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O Demônio De Nightfall
O Demônio De Nightfall
O Demônio De Nightfall
E-book643 páginas9 horas

O Demônio De Nightfall

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Sobre este e-book

Por milênios a magia primordial foi passada de geração para geração. Mas esse conhecimento foi morrendo conforme o passar dos séculos. As pessoas pararam de interagir com ela fazendo seus ensinamentos tornarem-se cada vez mais raros… Com o passar do tempo, a tecnologia e a ciência tomaram conta do mundo, matando todos esses ensinamentos… Em dois mil e dez, às poucas bruxas que ainda existiam, não aceitando continuar nas sombras. Uniram forças com as criaturas e juntas criaram seu próprio governo. Chamados de os xamãs, para que todas as criaturas do dia e da noite pudessem andar igual aos humanos… Contudo, o governo humano, não aceitava as criaturas. E por causa desses conflitos, diversos problemas começaram surgir, levando a todos a uma inevitável guerra. Os países foram ao combate em dois mil e doze, esse desentendimento foi chamado de abissal. Causando muitas mortes para ambos os lados. Após muitos anos em guerra. O governo humano reconheceu a magia e suas criaturas… Porém, em dois mil e vinte e três, a taxa de mortalidade entre os humanos eram maiores que as das criaturas. Para os humanos a vida era apenas um respirar, mas para as criaturas que vivem por longos anos ou eternamente, a vida passa lentamente. Assim com a junção das espécies, surgiram também os primeiros híbridos… Percebendo que o cruzamento levaria à extinção da raça humana. O governo humano, decidiu que os humanos só poderiam ter relações sexuais consigo mesmos, fazendo com que a taxa de natalidade aumentasse, e que todas as relações entre espécies fossem criminalizadas e ambas puníveis com a morte. O governo das criaturas concordou com essa condição, contudo havia casais formados de humanos e criaturas, esses pares foram caçados e mortos brutalmente, o ano de dois mil e vinte e três foi considerado novos caças bruxas. Seus filhos foram considerados escória da escória dando origem ao racismo e preconceito, passando a não a terem direitos civis, por não pertencerem nem ao mundo dos homens ou das criaturas. Eles começaram a viver nas ruas, não fazendo parte da sociedade. treze anos depois, a poderosa família Nightfall, que carrega o título de a impetuosa, devido ao seu fundador, “O Demônio de Nightfall” rescindiu o decreto dando às espécies a liberdade de se reunir, trazendo novas formas híbridas ao redor do mundo...
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de jan. de 2024
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    O Demônio De Nightfall - Cristina Fernandes

    1

    PRÓLOGO

    Po r milênios a magia primordial foi passada de geração para geração.

    Mas esse conhecimento foi morrendo conforme o passar dos séculos. As pessoas pararam de interagir com ela fazendo seus ensinamentos tornarem-se cada vez mais raros…

    Com o passar do tempo, a tecnologia e a ciência tomaram conta do mundo, matando todos esses ensinamentos…

    Em dois mil e dez, às poucas bruxas que ainda existiam, não aceitando continuar nas sombras. Uniram forças com as criaturas e juntas criaram seu próprio governo.

    Chamados de os xamãs, para que todas as criaturas do dia e da noite pudessem andar igual aos humanos…

    Contudo, o governo humano, não aceitava as criaturas. E por causa desses conflitos, diversos problemas começaram surgir, levando a todos a uma inevitável guerra. Os países foram ao combate em dois mil e doze, esse desentendimento foi chamado de abissal. Causando muitas mortes para ambos os lados. Após muitos anos em guerra.

    O governo humano reconheceu a magia e suas criaturas…

    Porém, em dois mil e vinte e três, a taxa de mortalidade entre os humanos eram maiores que as das criaturas. Para os humanos a vida era apenas um respirar, mas para as criaturas que vivem por longos anos ou eternamente, a vida passa lentamente.

    Assim com a junção das espécies, surgiram também os primeiros híbridos…

    Percebendo que o cruzamento levaria à extinção da raça humana. O governo humano, decidiu que os humanos só poderiam ter relações sexuais consigo mesmos, fazendo com que a taxa de natalidade aumentasse, e que todas as relações entre espécies fossem criminalizadas e ambas puníveis com a morte.

    O governo das criaturas concordou com essa condição, contudo havia casais formados de humanos e criaturas, esses pares foram caçados e mortos brutalmente, o ano de dois mil e vinte e três foi considerado novos caças bruxas. Seus filhos foram considerados escória da escória dando origem ao racismo e preconceito, passando a não a terem direitos civis, por não pertencerem nem ao mundo dos homens ou das criaturas. Eles começaram a viver nas ruas, não 2

    fazendo parte da sociedade. treze anos depois, a poderosa família Nightfal, que carrega o título de a impetuosa, devido ao seu fundador, O Demônio de Nightfal

    rescindiu o decreto dando às espécies a liberdade de se reunir, trazendo novas formas híbridas ao redor do mundo...

    3

    Abra suas asas!

    Voe! E me leve ao paraíso.

    Busque-me, abraça-me,

    É disso que preciso.

    Leva-me ao devaneio,

    Por ti, serei, sempre com tal zelo,

    Assim serás meu eterno companheiro…

    Elaine Cristina…

    4

    CAPÍTULO 1

    TRANSFIGURAÇÃO.

    5

    1

    PARTE 1

    Meu nome é Liah, acabei de completar vinte e quatro anos, ao longo dos anos a maioridade também caiu para dezesseis, devido à baixa taxa de natalidade dos humanos. Foi obrigatório para cada pessoa ter dois filhos entre dezesseis e trinta anos, para que a humanidade pudesse continuar a coexistir. Como resultado, dois governos foram criados, os das criaturas e dos humanos.

    Assim o mundo foi dividido, entre humanos, híbrido e criaturas.

    Trabalho em um bar de criaturas, ou melhor, dizendo em um bar de vampiros, disfarço-me todas as noites com maquiagem e dentes falsos, para não virar um lanchinho da madrugada, é engraçado falar, mas como humana sou a isca perfeita nesse tipo de lugar.

