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Amar é Morrer: O Pós-morte 1
Amar é Morrer: O Pós-morte 1
Amar é Morrer: O Pós-morte 1
E-book260 páginas3 horas

Amar é Morrer: O Pós-morte 1

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Sobre este e-book

Descanse em paz? Que piada. Fantasmas raramente descansam. E quando descansamos, nunca é em paz. 

O plano de Gina para seu pós-vida é simples: sobreviver o máximo possível. O pós-vida é um lugar do tipo “fantasma mata fantasma”. Quando ela conhece Alec, que acabara de morrer, não consegue conter o desejo de ajudá-lo. Antes de se dar conta, apaixona-se por ele, mesmo com a vozinha dentro de sua cabeça dizendo que é uma má ideia.  

Os objetivos de Alec não se encaixam com os planos de Gina. Determinado a salvar a vida de sua irmã de um assassinato, ele está disposto a desobedecer as leis estabelecidas por um culto do pós-vida. Se o culto descobrir, eles o matarão. Novamente. Ele está hesitante em aceitar a ajuda de Gina e ameaçar o pós-vida dela, mas é certo que ele falhará sem ela. Juntos embarcam em uma missão arriscada, mas o maior perigo entre todos é a ameaça de se apaixonar.  Porque no pós-vida... amar é morrer.

IdiomaPortuguês
EditoraL.P.
Data de lançamento22 de ago. de 2018
ISBN9781547539871
Amar é Morrer: O Pós-morte 1

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    Amar é Morrer - L.P. Masters

    CAPÍTULO UM

    Estar morta não é nada como dizem por aí. Lembro que quando era pequena, minha mãe costumava me mostrar lindos anjos com asas brancas perfeitas, carregando harpas e andando em nuvens brancas macias. Para ser honesta, pensei que estar morta seria tranquilo.

    E, então, morri três dias antes da minha formatura do ensino médio.

    Não há dúvidas de que nenhuma asa brotou em mim. Não comecei a carregar uma harpa; carregava uma espada. E as únicas nuvens que eu tinha que lidar eram as que despejavam chuvas infinitas em Seattle.

    Eu estava ao norte de Seattle naquela noite, e enquanto andava nas ruas de Ballard, olhei para o céu escuro. Pelo menos não estava chuviscando. Os postes da rua iluminavam as gotículas da neblina que circulava no ar, ensopando tudo.

    Sim. Fantasmas também ficam molhados. Eles nunca falaram sobre isso nas Aulas Dominicais. Mais uma injustiça do pós-vida. Água é a substância rara que existe nos dois mundos: físico e espiritual.

    Eu não deixaria que um nevoeiro estragasse minha noite. Eu adorava este momento da noite: a hora mágica em Ballard. Era tarde ao ponto de que a maioria dos compradores já tinha ido embora, mas as lojas ainda não estavam fechadas. O que significava que a maioria dos fantasmas evitaria as ruas até que os vendedores fechassem. Claro que era possível esbarrar com uma ou duas almas em qualquer horário, por isso que eu mantinha minha mão no punho da minha espada.

    O pós-vida era um mundo do tipo lute ou morra. Eu não queria morrer de novo.

    Meu pé prendeu-se em algo sólido e eu quase caí. Agarrei em uma calha para evitar bater de cara no chão. Uma lata de alumínio rolava para dentro e para fora do mundo espiritual. Ela oscilava: brilhante e reluzente quando etérea, escura e opaca quando física. Pairava entre a vida e a morte. Eventos interessantes aconteciam a coisas neste estado, mas eu me afastei da lata e olhei ao redor.

    Mais abaixo no beco, estava um carro branco híbrido com uma logomarca verde com letras azuis de uma empresa. Curiosa, andei em sua direção. Dois homens estavam próximos ao carro, falando tão baixo que eu não conseguia ouvi-los. Cheguei mais perto.

    Cuidado, Gina.

    Ficar muito próxima de um mortal podia ser perigoso. Era como enfiar uma chave de fenda em uma tomada. Eu já tinha sido tocada por mortais algumas vezes, e não gostava da ideia de que isso se repetisse. Mas, eu queria saber o que estava acontecendo. O carro parecia deslocado, os dois homens pareciam ainda mais.

    O mais velho usava calças escuras, uma boa blusa polo e um par de luvas. Suas costeletas grisalhas faziam com que parecesse ter pelo menos 40 anos. O mais jovem vestia um uniforme que combinava com a logo do Correio de Seattle que estava estampado no carro. Impressionantemente bonito, tinha cabelo loiro, um maxilar quadrado e um nariz russo. Apesar da expressão de raiva em seu rosto, eu não conseguia desviar meus olhos dele.

