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Meus Mundos
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E-book122 páginas2 horas

Meus Mundos

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Sobre este e-book

Crônicas sobre vários assuntos relevantes no mundo moderno.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento26 de mar. de 2024
Meus Mundos

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    Meus Mundos - Naylor Carvalho

    Meus mundos

    istockphoto-504568483-612x612 capa de meus mundos

    Crônicas – Volume I

    Naylor Carvalho

                  Bom Jesus dos Perdões – SP – março - 2024

    Escrito, revisado, formatado e diagramado pelo

    autor

    Dedico este trabalho a todos que sempre estão ao meu

                        lado quando bate a solidão

                    A culpa é da Janete

    "TIRANIA? REBELDIA? OU FOI A JANETE CLAIR QUE FEZ A

    CABEÇA DESSA MULHER?"

      (Carlinhos Vergueiro)

              Estão acontecendo coisas boas na minha vida. São coisas sem grande valor na escala da tão falada e perseguida felicidade. Podem falar o que quiserem da felicidade, todos tem direito a opinar em um assunto tão interessante, que é essa cuia cheia de ouro, que, ou é falso ou já tem dono. Não alteram minha vida tanto que eu nada mais busque, e não me faz exatamente um sortudo, um agraciado, talvez. Pequenas graças sempre estão por perto de grandes catástrofes humanas — pra não dizer desgraças. Não gosto muito de usar essa palavra. São os ecos de minha infância proibitiva e vivida sob os rigores das leis e normas que proibiam tudo, apesar da liberdade que tudo me permitia. Falar desgraça, por exemplo, era/é pecado, mas bolinar as priminhas atrás de rodas de caminhão naquela época, — me parecia tão maiores do que realmente eram as priminhas —, ah, isso não era proibido porque era feito às escondidas. Como eu pratiquei tal liberdade.

              Penso que as pequenas graças se avizinham das grandes desgraças, para cauterizar as feridas causadas pela fatalidade. Assim nos enganam: Fazendo-nos ingerir quilos de alimentos podres e nos entupindo imediatamente com purgantes que nos fazem cagar até os intestinos, e então, aliviados, vemos para nossa surpresa, o quanto somos dependentes das pequenas doses de graças e de purgante. E o engraçado é que enquanto acontecem esses pequenos consolos, os grandes males ainda permanecem lá, bem à vista, mas toda nossa atenção parece milagrosamente voltada para as coisinhas boas, como a promessa de uma cópula para o dia seguinte, por exemplo. Questiono-me: De que vale uma foda por melhor que seja a mulher e a foda, se conhecemos essa mulher a apenas dois dias e ela nos acha maravilhoso e desejado; se a mulher com quem vivemos por dez longos anos agora nos despreza e nos acha nojento e indesejável. Fodam-se as duas: a senhora honesta e distinta mãe dos meus filhos, e a nova promessa de vida de uma putinha qualquer, que de repente pode virar, se transformar na próxima esposa e mãe respeitável dos novos futuros rebentos, antes de, também ela, meter o pé no meu cu. e me jogar no mesmo buraco onde estou ou estava. Não sei bem que termo usar. Se usar estou, pouco farei nesse encontro lascivo, e se usar estava, não há merda nenhuma que possam fazer comigo no futuro, que possa ser comparável ao presente que vivo.

              Mas estou alegre e agradecido cada vez mais, à medida que tudo que amo escapou das minhas mãos como um sabonete escorregadio que para minha revolta sempre busca o ralo, e meu banho é mais um banho incompleto e frustrante. Vou lhes falar uma coisa: hoje em dia falta no mundo mais sabonetes e menos ralos, além, é claro, mulheres mais decentes. E quando falo decentes, quero dizer simplesmente, mulheres. Aquelas das quais sentimos tanta saudade e que um dia enfeitaram nossas vidas felizes. Bem longe das lições infelizes ministradas pelos desgraçados e desgraçadas que escrevem essas malditas novelas que se põem a altura de ditar costumes, moda, comportamentos, além de dar conselhos definitivos a esses montes de bundas e peitos que nada mais tem de feminino. São apenas corpos sem vida, sepultados num sofá, aprendendo como lidar de verdade com esse monstro chamado homem.

              O homem é, talvez, o único animal que chega bem perto de pensar. Essa condição o transforma num perfeito idiota, quando ele percebe que pensar por pensar, é uma punheta sem clímax. E mesmo sendo essa prática uma humilhação no mundo de hoje — cheio de possibilidades reais de um encontro verdadeiro, com beijos, carinhos excessivamente românticos e penetração satisfatória —, ainda assim é apenas um fenômeno natural como acordar e soltar um peido, mijar como todo homem saudável, e começar a reclamar da vida até o final de mais um dia.

