Batalha Espiritual

De Márcio José Pinheiro

Batalha espiritual trata-se de um movimento em que se coloca ênfase no conflito de natureza espiritual entre a igreja de Cristo e seus membros, contra as forças de Satanás e seus anjos. Esse movimento acabou dando força a um tipo de ministério, cujo objetivo está centrado na expulsão de demônios e na libertação das pessoas afligidas ou supostamente afligidas por demônios, não apenas em nível espiritual ou físico, mas também em nível moral e mesmo geográfico. O que a Bíblia diz a respeito? Qual o papel do cristão na batalha espiritual? Quais as estratégias básicas para derrotar Satanás? Repreender, amarrar ou determinar é eficaz? Demônios territoriais existem? Estas e muitas outras questões serão respondidas ao longo dessas páginas.

• Idioma: Português
• Editora: Clube de Autores
• Data de lançamento: 23 de jan. de 2024

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MÁRCIO JOSÉ PINHEIRO

Batalha espiritual

Márcio José Pinheiro

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Batalha espiritual

Impresso no Brasil

Belo Horizonte/MG

Copyright © 2024 Márcio José Pinheiro

Todos os direitos reservados.

ISBN: 978-65-00-91990-5

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Sumário

Batalha espiritual – O que a Bíblia diz? ........................................ 3

A batalha espiritual na Bíblia ........................................................ 9

O que nos ensina Efésios 6,10-20? .............................................. 20

Fomos criados para ser ministro de Deus .................................... 33

O papel do cristão na batalha espiritual ....................................... 41

Satanás e suas estratégias ............................................................ 53

Fatos que devemos saber sobre os inimigos ................................ 61

A batalha espiritual ocorre ao nosso redor .................................. 68

Prepara-se para a batalha ............................................................. 73

Equívocos sobre batalha espiritual .............................................. 79

Demônios territoriais ................................................................... 88

O que fazer quando estamos sob ataque espiritual? .................... 96

Satanás tem direito sobre o justo? ............................................. 104

Pode Satanás incutir ideias em nossa mente? ............................ 114

Milagres acontecem porque Deus existe ................................... 127

O tempo de Deus para sua libertação ........................................ 138

Satanás deseja esfriar o nosso amor por Deus ........................... 146

Repreendendo Satanás ............................................................... 151

Estratégia básica para derrotar Satanás ..................................... 167

Conclusão .................................................................................. 175

Referências bibliográficas ......................................................... 181

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MÁRCIO JOSÉ PINHEIRO

Sobre o autor .............................................................................. 183

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Batalha espiritual – O que a Bíblia diz?

grosso modo e colocando em palavras bem simples, batalha espiritual como o próprio nome Ajá sugere, trata-se de um movimento em que se coloca ênfase no conflito em que a igreja de Cristo e seus membros, se encontra em uma batalha de natureza espiritual contra as forças de Satanás e seus anjos. Isso quer dizer nada mais, nada menos, que seja um tipo de conflito não físico, mas espiritual que os servos do Deus Altíssimo enfrentam durante as suas vidas cristãs, contra as forças das trevas.

Em outras palavras, podemos acertadamente entender que batalha espiritual, acaba sendo a luta que se trava contra tudo aquilo que nos afasta de Deus. É necessário entender e não podemos esquecer disso, que esse conflito é de natureza espiritual, quanto aos métodos, armas e estratégias. Obviamente e em termos bíblicos, por se tratar de uma batalha de cunho espiritual, não nos encontramos em luta contra carne ou sangue, mas contra principados e potestades. Salientando que a expressão batalha espiritual, ao contrário do que alguns cristãos possam afirmar, essa expressão não aparece na Bíblia. No entanto, mesmo que essa expressão não esteja na Bíblia com todas as letras, isto não quer dizer que o conceito de batalha espiritual, esteja ausente nas Sagradas Escrituras.

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Esse movimento, de alguma forma, praticamente acabou dando força a um tipo de ministério, cujo objetivo está centrado na expulsão de demônios e na libertação das pessoas afligidas ou supostamente encontram-se afligidas por demônios, seja elas cristãs, simpatizantes ou pertençam a outra religião, que aceite ou necessite de algum tipo de intervenção, não apenas em nível espiritual ou físico, mas também em nível moral e mesmo geográfico.

Ao contrário do que se possa pensar, ao lermos toda a Bíblia, perceberemos que biblicamente, a batalha espiritual é uma realidade e, por este motivo, seria um grande erro subestimar ou ainda supervalorizar, crendo que tudo o que acontece ao nosso redor, é uma batalha a ser vencida. A ênfase que alguns cristãos dão a batalha espiritual, deve-se ao fato de eles considerarem que, como seres humanos, todos temos três grandes inimigos em potencial e devemos estar em constante vigilância.