    Parecia que os dois estavam em uma competição de quem encarava mais. Eu dei risada. Provavelmente, eles discutiam sobre o preço de uma entrega. Enquanto dava a volta no carro, parei de rir. O mais velho apontava uma arma na direção do mais bonito.

    — Do que isso se trata, Taylor? — o homem mais novo exigiu.

    — Apenas uma vantagem que estou tentando usar contra seu pai.

    — Você nunca o fará mudar de ideia. Não existe razão para isso.

    — Eu não o farei mudar de ideia na primeira tentativa, Alec. Talvez nem com a segunda ou terceira. Mas, ele é humano. Tenho certeza que existe um coração de pai em algum lugar dentro dele.

    Alec franziu a testa: — Eu duvido muito.

    Taylor deu de ombros. — Aposto que eu descobrirei eventualmente.

    Ele puxou o gatilho.

    Gritei no momento em que Alec tropeçou para trás e foi em direção ao chão. Sangue fluiu do local atingido, ele arfou, agarrando seu peito.

    Taylor guardou a arma no cinto. — Você nunca descobrirá se ele tem um coração ou não.

    Uma lágrima rolou pela bochecha de Alec. Uma foi derramada na minha também. Eu não conseguia acreditar que estava vendo aquilo. Era como ver um filme em que meu personagem favorito estava morrendo, e não havia nada que eu pudesse fazer, a não ser continuar assistindo.

    — Não faça... isso — Alec sussurrou.

    Taylor mexeu no bolso de Alec até encontrar uma carteira e um molho de chaves. — Fazer serviço de entrega tarde assim da noite nesta parte da cidade é perigoso. — Taylor tirou um maço de notas e derrubou a carteira do lado de Alec. Ele inspecionou as chaves uma a uma. — O que é isto? Chave de casa? Pode ser útil. Só depende de quão teimoso o Michael é.

    Taylor andou em direção ao carro. Os olhos cor de avelã de Alec voltaram-se em minha direção. Ele não deveria estar me vendo; ele estava vivo, eu era um fantasma. Ele olhava diretamente para mim.

    — Me ajude.

    Senti como se alguém estivesse me segurando pelos ombros e puxando em direção a ele. Dei um passo.

    Taylor deu uma risada. — Não tem ninguém aqui para ajudar você.

    Alec não parou de me encarar. Em qualquer outro momento, eu me sentiria desconfortável com um olhar tão intenso, mas aquele puxão em sua direção era muito forte. — Me ajude.

    Dei outro passo.

    Taylor virou-se e levantou sua arma, mirando na minha cabeça. Eu desviei. Fantasma ou não, ter uma pistola apontada para sua cabeça deixa você nervoso.

    Eu olhei novamente para Alec. Seu olhar ainda estava preso em mim. — Por favor.

    Meus pés, involuntariamente, levaram-me para seu lado. Fiquei de joelhos e observei minha mão alcançando-o.

    O que você está fazendo, Gina? Pare.

    Pare!

    Eu parei. A poucos centímetros do corpo dele. Puxei minha mão para longe e cai para trás. Tocar mortais dói. Eu sabia; já havia feito vezes suficientes por acidente. Não precisava fazer de propósito.

    Eu levantei e balancei minha cabeça.

    — Não, por favor. —  O terror na voz de Alec era de partir o coração. — Não vá. Por favor, ajude.

    Eu virei e corri. Não tinha nada que eu pudesse fazer por ele, afinal.

    No final do beco, eu congelei. Sua voz havia sumido por causa da distância, mas eu ainda conseguia ouvir na minha mente, tão claro como se ele estivesse do meu lado. Talvez ele estivesse. Dei a volta para ver se ele tinha morrido, se seu fantasma tinha me seguido até o final do beco.

    Taylor estava pisando em seu pescoço.

    — Não! — sussurrei, e aquelas lágrimas que eu chorei quando Alec foi baleado retornaram.

    Isso não era um filme. Verdade que eu não poderia fazer muita coisa, mas eu tinha alguns recursos. Podia inventar alguma coisa.

    Olhei para a rua. Um homem de terno vinha apressadamente em minha direção. Ele parecia nervoso. Talvez tivesse descido do ônibus na parada errada e não tivesse entrado rápido o suficiente.

    Se eu conseguisse fazê-lo descer o beco, tinha uma chance de ele pedir ajuda.

    Mas como?

    Procurei ao redor e notei aquela lata oscilante. Quase tudo possui uma alma, tenha nascido ou sido criado por mãos humanas. Da mesma forma, tudo morre eventualmente. Mossas, ferrugens, qualquer coisa. A lata estava estranhamente entre estados. Estava morta o suficiente para eu interagir com sua alma, mas viva ao ponto de a alma conseguir arrastar o corpo junto. 

    — Má ideia — eu disse em voz alta. Então, eu lembrei da voz fraca de Alec.

    — Me ajude.