    Meu chefe se chama Célere, no que penso, ele não tem maturidade para administrar o bar. Sua timidez acaba sendo seu pior inimigo. Rendendo-lhe uma má reputação em muitos lugares. Mas, foi esse grande coração tímido, que me permitiu sair das ruas para voltar a ser alguém. Raramente via Célere descontrolado, e mesmo quando se descontrolava, ele nunca tentou beber meu sangue, mesmo que por muitas vezes me machuca-se na sua frente parece que ele não tem o menor interesse no mesmo.

    Esta noite é como qualquer outra, com o bar lotado meu chefe está deitado no balcão como sempre dando a impressão de não querer estar ali. Levantei delicadamente as pontas do seu cabelo com a caneta, cutuquei seu pescoço, mas não obtive resposta, sei que ele está acordado, respirei fundo, dando uma tapinha de leve na sua cabeça. O

    homem virou-se para mim, parecia que queria fugir, ri ao vê-lo ranger os dentes, meu mestre é um vampiro, de um metro e oitenta, branco, seu cabelo é preto e curto, seus olhos são amarelos como de um lince, seu nome foi dado por causa da sua grande velocidade, e suas presas as maiores que já vi. Em anos seu sorriso é como luz em meu mundo cheio de traumas.

    — Quanto tempo você pretende ficar assim?

    — Estou dormindo, Liah. — Ele fez beiço.

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    — Vampiros não dormem! — Bati no balcão para chamar sua atenção.

    — Eu, sim. — Empurrei o homem fazendo-o se mover um pouco.

    — Célere! O bar está muito cheio, preciso da sua ajuda, não estou dando conta de tudo!

    — Ele me olhou sorrindo.

    — Viu! Quando quer deixar de me chamar de senhor.

    Desculpa senhor Célere! — Falei debochadamente.

    Não é que eu não estivesse interessada, apenas em chamá-lo pelo primeiro nome, mas gostava de manter as formalidades no trabalho.

    — Sabe, Liah, sou mais novo que você, me sinto mal.

    — É assim que eu trabalho, senhor Célere!. — O homem fez beiço.

    — Ok, Liah, vamos trabalhar!

    Fui na direção de algumas mesas para ver se precisavam do cardápio.

    — Alguns dos senhores gostaria de mais alguma coisa?

    — Quais são os outros tipos de sangue que vocês têm?

    — Vou deixar o cardápio, qualquer coisa basta pressionar o robô.

    — Obrigado.

    Com o tratado de convívio, novas regras surgiram para a sociedade. Como, por exemplo: não pode beber sangue humano, nem arrancar o coração no caso dos lobos.

    Então a solução encontrada, foi levar sangue animal para suprir as necessidades. Não é que os vampiros não possam comer ou beber, mas o sangue para eles, como água para os humanos, é um pouco estranho pensar dessa forma, mas é conveniente e da segurança para os mortais. Contudo o tráfico de sangue humano acontecia com frequência, tanto que a família Nightfal quase sempre é investigada…

    Parei em outra mesa cumprimentando as pessoas, continuei andando mais adiante ouvindo algumas garrafas serem quebradas, me aproximei da mesa, vendo Célere se desculpar, suspirei, decidindo intervir.

    — Desculpe-me, posso ajudá-lo com algo?

    — Eu disse que esta bebida está quente! E tudo que seu senhor fez, foi se desculpar —

    Diz o homem ironicamente.

    Célere virou o rosto envergonhado.

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    — Com licença, senhor, irei trazer outra bebida por conta da cas...

    — Por que você trabalha com esse cara!? — Ele abriu um sorriso largo — Que nem ao menos sabe administrar o próprio bar?

    Olhei para Célere, que estava sem palavras. Ele sempre agia assim, fiquei irritada com a situação. Ser empregada em um bar que seu senhor não toma as rédeas é como trabalhar em um lugar beirando a falência.

    — Desculpe-me, pertenço ao meu mestre. — Falei persuasivamente.

    Esse homem é uma criatura cruel, toda vez que ele está no bar, ele sempre arruma uma briga.

    — Vejo então! Que ele não é só um menino!? Já é um homem! — Fala o homem gesticulando.

    — Isso mesmo!

    Fiquei envergonhada de ouvir tais palavras, olhei novamente para Célere, que levou uma das mãos à boca demonstrando vergonha, respirei fundo irritada. Suporto essas situações todos os dias, é realmente cansativo, me virei indo na direção do balcão, deixando Célere para cuidar da situação sozinho, quando uma mão me puxou me segurando por trás.

    — Mesmo sendo seu mestre, ele não parece ter tido contato físico ou sexual com você ainda, não tem a sua marca. Que tal você ter a minha? — Diz o homem me analisando.

    — Não sou como suas escravas sexuais! — Puxei meu braço tentando me libertar.

    Quando esse homem está aqui, ele sempre tem mulheres ao seu lado, acredito eu que as hipnotiza.

    — Você é uma boneca, em comparação com as mulheres que eu trouxe... — O homem deslizou a mão pelo meu rosto.

    — Por favor me solte!

    — Hum!? Eu não estou a fim.

    Fiquei sem palavras, não posso com o poder de um vampiro, olhei para Célere esperando alguma reação de sua parte.

    — Desculpe, mas como ela mesma disse, me pertence!

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    O homem puxou-me contra seu corpo, me apertei no mesmo sentindo seu braço forte envolver a minha cintura. Embora ele fosse frio, senti o calor de sua mão. Passei meus braços em volta do seu pescoço, me deixando levar por aquela aura doce.

    — Calma, amigo! Não vou machucar sua humana. — O homem riu.

    Célere bateu na mesa com força chamando atenção de todos. O impacto dividiu a mesa em duas, eu o encarei horrorizada, vendo-o cerrar os dentes mostrando suas presas.

    Olhei a sua face a vendo distorcida notei que a sua esclera tinha mudado de cor para preto e sua íris avermelhada e dilatada, seu corpo também ficou quente. Essa era uma das poucas vezes que via seu estado de transformação.

    — Vou matar você se encostar um dedo nela! — Ele encarou o homem.

    — Olha! Então você realmente é a fera da Casa Nightfal .

    Até a sua voz está diferente, se eu deixá-lo continuar elevar-se, as coisas ficarão mais complicadas.

    — Célere, está tudo bem! — Disse sussurrando no seu ouvido.