O primeiro grande inimigo que é de entendimento comum dos cristãos, é Satanás, a antiga serpente. Esse entendimento, tem por base as palavras de Jesus, que se encontra descrito em Jo 10.10:

"O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância". Estas palavras de Jesus, nos leva a dizer que é uma descrição do próprio diabo, bem como de falsos pastores e profetas que vem sendo inspirados por ele.

O segundo grande inimigo que é apontado, sendo esse inerente a todo ser humano, é a nossa velha natureza pecaminosa que herdamos de nossos primeiros pais. A dura realidade que algumas pessoas tendem a negar, é que todas as pessoas, com 4

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exceção de Jesus Cristo, herdaram o pecado de Adão e Eva, mais especificamente de Adão. Desde então, o pecado tem sido passado de geração a geração e, como descendentes de Adão, naturalmente, herdamos o pecado dele.

Esta verdade encontra-se expressa na epístola aos Rm 5.12

que diz que através de Adão, o pecado entrou no mundo, e devido a isso, a morte foi passada a todos os homens. Mas graças a grande misericórdia e amor de Deus, Ele em sua infinita sabedoria, providenciou deste antes da eternidade, aquele que poderia nos salvar do pecado, Jesus Cristo, o próprio Deus encarnado. Desta forma, podemos dizer que nosso pecado foi crucificado na cruz de Jesus.

Em Cristo, temos a redenção pelo seu sangue: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor da glória de sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado, no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça" (Ef 1.3-7).

Essa redenção também se encontra a disposição de todo aquele que se arrepender e confessar seus pecados a Deus: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós" (1 Jo 1.9,10).

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O versículo nos diz que se confessarmos nossos pecados a Deus, Ele nos purifica. Isto quer dizer que o verdadeiro cristão, não procura esconder ou justificar os seus pecados, mas encara-o de frente, reconhecendo seu erro, arrependendo, confessando-os a Deus para receber da parte dele, perdão e purificação. Lembrando que o texto começa com uma condicional, a palavra se e, a palavra confessar, traz a ideia de declarar, admitir a nossa culpa.

Essa é a condição do perdão.

Reforçando a ideia, de que o pecado é descrito na Bíblia, como rebelião contra Deus (Dt 9.7; Js 1.18) e transgressão da lei de Deus: "Todo aquele que pratica o pecado também transgride a lei, porque o pecado é a transgressão da lei" (1 Jo 3.4). O pecado é uma transgressão da lei, porque ele é uma violação do padrão da santidade de Deus e do seu caráter perfeito. Salientando que o pecado propriamente dito, teve sua origem em Lucífer e todos temos a tendência para pecar e para o pecado, conforme Gl 5.16,17.

Por fim, é ainda apontado o nosso terceiro inimigo, o mundo: "Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno" (1 Jo 5.19). As Escrituras nos ensinam que o mundo jaz no maligno, mas isso antes de ser uma declaração negativa, é uma exortação. O mundo jaz no maligno, porque todos estamos debaixo da escravidão do pecado. Já dissemos que o pecado nos separa de Deus e, por causa do pecado, é que o mundo foi contaminado pelo mal. Devemos ter em mente que apesar da afirmação do mundo jaz no maligno, isto não quer dizer que o mundo pertence a ele.

Entretanto, é bom enfatizar que mesmo assim, damos graças a Deus, porque o diabo não tem poder absoluto sobre o mundo. Isto é uma prerrogativa exclusiva de Deus, que continua 6

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sendo soberano sobre todas as coisas. Por este motivo, mesmo que o mundo esteja aparentemente sob influência do diabo, somente Deus, através de Jesus Cristo, pode nos livrar do poder do diabo e do pecado.

Nessa linha de raciocínio, podemos inferir que esses três grandes inimigos (Satanás, nossa natureza pecaminosa e o mundo), podem atuar na vida das pessoas de forma isolada ou não. Devido a isso, é um ledo engano culpar Satanás por tudo de ruim que acontece em nossas vidas. Lembrando que também somos moralmente culpados por nossos atos e, consequentemente, da mesma forma, sofremos as consequências de nossos atos, mesmo que sejamos influenciados e ou tentados.

Em relação a esses três grandes inimigos apontados, devemos entender o que a Bíblia nos orienta que devemos fazer em relação a isso. Em primeiro lugar, devemos como cristãos, resistir ao diabo e ou as suas investidas, conforme Tg 4.7, rejeitando as suas mentiras, declarando a verdade contida na Bíblia e nos submetermos a vontade de Deus. Em segundo lugar, apesar de vivermos no mundo e fazermos parte dele, não somos do mundo (Jo 15.15).

Isto significa que apesar de estarmos no mundo, o mundo não deve estar em nós. Em outras palavras, isso quer dizer que não devemos amar o mundo, a ponto dele se tornar nosso amigo e nos contaminar. Um cristão pode se tornar amigo do mundo (Tg 4.4) e se contaminar gradativamente (Tg 1.27), o que nos leva na conformação com o próprio mundo (Rm 12.2) e, resultando na própria condenação com o mundo (1 Co 11.32).

