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Desenvolvendo Hábitos Saudáveis: guia para pais sobre o uso do smartphone para crianças e adolescentes
Desenvolvendo Hábitos Saudáveis: guia para pais sobre o uso do smartphone para crianças e adolescentes
Desenvolvendo Hábitos Saudáveis: guia para pais sobre o uso do smartphone para crianças e adolescentes
E-book208 páginas2 horas

Desenvolvendo Hábitos Saudáveis: guia para pais sobre o uso do smartphone para crianças e adolescentes

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Sobre este e-book

"Desenvolvendo Hábitos Saudáveis: Guia para Pais sobre o Uso do Smartphone para Crianças e Adolescentes" é uma obra fundamental que visa auxiliar os pais na compreensão e orientação de seus filhos no que diz respeito ao uso responsável da tecnologia digital. Este livro aborda com profundidade os desafios que o mundo digital apresenta e oferece estratégias práticas que podem ser aplicadas para ajudar as famílias a estabelecer relacionamentos sólidos e duradouros, ao mesmo tempo em que gerenciam de maneira equilibrada o uso de smartphones e dispositivos eletrônicos.

Desde a exploração do impacto da tecnologia na saúde física e mental, até a apresentação de dicas valiosas para a criação de momentos de lazer e interação de qualidade, este guia proporciona aos leitores uma riqueza de insights e exercícios práticos que podem ser incorporados facilmente em suas vidas cotidianas. Trata-se de um recurso completo que adota uma abordagem holística para navegar no mundo digital, fortalecendo, ao mesmo tempo, os laços familiares. Dessa forma, a jornada em direção a um uso responsável da tecnologia se transforma em uma experiência enriquecedora e gratificante.

Este guia é um recurso indispensável para pais e cuidadores que desejam preparar seus filhos para um futuro digital saudável, proporcionando-lhes as ferramentas e o conhecimento necessários para enfrentar os desafios do mundo digital de maneira consciente e equilibrada.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento9 de fev. de 2024
ISBN9786525299310
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    É atual e relevante para pais que estão preocupado o uso exagerado de smartphone de seus filhos!

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Desenvolvendo Hábitos Saudáveis - Marcelo Tiago Balthazar Corrêa

1. NOMOFOBIA: DEPENDÊNCIA DE SMARTPHONE

Nas últimas duas décadas, os smartphones se tornaram indispensáveis na vida das pessoas, especialmente entre o público jovem. Praticamente todas as crianças com 11 anos ou mais têm um smartphone. No cenário mundial, o acesso generalizado a smartphones é uma realidade inegável. Crianças e adolescentes estão cada vez mais incorporando esses dispositivos em suas vidas.

Um número crescente de jovens é introduzido no mundo digital em tenra idade, com a posse de smartphones tornando-se mais acessível. Como resultado, a idade de início do uso de smartphones tem diminuído significativamente. No Brasil, as taxas de uso de smartphones por crianças e adolescentes seguem uma trajetória semelhante à observada no cenário global. O acesso crescente a smartphones* é uma realidade no país, e a idade de início do uso tem diminuído.

Eles são quase onipresentes, estando presentes em todos os lugares, como banheiros, restaurantes, escolas e camas. Os smartphones tornam a vida das pessoas mais conveniente, pois tudo o que antes precisava de vários dispositivos agora pode ser acessado com apenas um toque na tela. No entanto, o uso excessivo de smartphones pode levar ao vício, dependência ou uso compulsivo. Esse vício ou compulsão é caracterizado pelo uso excessivo e compulsivo do smartphone, com efeitos debilitantes na saúde física e mental, como fadiga, problemas de digestão, distúrbios do sono, depressão, déficit de atenção, ansiedade e impulsividade.

O uso excessivo de smartphones se tornou o padrão para a atual geração de crianças e adolescentes, afetando negativamente suas vidas em vários aspectos. Quando eles passam mais tempo jogando jogos ou em redes sociais do que interagindo com seus colegas reais, ou não conseguem resistir ao impulso de acessar aplicativos de mensagens instantâneas incessantemente, verificar status ou assistir vídeos, mesmo quando isso tem consequências maléficas em sua vida real, como notas piores na escola ou menos atividade física, é hora dos pais intervirem e ajudarem seus filhos a desconectar do smartphone e reconectar com o mundo real.

