Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Crônicas de uma carioca grisalha
Crônicas de uma carioca grisalha
Crônicas de uma carioca grisalha
E-book230 páginas2 horas

Crônicas de uma carioca grisalha

Nota: 0 de 5 estrelas

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Crônicas de uma carioca grisalha discorre com verve ácida sobre acontecimentos que a autora observa em seu dia a dia. Nesta sua segunda obra, a primeira de crônicas, a autora exerce um certo "voyeurismo" carioca, atenta ao que vê e ouve nas ruas do Rio de Janeiro. KIKA não economiza tinta ao abrir a boca para trazer verdades. Dividido em temas irreverentes (como: "Abre alas que eu quero passar"; "Cariocas são bacanas"; "Macho macho man" e "Rala e rola") a autora ressalta no livro CRÔNICAS DE UMA CARIOCA GRISALHA (Editora Lacre) a alma "errejota", mesmo quando está "Down, sem perder o humor". Percorrendo vários "rolés" dentro do Rio , KIKA retrata a correria de uma mulher madura que ainda tem gás para produzir; gozar em meio a menopausa; chorar a partida dos amigos que começam a morrer; lidar com a eminente saída das filhas de casa; a demência inicial de sua mãe, entre outras vivências humanas comuns a todos nós.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento29 de mai. de 2024
ISBN9786589884286
Crônicas de uma carioca grisalha

Relacionado a Crônicas de uma carioca grisalha

Ebooks relacionados

Ficção Geral para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Categorias relacionadas

Avaliações de Crônicas de uma carioca grisalha

Nota: 0 de 5 estrelas
0 notas

0 avaliação0 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

    Pré-visualização do livro

    Crônicas de uma carioca grisalha - Kika Gama Lobo

    Livro, Crônicas de uma carioca grisalha. Autor, Kika Gama Lobo. Editora Lacre.Livro, Crônicas de uma carioca grisalha. Autor, Kika Gama Lobo. Editora Lacre.

    Dedico o meu segundo livro às minhas seguidoras das redes sociais, que me dão sugestões, incentivo, carinho e, sobretudo, força para eu seguir com minhas ideias originais, atrevidas e ousadas. Escrevi boa parte desses artigos no transporte público do Rio de Janeiro, indo e vindo dos meus muitos trabalhos. Obrigada por me ampararem em momentos em que eu, no BRT, metrô e ônibus, deixei cair uma lágrima. Vocês me devolveram o sorriso.

    SUMÁRIO

    ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR

    A VANGUARDA DO ATRASO

    A MENOPAUSA E AS NOVINHAS

    SOU UMA MULHER RODADA

    SOU TODA OUVIDOS

    CASA EM ANGRA OU PINDAÍBA

    NÃO MEXE COMIGO, NÃO... SOU UMA MULHER COMUM

    DESINFLUENCER

    MEU LIVRO, MINHA VIDA

    CELEBRIDADES

    RITA LEE MANIA DE VOCÊ

    A DONA DO PEDAÇO

    A OUTRA

    A CURRA DO PEÃO

    A ALMA IMORAL

    BARBIE, VELHA?

    UMA RETROSPECTIVA SEXUAL A PARTIR DA SÉRIE ‘SEX/LIFE’

    DIRTY JOHN

    FERNANDONA

    FOREVER YOUNG

    HONEY BABY

    O BEBÊ DE CLAUDIA RAIA

    MINHA NUDEZ É SUA JABOR: UMA CARTA DE DESPEDIDA

    OS 50 ANOS DA IVETE

    TREINADA PARA SONHAR

    SUBINDO A RAMPA

    CARIOCAS SÃO BACANAS

    BALZACAS NO CIO

    AS CARIOCAS E OS NUDES

    VAGINA VELHA?

    MADAMES, COMPORTEM-SE! CADÊ AS ORQUÍDEAS?

