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A Incrível História de Benedicto Fausto:  e de seu irmão Persivaldo o Sonhador
A Incrível História de Benedicto Fausto:  e de seu irmão Persivaldo o Sonhador
A Incrível História de Benedicto Fausto:  e de seu irmão Persivaldo o Sonhador
E-book42 páginas27 minutos

A Incrível História de Benedicto Fausto: e de seu irmão Persivaldo o Sonhador

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Sobre este e-book

A Incrível História de Benedicto Fausto e de seu Irmão Persivaldo o Sonhador narra as desventuras de dois irmãos nordestinos. Persivaldo e Benedicto vivem no semiárido. O primeiro é um homem ligado à terra e afeito à sina das agruras de sua região. O segundo tem um perfil de relutância à sua sorte, e se revolta constantemente com a precária vida a que foi destinado. Até que um dia o destino coloca à sua frente uma chance de mudar essa vida: um pequeno mandacaru vermelho que se converte em um demônio matreiro (Mefisto), que propõe mudar os rumos do destino de nosso herói em troca de sua alma sofrida. Benedicto sucumbe à tentação e ruma em direção a São Paulo acompanhado por Mefisto, em busca de fama e riqueza. Mas, como nem tudo nessa vida tem um preço a ser pago, o amor surge no caminho de Benedicto, e dá um novo rumo a seu destino.
A dramaturgia foi concebida originalmente como roteiro em 2001 para o projeto de conclusão do curso de Rádio e TV da Unesp. Foi vencedor do Prêmio Expocom no XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação em Salvador, BA, em 2002. O texto remonta à lenda europeia do Fausto, homem que vende sua alma a um demônio. Goethe tornou a lenda famosa em todo o mundo após conhecê-la em livretos populares vendidos em feiras livres alemãs, que carregam certa similaridade com nossa literatura de cordel. A dramaturgia aqui apresentada, além da lenda de Fausto, faz referência a cultura nordestina, mitologia grega e narrativas de cavalaria.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento11 de abr. de 2024
ISBN9786553559561
A Incrível História de Benedicto Fausto:  e de seu irmão Persivaldo o Sonhador

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    A Incrível História de Benedicto Fausto - Luciano José Dami de Oliveira

    CENA 01

    Três rendeiras cegas (Parcas) entram em cena. Vestem trajes de renda alva que se confunde com as mantas que tecem. A mais jovem (Cloto) prepara o fio. A de idade mediana (Laquésis) tece a renda em um bilro. A mais velha (Átropos) segura uma tesoura, esperando para cortar o fio (que simboliza o fio da vida).

    CLOTO: (Falando enquanto fia). Lhe convido meu amigo para uma história escutar. Enquanto teço o meu fio nossa prosa vou começar. Conto a história de um homem talentoso por natureza. Que vendeu os seus dons depois de uma vida de dureza. Seu nome é Benedicto Fausto, e peço que você tente prestar atenção, para que o fio da prosa não arrebente por distração.

    LAQUÉSIS: (Urdindo a renda) Benedicto nasceu na seca, e com ela conviveu. Mas isso não lhe atrapalhou, esperto e forte cresceu. O analfabetismo nunca foi sua sina. Escrevia cartas para todos: o velho, a moça e a menina. Dá viola era o rei, para o repente tinha o dom. Poeta de coração puro era danado de bom.

    ÁTROPOS: (Brandindo a tesoura). Mas à seca ninguém resiste, sua alma corrompe. A amargura da pobreza o peito de Fausto rompe. A alegria de sua vida resseca com a vegetação. Dia a dia o sol a pino endurece seu coração. E a cada tristeza da sua gente, cresce a desilusão. Sua vida é de dor, no seu rosto tinge a solidão.

    Benedicto Fausto entra em cena. Carrega um violão nos ombros. Segura nas mãos uma pequena caderneta e um lápis. Ele escreve enquanto compõe um cordel.

    BENEDICTO: Não encontro em meu destino, um caminho pra trilhar. Homem nenhum nesse mundo tem futuro sem amar. Sei que em minha estrada a mais bela das mulheres me aguarda. E mesmo ainda não tendo visto, o brilho de seus olhos e o esvoaçar de seus cabelos. A ela pertence minha paixão, são dela todos os meus zelos. Mesmo sem tocar em sua pele macia, e sem provar da doçura de seus beijos, é dela meu coração, esse é meu mais puro desejo. Minha futura amada, minha flor vespertina, minha alma é sua, essa é minha sina. Minha alma é sua, por uma promessa em rima firmada. E lhe entrego no dia que decidir ser minha flor

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