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Henry, Quebrando Padrões: Quebrando Padrões, #1
Henry, Quebrando Padrões: Quebrando Padrões, #1
Henry, Quebrando Padrões: Quebrando Padrões, #1
E-book286 páginas3 horas

Henry, Quebrando Padrões: Quebrando Padrões, #1

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Sobre este e-book

Da autora best-seller do USA Today, P. D. Workman!

“Você é um bom garoto, Henry.”

Todos sabiam que ele era um bom garoto; nerd, responsável, esforçado. Henry havia sido forçado a lidar com muitas coisas no passado. No momento em que deveria estar focado na escola, preparando-se para seu futuro, é impedido pelos abusos, pelo desafio de criar seu irmão, pela depressão profunda de sua mãe e por um fantasma do passado que ele fez de tudo para esquecer.

Porém, parece que Henry não consegue evitar o lado obscuro da vida. Por mais que ele tente, é um desastre atrás do outro e, cada vez mais, sua vida vai saindo do controle.

Será que Henry é capaz de escapar dessa escuridão, ou está condenado a ser consumido por ela?

⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️ Uma história emocionante, triste e intensa que vai mantê-lo preso nas páginas até o fim… P. D. Workman tem um dom maravilhoso.

Se você gosta de livros young adult contemporâneos, como John Green e Stephen Chbosky, dê uma chance para a série Quebrando Padrões, de P. D. Workman.

Da autora de Tattooed Teardrops, vencedor do Top Fiction Award, no Margins Committee, em 2016, este relato comovente da vida de Henry sendo envolta pela escuridão tocará seu coração e te desafiará a ver os jovens criminosos com outro olhar.

Comece sua jornada hoje mesmo!

IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de abr. de 2024
ISBN9781667473413
Henry, Quebrando Padrões: Quebrando Padrões, #1
Autor

P.D. Workman

P.D. Workman is a USA Today Bestselling author, winner of several awards from Library Services for Youth in Custody and the InD’tale Magazine’s Crowned Heart award. With over 100 published books, Workman is one of Canada’s most prolific authors. Her mystery/suspense/thriller and young adult books, include stand alones and these series: Auntie Clem's Bakery cozy mysteries, Reg Rawlins Psychic Investigator paranormal mysteries, Zachary Goldman Mysteries (PI), Kenzie Kirsch Medical Thrillers, Parks Pat Mysteries (police procedural), and YA series: Medical Kidnap Files, Tamara's Teardrops, Between the Cracks, and Breaking the Pattern.Workman has been praised for her realistic details, deep characterization, and sensitive handling of the serious social issues that appear in all of her stories, from light cozy mysteries through to darker, grittier young adult and mystery/suspense books.

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    Henry, Quebrando Padrões - P.D. Workman

    1

    Henry tentou entrar na sala quieto e sem chamar a atenção. Meio difícil, uma vez que a turma estava em silêncio e ele chegou no meio da aula. Os alunos copiavam as anotações em seus fichários; a lousa já estava cheia. Ele deu uma olhada na sala, procurando por uma carteira vazia, torcendo para que estivesse realmente livre, e não vazia porque alguém foi ao banheiro ou estava doente naquele dia. Esgueirou-se o mais silenciosamente possível, rezando para que a professora seguisse com a aula. Porém, a Sra. Phillips parou no meio da frase, observando-o. Henry sentou-se com a cabeça baixa, seu cabelo um pouco comprido demais caindo sobre os olhos. Os óculos redondos deslizavam pelo nariz escorregadio de suor. Ele os empurrou para cima e apoiou a testa numa das mãos, enquanto abria um caderno e se ajeitava para fazer anotações com a outra, tentando se proteger do olhar da professora.

    Você é o Henry?, disse a Sra. Phillips, aproximando-se de sua carteira. O resto da sala assistia com muito interesse.

    Sim, Henry confirmou. Ele tentou parecer confiante, e percebeu os olhos dela de arregalarem um pouco quando finalmente conseguiu ver seu rosto.

    Vamos conversar lá fora, ela sugeriu.

    Com os olhos de todos os alunos pairando sobre eles, Henry seguiu a Sra. Phillips para fora da sala, até o corredor. Ela fechou a porta quando a turma começou a se agitar com as fofocas. Então, examinou Henry mais uma vez.