Esse tema se tornou uma preocupação relativamente nova nos meios de comunicação e nas conversas entre os pais. Embora tenha despertado interesse entre os pesquisadores desde o início deste século, investigando a relação entre o vício ou dependência de smartphones, o comportamento estático diante de uma tela, a inatividade física, a saúde mental e a qualidade de vida das crianças e adolescentes. É evidente que as formas de comunicação, dinâmica e participação social estão sendo transformadas pela tecnologia móvel, precisamos estar atentos a essas mudanças, especialmente com relação às novas gerações.

Com toda a revolução tecnológica, uma nova palavra foi criada para designar o vício em smartphones: nomofobia. Ela foi criada no Reino Unido em 2008, como uma abreviação das palavras inglesas no mobile phone phobia, que significa fobia de ficar sem telefone. Uma pesquisa realizada pelo UK Post Office detectou que cerca de 53% dos usuários de telefones celulares sofriam de dependência crônica pelo uso do aparelho¹.

É importante destacar que, embora esse fenômeno tenha sido investigado há muito tempo por pesquisadores, ainda não está incluído no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) da Associação Americana de Psiquiatria (APA). Muitos especialistas sugerem que deveria ser incluído como um transtorno psicológico, pois atende a características clínicas descritas em outros transtornos já incluídos no manual, como ansiedade, vício e compulsão obsessiva.

A preocupação com o uso excessivo de smartphones por adolescentes é questionada desde 2005 por Adriana Bianchi e James G. Phillips, pesquisadores que investigaram os preditores psicológicos do problema de uso do celular. Eles apontaram que, entre todas as faixas etárias, os adolescentes são mais suscetíveis a desenvolver uso problemático de smartphones. Os pesquisadores recomendaram que adolescentes deveriam ser atendidos por políticas públicas voltadas ao tema da dependência de smartphones².

Em 2008, os pesquisadores iniciaram uma investigação mais profunda sobre os riscos associados ao uso crescente de telefones celulares entre adolescentes, especialmente aqueles que já demonstravam propensão à impulsividade³. Os resultados dessas pesquisas lançaram luz sobre um fenômeno preocupante: a dependência de smartphones em jovens. Nesse contexto, as descobertas revelaram uma série de padrões de comportamento distintos entre meninas e meninos, destacando as diferentes maneiras pelas quais esses grupos demográficos enfrentam os desafios associados ao uso problemático de dispositivos móveis.

Surpreendentemente, as meninas e adolescentes do sexo feminino emergiram como um grupo mais suscetível à dependência de smartphones. Isso ocorre, em parte, devido ao uso extensivo desses dispositivos para fins sociais. As meninas são mais propensas a usar seus celulares como meio de comunicação em interações sociais, mas também como ferramenta para questões mais complexas, como o bullying relacional e a exclusão social. O uso excessivo do smartphone para manter contato constante e monitorar atividades nas redes sociais pode criar um ciclo de dependência, no qual as meninas se sentem pressionadas a estar sempre online e a par de todas as interações sociais.

Por outro lado, os meninos e adolescentes, do sexo masculino apresentaram uma tendência diferente no uso de smartphones. Em vez de utilizar esses dispositivos principalmente para fins sociais, eles tendem a se envolver em comportamentos mais arriscados, como tirar selfies perigosas. Essas selfies perigosas podem envolver situações de risco extremo, como escaladas em locais perigosos ou exposição a condições prejudiciais. Tragicamente, essas práticas arriscadas às vezes levaram a acidentes fatais, o que gerou grande preocupação e chamou a atenção da mídia e de especialistas para os perigos reais do uso irresponsável de smartphones por parte dos jovens.

