Esquisito Volume Dois
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Esquisito Volume Dois - Arlindo Ferreira Dos Santos
Arlindo Ferreira dos Santos ESQUISITO.................VOLUME DOIS
VOZ DE VOLTA
Quando se pede pra voltar
É porque algo de errado aconteceu, E o conceito sabido não foi,
Nem que se note como tal,
Por mais que as consequências
Digam que foi um erro previsto.
Quando pra voltar algo se pede
É porque alguma mágoa ainda paira
Sobre o mundo e na vida,
Não pode recuar quando a injustiça Se fez presente numa despedida,
Mesmo que esta já estivesse
Desgastada de emoções conjunta.
E pra voltar se deve mudar,
Os carinhos foram expostos
Ao esquecimento da distância,
O mesmo calor que sempre se deseja Já não queima na próxima aproximação, E tudo o que o acaso precisa
É a aceitação de volta.
Quando a volta é esperada,
Pelo lado da injusta voz,
O céu é um mar azul, até colorido,
Aquele vidro quebrado traz a transparência Que os sentimentos não tinham
Antes do arrependimento futuro,
E a maldade alegre do passado
Quer que o destino junte o conjunto O qual ela o destruiu e às vezes dá certo, Desde que o injustiçado aceite a voz de volta.
PARADA NO TEMPO PAIRANDO
(Lagoa Verde/Massaranduba/Lagoa de Pedra) Há mistérios nas terras de Lagoa Verde, Nas árvores existe tristeza,
Aqueles caminhos tranquilos e sinceros São mais do que simples trilhas,
Eles carregam o movimento singular, Há um passo aqui e outro ali
E o caminho se transforma em estrada.
Os pássaros procuram sua habilidade, Outros animais necessitam voar,
Mas o que segue não voa,
Só correm em busca de salvar
O ambiente particular da mata,
Único na região entre duas vilas.
As pessoas alheias podem não saber A grandeza da importância de lá,
Mas quem é de lá e não de cá
Sabe sobreviver e respeitar
Do simples mato qualquer até
A grande sombra da pitombeira, Passando por baixo dos juazeiros
E cajueiros no pomar ao ar livre.
Lagoa Verde do verde natureza,
Massaranduba da minha estrutura,
Lagoa de Pedra de coração humano,
A tríplice divisa dos sentimentos, Puritana terra sem progresso,
Sem poluição moral da distância,
E o mais importante, continua a mesma, Verde e triste, limpa e fria,
Parada no tempo para recordar.
NÃO PUDE FAZER O QUE TINHA VONTADE
Imortal numa foto você ficou, É inexplicável o seu semblante,
A sua mágica figura ao sol,
Tudo o que de mais natural existe
E se existe é porque você é real,
A realeza do meu mundo,
Tudo o que o mundo mandou pra mim.
Talvez tenha tentado me humilhar,
No frio daquela noite gélida
E na frialdade dos seus sentimentos, Mas não me conheceu o suficiente
Para saber que não me intimido
Por fatos irrelevantes seus,
Mesmo que estes tenham me deixado
Triste, por pensar que sou e que fui Indesejado quando me aproximei.
Quando alguém não quer a presença
De um outro, simplesmente,
Se pede para se afastar,
E não foi o que aconteceu, o que ouvi, Mas não tem nada não, nada posso fazer, A não ser continuar tentando,
Porque ainda haverá outro incentivo Me permitindo e aceitando um beijo meu.
Uma grande chance de se aquecer comigo, A foto fictícia futura se rasgou,
Companhia que se entristeceu por motivos Reais e acima de tudo injusto,
Você não precisava agir daquela maneira, Era só dizer pra mim que me fosse
Pois sei quando não sou desejado.
CALCANHAR-DE-AQUILES*
Como que a vida me nega as coisas!
Eu já não quero mais sonhar com nada, Porque sei que não vai adiantar,
Tudo o que não acontece comigo
É fruto de um destino sem igual,
Sem muito para se esperar.
Já não é mais necessário incentivo, Nem ter uma boa conduta sempre,
Ter o bem moralmente ao meu lado,
Nada tem o valor devido perante o real, Muito menos seguir a vida sem fazer nada De maldade para a natureza,
Isso quando é pra valer separar
Sou deixado de lado no quesito,
Uma pessoa merece alegria no viver.
Não tenho isso já a muito tempo,
Ou melhor, jamais tive esse tal conceito E nunca fui escolhido quando se espera Alguma pessoa do bem chegar,
Por tudo o que já fiz eu esperava
Ser o escolhido dentre os muitos,
Que eu sei, fizeram muito mais
Maldade nos dias que antecederam a escolha.
O que se passa e o que se pensa De mim escrito por mim mesmo
Nada mais é do que a tristeza
Que tenho ao descobrir que sou capaz Mas não posso desfrutar da alegria, Pois toda a sinceridade presente em mim É o que me impede de ser desinibido.
*(A MINHA SINCERIDADE É A MINHA FRAQUEZA) FATO ESCRITO
Uma vez me disseram que eu ia ser pai, Mas eu tinha quase a certeza que não, Os fatos que estavam presentes
Me diziam isso e muito mais,
Tudo estava ao meu lado, nem o amor Pela mulher que me escreveu,
Nem ela teve a coragem de me olhar Muito menos falar pra mim,
Só me escreveu e a carta guardo comigo.
O que rolava entre a gente era desejo sexual, E num destes algo alheio a nós,
Sumiu diante dos meus olhos,
Dentro do sexo feminino seu,
Tal surpresa me rendeu o aviso,
O dito fato, o primeiro que uma mulher Me disse que eu podia ser pai.
E tornou-se notório, Deus sabe,
Se foi verdade, se eu fui culpado,
Mas não sou inocente no mundo, Tudo de bom que rolou entre dois corpos A possibilidade sempre existiu,
Não fugi, apenas me afastei do fato, Não menti, só desconfiei da realidade.
Poucas vezes eu tive este medo,
Não tive a certeza de amar aquela mulher, Talvez por isso eu soube da notícia Com grande receio, do fim ao meio, E o início de uma paternidade
Me disse muito, tudo o que posso fazer É com esta incerteza continuar a viver.
VERO VESTÍGIO
Os meus desenhos são alegres, Tanto em cores como em preto e branco, Numa tristeza rara e sempre
Como a minha vida me mostra,
Na prerrogativa que me deu
Quando eu descobri que tinha talento Para colocar nos papéis do mundo.
Só posso ter pena de mim mesmo,
Pois no meu inóspito ser
Não posso hospedar um talento maior, Aquele que todos aplaudem,
O diferencial da obra de arte,
Mas me orgulho em ser prosaico,
Arremedando as belezas deste mundo.
Sou mameluco, derrotado pelos preconceitos Na minha pirâmide particular,
Mas um