    O que aconteceu com o seu olho?

    Henry, nervoso, fez uma careta. Parece que alguém me bateu, né? Me levantei para ir ao banheiro durante a noite, explicou. Não acendi as luzes e tropecei num brinquedo do meu irmãozinho. Não sei no que bati — na maçaneta, no armário, ou sei lá. Mas foi bem forte. Minha mãe surtou hoje de manhã. Me fez ir ao hospital e fazer um raio X. Foi por isso que cheguei atrasado.

    Nossa!, disse, reconfortando-o com um sorriso. Eu só queria me certificar. Você sabe que as aulas iniciaram há dois dias? Ela arqueou uma sobrancelha.

    O rosto de Henry esquentou e uma gota de suor escorreu por suas costas.

    Estávamos de férias, ele explicou. Acho que minha mãe confundiu as datas. Se ela não anotar as coisas, acaba confundindo.

    Ok, vá se sentar. Vou arrumar a lista de materiais que vai precisar e te passar as tarefas que perdeu.

    Obrigado. Henry soltou um suspiro, aliviado.

    Eles voltaram para a sala de aula. Suando, Henry esgueirou-se até seu lugar, sob olhares da turma toda. Que jeito incrível de começar a escola: dois dias atrasado e com um olho roxo. A melhor maneira de passar despercebido. Pelo menos a Sra. Phillips não pareceu duvidar da história. Ele esperou seu coração desacelerar, procurando por algum de seus amigos. Havia alguns conhecidos. Ninguém muito próximo. Aliás, ele não era muito próximo de ninguém. Esfregou as palmas das mãos nas calças e tentou afastar a camiseta do corpo, para ver se o suor secava mais rápido.

    A Sra. Phillips o entregou a lista de materiais e as tarefas que havia perdido. Ela sorriu e voltou para a frente da sala para continuar sua aula. Henry leu a atividade e começou a trabalhar. Com sorte, conseguiria terminar tudo até o final do dia.

    Conseguiu passar o resto da manhã despercebido. Se os outros professores notaram o olho roxo, não tocaram no assunto.

    Como o ano letivo havia acabado de começar, os professores ainda não tinham abordado nenhum assunto novo. Foram só algumas revisões para introduzir o semestre que se iniciava. Não tinha muita coisa para ele colocar em dia.

    Na hora do almoço, Henry passou o olho na cafeteria, procurando por rostos familiares. Era seu primeiro ano no ensino médio e havia muita gente desconhecida — muito mais do que no ensino fundamental. O local vibrava com aquela energia caótica. Ouvindo risadas por perto, Henry focou em Andrew, um garoto que ele conhecia desde a pré-escola. Havia uma cadeira vazia perto dele. Henry foi na direção dela e olhou para Andrew com uma expressão interrogativa. Os olhos de Andrew se iluminaram.

    Henry! Ei, cara, não tinha te visto por aqui, Andrew disse, animado. Achei que você tivesse se mudado. Vem cá, senta aqui.

    Henry se dirigiu até a cadeira. Obrigado.

    Andrew deu uma mordida em seu sanduíche, examinando Henry.

    Ei, você percebeu que tá com o olho roxo?, ele perguntou com a boca cheia.

    Houve risadinhas dos estudantes ao redor. Andrew era uma espécie de palhaço. Adorava uma plateia.

    É, eu percebi, Henry respondeu secamente.

    Brigou ou algo do tipo? Quer que eu vá atrás do cara?

    Henry balançou a cabeça, puxando com cuidado o plástico que envolvia seu sanduíche. Não… Eu preciso é começar a colocar meus óculos e acender a luz quando me levantar de noite. Parar de dar de cara com as portas.

    Andrew riu, concordando. O quão fortes são aqueles fundos de garrafa? Você é cego sem eles?

    Se estiver muito escuro, sim, Henry concordou. Poderia até estar de olhos fechados. Na verdade, é capaz de eu enxergar melhor de olhos fechados!

    Andrew riu e fez um gesto em direção a um garoto que estava na sua frente. Conhece o Tony?