    — Da próxima vez que tocá-la vou arrancar a sua cabeça e beber seu sangue gota a gota!

    — Calma Fera de Nightfal ! Só quero uma gotinha do sangue dela.

    Puxei Célere na direção da cozinha, sua força física fica monstruosa quando está no seu estado de transformação. Ele apertou fortemente meu pulso, fincando as suas garras rasgando o mesmo. Entramos na cozinha, ele fechou a porta atrás de mim, fitei os seus olhos profundamente enquanto

    ele me encarava com um misto de dor e desespero, gentilmente tirei sua mão do meu pulso segurando seu rosto para que não desviasse sua atenção.

    — Acha que sou o Demônio Nightfal ? — Fala o homem me fitando.

    — Você não é um demônio, é uma pessoa amável e gentil. — O homem pegou minha mão observando meu sangue pingar.

    — Toda vez que fico estressado, você paga pelas minhas crises.

    — Está tudo bem! — Coloquei minha mão em seu rosto.

    Coloquei meu pulso na pia da cozinha abrindo a torneira deixando a água escorrer pelo ferimento. Percebi que o homem encarava as próprias mãos ensanguentadas.

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    — Lambe Célere! Mata sua vontade de uma vez!

    — Não posso fazer isso! — Ele continuou olhando para sua mão.

    — Então volte para o salão e tome uma postura de homem! — Apontei para a porta da cozinha.

    — Eu vou manter a porta trancada, seu sangue vai atrair todos os vampiros.

    Meu sangue escorria enquanto a água caía. Célere trancou a porta me deixando sozinha no lugar. Ouvi o estalo do microfone vindo da cozinha. Sentei-me em forma de concha levando as mãos sobre a cabeça, deixando a dor me dominar. Fechei os olhos ouvindo a voz baixa do homem soar no microfone.

    — Senhoras e senhores! O bar fechará em dez minutos por causa disso a última rodada é por conta da casa.

    Aplausos ecoaram pelo bar. Lentamente levantei-me caminhando em direção ao escritório, logo atrás da cozinha. Peguei o kit de primeiros socorros, que Célere faz questão de manter por minha causa. Não quero que ele veja meu pulso machucado

    pensei abrindo a caixa tirando alguns curativos e a pomada. Deitei-me na poltrona com meu pulso já enfaixado deixando-me levar pelo sono.

    Quando acordei, pude ver o sol brilhando através de uma das janelas do escritório.

    Célere está sentado ao meu lado, olhando fixamente para mim. Sentei-me na poltrona sobre o olhar atento do homem, respirei fundo resolvendo quebrar gelo.

    — Bom dia Célere! — Disse ainda sonolenta.

    — Bom dia Liah! Dormiu bem? — Sua voz soou abatida.

    — Sim! — Bocejei.

    — Fiz café da manhã para você! — Aponta Célere para sua mesa. — Cheio de proteínas, cálcios, fibras e frutas...

    Rir, sei o que isso significa. Ela está tentando se desculpar comigo pelo que aconteceu.

    — Obrigada, Célere. — Sorri para ele.

    — Sinto muito pelo que fiz. — Diz ele timidamente.

    — Você não é culpado de nada, tudo bem!? — Eu disse tentando confortá-lo.

    — Obrigado pelo adorável café da manhã, chefinho! — Levantei-me dando-lhe um beijo carinhoso na bochecha.

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    — Eu... Vou ao banheiro! — O homem se levantou repentinamente colocando as mãos nas suas partes.

    Soltei uma risada acalorada indo na direção da mesa. Peguei um croissant e um pouco de suco. O que às vezes me perguntava, como uma criatura dócil e tímida como Célere pudesse ser um monstro chupador de sangue? Não é como se eu odiasse as criaturas, porém não tenho grande empatia por elas, justamente por saber que por causa delas, vivi treze anos como moradora de rua. Mas quando conheci Célere, todo meu mundo mudou para melhor. Com ele do meu lado me tornei uma pessoa respeitada, logo depois parece ser até carma, comecei a namorar um lobo puro-sangue ou Lycans. Meus pensamentos se voltaram ao pedido de Zayn, sobre casamento, ainda não quero me casar, comecei a viver minha vida agora, penso que não estou preparada para me prender a ele. Ainda mais se tratando de um lobo. O humano que se casar com um lobo deve seguir suas regras absolutas, você acaba se tornando submissa ao seu parceiro, além de que eles são altamente ciumentos. Já os vampiros são mais flexíveis, porém se você não se casar por amor você acaba virando um vampiro de sangue, vivendo apenas para consumir seu desejo insaciável pelo mesmo…

    Sai dos meus pensamentos vendo que Célere acabara de voltar, ele sentou-se na cadeira sem dizer uma palavra, eu o encarei com um sorriso largo no rosto.

    — Demorou, chefinho! — Disse maliciosamente.

    O garoto virou o rosto envergonhado.

    — Eu... Eu!

    — Você! Você! Você! O quê!? — Ele tomou um gole de café sem dizer uma palavra. —

    Então, como foi? Me chamou muito no banheiro? — continuei a instigar sorrindo amplamente.

    — Cale a boca! sua depravada! — Diz o homem levando a xícara de café à boca.

    — O quê!? Eu sei que é necessidade! — Disse a ele fazendo movimento de vai e vem com a mão.

    — Você não pode fazer isso, porra! Você tem um namorado! — Ri, deixando claro que não fui convencida por suas palavras.

    — Você está certo. Mas não posso perder a oportunidade de te provocar.

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    Subi na mesa me aproximando do seu rosto, o homem baixou a xícara me encarando.

    Senti sua respiração descompensada, comecei a me perguntar, o que estava fazendo?

    Ele se moveu mais para frente, aproximando nossos rostos.

    Senti a ponta do seu nariz encostar no meu.

    — Não! Não me provoque, vou perder o controle se você continuar me provocando tanto. — Fala o homem confiante.

    — Sério!? E o que vai fazer comigo? Sua mulher!? — Retruquei.

    — Te faço minha se eu quiser! — O homem continuou a vir, meu coração começou a bater forte. Ele agarrou minha mão me prendendo — Seu problema é acreditar que ainda sou uma criança.