    OLHA A MÃO BOBA, CHAMA O COORDENADOR DE INTIMIDADE

    É PAU, É PEDRA

    EU SÓ TENHO MEDO DE MIM

    PEGAÇÃO NO VELÓRIO

    QUE TIRO FOI ESSE?

    MAIS HUMANIDADE POR FAVOR

    E AÍ, COMEU?

    VOCE JÁ FOI ESTUPRADA?

    VIOLENTADAS

    SOBRE ÉTICAS E ‘LIKES’

    SINHAZINHAS DO SÉCULO XXI

    MENDIGO PEGADOR

    ALÁ, ALÁ, MEU BOM ALÁ

    PUTZ PUTIN

    MACHO, MACHO, MAN

    HOMENS QUE TRANSAM MAL

    VULNERABILIDADE MASCULINA

    O LIXO DE UMA É O LUXO DA OUTRA

    NELSON RODRIGUES E EU

    CONFESSIONÁRIO DO MACHO

    SESSENTÕES NARCISISTAS

    CASEI COM UM ESTRANHO

    ALUGUE UM AMIGO

    ‘RED PILL’ E AS MADURAS

    NAMORIDO

    O PODER DO PAU MOLE

    O SEXO E OS HOMENS

    PATERNIDADE OPCIONAL: MATERNIDADE OBRIGATÓRIA

    FOI UM VÍRUS QUE PASSOU EM MINHA VIDA...

    VAMOS VIVER ESSA VIDA?

    SEJA MARGINAL, SEJA HERÓI

    MINHA ‘LIVE’, MINHAS REGRAS

    RAINHA DAS ‘LIVES’ NA MATURIDADE

    PICADA NA VEIA

    CORONADA

    A DOR DO COTIDIANO

    SEXO? NÃO, OBRIGADA

    6 EM 7

    MEUS ABISMOS

    NOVA ONDA DO VÍRUS

    RALA E ROLA

    VOCÊ SE COME?

    MEU CIO É MEU

    EROTISMO NA MATURIDADE

    É PAU OU É PIX?

    PRATARIA

    FAÇA COM TESÃO

    PLUGUE ANAL DE NATAL?

    VAGINE-SE

    VIBRADOR VIAJANTE

    DOWN... SEM PERDER O HUMOR

    LARICA

    O CÂNCER, UM GRANDE PROFESSOR

    MENOPAUSA, VOCÊ AINDA TERÁ A SUA

    FELIZ DIA DA MULHER MADURA

    EFEITO? DEFEITO?

    NASCEU MULHER, MORREU MENINA

    SAUDADES DO FUTURO, SE NÃO AGORA, QUANDO?

    MÃES MÁS

    ARRUINADA PELO ÊXITO

    CONFLITOS PRATEADOS

    TODA HORA CONTA

    IA E OS VELHOS

    FÉRIAS DE MIM

    APRENDIZADO TARDIO

    BATE

    AGONIA DOS DIAS

    A PRIMEIRA MORTE

    A SIRENE DA INFELICIDADE

    SE DEUS CHAMAR, NÃO VOU

    SOMOS AQUELES QUE AMAMOS

    A DEMÊNCIA QUE NOS RONDA

    REFORMA NA ALMA

    VOCÊ RONCA? PEIDA?

    ENQUANTO EU ME OUÇO, ME ARREPENDO DO QUE FALO

    NUNCA FOI SORTE

    QUEM SERÁ O PRÓXIMO A ME DECEPCIONAR?

    UNATRACTIFOBIA, O MEDO DAS PESSOAS FEIAS

    FIM

    MEU COMBUSTÍVEL É O MEDO

    A DIFICULDADE DE PLANEJAR FUTUROS

    A VANGUARDA DO ATRASO

    Nas eleições do dia a dia, vote por uma maturidade com dignidade e políticas públicas justas. Não desperdice sua força como cidadão!

