Alvenaria estrutural
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Sobre este e-book
Conhecer a Alvenaria Estrutural e usá-la nas mais variadas edificações, nos trouxe a esta edição mais completa e com novas informações pertinentes ao seu uso e desempenho.
Carlos Alberto Tauil
Desde a primeira edição venho desenvolvendo com o Arquiteto Carlos Alberto Tauil e outros profissionais do setor, novas maneiras de criar projetos com o uso de novas tecnologias de projeto, desenho, comunicação e gestão do sistema.
As paredes deixam de ser apenas paredes para se tornar Sistemas de Alvenaria, um conjunto de atividades que envolve a execução das alvenarias, a execução virtual usando processos BIM, e a gestão da sua execução pensando em todas as interfaces com as quais as alvenarias se comunicam na obra.
Executar um Sistema de Alvenaria é muito mais do que apenas executar uma parede; a visão do todo, a gestão do projeto e da execução são fundamentais para o objetivo que se quer atingir.
Flávio José Martins Nese
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Alvenaria estrutural - Carlos Alberto Tauil
CAPÍTULO 1
Histórico no Brasil
Carlos Alberto Tauil
Alvenaria Estrutural tem sido usada há séculos pelo mundo afora. Entretanto, Alvenaria Estrutural com blocos de concreto é uma inovação relativamente recente. Em meados do século passado, máquinas manuais produziam os blocos, mas, a partir dos anos 1960, com a construção de usinas hidrelétricas no Brasil e, portanto, a necessidade de se construir uma vila para os milhares de trabalhadores, a construtora importou dos Estados Unidos máquinas do tipo vibroprensa, uma mecânica e de alta capacidade de produção de blocos de concreto, para serem usadas nas alvenarias estruturais de casas, escolas, hospitais etc., as quais, após a conclusão da usina, viraram cidades, como Jupiá e Ilha Solteira, no oeste do estado de São Paulo.
1.1 Canteiro de obras torna-se município
1.1.1 Canteiro de Obras virando Município: Ilha Solteira
¹
É uma das poucas cidades planejadas do Brasil. Em meados da década de 1960, teve sua pedra fundamental assentada. Seu nome teve origem em decorrência de uma ilha solitária
que se localiza próxima à usina (1).
Figura 1.1 – Vista geral da Vila Piloto, de Jupiá – cidade de Três lagoas/MS em 1962.
Fonte: Construções e Comércio Camargo Corrêa S.A. – CCCC.
Seu nascimento ocorreu de forma peculiar, visto que, inicialmente poderia ser considerada como um enorme alojamento, utilizado por trabalhadores oriundos de todo o Brasil (o que justifica a diversidade cultural existente), com o escopo único da construção da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira. A construção da usina teve seu pico em 1972, quando a vila
comportava aproximadamente 32 mil habitantes.
Até então, Ilha Solteira era administrada de forma especial, devidamente autorizada pelo governo do estado, e dirigida pela Cesp (Companhia Energética de Ilha Solteira). Com o término das obras, Ilha Solteira passou a ser Distrito de Pereira Barreto/SP.
Esta situação perdurou até que um grupo de moradores, representantes da sociedade civil e dos diversos seguimentos da sociedade criaram uma Comissão de Emancipação, que lutou de maneira ilustre e honrosa durante aproximadamente quatro anos (1987-1991), proporcionando uma das maiores votações populares da história brasileira, culminando com sua emancipação, e consequente elevação à categoria de novo município brasileiro.
Sua infraestrutura tem ruas organizadas, iluminação, água e saneamento básico para toda a população. Com posição de destaque no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), tem sua localização privilegiada, maravilhas naturais que fazem a cidade ainda mais bela. Próxima aos rios Paraná, Tietê e São José dos Dourados, é atualmente considerada Estância Turística.
Encantos naturais fazem da cidade um lugar atrativo. No ramo da educação, também é modelo no ensino fundamental. Já no ensino superior tem, desde 1976, a Universidade Estadual Julio de Mesquita Filho (Unesp), que ocupa posição de destaque no âmbito nacional, notadamente pelos seus cursos de engenharia, graduação e pós-graduação.
1.1.2 Vila Piloto, de Jupiá – Cidade de Três lagoas/MS
Conforme consta em História, Memória e Patrimônio Cultural de Três Lagoas/MS: As Imagens Fotográficas da Cidade das Águas
,² no ano de 1964 teve início a construção da barragem Souza Dias (Jupiá), que foi um marco para o estímulo do desenvolvimento local.
Com isso, houve um crescimento populacional local através da migração interna, aumento nas relações comerciais, as implementações na infraestrutura local, com a viabilização de recursos possibilitando a oferta de energia, água encanada e escolas atendendo a demanda dos