso dizer que sim uma vez seria a pior coisa de todos os tempos e o condenaria a se tornar um adulto que não contribui em nada na sociedade?
Certo, certo. Perspectiva… era isso o que a ajudaria a superar essa temporada. Olhar para o quadro geral. Porque ela queria dizer sim para mais coisas. Viver com um pouco mais de espontaneidade. Mas ela ainda queria ser responsável.
— E você não precisa aceitar nada perigoso — Lucy acrescentou. — Tipo, se um homem vestido com um capuz escuro disser Ei, você deveria vir até este beco sombrio e esquisito comigo e eu vou te vender uma bolsa Prada Galleria Saffiano Double-Zip por cinquenta dólares
, você não precisa dizer que sim.
— Ah, eu posso responder não quando me convidarem para ser assassinada com um machado. Entendi.
— E quem sabe? — Lucy falou. — Talvez um desses sim a leve ao homem dos seus sonhos. — Ela arqueou as sobrancelhas.
— Você realmente acha que agora é o momento certo? — Esse pensamento era risível. — Quando estou tão ocupada que não consigo nem encaixar no meu dia algo tão rápido quanto colocar brincos pela manhã?
— O amor é como gelatina. — Lucy encolheu os ombros.
— Sempre há espaço para ela.
— Precisamos de penalidades! — Courtney bateu palmas. — Não acredito que esquecemos as penalidades. Afinal, o que acontece se você não cumprir sua parte, e o que acontece se você conseguir? Não podemos apostar por apostar. Tem que haver consequências.
As três estavam ali em um círculo… ou, na verdade, um triângulo, olhando uma para a outra.
— Se fôssemos homens — Rachel começou —, já teríamos essa parte resolvida.
Lucy ergueu um dedo como se estivesse apontando para a lâmpada que acabou de acender acima de sua cabeça.
— Já sei! Se você se manter firme e disser sim a tudo o que não é perigoso…
— Pelo menos uma vez — interrompeu Court.
— Então lhe daremos um dia de mimos maravilhosos. Mas se falhar, vamos até o WalMart em Littleton, parar bem no meio da loja e você vai ter que cantar I Will Always Love You, de Whitney Houston, a plenos pulmões. Você topa?
— E podemos filmar — Courtney acrescentou.
Rachel mordeu o lábio. Ela poderia se comprometer de verdade com isso? Era uma péssima cantora. De verdade. Porém aquele dia de mimos soou como uma experiência gloriosa. Ela queria muito ser mais espontânea, então talvez ter algo como motivação, como cantar uma música que ninguém, além de Whitney Houston ou Dolly Parton, eram capazes de interpretar poderia ser exatamente o que ela precisava.
Seus olhos foram de Courtney para Lucy sem parar, enquanto tentava decidir se podia se comprometer com aquilo. Ela tentou tirar todos os seus medos da cabeça e assim se permitiu fazer uma escolha louca.
— Eu topo. A aposta está de pé.
Quando os aplausos de Court e Lucy diminuíram um pouco, ela perguntou:
— E adivinhem qual é a primeira coisa para a qual estou dizendo sim? Conseguir a guirlanda de flores na The Home Improvement Store, aquela que Aiden estava me implorando para comprar. Já liguei para a babá para ver se ela pode ficar mais alguns minutos.
Courtney olhou para Lucy antes de voltar o olhar para Rachel.
— Vejo que você já está se jogando de cabeça.
Aquilo era ser extravagante. Pelo menos para ela. Rachel olhou para o relógio.
— Eita, preciso ir. Estou muito atrasada!
* * *
QUANDO CHEGOU AO ÚLTIMO semáforo antes da rua principal, Rachel abriu a lista de tarefas do dia em seu celular. Ela tinha tanta coisa para fazer... Ser mãe solo era árduo o ano todo, mas era especialmente difícil na época do Natal. Respirou fundo. Ela era capaz de ser uma boa mãe para Aiden e ainda fazer tudo.
Quando a luz mudou para verde, Rachel virou rumo à rua principal. A noite não tinha caído por completo, no entanto as luzes penduradas de um lado para o outro na rua estavam acesas, assim como todas as decorações de Natal em frente às lojas. Isso a lembrou de que ainda não havia conseguido decorar a casa. No entanto, estava em sua lista de tarefas do mês. Se ela tinha agendado, ela o faria.
Estacionou, pegou sua bolsa e olhou para o relógio enquanto entrava na The Home Improvement Store. Como já sabia onde a guirlanda estava, poderia ir depressa até o corredor, pegar uma, correr para o autoatendimento e chegar em sua garagem não muito depois da hora que acertara com Bria, a garota de 16 anos que pegava Aiden na escola e ficava com ele até Rachel voltar para casa. O garoto ficaria muito animado quando ela aparecesse com a guirlanda que tocara tanto o coraçãozinho dele.
Assim que entrou na loja, virou à direita no corredor principal. Não era nenhuma Home Depot ou Lowe’s, pois Mountain Springs não era grande o suficiente para isso, mas com certeza os donos da loja se esforçaram para parecesse uma. Ela passou pelo corredor de suprimentos elétricos, pelo de encanamentos, depois pelo departamento de artigos de pintura e, por fim, virou a esquina para o de produtos sazonais.
A vitrine de guirlandas com as lâmpadas coloridas e sinos ficava no final do corredor, onde o carrinho de um homem estava literalmente preso nelas. Parecia que ele tinha virado a esquina e ficado preso em uma, e as outras guirlandas aproveitaram a oportunidade para se juntar à diversão.
O homem era bonito. Usava uma camisa polo azul clara e jeans escuros, e ambos ficavam muito bem nele. Seu cabelo era castanho-avermelhado, ondulado, e uma mecha caía logo acima de sua expressão muito frustrada. Na verdade, era até cativante vê-lo imerso no Natal assim. Talvez Lucy não estivesse tão errada quando disse que a Temporada do Sim poderia trazer um homem para sua vida. Ela diria sim para ajudá-lo a sair da bagunça.
Rachel se dirigiu ao homem para