    — E, não é!? — Quando dei por mim, estava de quatro na mesa do seu escritório. —

    Célere estou brincando, Desculpa!

    O homem não disse nada roçando seu nariz com o meu, fechei os olhos sentindo nossos lábios quase se cruzarem. O celular tocou nos tirando do transe, Célere deu uns passos para trás batendo de costas na parede, saí da mesa atendendo o celular.

    — Oi!? — Falei eufórica.

    — Cadê você!?

    — Trabalhando!

    Que lindo trabalho esse seu, né Liah!? Disse a mim mesma. Quase virei lanchinho, beijei meu chefe, e estava muito próxima de pôr, um par de chifres no meu namorado.

    — Calculei que esse sanguessuga estaria te prendendo até agora, então vim te buscar.

    — Você está aqui!? — Perguntei surpresa.

    — Sim. Não posso ficar com minha namorada agora?

    Célere veio na minha direção, colando as nossas cinturas, ele começou a beijar meu pescoço, senti seu membro latejar, e seu corpo esquentar, é tudo culpa minha. o homem continuou a beijar o meu pescoço, descendo seus movimentos até meus ombros afastando as alças da minha blusa, seu membro roçou nas minhas costas, tenho que admitir que ele já não é mais uma criança.

    — Vou desligar, já estou descendo.

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    O homem desceu mais beijando minha clavícula. Virei tentando me desprender, mas em vão. Célere se aproximou tomando minha boca sem hesitar, sua língua me invadiu explorando toda ela, ele me segurou pela cintura colando ainda mais nossos corpos, antes que eu percebesse fui deitada delicadamente sobre a mesa, mesmo sabendo ser errado, eu não sabia como parar.

    Empurrei o homem, o encarando.

    — Célere! Eu tenho namorado! — Falei ofegante.

    — Foda-se! Eu não me importo! — Ele sorriu, tomando meus lábios novamente.

    A sua língua entrou na minha boca me fazendo ferver, Célere largou a mesma descendo seus movimentos até meus seios, ele abaixou as alças da minha blusa deixando os mesmo a mostra, os encarou com um sorriso de pura malícia, o homem passou a língua pela minha barriga me fazendo suspirar, segurei em seus cabelos o puxando para um beijo, a cada toque meu corpo fervia mais e mais, O que estava fazendo? Perguntei-me vendo o mesmo descer seus movimentos até as minhas coxas, Ele beijou minha coxa esquerda levantando minha saia. o empurrei um pouco levantando seu rosto.

    — Não podemos, meu namorado está aí! — Insisti.

    — O bar está fechado, mande ele voltar depois! — Disse Célere secamente.

    O homem continuou a beijar, minha coxa subindo beijos até as minhas partes, puxei seu cabelo levantando seu rosto. Posso ver com clareza que está embriagado o seu lado animal que o domina.

    — Liah, eu quero você! — Ele disse intensamente.

    Sem reação, soltei seu cabelo jogando todo meu corpo para trás, ele chegou até as minhas partes cheirando-as, constrangida com a sua ação, puxei novamente seus cabelos o encarando.

    — Se você quer que eu seja sua, vai ter que me transformar primeiro!

    Célere saiu de cima de mim indo rapidamente para o outro lado da sala com sua respiração completamente descompensada. Levantei-me da mesa, atordoada com o que acabei de dizer.

    — Desculpe, acabei me deixando levar. — Ele se virou.

    — A culpa foi minha, por provocá-lo. — Disse envergonhada.

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    — Promete que não vai ficar com raiva de mim?

    — Claro que não! — Sorri para ele.

    O telefone tocou de novo.

    — Fala!

    — Quanto tempo vou ter que ficar esperando!?

    — Estou descendo! — Saí de cima da mesa, indo na sua direção.

    — Por favor, vá embora! Preciso ficar sozinho. — Ele estendeu a mão me parando.

    — Célere!…

    — Não! A culpa é minha, seu cheiro tem me deixado louco nos últimos meses. E hoje eu finalmente acabei transbordando. — Revirei os olhos pegando minha bolsa, olhando novamente para ele.

    — Você é muito especial para mim, mesmo que eu tenha um namorado, nunca vou te deixar.

    — Eu sei, Liah! — Aproximei-me dele dando gentilmente um beijo na sua bochecha, ele me empurrou virando o rosto.

    — Papai falou, que a festa dos quinhetos e quarenta anos vovô será sexta-feira, e quer todo mundo presente.

    — Isso me inclui, é claro! — Bufei.

    Ele sorriu amarelo, eu me afastei, indo em direção à porta.

    — Tudo bem, estou indo agora.

    — Você vem trabalhar hoje?

    — Sim.

    — Ok, até mais tarde!

    Desci as escadas, deixando o homem sozinho na sala, abri a porta dos fundos que usamos para reposição de mercadoria.

    — Demorou! — Fala Zayn irritado.

    — Não pude fazer nada, estava trabalhando! — Respondi no mesmo tom.

    — Senti sua falta.

    Meu namorado se chama Zayn Cordélios. Ele pertence à casa Cordélios, a família dos lobos brancos. Um homem muito bonito, com olhos prateados e pele escura, cabelo 14

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    branco prateado que vai até à cintura, um policial eficiente que se destaca no combate ao tráfico de sangue, por conta disso odiava os vampiros.

    Entrei no carro colocando minha bolsa no banco de trás. Zayn entrou no carro me beijando.

    — Como foi sua noite de trabalho?

    — Bem, com alguns infortúnios.

    Parte do caminho foi silenciosa, pensei como tinha tratado Célere, esquentei lembrando dos seus toques, talvez esteja pensando nele como um homem. Sempre pensei no mesmo como um garoto tímido e imaturo, exatamente por isso que não me contia em fazer brincadeiras desse tipo. Tenho que admitir que fiquei surpresa com a forma como ele me tocou. Acho que meu chefe não é mais uma criança, seu volume deixou isso bem claro, ele não é pequeno.

    — Liah!? Liah!?

    — Sim!? — Disse voltando minha atenção para Zayn.

    — O que aconteceu? Está dispersa?

    — Nada demais! Só pensando que eu tenho que pagar as contas da casa. — Inventei uma desculpa qualquer.

