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O Silêncio dos bons - Notas de um coração inconformado
O Silêncio dos bons - Notas de um coração inconformado
O Silêncio dos bons - Notas de um coração inconformado
E-book95 páginas43 minutos

O Silêncio dos bons - Notas de um coração inconformado

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Sobre este e-book

O Silêncio dos Bons é uma obra que mergulha nas profundezas de uma alma inconformada. Nas entrelinhas deste livro poético e reflexivo, é expressa uma inquietude sobre questões que perturbam: a saudade que atravessa os dias, a triste banalização de valores e princípios, o sofrimento, a extinção da inocência da infância genuína, a juventude vivida com superficialidade.
No entanto, mesmo entre essa escuridão, a autora revela-se encantada pelo brilho da autenticidade. Compartilha a sua admiração pelo amor sincero, pelas almas jovens que lutam contra a maré da conformidade e pela poesia encontrada na natureza.
Nesta jornada íntima e sincera, poesias, notas e cartas se entrelaçam, dando voz a pensamentos e sentimentos profundos.
Aceite este convite para se desconectar do mundo frenético e encontrar um momento de silêncio, onde as palavras de uma alma inconformada podem ecoar e inspirar.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento2 de fev. de 2024
ISBN9789895791309
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    O Silêncio dos bons - Notas de um coração inconformado - Wilma Vieira

    Inconformada

    Inconformada

    Que os meus antepassados me tenham deixado tanto bem

    E eu pense tão pouco na minha geração e na que aí vem

    Inconformada

    Que a infância esteja em extinção

    Que a imoralidade se tenha tornado padrão

    Recebendo de pé os aplausos

    De uma plateia que mantém os valores reclusos

    Inconformada

    Que o meu ponto de encontro com Deus

    Seja sempre o meu limite

    Quando diário é o convite

    Inconformada

    Se, para remendar na alma as suas partes rotas,

    Tenha de faltar à pele as suas roupas

    Acredito ser possível proteger ambas do frio

    E dos perigos da noite

    Inconformada

    Por não saber lidar com elogios

    Inconformada

    Por ser assim

    Com uma boca solta para dizer sempre sim

    Sim a tudo menos p’ra mim

    Inconformada por ser um vazio oco apetrechado

    Inconformada que o maestro amor seja tão banalizado

    Talvez o meu inconformismo cause desconforto,

    Mas acredito ser possível endireitar o que nasce torto

    E a primeira e maior guerra na qual finco o pé

    É contra o meu eu e suas infinitas marés

    Diante dessa lista do tamanho do mundo

    Questiono-me: como mudo?

    Nem poção mágica, nem varinha de condão

    Terei de ser desmontada pelo meu fabricante

    Receber um sangue novo nas veias

    Receber um ar que não é sufocante

    Encontrar o caminho que a minha vida norteia

    Infância

    Aquele tempo

    Em que se sujavam as mãos, os pés

    Quiçá a cara,

    Mas não a mente

    Tempo em que se ralavam os joelhos

    Pisavam-se espinhos

    Rasgavam-se as calças

    E não tão facilmente o coração

    Tempo quando até o descartável era cuidado

    Um brinquedo tornava-se num instante

    A criatividade não precisava de asas

    Podia andar a pé, descalço

    E sempre tinha para onde regressar

    Nosso ser se fundia com a natureza

    Ora lama, ora prega-saias

    Ora chuva amiga, ora sol escaldante

    Tempo onde os olhos vidrados ficavam

    Nas estórias de papai à tardinha

    Sim, os nossos pais eram especializados em contar estórias

    Que livros nenhuns contêm

    Tempo em que o sono vinha com a noite

    E o dia trazia a energia vital recarregada

    Ah, infância,

    Eu te vivi

    E sobre ti quero contar

    Num tempo que não tarda a chegar

    Quando nem na memória te dará lugar

    Mulher

    Venho falar de uma mulher

    Cujas lágrimas são como gotas de chuva

    Que regam o solo da sabedoria

    Ela não se prende a um empoderamento vazio

    Sabe que o seu passado não tem a palavra final

    Sabe que migalhas não trazem fartura

    Sabe que o seu corpo é templo sagrado

    E, como tal, deve ser admirado e respeitado

    Sabe que o amor é remédio e amar cura

    Com amor, às vezes, espera à porta

    Para ajeitar a mochila às costas dos seus rebentos

    O cheiro da sua comida principia as manhãs

    Sua doce voz embala sonhos e acalma tempestades

    Seu abraço é mais revitalizante

    Que um copo de água fresca num deserto quente

    Ela cuida e deixa ser cuidada

    Protegida

    Como uma donzela num reino desafiante

    Ela conquista e deixa ser conquistada

    Sabe que ser mulher é um presente

    Venho falar desta mulher

    E falo de peito cheio

    Sinto muito pelo sufoco

    Que os ismos da modernidade sobre ti impõem

    Pouco a pouco

    Sinto muito que, nesta dinastia de anarquias,

    A tua essência se converta cada dia mais

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