Essas descobertas indicam a necessidade de uma abordagem equilibrada no uso de smartphones por adolescentes, levando em consideração as diferenças de gênero e os riscos associados a cada grupo. A conscientização sobre os potenciais perigos e a promoção de práticas seguras de uso de smartphones são essenciais para garantir a saúde e o bem-estar dos jovens em uma era digital em constante evolução. Além disso, o diálogo aberto entre pais, educadores e adolescentes é fundamental para abordar essas questões de maneira eficaz e orientada para soluções.

A atual geração de adolescentes foi profundamente moldada pelo uso excessivo de smartphones e pela ascensão simultânea das redes sociais. A chegada desses dispositivos revolucionou de maneira radical a natureza das interações sociais entre os jovens, mas também desencadeou uma série de implicações preocupantes para a saúde mental dessa geração.

A influência dos smartphones é ubíqua, afetando adolescentes de todos os cantos do país e de diversos tipos de domicílios. Independentemente da classe social, origem étnica ou localização geográfica, esses dispositivos se tornaram uma parte intrínseca da vida dos adolescentes. Onde quer que existam torres de celular, você encontrará adolescentes imersos em suas vidas virtuais através de seus smartphones.

Infelizmente, o uso excessivo de smartphones tem provocado uma série de comportamentos prejudiciais, entre eles estão:

Relacionamentos virtuais. Os relacionamentos virtuais se tornaram uma parte integral da vida dos adolescentes e, ao mesmo tempo, um tema de crescente preocupação quando se trata de sua saúde mental. O uso excessivo de smartphones e redes sociais tem desencadeado uma mudança significativa nos padrões de relacionamentos, levando a uma preferência por conexões virtuais em detrimento das relações reais e presenciais.

Uma das principais preocupações é o vício em redes sociais e aplicativos de mensagens instantâneas, que pode levar à priorização de amigos virtuais sobre relacionamentos no mundo real. Famílias podem se encontrar fisicamente juntas em torno de uma mesa durante o jantar, mas, ironicamente, estão ocupadas interagindo com seus dispositivos brilhantes, em vez de se envolverem em conversas e conexões interpessoais.

A internet proporcionou uma maneira fácil de conhecer novas pessoas e manter contato com amigos que se mudaram para longe. No entanto, esses relacionamentos virtuais não podem substituir as ricas interações interpessoais da vida real. Amizades online muitas vezes parecem atraentes porque estão contidas em uma espécie de bolha virtual, não enfrentando as complexidades e demandas dos relacionamentos do mundo real.

O uso excessivo de redes sociais pode, por vezes, deslocar o foco dos relacionamentos profundos e duradouros para conexões superficiais e de curto prazo, que exigem muito menos esforço. Isso pode levar a uma sensação de isolamento e uma falta de conexão genuína, apesar da aparente conectividade nas redes sociais.

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra Modernidade Líquida, discute como a solidez das relações humanas tem se desgastado ao longo do tempo⁴. A resistência dos jovens em assumir compromissos de relacionamento de longo prazo é evidente, e o consumismo de relacionamentos se tornou uma tendência popular. A ideia de usar e descartar, similar a um objeto descartável, tem se propagado, e isso tem sido influenciado pelo uso inadequado da internet e pela incorporação de aplicativos de namoro como Tinder, Badoo e Happn. Essas plataformas muitas vezes promovem relacionamentos casuais e descompromissados, contribuindo para a fragilização das relações na vida real, onde o comprometimento de longo prazo torna-se menos valorizado.

É crucial que a sociedade e os jovens reflitam sobre essas mudanças nos padrões de relacionamento e busquem um equilíbrio entre as conexões virtuais e as interações presenciais. Promover uma compreensão mais profunda da importância de relacionamentos saudáveis e significativos é essencial para a saúde mental e o bem-estar de todas as gerações.

Sobrecarga de informações. A sobrecarga de informações é um fenômeno intrínseco à era digital que vivenciamos, onde a tecnologia e as redes sociais desempenham um papel central em nossas vidas. O rápido desenvolvimento tecnológico e a facilidade de acesso a informações por meio da internet têm criado uma realidade em que o consumo excessivo de informações se tornou quase inevitável para muitas pessoas.