    Juntei minhas pernas colocando minhas mãos entre elas, para evitar que ele sentisse o cheiro da minha excitação, provavelmente não adiantaria muito, porém não podia deixar de tentar.

    — O que aconteceu com o seu pulso?

    — Acidente! Um vampiro louco tentou me atacar, mas Célere me protegeu.

    — Ele sempre te protege, né? Impressionante! — Disse Zayn enciumado.

    — Está com ciúmes do meu maninho?

    — Vamos de convir, né Liah!? Ele não é seu irmão. — Fala o homem irritado.

    — Olha! Não vou discutir com você por causa dele. — Suspirei.

    Ele é muito importante para você, não é mesmo? — Fala ele sarcasticamente.

    — Sim, ele é! — Afirmei com um tom de raiva em minha voz.

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    Virei pegando celular dentro da bolsa junto com o fone, assim silenciosamente fomos o restante do caminho. Quando cheguei em casa, sai logo do carro abrindo a porta, adentrando em minha casa, vendo algumas mudanças de Zayn.

    — O que é tudo isso? — Abri os braços tentando entender.

    — Acredito que saiba, que o tempo de namoro de um lobo é de seis meses. E então vem o casamento. — Disse o homem receoso.

    — Eu sei. Mas, já te disse, não quero me casar.

    — Por causa daquele sangue-suga!? — Fala ele com raiva.

    — Não é por causa do Célere, caramba! — Falei batendo as mãos nas minhas coxas.

    — Eu só não quero me comprometer neste momento. Tenho vinte e quatro anos, comecei a viver agora, morei na rua durante treze anos, não estou pronta para ficar presa a você, seguindo suas regras, aceitar seus comandos.

    — Eu não quero por você em uma coleira, Liah! — Ele disse, abrindo os braços.

    — Diz isso agora! Mas depois, — Apontei em sua direção — Vai querer me prender, me controlar, você não vai me deixar ver o Célere ou trabalhar...

    — Sábia!! Sempre tem o dedo desse moleque no nosso relacionamento. — Ele mostrou indignação.

    — Eu devo tudo a ele, ok!? — Apontei para mim mesma — Esta casa, meu emprego, meu nome, minha data de nascimento, jamais irei contra ele ou contra a casa Nightfal!

    — Depois que nos casarmos, não vou deixar você vê-lo novamente! — Soltei uma risada alta, deixando claro meu deboche com a situação.

    — Primeiro; Que Damian nunca me deixará casar com você, e dois, ainda nem casamos e você já está tentando me pôr em uma coleira. Se manca! — Falo rindo da situação.

    — Desculpe, eu só estou com ciúmes. Sou um cachorro e me apego com facilidade. Pôr isso nós lobos acabamos tomando nossas parceiras como pertence.

    Poiser, mas eu não sou o seu. Sério!? Quer ficar aqui? Fica! Que dormir na mesma cama que eu durmo? Durma! No entanto, eu nunca vou me casar com você.

    Subi as escadas, deixando o homem no andar de baixo. Me tranquei no banheiro abrindo a torneira da banheira, ali olhando para espelho, me fazia um autorresumo tirando todo a minha maquiagem; olhos pretos, cabelo preto e curto, pele cor mel, me 16

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    encarei um pouco mais tirando o restante da minha roupa, meu físico é bastante magro, tenho entorno de um metro e setenta, não tenho nenhum atributo especial, apenas sou uma humana qualquer. Deitei-me na banheira deixando toda frustração para trás.

    Comecei a pensar em como Célere havia me tocado, estou ficando realmente excitada com ele? Não consigo tirar da minha cabeça o fato de sentir o seu membro roçar em mim, tenho que admitir, ele está crescendo muito rápido.

    Tirei o curativo revelando a ferida, não é grave, também não o culpava, sabia que apesar de tudo ele mal conseguia controlar sua vontade e que no fim eu também me tornaria como um deles. Essa foi uma das regras que aceitei quando me tornei uma Nightfal.

    Mas a frustração que sinto é saber que depois, Damian vai querer me casar com um vampiro de alta classe, nesse caso, definitivamente prefiro que seja Célere.

    Saí da água me olhando novamente no espelho. Coloquei meu roupão saindo do banheiro, vendo Zayn em roupas menos formais.

    — Acomodei minhas coisas no quarto. — Diz ele secamente.

    — Ok, vou dormir. — Respondi no mesmo tom.

    — Dormir!?

    — Trabalho doze horas por dia. Passo a noite toda andando de um lado ao outro em um bar lotado.

    Zayn me seguiu até o quarto sem dizer mais nada.

    — Sei que está com raiva de mim, eu sou um idiota. — Sua expressão parece cansada.

    — Você não é um idiota! — Falei fazendo aspas com as mãos — Foi a criação que recebeu. Está fazendo o que a sua família manda, agindo como sua matilha te ensinou.

    — Quero fazer diferente, porém quando vejo.. — Ele deu uma pausa respirando fundo

    — Já estou me deixando levar.

    Tirei o roupão ficando apenas de ‘lingerie’, deitei-me na cama sendo acompanhada pelo homem, ambos estávamos olhando para teto, até que ele resolveu quebrar o gelo.

    — Quer, que eu vá embora?

    — Tudo bem, sua família é muito rígida, isso seria uma vergonha para você. — O

    homem sorriu pulando em cima de mim como um cachorro brincalhão.

    — Por isso, eu te amo!

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    Gostaria de corresponder da mesma forma, porém eu apenas gosto dele.

    — Isso não significa que estamos casados, Certo?

    — Sim, claro! — O homem me beijou.

    Suas presas tocaram a ponta dos meus lábios, ele aprofundou o nosso beijo, descendo na direção do meu pescoço.

    — Senti seu cheiro no carro hoje. — Suas palavras me surpreenderam.

    Como contar a ele? Eu não sabia.

    Ele continuou descendo suas carícias até os meus seios, senti o seu volume e seu corpo ferver, diferente dos vampiros o corpo de um lobo esquenta muito quando está excitado.

    O homem continuou a descer até a altura dos meus seios.

    — Espere! Eu não posso fazer isso com você ainda. ― Afastei o homem, que saiu de cima de mim frustrado.