              As mulheres? Bem, essas estão muito bem, obrigado. Como desde sempre, o motivo das conquistas e causa principal da espetacular escalada rumo ao sucesso. Nenhum imbecil, por mais cretino que seja, pode pensar que exista outro motivo por que tanto se mata, se morre, se arrebenta na vida sem graça que se tem. Se no final não tiver aquela coisa cor de rosa sorrindo e piscando, pedindo para ser penetrada, nada vale porra nenhuma. A mulher é a mola propulsora do mundo. E como se não bastasse, ela sabe disso, usando e abusando do seu status de mãe e dona das chaves que dá luz a todo movimento no mundo. E, meu amigo, é foda! Não dá pra escapar dessa. Principalmente quando elas começam a botar em prática o que sempre souberam, desde que Eva deu a maçã para o coitado do Adão.

              Hoje em dia as coisas estão feias para o lado dos machos Alfa. Pica pode ser facilmente substituída por um bom vibrador, com a vantagem de não fazer tanta sujeira. A independência da mulher, e sua colocação no lugar que sempre lhe foi de direito, é uma porrada na boca do estômago de qualquer cidadão de bem, pagador dos seus impostos, com direitos que ele achava adquiridos e irrevogáveis desde sempre.

            Surpresa caros colegas e farras, coitos, casamentos e separações desastrosas que só faltam levar nossos sentidos. Dinheiro já não é o suficiente. Elas querem é ver sangue; o nosso sangue.

              A culpa? Ah, só pode ser da mulher do Dias Gomes, aquela novelista cruel que ensinou o pulo do gato para duas gerações, no mínimo, de senhoras esfomeadas e destruidoras de qualquer tesão. Satisfeita, dona Janete?

                                      A POESIA

              Eu não sei mais onde procurar poesia. Já procurei dentro de mim, em todos os labirintos do meu coração e mente. Tudo que encontrei foi um punhado de amargura, não era o que eu queria encontrar. Queria alguma coisa alegre para a alma e leve para o corpo.

              Forcei os músculos, os nervos cansados do meu coração, tentando encontrar neste final de tarde de céu azul, motivo pra enganar um bobo que bate, também tentando me enganar que seu pulsar é poesia... Tum... Tum... Tum... (uma engasgada), Tum... Tum... — como quem está me querendo forçar a dar ritmo à sua melodia monótona, plagiadora e necessária à vida, tanto quanto a poesia para minha felicidade — mas que, quando ouço, me parece a mais bela das sinfonias.

            Ah, coração. Centro e culpa dos amores e das despedidas; sorriso de uma criança, e lágrima de um moribundo que desejava retardar o seu relógio, mesmo que por poucos segundos, para apenas ouvir seu tic tac, se enganando que viveria para ver mais um dia.

            Por que tanto temo o fim de sua companhia, e apresso ao mesmo tempo, o teu fim com minhas manias? Forço inconscientemente a cada cigarro que acendo, a cada gole de cachaça que enfio garganta abaixo. Será que sei no fundo que estamos cá neste mundo para sofrer ou nos enganar que seremos felizes; ou no fundo, só não queremos mais viver sem ter onde e como achar poesia?

            Ah, poesia. Se tu me considerasses porta voz da tua grandeza, farias de mim um conformado desses que tudo sabem e não são tristes nem alegres; apenas doam sua vida ao ar e ao momento, não se deixando enganar com as aparências da paz e da guerra; do amor e do ódio; da alegria e da tristeza; da vida e da morte. E se minha voz fosse privilegiada e eleita por ti, oh música, para traduzi-la aos surdos, esse bolo na minha garganta não seria adversário para ti, e eu, alegre ou triste, cantaria simplesmente por causa do que existe.

                              A PRIMEIRA PEDRA                                   

                    "QUEM DENTRE VÓS NÃO TIVER PECADO

                    QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA" (J. Cristo) 

                Posso imaginar o que sentiram as pessoas prontas para esmagar Maria Madalena ao ouvirem a sábia ordem do mestre Jesus de Nazaré, naquele que, para mim, é o episódio mais tocante do Novo Testamento. Talvez nem tão emocionante quanto aquele em que ele ordenou a Lázaro que saísse de sua tumba. Com certeza, na cruz, nos deu o maior exemplo de amor e generosidade, quando pediu ao Pai que perdoasse seus assassinos e toda população sedenta de sangue, que dele se escarnecia com mórbido prazer. E bem sei que todos os milagres e ensinamentos estavam cheios de sabedoria sem igual, e que de sua boca saíram verdades nunca mais encontradas desde seu tempo, até os dias de hoje. Mas o que me toca naquelas palavras do divino advogado de Madalena, é o fato de que hoje, mais do que nunca, o mundo deveria ouvi-las, pensá-las e se envergonhar profundamente, deixando cair por terra suas pedras carregadas de ódio e hipocrisia.

                  Podemos ver claramente que o homem em nada mudou desde então, no que diz respeito à sua recusa de tirar a trava do seu próprio olho, antes de querer tirar o cisco do olho do seu próximo.

                  A autoridade usada pelo Mestre naquela ocasião foi tão grande quanto a sua sabedoria.

    Profundo conhecedor da alma humana, de suas fraquezas e dos seus medos mais escondidos, Jesus escreveu ali a maior das leis para possibilitar a convivência entre os seres humanos. Essa lei, porém, tão conhecida e sentida na carne dia a dia pelos homens,

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