    Eu me xinguei por ser tão idiota, então, olhei para o homem de terno mais uma vez. Ele estava a poucos passos de distância. Não havia tempo para ficar pensando. Eu me abaixei e peguei a lata, colocando força ao segurar na ponta. Era apenas uma lada de milho vazia, mas, para mim, pesava quase 20 quilos, já que a alma puxava o corpo consigo.

    Observei cada passada do homem que se aproximava, então joguei a lata em sua direção. Ele a chutou, ela rolou rua abaixo, mas eu não tirei minha mão do caminho a tempo. Sua perna colidiu em mim, gritei ao sentir um choque rasgando meu braço. Repeliu-me com tanta força que eu rolei vários metros. Lutei para ficar de pé, lembrando de uma vez que fui lançada duas vezes, pois focara mais na dor do que na direção em que o mortal estava indo.

    O homem de negócios não estava descendo o beco, mas pelo menos tinha parado de andar. Ele espiou o carro parado nas sombras. Eu também olhei. Taylor ainda pairava sobre Alec. Era difícil de ver que Alec estava lá.

    — Olá? — a voz do homem ecoou no momento em que chamou.

    Taylor despertou imediatamente. O homem deu alguns passos cautelosos. — Está... tudo bem aí?

    Taylor deu a volta, entrou no carro de Alec e dirigiu pelo beco. O homem de negócios ficou onde estava e piscou.

    — Vá me frente — eu disse, apesar de ele não poder me escutar. — Vá lá e ajude-o.

    Finalmente, ele começou a andar novamente. Eu agarrei meu braço direito e segurei-o junto ao meu corpo. Estava dormente desde meus dedos até o ombro. Eu conseguia sentir queimando no meu pescoço também. Segui o homem. Ele arfou ao ver Alec e correu até seu lado.

    Eu me desloquei e ajoelhei do outro lado. Parecia que ele não conseguia mais me ver. Seu foco estava voltado para o homem que tinha tirado o celular e estava ligando para a emergência.

    — Sim. Tem um homem aqui. Parece que ele foi baleado — ele pausou. — Hum, no peito. Sim, tem muito sangue. — Pausa. — Eu estou... em Ballard. Não tenho certeza de onde. Eu geralmente não...

    Alec agarrou o terno do homem com a mão cheia de sangue. — El... Ellie — ele cuspiu. — Ajude... Ellie. — Ele respirou profundamente e sua cabeça voltou ao chão, uma expressão de dor preenchendo seu rosto. O homem de terno ainda tentava explicar onde estavam em Ballard.

    — Me... escute. — Alec agarrou-o com mais desespero.

    Se eu fosse estúpida, socaria o homem na cara. Mesmo que ele não fosse sentir nada, eu certamente sentiria. Mantive minhas mãos para mim mesma.

    Alec lutou para dizer alguma coisa. Era sua última chance de falar com uma pessoa viva, e o homem de negócios estava muito distraído para escutar.

    Ele colocou a mão no alto-falante do celular para dar um rápido e inútil encorajamento: — Aguente aí, amigo. Teremos ajuda. —  Então, voltou a falar no celular.

    — Por favor. — A mesma palavra que ele tinha dito para mim, mas não despedaçou minha alma como antes. Ele me implorou para salvar sua vida, mas eu havia falhado.

    — Ei!

    Eu pulei.

    Aquele palavra saíra da boca de um fantasma. Eu podia perceber a diferença do tom de voz de um mortal e do tom de voz de um fantasma. Espíritos soavam mais claros, mortais mais abafados, como se falassem com a mão na boca. O corpo estava entre mim e o som.

    Eu me inclinei e olhei ao lado do homem de terno para ver dois fantasmas — um homem e uma mulher — parados no final do beco. O homem colocou um dedo na lata.

    — O que é isto?

    Eu levantei e andei para o outro lado. Os fantasmas seguiram.

    Porcaria. Eu estava em apuros.

    CAPÍTULO DOIS

    Eu chequei minha retaguarda quando alcancei o outro lado do beco. Os fantasmas andavam rapidamente, então eu virei à esquerda e comecei a correr, ainda segurando meu braço. Entrei na próxima ruela e os vi na esquina antes que eu pudesse sair de vista. Eles também estavam correndo agora.

    Eu geralmente era rápida, mas o peso morto que era meu braço dificultava a corrida. Os fantasmas iriam me alcançar. Não havia jeito de despistá-lo, então, virei na esquina e segurei minha espada. Meu braço direito não se moveu.

    Você está morta. Muito irônico, de verdade. Era verdade em muitos sentidos. Eu já estava morta, mas morreria de novo.