    — Liah, eu te amo, sei dos seus traumas, mas poxa! Estamos juntos há meio ano. —

    Ele suspirou.

    — Eu sei, apenas não consigo. — Falei cabisbaixa.

    Uma parte de mim, sabe que é mentira, com tudo, não me sentia pronta para ter Zayn comigo quando a minha mente só pensava em outro homem. Também sabia que se fosse com Célere, teria cedido com bem mais facilidade. Virei para o homem cabisbaixo.

    — Quero fazer com você, mas ainda não estou preparada para isso. — Sorri com ternura.

    O homem passou a mão no seu cabelo deixando suas madeixas caírem sobre seus ombros, abracei tentando-o confortar. Ele devolveu o meu abraço.

    — Quero muito me casar com você, construir uma família linda e feliz — Zayn falou no pé do meu ouvido.

    Afastei-me de seus braços, queria dizer sim, mas meu coração começou a se dividir entre meus sentimentos por ele e por Célere.

    — Zayn, temo não poder corresponder seus sentimentos como gostaria ou de acontecer conosco o que aconteceu com meus pais, eles nem eram criaturas.

    Abaixei o olhar, deitando-me de barriga para cima, o homem me acompanhou e assim, voltamos a nossa primeira posição.

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    — Eu sei que você tem seus traumas, mas se você deixar ser dominada por eles, você nunca poderá viver intensamente nada.

    Dei as costas ao homem fechando os olhos, soltando um longo suspiro. Suas palavras ecoaram em minha cabeça, eu queria fazer justiça e matar a desgraçada que matou minha família, por causa disso me envolvi com Zayn, nunca esquecerei seu nome Cassandra Magnos, senti seu abraço e um beijo suave na minha nuca, ali adormeci.

    Acordei com meu celular tocando, Zayn também acordou com a cara de poucos amigos, atendi o celular, ouvindo a voz da mulher, irritada soar do outro lado.

    — Maeves! Quanto tempo você vai me deixar esperando na porta?

    Levantei-me apressadamente da cama, peguei meu roupão, descendo as escadas, abri a porta apressadamente.

    — Clarice!? — Um tom de surpresa saiu da minha boca.

    — Finalmente! Estou aqui há quase meia hora. ― A mulher mostrou um olhar de insatisfação.

    — Desculpe! Eu estava dormindo.

    — Pelo jeito que está fedendo, sei por que estava dormindo.

    Zayn desceu as escadas com a Rose Silver em mãos. Sabia que esse encontro seria inevitável um dia, mas não esperava que fosse tão cedo.

    — Maeves, por favor, me chame de mamãe. — Disse a mulher, tocando a ponta do meu nariz.

    A mãe de Célere e minha mãe adotiva, Clarice Nightfal . Uma mulher de elegância e delicadeza, pele clara, olhos vermelhos, cabelo preto na altura da cintura, um corpo tonificado com belos contornos.

    — Maeves? Quem é Maeves?

    Olhei para baixo, nunca disse a Zayn que eu não era apenas chamada de Liah, o nome de batismo que meus pais me deram. Mas também que me chamava de Maeves.

    Acontece que quando aceitei ser filha da Casa Nightfal , recebi um novo nome, Maeves Nightfal , que significa minha vida.

    Clarice entrou na casa com algumas sacolas e uma roupa dentro de uma capa.

    — Sim, o nome dela é Maeves, foi Célere quem atribuiu esse nome a ela.

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    — Mãe! Deixa que eu explico a ele. — Disse calando a mulher com as mãos. — Esse foi o nome que Célere escolheu para mim quando fui adotada por Clarice e Damian...

    — Mas ela só usa esse nome quando está com a nossa família, acho ofensivo. — Diz a mulher sentando e cruzando as pernas.

    — Eu gosto mais de Liah, Maeves é chulo!

    — Se vir Célere, diga isso para ele lobinho fedorento! — Ela ironiza, ignorando Zayn —

    Vim trazer o seu traje para o baile do vovô.

    — Eu gostaria de não ir.

    — Você não tem escolha, Joseph, falou que está na hora dos nobres puros sangues conhecerem a sua neta.

    — Ainda não estou preparada para me apresentar.

    Zayn moveu-se até a cozinha colocando a arma sobre a mesa. Clarice seguiu seus movimentos.

    — Você é a convidada de honra amanhã. Ele disse que, você será transformada durante as comemorações dos dois Milênio da família, ainda este ano.

    Então não há mais escapatória — Murmurei.

    — Escapatória de quê? — Zayn me olhou curioso.

    Você não contou a ele, Maeves?

    — Fala Liah! O que você precisa me contar. — Engoli a seco cada palavra sua, suspirei fundo, encarando o homem.

    — No final deste ano, me tornarei uma vampira pelas mãos do Célere.

    Eu sabia o que aconteceria a seguir.

    — Por que você não me disse isso, Liah!? — Zayn sorriu nervosamente.

    — Ei, não grite com minha filha! — Fala a mulher exaltada — Eu não vou tolerar isso!

    Um lobo pensa que é dono de sua companheira, mas você não é dono dessa aqui!

    Zayn pegou a arma apontando para Clarice. Eu me pus em sua frente fazendo sua proteção.

    — Pare com isso, Zayn! Clarice é minha mãe.

    — Eu não entendo, Liah, por que você protege esses sugadores de vidas?

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    — Olha Quem Está Falando! Os devoradores de corações. Você sabe que esse tráfico tem dois lados, né?

    — Chega Zayn!!! — Soltei um grito os calando — Aceitei algumas regras, quando fui adotada por Damian e Clarice.

    — Agora sei por que você não quer se casar comigo.

    — Você nunca aceitará minha forma de vampiro.

    Zayn pegou sua arma fechando a porta bruscamente. Sentei-me ao lado de Clarisse abaixando a cabeça.

    — Você não precisa passar pela transformação, se não quiser.

    — Eu quero fazer isso. Sou grata a tudo o que vocês fizeram por mim. Se Zayn conheceu essa Liah, foi graças a vocês.

    — Bem, não se preocupe com o lobinho agora. Eu trouxe sua roupa para o baile de amanhã. — Ela pegou as bolsas tirando algumas caixinhas de joias. — Joseph disse que você deve estar deslumbrante amanhã, e me pediu para lhe trazer suas joias.