    Não… O assunto não é política, mas caberia como uma luva! Usei o potente título para mirar minhas lentes multifocais para a maturidade. Muito tem-se debatido sobre o etarismo, palavra que até pouco tempo eu davade ombros. Não sabia nem o que significava. Hoje envergo o título de ativista ageless, contra o envelhecimento das ideias.

    Tornei-me uma espécie de depositária das falas de outras pessoas maduras, em sua maioria mulheres, que me contam sobre ataques, assédios, violências, disparos cotidianos contra as suas idades. E pensei na responsabilidade que cada nova influencer velha (gostaram da salada de palavras?) tem.

    Precisamos enfiar o pé na porta (atenção ao calcanhar) e tirar o pó, a poeira, a fuligem dos maus-tratos aos idosos. Transamos, trabalhamos, viajamos, experimentamos um mundo novo. Mas será isso também um gogó? Um mero factoide no qual acreditamos?

    Existe uma vanguarda do atraso no trato aos velhos brasileiros. Como se tivéssemos descoberto a pólvora, mas não soubéssemos como se faz a bomba. Então eu te digo: O caminho é a política. Olha ela aí novamente.

    Precisamos pressionar governos para termos melhores leis, emendas, decretos, ações que valorizem, protejam, elevem o 50+ à categoria de patrimônio da nossa humanidade.

    Chegamos até aqui. Demos suor, sangue, esperma, saliva para os que nos sucedem. Abrimos caminhos à foice. Derrubamos muros. Engolimos sapos. Muitos ficaram pelo caminho. Doenças, ditaduras, descasos. E não podemos nos contentar com migalhas.

    Agora é a nossa hora de subir no palanque e fazer a nossa voz – pouco importa se esquerda, centro ou direita – ser ouvida. Com todos os erres, esses, acentos e entonações de um Brasil continental. Nosso libelo é a vida e nossa voz, nada débil. Se não agora, quando?

    Essa reparação do papel do velho na sociedade brasileira é uma das grandes reviravoltas desta nação que ainda engatinha. Mas nós queremos acelerar esse processo de amadurecimento de nossa pátria. Com ou sem anestesia, afinal somos feitos de coragem e atitudes.

    Se estamos aqui foi porque percorremos o caminho. E não há nada mais potente do que o movimento. Na urna da vida madura não há repescagem. Só temos o hoje e urge que o vivamos como uma oportunidade de grandes mudanças.

    Então, nas eleições do seu dia a dia, crave seu voto por uma maturidade com dignidade, cercada de justas políticas públicas para que estejam à altura de tudo o que nós, cinquentões, legamos a esse Brasil. Não desperdice sua força como cidadão. Talkey?

    A MENOPAUSA E AS NOVINHAS

    Penso em começar uma campanha pela disseminação do assunto da menopausa nas escolas e lares brasileiros.

    Quando vejo aqueles seios duros, coxas e braços sem flacidez, o cabelo viçoso, rosto esticadinho, logo penso: espera... Não é inveja nem praga, mas fico impressionada como as jovens nada entendem sobre menopausa e o climatério.

    Não há informação democrática pra quem ainda goza dos seus hormônios.

    Se para as velhacas aqui já é caça ao tesouro da informação de qualidade – para sobreviver aos fogachos, insônia e nevoeiro mental – imagina paras as preparadas e animadas?

    Tive uma ideia. Eu já queria procurar o Governo Federal para incluir educação financeira no currículo do ensino fundamental e médio (aliás, algumas escolas aplicam a matéria). Poderíamos também inserir o debate da menopausa para as meninas.

    Tudo bem que não tem nem informação de qualidade sobre educação em sexualidade e andamos léguas pra trás com as Damares da vida. Mas penso em começar uma campanha pela disseminação do assunto da menopausa nas escolas e lares brasileiros.

    Teríamos uma nova geração de maduras muito mais bem preparadas para atravessar esse túnel de desinformação e calores. Se temos nos ministérios algumas mulheres 50+, além da primeira-dama e muitas políticas maduras, urge convocá-las como senhoras-propaganda.