Essa sobrecarga de informações ocorre quando uma pessoa consome mais dados do que pode efetivamente processar. Pode manifestar-se durante longas sessões de navegação na internet, assistindo a vídeos, jogando jogos ou verificando incessantemente as postagens nas redes sociais, bem como consumindo uma avalanche de notícias em sites diversos. Um sintoma característico da sobrecarga de informações é quando, ao deitar para dormir, a mente da pessoa fica inquieta, repleta de pensamentos sobre tudo o que foi pesquisado, assistido ou lido na internet. Isso pode gerar angústia, ansiedade e insônia, afetando significativamente a qualidade do sono.

Nesse contexto, não é surpreendente que muitas pessoas sintam a necessidade urgente de uma desintoxicação de informações. A sobrecarga de informações não apenas prejudica o descanso, mas também pode levar a um menor desempenho nas atividades diárias, especialmente aquelas que exigem concentração, como o trabalho e os estudos. Além disso, o uso excessivo de aplicativos e a navegação incessante na web por meio de smartphones podem fazer com que as pessoas negligenciem outros aspectos importantes de suas vidas. Relações interpessoais no mundo real, hobbies, atividades físicas e interações sociais podem ser deixados de lado em prol da busca constante por novas informações ou da necessidade de se manterem conectadas virtualmente. Lidar com a sobrecarga de informações requer conscientização e práticas para estabelecer um equilíbrio saudável no uso da tecnologia.

Vício em cibersexo. O vício em cibersexo é uma questão preocupante e complexa que surge no contexto da era digital. A disponibilidade ubíqua de material erótico na internet e a facilidade de acesso a esse conteúdo levantam sérias preocupações, especialmente quando se trata de crianças e adolescentes.

Embora a pornografia na internet e os serviços de mensagens com conteúdo erótico tenham sido desenvolvidos originalmente para adultos, o grande problema reside na sua acessibilidade para um público mais jovem. As barreiras de entrada, como páginas de confirmação de idade, frequentemente são inadequadas e fáceis de burlar. Além disso, links para esses sites podem ser encontrados em praticamente qualquer lugar na internet, muitas vezes sem qualquer restrição. Isso coloca as crianças e adolescentes em risco de exposição precoce a conteúdo sexualmente explícito.

O consumo de pornografia online e o desenvolvimento de vícios em cibersexo têm implicações profundas. A facilidade de acesso e o anonimato da internet tornam essas práticas viciantes ainda mais atraentes, com indivíduos passando horas imersos em fantasias que seriam inatingíveis na vida real. Essa desconexão entre o mundo online e o mundo real pode ter sérias consequências para o desenvolvimento emocional e interpessoal dos jovens.

A pornografia online pode impactar negativamente as relações íntimas na vida real, pois cria expectativas distorcidas sobre o sexo e a intimidade. Para crianças e adolescentes, essa exposição precoce a representações distorcidas da sexualidade pode afetar a maneira como eles encaram os relacionamentos no futuro. Pode dificultar o desenvolvimento de relacionamentos íntimos e saudáveis na vida adulta, pois a pornografia pode moldar suas visões sobre o sexo, o consentimento e as expectativas dentro de um relacionamento íntimo.

Portanto, é fundamental que os pais, educadores e a sociedade como um todo estejam cientes desses desafios e tomem medidas para educar os jovens sobre a sexualidade de forma saudável e responsável.

Compulsão por jogos digitais. A compulsão por jogos digitais, caracterizada como um transtorno obsessivo-compulsivo, é um problema que tem ganhado notoriedade, especialmente entre os jovens. O fenômeno é marcado pela perda de controle sobre o tempo gasto em jogos digitais, em particular em jogos multiplayer online. O impacto desse transtorno na vida das pessoas é significativo, podendo afetar tanto o desempenho escolar e profissional quanto as relações pessoais e a saúde mental.

A inclusão desse transtorno na 11ª revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-11) pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é um passo importante no reconhecimento da gravidade desse problema. A decisão da OMS permite que a compulsão por jogos digitais seja tratada com a mesma seriedade que outros distúrbios de saúde mental, com a possibilidade de cobertura por benefícios à saúde do estado para prevenção e tratamento. Isso é um marco no reconhecimento da

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