    — Minhas?

    — Sim, filha, você é a única neta dele. As joias pertencem à sua falecida filha Serafini.

    — Então eles são de Damian ou suas.

    — Não, minha querida, mesmo eu sendo a esposa de Damian, essas joias só podem ser herdadas pelas filhas da Casa Nightfal .

    Soltei uma risada com uma das caixas, em minha mão, eu nem mesmo sou parte da família.

    — Mãe, isso é completamente ilógico.

    — Joseph, acredita que você pode trazer uma nova geração para a nossa família.

    — Não me sinto preparada para assumir tais responsabilidades. — Olhei para baixo colocando a caixinha de joia sobre a mesa de centro.

    — Quero servi-los por gratidão há tudo o que fizeram por mim, mas não quero me comprometer com alguém por cortesia, mas sim porque o amo.

    — Então, essa pessoa não é Zayn.

    Apertei os olhos, Clarice sabia me ler muito bem, no fundo Zayn é alguém que eu apenas gosto, cruzei as minhas mãos, as levando ao meio das minhas pernas.

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    — Como você sabe disso?

    — O poder que tenho é de sentir a conexão energética entre as pessoas. Por exemplo, os sentimentos que você tem pelo meu filho são de carinho, amor, lealdade, já Célere ama você fervorosamente.

    Sorri, desde ontem não consigo parar de pensar nele.

    — Eu também o amo.

    — Eu sei. Trouxe seu vestido que também pertencia à falecida, e algumas outras coisas.

    — Ele disse por quê?

    Olhando através da capa transparente, vi um vestido preto com rosas vermelhas e o brasão da família, rodado, com espartilho e anáguas.

    — Joseph, desde a morte da minha cunhada, ele nunca foi capaz de se recuperar de sua depressão. Tendo causado a morte de Serafini, ele encontrou em você uma oportunidade de se redimir. — Engoli suas palavras secamente.

    — Tudo bem mamãe, só não quero tomar o lugar dela.

    — Ninguém pode substituir Serafini.

    Clarice levantou se dirigindo para a porta. Eu a segui, ela não é do tipo que fica horas na sua casa, ou se mete na sua vida, mas gosta que tudo esteja no lugar certo.

    — Eu também trouxe o smoking de Célere. Por favor, diga a ele para cortar o cabelo ou algo assim.

    — Pode deixar!

    Segui a mulher até o carro. O motorista já a esperava com as roupas de Célere em mãos.

    — Eu iria levar para ele, mas não acho que seja o momento certo.

    — Tudo bem, eu levo.

    — Filha, acho que você e o Zayn precisam ter uma conversa séria.

    — Eu sei, mãe.

    Abracei a mulher que me abraçou de volta. De longe vi Zayn no barzinho à frente, me afastei da mesma pegando o terno da mão do 'chofer.'

    — Filha, saiba que vou lhe apoiar em qualquer decisão que você tomar. Sou muito grata ao Célere por trazê-la a mim.

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    — Eu sei.

    A mulher entrou no carro, eu a observei se afastar até sumir de vista. Voltei para casa só aí me dando conta que estava de roupão, me movi até o banheiro entrando no mesmo, fechei a porta despindo-me, entrei no chuveiro deixando água fria cair sobre o meu rosto.

    Joseph é o membro mais velho da família Nightfal , nascido em mil quinhentos e quarenta e quatro. Ele administra as posses da família por quatro séculos. Logo após a grande guerra entre lobos e vampiros, que quase destruiu toda a família Nightfal.

    Joseph que na época tinha por volta de quatrocentos anos, ele recuperou o controle de seus bens Junto ao Demônio Nightfal . Depois disso, ele casou-se com uma mulher, que por muito tempo foi dada de amaldiçoada, teve dois filhos, Damian e Serafini, é toda a história que conheço dessa família.

    Ouvi os passos de Zayn, o homem entrou no banheiro, encarei o mesmo do ‘box,’ ele despiu-se tomando um lugar ao meu lado no chuveiro.

    ― Não quero que você perca sua forma de agora. ― Ele falou baixo, tentando se controlar. ― O que estou tentando dizer é, que se você quiser se tornar uma vampira, eu vou te apoiar.

    ― Obrigada Zayn. ― O homem uniu nossos corpos me beijando gentilmente.

    — Zayn você terá que renegar sua matilha por mim.

    — Estou preparado para isso.

    Saí do banho enrolada na toalha indo para o quarto me arrumar, Zayn me seguiu com a toalha enrolada na cintura.

    — Irei para o trabalho, mas cedo para poder entregar o terno do Célere.

    — Essa festa de gala, exige alguma roupa em especial?

    — Você não pode ir, Célere vai ser o meu parceiro da noite.

    — Vou trabalhar esta noite, identificamos um novo suspeito.

    — Ok! — Dei um selinho no homem sem nenhuma emoção.

    Tirei a toalha ficando nua, Zayn me olhou de cima a baixo. Me vesti o mais simples possível, me maquiei e coloquei os dentes falsos.

    — Eu te levo para o serviço.

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    — Obrigada.

    — Liah pode me fazer um favor, pode pegar minha arma que eu deixei no balcão lá embaixo?

    — Claro.

    Desci as escadas seguindo para a cozinha e olhei em volta, mas não encontrei a arma de Zayn, voltei ao quarto, vendo o homem olhar para o terno de Célere.

    — Zayn? — Ele se virou assustado.

    — Eu queria ver como é, tal terno.

    Os vampiros costumam usar trajes formais, ao contrário dos lobos que vivem com roupas simples ou apenas nus. Mas o traje de gala, no entanto, é algo que os vampiros usam para demonstrar poder, através das cores, por exemplo; o símbolo da família Nightfal é a rosa vermelha, no colete do traje de Célere carrega o brasão da família. O

    terno costuma ser normal, mas em uma festa como essa, somente a família e o anfitrião da casa aristocrática pode usar a cor de seu brasão.

    — Lindo, não é Liah esse traje? Vi seu também e a suas joias, amanhã você será a mais bela entre eles — Fala o homem cabisbaixo,

    — Eu não quero te machucar, Zayn. — O abracei por trás.

    — Tudo bem, já estou decidido a ficar com você e fazer parte da família Nightfal .