    Não. Henry esboçou uma saudação. Oi. Eu sou o Henry.

    O Henry é um cara gente boa, Andrew declarou, e muito habilidoso com as tarefas, se você precisar de ajuda. O Tony é novo aqui, acabou de se mudar para a vizinhança. Está comigo na maior parte das aulas.

    Henry concordou, mastigando ruidosamente seu sanduíche. Era pão amanhecido, estava seco. E não havia manteiga de amendoim suficiente para cobrir as fatias. Só com o pão e a geleia, estaria morrendo de fome quando chegasse em casa. Mas só usaria o programa de merendas da escola se precisasse muito. Ela já era zoado o suficiente…

    Acho que você já conhece o resto do pessoal, Andrew disse.

    Henry olhou para os outros que estavam próximos. Alguns rostos conhecidos do fundamental. Nenhum deles era seu amigo, mas também não eram daqueles que praticavam bullying com ele. Recebeu alguns acenos.

    Sim, ele concordou. Olá.

    2

    Após o toque do sinal, no fim do dia, os estudantes conversavam pelos corredores, encontrando antigos colegas e fazendo novas amizades. Já havia até alguns casais se beijando nos cantos, ou entre os armários, aproveitando a liberdade do ensino médio. No ensino fundamental, esses comportamentos eram imediatamente reprimidos pelos professores. No ensino médio, eram ignorados. Henry não procurou seus amigos, nem falou com ninguém. Correu direto para casa.

    Ele largou os livros na mesa da cozinha. Bobby estava chorando no quarto.

    Mãe? Mãe, você está em casa?, Henry chamou, procurando por ela.

    Não houve resposta. Henry foi até seu quarto, onde Bobby, de pé no berço, gritava. Estava agarrado nas barras. Seu rosto estava vermelho e suado. E

    Ele soava desesperado, como se já estivesse chorando há algum tempo. Quando Henry apareceu, Bobby imediatamente estendeu os braços, os gritos mudando para um "uh-uh-uh!" num tom de urgência. Henry foi até o berço e o pegou no colo. Bobby, se agarrando no irmão, enterrou o rostinho na camiseta dele, os soluços começando a diminuir. Seus dedos cravaram em Henry, as unhas afiadas arranhando a pele dele. O bebê segurava com tanta força que Henry imaginou que se o soltasse, ficaria pendurado como um filhote de macaco. Henry o abraçou e começou a niná-lo.

    Ei, está tudo bem, ele murmurou. Henry está aqui. Está tudo bem.

    Havia três mamadeiras vazias no berço. Henry pegou-as com uma mão, colocando uma debaixo do braço, de forma que não precisasse soltar Bobby. Então, foi até a cozinha.

    "Shh, shh", ele confortava enquanto balançava Bobby. Preparou uma mamadeira de leite com a mão livre e segurou-a na frente de Bobby.

    Aqui está. Por que não mama um pouquinho?

    Bobby mamou entre fungadas e suspiros. Henry o levou até o banheiro para trocar a fralda fedorenta. Limpou-o gentilmente, mas ele voltou a chorar. A pele estava num vermelho vivo, com assaduras, era óbvio que doía quando era tocada. Henry jogou a fralda suja fora e deixou Bobby sem nada na parte de baixo.

    Pronto. Você pode brincar enquanto eu estudo e preparo um lanche.

    Henry colocou Bobby no chão da cozinha e fez outro sanduíche de geleia. Ele se sentou ao lado dos livros, comendo o sanduíche vagarosamente enquanto lia e dando uma olhada em Bobby a todo momento para se certificar de que ele estava engatinhando alegre, longe de qualquer perigo.

    A porta da frente foi aberta. Henry virou a cabeça para ver quem era. Clint. Um homem grandalhão, usando um capacete de segurança, com a barba por fazer, como sempre. Ele fedia a suor.

    Olá. Henry voltou sua atenção aos livros, pois não tinha interesse nenhum em interagir mais.

    Oi, Hank, Clint grunhiu.

    Não me chame assim, Henry retrucou. É Henry.

    Tá, que seja.

    Clint não se importava. Ele não tinha a menor intenção de demonstrar respeito a Henry, chamando-o pelo nome que preferia.