    Mas o assunto parece enterrado, sepultado e concretado. Não pode. Quem disse? Temos que nos empenhar em livrar as hoje jovens dos horrores dessa terceira fase hormonal. Menopausa devia ser pauta de debate político e cívico. Eu voto sim.

    SOU UMA MULHER RODADA

    Sou homem que gosta de mulher rodada’, Nelson Motta.

    Antes falada do que encalhada. Sempre foi meu lema. Mas hoje, quase sessentona, vejo que estava ainda mais certa. E foi em uma live que fiz com o Nelson Motta que ouvi a frase: Sou homem que gosta de mulher rodada.

    Do alto de seus quase 80 anos ele fala da potência da mulher usada, gasta, surrada. Aquela que deu. Deu muito. Claro que apenas quem viveu horizontalmente pode avaliar perdas e ganhos no leito. Nem tudo são flores. Já demos por pena, por abuso, por insistência, sem vontade. Mas demos.

    E nesse inventário de emoções, o saldo pode ser positivo, afinal sentir é o maior prêmio em vida. Porém, na moral careta que se instalou no Brasil nas últimas décadas, foi a mulher madura a responsável por rever conceitos engessados e vigentes em suas eras. Chutou o pau da barraca. Derrubou muros e aumentou sua voz.

    Hoje somos a grande revolução na nação brasileira. Não fica pedra sobre pedra quando o assunto é etarismo. São muitos os exemplos. De Bauru, então, nem se fala. Virou palanque. Adicione as falas internacionais, como a do Oscar, e aí formou uma imensa onda antiageismo . Tem uma vibe de permissão para existirmos plenas.

    E vou embarcar nessa nave e sair dando por aí. Dando entusiasmo para outros homens e mulheres maduras que precisam de força para seguirem em frente. Ainda não acabou. E eu vou me lambuzar.

    SOU TODA OUVIDOS

    "Meu atual namorado não faz cocô na minha casa. Estranho, né?», são histórias assim que as mulheres desabafam comigo. Precisam falar. Eu também.

    Contam tudo. Virei uma fiel confidente das neuras da mulherada madura. Adoro esse posto, mas por vezes não sei como responder. Sem formação como psiquiatra, pajé, astróloga ou mãe de santo, não trago a pessoa amada em três dias, mas pelo menos deixo a requerente fazer meu ouvido de pinico.

    "Meu atual namorado não faz cocô na minha casa. Estranho, né? Ele tem mais de ٦٠ anos, estamos firmes há ١٠ meses, é tudo muito bom... A gente fica juntos, transamos, conversamos, mas o número ٢ ele só faz na casa dele. Tem algo aí, não acha?»

    "Meu casamento acabou. Foram 25 anos de muito amor e liberdade, mas ele me trocou por uma mulher gay. E o pior: eles não estão juntos. Ele continua tentando conquistá-la e eu, descartada como lixo."

    "Comecei um relacionamento. Tudo muito bacana, mas meu homem bebe e, no auge do porre, o pau quebra. Me anula, é escroto, mau e usa de extrema violência verbal. No dia seguinte, amnésia total, love nas alturas, até o próximo porre. Devo deixá-lo antes que eu vire estatística Maria da Penha?"

    Tenho medo de amar na maturidade. Qual sentido? Quero sempre montar casinha e acasalar, e do alto dos meus 58 anos, os homens maduros – solteiros – só querem farra. Ando tão deprimida. Melhor me relacionar com os mais novinhos que só querem sexo e nada mais. O que fazer?

    "Meu marido está doente, na cama. É irreversível. Arrumei um namorado depois de 6 anos de luto em vida. Mas eu mesma tenho vergonha de apresenta-lo à sociedade. Somos felizes, calientes,

    Está gostando da amostra?
    Página 1 de 1