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Identidade territorial: uma reflexão sobre vínculos familiares e moradia
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Identidade territorial: uma reflexão sobre vínculos familiares e moradia
E-book61 páginas38 minutos

Identidade territorial: uma reflexão sobre vínculos familiares e moradia

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Sobre este e-book

Este livro tem como objetivo analisar os vínculos identitários entre as famílias em situação de risco social e sua moradia fixada em conjuntos habitacionais homogêneos. Essas famílias caracterizam-se por apresentarem insuficientes recursos pessoais para seu protagonismo, possuindo uma diversidade de formatos: pessoas vivendo sós, monoparentais, casais com e sem filhos, coabitantes sem vínculo conjugal ou de parentesco, homoafetivas, entre outros, que vivem nesse padrão uniforme de moradia, que é priorizada pelos programas habitacionais do governo brasileiro. O livro passa pelo resgate histórico, contemporâneo e conceitual da família. Posteriormente, é inserida uma reflexão sobre identidade territorial, sobre a Política Nacional de Desenvolvimento Urbano e sobre a moradia como espaço essencial para criação de vínculos.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento6 de fev. de 2024
ISBN9786527017868
Identidade territorial: uma reflexão sobre vínculos familiares e moradia

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    Identidade territorial - Joully Mayrink Magalhães

    1 INTRODUÇÃO

    A casa, ou a moradia, não é apenas um espaço físico, é também espaço de histórias que dizem respeito à vida dos seus moradores. É o lugar dos relacionamentos, que reflete o modo de ser e de viver do seu habitante e abriga um conjunto de regras próprias e rotinas diárias, que permitem a seus moradores reconhecerem o espaço como seu, transmitindo um pouco da sua identidade e do seu estilo de vida.

    Seu sentido é amplo, como na expansão do sujeito psíquico, que reside não apenas em sua morada física - mas em seus hábitos, costumes e vestimentas - expressando-se na sua maneira de ocupar a cidade. Entender esse habitar na atualidade é fundamental para se analisar as transformações ocorridas no espaço físico da habitação e também para se vislumbrar futuros possíveis. (REQUENA, 2007, p. 18).

    É o espaço essencial para criação de vínculos, do aconchego familiar. É um grande aglomerado formado pela família nuclear própria; família composta por várias famílias nucleares; famílias que moram próximas umas das outras e se mantêm unidas, e assim vão acomodando irmãos e irmãs, avós, tios e tias, parentes de parentes, comadres e compadres sem laços consanguíneos. Considerando os pensamentos de Freud (1996), a casa, assim como o útero materno, é local no qual o homem sente-se seguro.

    A casa para moradia constituiu um substituto do útero materno, o primeiro alojamento, pelo qual, com toda probabilidade, o homem ainda anseia, e no qual se achava seguro e se sentia à vontade. (FREUD, 1996, p. 42)

    Pode-se dizer, então, que a moradia representa um espaço de refúgio e proteção, e também é o lugar para guardar pertences, objetos de estimação e lembranças vividas que foram acumuladas durantes os anos.

    A vida começa bem, começa fechada, protegida, agasalhada no regaço da casa. (BACHELARD, 2008).

    De acordo com Bachelard (2008), a casa tem uma conotação de proteção onde são retratadas imagens de um espaço feliz e de lembranças. Afirma ainda o autor que o benefício maior da casa é o abrigo das fantasias, da intimidade, a proteção do sonhador, a possibilidade de sonhar em paz no seu interior.

    A casa é uma das maiores forças de integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem [...] A casa é o nosso canto no mundo. Todo espaço habitado traz a essência da noção de casa [...] (BACHELARD, 2008, p. 26)

    Pensar o espaço é percebê-lo como um processo, produzido pela interação de sujeitos que se transformam e o transformam. Esta é a possibilidade do espaço: a de se renovar e realizar o novo pela interação infinita de diferentes perspectivas e experiências de mundo.

    Segundo Bauman (2009), é nos lugares que se forma a experiência humana, que ela se acumula, é compartilhada, e que seu sentido é elaborado, assimilado e negociado. E é nos lugares, e graças aos lugares, que os desejos se desenvolvem, ganham forma, alimentados pela esperança de realizar-se.

    Como afirma Sarti (1996), viver juntos sob o mesmo teto é uma das provas mais evidentes da existência de uma família, que tem continuamente a função de dar sentido às relações entre os indivíduos e servir de espaço de elaboração para as experiências vividas. Isto

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