    Você viu minha mãe?, Henry perguntou. Ele encostou na cadeira e esfregou a testa, entre as sobrancelhas.

    Não. Ela não está em casa?

    Não.

    Obviamente. Por que Henry perguntaria se ela estivesse? Clint não era uma mente muito brilhante. Ele observou Bobby brincando no chão.

    Por que é que o pirralho não está usando fralda?

    Deixaram ele numa fralda suja. Isso machuca a pele dele. O Livro do Bebê diz que a melhor coisa é deixar a pele respirar, Henry explicou.

    E se ele mijar no chão?

    Eu limpo.

    Ok. Clint olhou ao redor. Até qualquer hora, então, Hank.

    Você não vai ficar?

    Não se a Dorry não estiver em casa.

    Ele ajeitou o capacete, deixando à mostra uma parte mais clara da pele, a qual havia sido coberta por ele e protegida do sol e da sujeira, se virou e saiu. Henry ficou sentado por um tempo, ouvindo o barulho dos passos se distanciando. Deu de ombros e voltou a estudar.

    Já era tarde quando a porta se abriu novamente. Fazia tempo que o jantar e o dever de casa estavam prontos. Bobby estava de volta em seu berço, dormindo, desta vez com uma fralda limpa e um macacão, a barriguinha cheia. Henry deixou o livro de lado e se levantou da cama o mais silenciosamente possível para não acordar Bobby.

    Mãe?

    Ele foi até a sala, onde a mãe tirava os sapatos e o sobretudo. Seu rosto era pálido e fino, olheiras escuras, o cabelo castanho liso e despenteado sobre os ombros. Ela forçou um sorriso para Henry.

    Oi, querido. Como foi seu dia?

    Você deixou Bobby sozinho, Henry acusou, ignorando a saudação e a pergunta.

    Eu não aguentava mais a agitação dele. Seu tom de voz era baixo e sem emoção. Não venha me criticar.

    Você poderia ter ligado na escola. Eu teria vindo na hora do almoço, sei lá.

    Eu não queria que você perdesse mais aulas. Ele estava bem até você chegar em casa.

    Você não pode deixá-lo sozinho desse jeito! E se ele consegue sair do berço? Ou alguém entra nessa casa? Você sabe que o Serviço Social pode tirar ele de você se souber que o deixou sozinho.

    Bem, ela balançou levemente a cabeça, ninguém vai contar a eles.

    Você quer que ele seja levado?, Henry retrucou.

    Vão colocá-lo num orfanato por um tempo, ela disse, dando de ombros, e então vão devolvê-lo.

    Henry se lembrava de ter passado por um orfanato há alguns anos. Enquanto ela se recuperava de um relacionamento e não conseguia lidar com ele. Era provável que nem se lembrasse mais do nome do homem. Mas Henry se lembrava. Ele se lembrava de Frank. Lembrava-se de muito mais coisa do que ela imaginava, ainda que nenhum dos dois tocasse no assunto.

    Bobby está com uma assadura horrível, Henry contou a Dorry. Ele estava sujo quando você saiu?

    Dorry afastou o cabelo do rosto com as duas mãos, num gesto cansado. Foi até a geladeira e deu uma olhada, desanimada; acabou pegando uma caixinha de suco de limão que estava sozinha na prateleira de cima. Henry observou enquanto ela tirava o plástico, removia o canudo e o colocava na caixinha. Ela deu alguns goles e deixou de lado, no armário, de onde provavelmente não pegaria de volta.

    É claro que não, ela respondeu. Me certifiquei de que ele estava limpo.

    Você não pode deixá-lo assim, sozinho, Henry repetiu. O Livro do Bebê…

    Henry, ela o interrompeu, cansada. Eu não quero saber o que diz o Livro do Bebê. O Livro do Bebê não precisa ouvir o choro dele o tempo todo. Eu preciso. Você sabe como ele tem estado nos últimos dias.

    Sim, porque ele tá doente. E eu é que estava cuidando dele, não você. Por acaso você chegou a ficar um pouco com ele hoje? Ou simplesmente largou as mamadeiras no berço e saiu, logo que eu fui pra escola?

    Você não é a minha mãe, Dorry rebateu. Eu sou a sua. Não venha me dizer o que fazer.

