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O Relato do Observador
O Relato do Observador
O Relato do Observador
E-book118 páginas26 minutos

O Relato do Observador

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Sobre este e-book

Nas páginas de O Relato do Observador, o autor aborda corajosamente os temas que muitas vezes assombram o ser humano, explorando o que está oculto, não dito e dissimulado na vida cotidiana. A obra mergulha profundamente em questões como o tempo, o acaso, a depressão, a dor, a política de sobreviver e a inevitabilidade da morte.
Este livro de poesia se destaca por sua abordagem metalinguística, fazendo uso de metáforas hiperbólicas, sarcasmo e intertextualidade para criar um universo literário rico e complexo. Os poemas refletem influências de diversos períodos da literatura, convidando o leitor a explorar e se conectar com o mundo subjetivo do poeta. O Relato do Observador é uma jornada poética que desafia e cativa, revelando as profundezas da condição humana.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento19 de abr. de 2024
ISBN9786525475226
O Relato do Observador

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    O Relato do Observador - Evandro Lessa

    A Dor é imortal

    A dor é tão velha que pode morrer

    Já dizia Chico Buarque de Hollanda,

    Mas a minha dor não quer entender

    O que a sua poesia manda.

    A minha dor é tão velha

    Que dói mais a cada ano que passa

    É como se fosse uma centelha

    Que incendiasse toda a minha carcaça.

    É uma dor, parece-me, eterna

    Que na minha poesia se externa

    E o meu destino cruel ela traça.

    A dor é tão velha que pode morrer

    Talvez, eu até consiga entender,

    Mas não a minha dor que me maltrata.

    À la carte

    Embolia

    No final do dia

    Ataque cardíaco

    À tarde

    Olhar maníaco

    Em toda parte.

    Epilepsia

    Com frente fria

    Cheiro de amoníaco

    Covarde

    Mundo, quase, paradisíaco

    À la carte.

    Abraço a dor

    Se abro os braços e abraço a dor

    E quando abraço a dor fecho os braços

    Há de se supor

    Quando abraço a dor

    Existe mais que a dor que abraço

    Quando encontro um novo amor

    Sigo seus passos

    Como quem traça, sensivelmente, um retrato

    Se o meu sonho tem algum valor

    Não vale mais que a dor que abraço.

    Meu Relato

    Sou poético e abstrato

    Meu relato é sem ironia

    Se tivesse que ser um ditado

    Preferia ser uma poesia

    Meu relato é abstrato

    É apenas uma fantasia.

    Aos domingos

    Aos Domingos, morre-se também

    Pergunte a qualquer das funerárias

    Não sei o que é do além,

    Mas minhas ,dores são várias.

    Já que insisto em ser perfeito,

    Não há coisa mais arbitrária

    Nem maior defeito

    Nesta busca solitária.

    É claro que há dor no peito.

    Mas, é que a dor é necessária,

    Pergunte ao Cristianismo

    Ou a qualquer pária.

    Então, empreste-me esta boca solidária

    Sem nenhum sentido, cheia de cinismo,

    Sem indumentária

    E com muito afinco

    Antes que chegue a funerária

    Nessas tardes de Domingo

    Solitárias!

    Augusto dos Anjos

    Nem mesmo o soar dos Banjos

    Nem as palavras que são tantas

    Não existe nada no mundo que desbanca

    A poesia de Augusto dos Anjos.

    Nem a sombra que faz o hemisfério

    A sanguessuga, infernal, no seu trabalho

    A vida, sem resposta, um mistério

    Acaso como as cartas do baralho.

    Que siga a fala mansa e seu

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