    Lutei para tirar minha espada da bainha com a mão esquerda, então tentei acostumar-me a sensação. A espada germânica longa que eu gostava tinha muitas vantagens. O peso não era uma preocupação no pós-vida, já que tudo era feito de água e ar. Sem a questão do peso, a espada longa transformava-se de uma poderosa arma lenta para uma que eu podia mover muito mais rapidamente. Era longa e rápida, o que compensava meu corpo, baixo e de braços curtos. Dava um nivelamento na batalha quando eu estava lutando contra homens.

    Normalmente, era uma arma de duas mãos, mas minha mão direita não participaria da luta de modo algum e eu era praticamente inútil com minha mão esquerda. A única esperança que eu tinha era surpreender os fantasmas quando eles virassem a esquina.

    A mulher chegou primeiro, e eu golpeei em seu peito. Ela se desfez em água e em um pós-fantasma tão pálido que eu quase não o notei. O homem gritou em fúria e sacou sua espada enquanto virava a esquina. Eu me esquivei do seu primeiro golpe e do segundo que veio logo em seguida.

    Outro ataque veio em um movimento de corte. Eu o bloqueei, mas não consegui segurá-lo. Sua lâmina cortou meu ombro esquerdo, e eu fui ao chão para impedi-lo de arrancar meu braço. 

    Eu o chutei no joelho e levantei-me novamente. Meu ferimento ardeu, e sangue rosa-claro molhou minha blusa.

    Eu ataquei. Não havia esperança de dominá-lo, e eu não poderia derrotá-lo se ficasse constantemente na defensiva. Minha única esperança de sobreviver seria matá-lo primeiro.

    Uma investida de sorte cravou minha espada em seu bíceps, mas isso apenas o deixou mais irritado. Eu estava me cansando rápido. Não tinha como vencê-lo.

    — Pare — eu gritei. — Eu não fiz nada de errado.

    — O pós-morte é eternamente silencioso. — Ele me atacou novamente.

    Ele era um Adie. Claro. Pelo menos metade dos fantasmas do Noroeste pertenciam ao culto que reforçava a separação entre os dois estados de existência. Aqueles do pós-vida não comunicavam com os vivos. Se alguém tentasse transcomunicação entre os estados, os Adies entendiam como seu dever matar esses pecadores. Aquela era a intenção do homem com quem eu lutava, eu tinha certeza. Eu me xinguei por ter tentado salvar a vida de Alec. Eu tinha feito uma promessa. Eu tinha que sobreviver no pós-vida por mais um tempo.

    O fantasma atingiu minha espada com força, e eu a derrubei. Nunca houve um som tão alto e tão aterrorizante quanto o da minha espada retinindo no chão. Era o meu game over. Eu mergulhei para escapar de um golpe, depois rolei para a direita enquanto ele apontava sua arma para baixo. Eu não poderia brincar de queimada com uma espada para sempre.

    Eu procurei por minha arma, esperando que de alguma forma pudesse ir para perto e pegá-la. Ali estava. Embaixo de um sapato que parecia ser muito caro.

    — Damien — disse o homem que estava pisando na minha espada. — O que está acontecendo aqui?

    O fantasma que estivera tentando me matar — Damien, eu deduzi — parou. Ele deu um passo para trás e olhou para o recém-chegado, e eu fiquei de pé rapidamente, sentindo-me exposta.

    — Transcomunicação entre estados, Keller.

    Então aquele era William Keller. Eu ouvi falar sobre ele. Ele era o líder dos Adies na região de Seattle. Podia melhorar ou piorar a situação que já estava terrível. Ao menos ele tinha impedido Damien de me matar.

    — Como foi a transcomunicação? — Keller perguntou.

    — Uma lata parcialmente morta. Ela a jogou no caminho de um mortal para que ele a chutasse.

    Estreitando seus olhos castanhos, Keller franziu o cenho para mim. Roçou a mão no rádio que estava preso em seu cinto. Seu cabelo loiro e ondulado, era na altura dos ombros e brilhava ao encontrar seu terno preto de negócios que fora feito sob medida. Caro. O terno por si só custaria uma fortuna, mas feito sob medida deve ter sido ainda mais caro. Era difícil de ver a costura. Eu era bem rica para um fantasma, mas todo o dinheiro que eu havia acumulado não poderia pagar por suas meias, se eu as quisesse. 

    — Você sabe que transcomunicação com vivos é contra a lei, não sabe?

    — A lei? — debochei. — Aqui é o pós-vida.

    Eu tinha um amigo que dizia que o pós-vida é como se um filme de faroeste e uma feira medieval tivessem um filho feio. Não haviam leis no pós-vida, igual no Velho Oeste, mas a arma escolhida era a espada. Armas não funcionavam no pós-vida, e arcos e flechas eram muito frágeis.

    — Sim. Aqui é o pós-vida, e, graças a nós, agora aparenta certa ordem.

    — Graças a vocês existe mais uma razão para que um fantasma mate outro.

    Os lábios de Keller se curvaram. —

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