    — Obrigado pela sua compreensão.

    — Eu vou comprar um terno, para ir ao baile com você. — Me afastei de Zayn.

    — Como você acha que uma festa com mais de dos mil vampiros, vão reagir quando eu chegar ao lado de um lobo branco?

    — Você está certa, as vezes esqueço que minha família, foi precursora de uma quase extinção da sua.

    O homem saiu de perto do terno indo se arrumar, voltei para sala levando o terno comigo, peguei uma maçã na mesa da cozinha, sentei-me no sofá encarando o vestido e as caixinhas de joias, um pouco depois Zayn desceu já pronto, sua roupa policial lhe cai muito bem, ele pegou as chaves do carro sentando-se ao meu lado.

    — Só vai comer isso?

    — Ainda não fiz mercado.

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    — Vamos juntos ao mercado amanhã, ok?

    — Ok.

    Eu sei o que Zayn está pensando. Ele quer me acostumar com a vida de casado para que ele possa consumar nosso casamento, mas esquece que estar junto não é o mesmo que estar casado.

    — Sei que os lobos comem muito, então preciso verificar minhas contas para aumentar o dinheiro para as compras.

    — Liah eu vou cooperar nas contas da casa e nas compras também.

    — Eu sei, estou falando por mim. — Mordi a maçã.

    O homem se sentou ao meu lado, olhando para o vestido.

    — Sei que ambas as raças descendem dos mesmos fundadores, mas não sei por qual motivo ele escolheu os vampiros. Do que a nós seus primogênitos.

    — Acho que ele teve seus motivos para fazer isso.

    — Diga-me! — O homem se virou para mim.

    — O quê?

    — O que você sabe sobre a história de Nightfal ?

    — Tudo o que sei é que ele caiu de ‘Heaven’ por desobediência ao criador, e que acabou por renegar seu lugar no ‘Seol’. acabando por viver uma história de amor, eventualmente gerando as duas raças: Lycans e Vampiros — O homem soltou um sorriso suspirante.

    — É o mesmo que eu sei. — Dei mais uma mordida na maçã.

    — Eu sei que tem mais história, o vovô esconde muitas coisas, mas eu não sei.

    — Eu sei, meu amor. — Levantei-me, pegando o terno e a minha bolsa indo em direção à porta.

    — Aguardo você, para me buscar amanhã?

    — Ok, vamos?

    Sai rapidamente indo na direção do carro, abri a porta de trás colocando o terno de Célere.

    — Gostaria de ir a esse baile com você.

    Suspirei fechando a porta, entrei no carro tomando o banco do carona, o encarando.

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    — Já tivemos essa conversa antes, Damian e Clarice, nunca interferiram na minha vida, me deixando fazer o que eu bem entender, mas quando a família está envolvida é outra coisa bem diferente.

    — Eu só quero te apoiar, Liah, amanhã é um grande dia para você. — Sorri nervosamente.

    — Eu só queria fugir, sabe? — Suspirei fundo abaixando a cabeça — Sou grata por tudo que essa família fez por mim, mas estou completamente apavorada com a possibilidade de mudar depois da transformação.

    — É possível? — Olhei para Zayn um pouco triste.

    — Sim, ao longo dos anos que convivi com eles, ouvi muitos relatos de vampiras no bar, algumas seus próprios maridos a mataram.

    — Isso é um crime bárbaro! É feminicídio!

    — Não Zayn! Não é isso.

    — Então me diga o que é? Se não um crime contra a mulher!

    Zayn acabou ficando um pouco perturbado, seus gestos se tornaram nervosos, ele ligou o carro, dando a partida.

    — Você sabe como funciona a transformação de um vampiro?

    — Não sei, mas se é isso que você vai se tornar, sinceramente não sei o que vou fazer.

    — Revirei os olhos.

    — Funciona assim. Todos os vampiros puros, sangues ou vampiros transformados, dispõe de dois vírus de transformação. O primeiro é chamado de vírus C e o segundo é chamado de vírus F.

    — O que isso significa? C e F?

    — Significa: C cópula e F filho. Cada vírus modifica sua genética de acordo com a forma que a pessoa em questão vai ser transformada. Por exemplo: quando um vampiro faz amor com uma mulher humana, ou vise e versa, eles liberam ocitocina, que prolifera o vírus C dentro do vampiro. Quando vão a cópula, um vampiro homem ou mulher morder uma parte do corpo da pessoa durante a relação sexual, geralmente o pescoço.. —

    Acabei sendo interrompida por Zayn.

    — Espere! Então, os vampiros carregam um vírus em potencial dentro deles?

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    — Não Zayn! — Paramos em uma pequena retenção — Não é assim que funciona, ambos os vírus têm suas desvantagens, outro exemplo é o vírus F funciona da mesma forma, mas o que muda é que a ocitocina é liberada, é como o amor de um filho recém-nascido ao ver a sua mãe, uma espécie ' imprinting ao contrário' , assim é gerado um filho.

    — Ok, mas o que isso tem a ver com a morte dessas mulheres? — Olhei fixamente nos olhos de Zayn.

    — Na maioria das vezes, os vampiros amam apenas uma vez na vida, e esse amor perdura por séculos. Ao ouvir isso, as mulheres humanas decidiram tirar proveito dessa situação para obter a juventude eterna…

    — Conduzir, um caso desses há alguns anos, mas não foi comprovado se era real ou não.

    — É real! Elas conquistam o coração do vampiro, fazem com que eles se apaixonem por elas, e durante o ato da cópula eles as transformam. — O tráfego voltou a fluir lentamente.

    — Se entendi, só precisa de um dos lados amar?

    — Não exatamente, quando só um lado ama, a transformação não é completada, levando a um novo problema.

    — Como assim?

    — Assim surgem os vampiros zumbis, aqueles que vivem apenas para comer.

    — Já ouvi algo assim sendo falado pelo meu superior. — Continuamos nosso caminho.

    — Então a solução que o governo Nightfal encontrou foi, que no fim de vinte quatro horas o homem ou mulher, transformados atingissem o nível Z, eles seriam mortos por seus cônjuges.

    — Que crueldade! Não teria coragem de matar alguém que amo assim.

    Depois dessas palavras eu me

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