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Se e somente se
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E-book99 páginas1 hora

Se e somente se

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Sobre este e-book

"Se e somente se" relata a construção de uma capacidade de fazer escolhas, que só vem com o tempo. Sagrado tempo de observar, aprender com as experiências, entender e conseguir relatar. Ele fala sobre as condições sem as quais não vale a pena, tais como se e somente se um ambiente lhe for favorável, se e somente se houver respeito, se e somente se for dentro de seus valores mais essenciais, se e somente se valer a companhia, se e somente se encantar e trouxer um leve para a vida. O livro, trabalhado na forma de crônicas, não quer trazer desconforto nem qualquer tipo de violência mental ao leitor, mas quer convidar a uma viagem mental sobre a construção de escolhas, ambientadas em valores e vivências da mineiridade. O leitor vai continuar como interlocutor do diálogo com a autora se e somente se acontecer um emparelhamento e caminhar juntos for divertido, curioso, contiver surpresas e vontade de continuar dialogando internamente. Se e somente se isto acontecer, o leitor vai per - correr o caminho proposto pela autora, se reconhecendo em algumas das situações, reagindo a outras, e, se e somente se der certo, vai também pensar nas próprias histórias e o quanto o que parece simples é grandioso. E isto é mineiridade
IdiomaPortuguês
Data de lançamento15 de jan. de 2024
ISBN9786550793609
Se e somente se

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    Se e somente se - Ana Clara Mourão Moura

    Copyright: ©Ana Clara Mourão Moura

    Edição: Cláudia Rezende

    Revisão: Madu Brandão (mbmadouce@gmail.com)

    Capa: Rogério Fernandes (@rogeriofernandes_about_things)

    Projeto gráfico e diagramação: Letícia Ribeiro Ianhez

    Conversão para eBook: SCALT Soluções Editoriais

    Catalogação na Publicação (CIP)


    CDD: B869.8


    Bibliotecária responsável: Cleide A. Fernandes CRB6/2334

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada, reproduzida nem armazenada, por nenhum meio nem forma, sem a permissão da autora.

    Belo Horizonte — 2023 — 1ª edição.

    literissima.com.br

    contato@literissima.com.br

    SUMÁRIO

    Apresentação

    Se e somente se

    É fácil, mas é difícil

    O que você está arrumando?

    Ele comia tomate, eu como maçã

    Não tenho certeza da minha dúvida

    Você não é palmatória do mundo

    Sagrada desobediência

    Apesar de ser, embora seja

    O negativo é apenas esquisito

    O coquetel de abacate

    Cobra não tem asas, mas tem pernas

    É deveras

    Na soleira da porta

    Espaço, lugar e contexto

    Simples não é simplório

    A obra aberta

    Formiga cabeçuda

    O esquisito é singular

    Memória da pele

    Momento de decisão

    APRESENTAÇÃO

    Ana Clara Mourão de Moura não é estreante na literatura. Lançou um livro de crônicas, há pouco tempo, já insinuando a que viria. Soltura, leveza, nem um acanhamento em manipular ideias com uso de palavras e construções frasais. Pois bem, como se previa, veio logo o Se e somente se, que quase me fez despencar da cadeira. Um arrebatamento. Um júbilo. Uma entrada forte dentro dum universo que tinha a ver comigo, com ela, com nós todos, galera de humanos, com o mundo.

    Como um picão que gruda na blusa da gente quando adentramos meio do mato, e por lá fica, irretirável, eu grudei meus olhos naquelas páginas escritas, sem ousar qualquer movimento que não fosse o dos olhos, trazendo pra dentro de minha mente, não elucubrações ou mazelas duma menina que aos poucos se vai tornando mulher. Enxergava eu, sentia eu, um universo específico a minha frente.

    Viver não é fácil, sabemos, autores muitos já se cansaram de nos advertir. Mas, aí é que está: quando se quer viver, o temor dilui. Ou o temor dá força, não sei.

    Trata-se não de um livro. Estamos a falar de uma vida. De buscas. Encontros, desencontros, quebradas de cara, alegria e a sua oponente, não importa. Nada detém a autora de, sob uma vivência riquíssima de tradições, símbolos, fartura de modelos a copiar, exercer seu papel de ‘aquela que nunca vai desistir’. Se e somente se soa como condutor de uma garota esperta, nem um pouco acomodada, a quem empecilhos a levantam do chão, novidades desobstruem caminhos aparentemente inviáveis. Não consegui parar de ler ANA CLARA na sua autonomia literária, no seu escrever obsequioso e que marcou terreno. De vez. Não se duvide, por favor.

    Vocês vão conhecer duas avós únicas e desfrutar duma mineiridade genuína, arrebatadora!

    Minas, presente em sua grandiloquência tanto quanto na sua simplicidade extraterrena, que de ingênua não tem é nada. Pureza, sim. Legitimidade.

    Essa menina vai lonnnge! Voz prospectiva de mãe, da tia, creio que mais, das avós — presença próxima, contínua, um ninho de amor que não se desfaz.

    E é nunnnca, sô.

    Maria do Carmo (Madu) Brandão

    SE

    E

    SOMENTE

    SE

    Estou inquieta do domingo. Preciso me levar para passear. Pego o carro em direção à parte norte da cidade, bem longe da porção onde moro. Irei das montanhas à parte plana. Planejo o roteiro, mas me esqueço que eles fecham o trânsito na área central, o que me obriga a fazer outra trajetória, mas sei que sempre que mudo a rota, algo de novo vem....

    Começo a observar os prédios do centro de BH e me emociono profundamente. A beleza é de tirar o fôlego, o que me faz ter vontade de mostrar para as pessoas o que estou vendo, mas sei que são poucos os que entenderão... A maioria vai me devolver um olhar de incompreensão... Para me aquietar, mudo de posição e procuro entender que se eu estivesse em um concerto de música não conseguiria me encantar com muitos detalhes que eu nunca entenderei...

    Talvez a palavra não seja beleza, mas seja sentido. Vejo nos prédios antigos, a maioria deles carcomidos pelo tempo, um sentido. Uma lógica, uma história, muita coisa para contar. Vejo intenções de quem os desenhou, de quem executou e de quem os usou ao longo do tempo. Vejo um diálogo entre os prédios que sabiam por que estavam ali. Perco o ar na observação e sinto vontade de que todos enxerguem esta beleza não revelada... Porque as belas formas têm proporção, têm ritmo, têm sentido. Vejo beleza matemática....

    Entre as muitas vontades que já tive, está a de ter estudado matemática. Estudar a fundo, como os antigos filósofos: mergulhar na essência de tudo, pois nas estruturas de tudo que tem forma está sempre a lógica e a beleza matemática. A antiga vontade está como muitas outras que tive, mas não fui em frente por achar que não seria suficientemente capaz. Por pensar que não teria todas as aptidões necessárias. Mas sem ainda entender que ninguém é totalmente apto para nada que escolheu na vida...

    Uma vez, ao conversar com um amigo prestes a ser pai, eu perguntei se ele se sentia preparado. Ele respondeu que não, com muita sinceridade e sentido. E continuou: mas será que nossos pais eram plenamente preparados para nós? Faço um checklist mental de minhas exigências e concluo que meus pais não reuniam as condições para uma empreitada tão complexa, mas eu não poderia ter tido pais mais adequados para a minha trajetória. Então... Ninguém está de fato preparado,

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