    Henry suspirou pesadamente, frustrado. Ele pegou seus livros de cima da mesa, os fechou com força e os colocou dentro da mochila.

    Era assim que você cuidava de mim quando eu era um bebê?

    Dorry o encarou por um momento, os olhos castanhos e pálidos sem expressão alguma. Ela bagunçou o cabelo dele.

    Você deu certo.

    Aquilo foi o mais próximo de um eu te amo que ela chegou a dizer. Henry percebeu que ela não havia respondido sua pergunta.

    Henry acordou diversas vezes durante a noite. Bobby não estava agitado, mas ele se sentia ansioso. Ele se levantava e olhava a fralda do irmão, preocupado com a possiblidade de a assadura piorar caso o bebê passasse a noite com a fralda suja. Ele checava a temperatura de Bobby para ter certeza de que a febre não havia voltado.

    Quando já não conseguia pensar em mais nada para verificar, ficou apenas parado ao lado do berço, sob a luz da lua, olhando o rostinho angelical de Bobby enquanto dormia.

    Então Henry voltou para sua cama com um suspiro e tentou forçar sua mente a se acalmar para que conseguisse voltar a dormir.

    3

    E i, Henry, Andrew gritou, não é a terceira vez que vejo você nesse telefone?

    Henry parou e se virou, meio culpado. Não sei, você me viu nas outras duas vezes?, ele brincou, tentando amenizar a situação. A última coisa que precisava era de alguém monitorando quantas vezes ele usava o telefone.

    A maioria dos estudantes tinha celular, mas não tinha permissão para usar na escola, sob ameaça de serem confiscados. Isso significava que havia filas enormes e muita competição pelos poucos telefones públicos de lá, principalmente no horário de almoço ou nos intervalos das aulas. Henry havia se atrasado para algumas aulas e dado a desculpa de que precisava ir ao banheiro, só para usar o telefone.

    Andrew riu. Sim, cara. Qual o problema, garotas?

    Henry lançou um olhar a Andrew e lhe deu as costas de novo, encarando o telefone e esperando ansiosamente por uma resposta.

    Vai me dar um pouco de privacidade?, ele sugeriu, torcendo para que Andrew pensasse que havia mesmo uma garota e o deixasse em paz.

    A secretária eletrônica atendeu. Henry franziu o cenho, gesticulando para que Andrew se afastasse. O garoto finalmente saiu de perto, rindo. Henry colocou a mão ao redor do telefone de forma que ninguém conseguisse escutá-lo.

    Mãe, sou eu, ele disse, apressado. Atenda se estiver em casa.

    Depois de um momento, houve um click. Henry suspirou de alívio.

    O que é? Era a voz seca e impaciente de Clint.

    Ah, oi. Minha mãe não está por aí?

    Não.

    O Bobby está aí? Quer que eu vá pra casa? Henry disse, preocupado.

    Ele está bem. A Dorry decidiu levá-lo naquele negócio em grupo, de mães e bebês. Ele vai estar cansado e vai dormir quando eles chegarem.

    Henry respirou fundo. Que bom. Você vai estar aí quando eu chegar da escola?

    Muito provavelmente, Clint rosnou. E daí?

    Se vocês dois vão estar aí, acho que vou passar no shopping depois da aula. Aí vocês podem ter um tempo a sós.

    Clint grunhiu. Tá. Só não demore. Ela vai ficar preocupada.

    Não, Henry concordou. Uma hora, no máximo. Não vou demorar.

    Clint desligou. Henry colocou o telefone no gancho. Ele sentiu uma onda de alívio. Podia finalmente relaxar e se concentrar nas aulas. Bobby estava bem. Não havia motivo para se preocupar. Ele se afastou do telefone e deixou a pessoa que estava atrás fazer sua ligação.

    Henry caminhou pelo shopping, feliz por poder relaxar e não ter responsabilidades por alguns minutos.

    A maioria das lojas tinha avisos. Bolsas e mochilas devem ser deixadas na frente da loja. Eles tinham medo de que os jovens furtassem os produtos.

    Henry deixou sua mochila na frente da loja de eletrônicos. Se alguém quisesse

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