O problema reside na amizade e contaminação do mundo, 7

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é que biblicamente falando, ter amizade com o mundo, é visto como uma espécie de adultério espiritual, visto que, não podemos ser amigos do mundo e ao mesmo tempo ser amigo de Deus. A sedução do mundo, pode nos contaminar aos poucos e nos conduzir lentamente para uma vida espiritual de desastre. É preferível, ao invés disso, escolher obedecer a Deus do que se contaminar com o mundo e seus padrões (1 Jo 2.15-17). Isto porque com a encarnação de Cristo, passamos a viver uma nova era e o próprio Jesus nos disse que não somos do mundo, apesar de estarmos nele.

Por fim, como novas criaturas nascidas em Cristo Jesus, devemos mortificar a nossa velha natureza, isto é, devemos procurar mudar nossa mentalidade, os nossos pensamentos, atos, quebrar o nosso coração de pedra e submeter tudo a Deus, para que a sua divina vontade, se torne a nossa vontade (Rm 12.2; 2 Co 10.4,5). Ser nova criatura, é ainda fazer parte da Igreja de Cristo e, enxergar o mundo sob uma nova perspectiva, diferente do entendimento comum. Lembrando que nos dias atuais, a geração mais jovem, não querendo aqui generalizar, em certo sentido, infelizmente ama mais a si mesmas que a Deus e buscam mais a satisfação pessoal que espiritual.

Felizmente, muitos cristãos hoje, seja ele jovem ou mais idoso, tem conhecimento dessa realidade que vivemos. Por este motivo, eles procuram se esvaziar de si, discernir a vontade de Deus para a sua vida, obedecendo a sua divina vontade, porque as suas mentes, ações, desejos e vontades, não estão impregnadas com os padrões mundanos. Eles estão dispostos a se renderam ao Senhor.

Suas mentes estão renovadas e conformadas com a vontade de Deus revelada em sua Palavra.

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A batalha espiritual na Bíblia

omo

mencionado

anteriormente,

não

encontraremos com todas as letras, as palavras Cbatalha espiritual na Bíblia. Esta é uma expressão teológica que procura descrever o conflito da vida cristã, que em certo sentido, reforça ainda, a ideia de estarmos enfrentando uma luta épica contra o príncipe deste mundo e seus anjos, contra principados e potestades.

Apenas por curiosidade, fizemos uma pesquisa sobre o significado da palavra principados e potestades. Assim, apresentamos seu significado de acordo com o Dicionário Online de Português: Dignidade de príncipe. Território cujo governo pertence a um príncipe ou a uma princesa. [Teologia] Terceiro coro dos anjos. Para potestades, o mesmo dicionário relata ser

"qualidade ou condição de quem manda, de quem exerce domínio sobre algo; potência, força, poder. Indivíduo cujo poder e riqueza o tornam soberano de uma nação; potentado. [Religião] Ser de poder absoluto, supremo: as potestades gregas; Deus, divindade.

Substantivo feminino plural Potestades. Os anjos que fazem parte da sexta hierarquia".

O que queremos apontar com tal definição, é que apesar de muitos cristãos falarem ou mesmo citarem essas duas palavras, 9

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muitos não tem conhecimento de seu real significado. De acordo com seus significados, podemos certamente dizer que por principados e potestades, são tidos como uma espécie de governantes ou líderes. No entanto, alguns eruditos preferem utilizar os termos poderes, autoridades, ao invés de principados, potestades.

Mas o que não podemos deixar passar, é que por traz dessas palavras, nos remete a dizer que por potestades, podem também ser pessoas que exerce um tipo poder e ou autoridade sobre outras pessoas, seja no campo político ou espiritual. Já por principados, podemos dizer que normalmente a própria palavra nos faz lembrar sobre autoridade exercida pelos príncipes em eras passadas ou mesmo, por um território ou reino governado por algum príncipe.

Independentemente disso tudo, o fato que teologicamente e seguindo essa linha de raciocínio, diremos que a Bíblia nos apresenta dois tipos de principados e potestades. O primeiro tipo de principados e potestades que a Bíblia nos apresenta, são espirituais e, o segundo, os principados e potestades de origem humana.

Não temos como objetivo fazer uma declaração minuciosa desses dois tipos, porém, sucintamente diremos em relação aos principados e potestades espirituais, tanto anjos como demônios (para não dizer anjos caídos), possuem hierarquias. Isto está bem expresso nas palavras do apóstolo Paulo quando escreveu aos Colossenses: "P ois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos sejam soberanias, poderes ou autoridades; todas as coisas foram criadas por ele e para ele" (Cl 1.16, NVI).

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Contudo, a Bíblia também relata que alguns anjos juntamente com Lúcifer, se rebelaram, onde também nos diz que o diabo se tornou o príncipe desse mundo (Ef 2.1,2). Mas a graça de Deus superabundou e na cruz do Calvário, Jesus venceu todo principado e potestades: "Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões e cancelou a escrita de dívida,